✴Aranel✴ Lembranças
~***~
Olá minhas leitoras....
Será que vocês podem me ajudar em uma coisa? Espero que sim...
É o seguinte: Dois capítulos extras já estão prontos mas serão vocês que escolherão qual deles será publicado primeiro. Então me digam: quem vocês querem ver narrando?
Rainha Silmalótë
ou
Rei Thranduil
Vocês decidem!
Boa leitura....
~***~
— Ei, tudo bem? — perguntou Legolas.
Não! Não estava tudo bem! Leon Hirszman estava ali. O homem que ela jurou nunca mais pensar, tocar no nome ou se lembrar que um dia conhecia aquele humano. Anos haviam se passado desde que tudo aconteceu entre eles e quando finalmente conseguiu esquecer até mesmo da face de Leon, ele volta para sua vida. Ele foi o responsável por ela nunca mais ter olhado para outro homem com olhos diferentes, ele era o responsável por ter enterrado seus sentimentos mais doces e puros tão dentro dela que haviam se perdido para sempre. Ele foi o responsável por ela ter feito de seu coração uma rocha tão dura quanto as escamas de um dragão. Havia uma segunda Aranel. Essa que atendia pelo carinhoso apelido de “Amel”, era tão doce, ingênua, pura e delicada que até a flor mais bela ou o floco de neve mais delicado não atingia seus pés. Mas depois do que Leon fez, aquela Aranel foi morta e sepultada no buraco mais fundo de sua alma. E quando Leon apareceu em Valle um mix que sentimentos voltou à tona: raiva, tristeza, arrependimentos e a percepção de que ele não merecia nada que vinhesse dela.
— Nel! — chamou Legolas, novamente.
Ela respirou fundo, seus ombros subiram e desceram com o suspiro que soltou. Molhando os lábios e tentando se desvencilhar das lembranças que tomavam conta de sua cabeça, ela olhou para o príncipe. Legolas estava com um olhar baixo e brevemente preocupado. Ela se perdia constantemente naqueles olhos azuis como o céu, tão profundos quanto o oceano e o semblante sereno do elfo tornou-se seu “gancho” para voltar a pensar com clareza.
— Tudo bem? — perguntou o príncipe.
Ela assentiu e limitou-se a olhar para Leon andando atrás de Silvery.
— Sim! Claro! — ela disse mas sua voz saiu quase que inaudível.
— Não foi o que eu vi. — insistiu o elfo. — O que foi?
— Nada, Leg! — ela negou com pressa de fugir daquela conversa. — Não é nada.
Durante muito tempo ela tentou ignorar as lembranças que vinham em sua cabeça. Em vão.
Cidade de Arnor – 15 anos antes
Aranel desceu de seu cavalo e sentiu a brisa trazer as músicas que tocavam no povoado. Era a primeira vez que ela visitava um lugar onde somente vivia humanos. Ela sorriu ao ouvir a melodia das notas musicais, o som das vozes das pessoas e sentir o cheiro de carne assada e iguarias da culinária local. Era o centésimo quadragésimo sexto Festival de Primavera da Cidade Arnor e Aranel sentia seus nervos ardendo de excitação.
— Está pronta, Alteza? — perguntou Merenwen ao seu lado.
Elas tentavam não chamar a atenção. Vestiam roupas simples e uma capa com capuz estava cuidadosamente presa por um broche de folha dourada. Esconderam as orelhas de elfo com o cabelo e saíram de Ninquëwood sem que Silmalótë ou qualquer outro elfo soubesse. Se valeria fuga, Nel ainda não sabia mas estava ansiosa para descobrir.
Elas passaram pelos portões de entrada da cidade e se dirigiram para o centro da cidade onde barracas coloridas e postes de pisca-pisca iluminavam a praça central onde uma enorme fogueira queimava. Aranel sorriu ao ver as pessoas dançando em volta da fogueira, ou se deliciando com as diversas comidas que haviam nas barracas. Havia um cheiro forte de flores no ar, muitas delas Nel reconheceu o aroma mas outras não.
— Não vai dançar, princesa? — perguntou Merenwen ao seu lado. Sua voz estava baixa e ela possuía um hálito doce de chocolate.
Aranel fez uma careta. Apesar de ser elfa e dançar maravilhosamente, ela sempre sentia vergonha. Porém, não podia sair dali sem ao menos dar um passo sequer. Ela olhou para a elfa ao seu lado e estendeu a mão.
— Acompanha-me? — perguntou ela.
Merenwen fez uma reverência e pegou sua mão.
— Com prazer!
Juntas elas se dirigiram para perto da fogueira onde várias pessoas dançavam e começaram a se movimentar suavemente. Rodopiaram delicadamente e depois pegaram as mãos uma da outra. Merenwen sorria e se divertia e, Aranel sentia toda a energia da primavera fluindo por seu corpo gracioso.
— Acho que Vossa Alteza fisgou um peixe grande! — disse Merenwen olhando para algum lugar atrás de Aranel.
— Como?
— Tem um gato ali que não para de te olhar! — ela disse e sorriu. — Ele está vindo para cá! — a elfa farejou o ar e olhou em volta.
Aranel entendeu aquela ação na hora. — Nem pense nisso, Clive!
— Eu já pensei! — ela sorriu cinicamente. — Isso é camarão? Adoro camarão! — ela deu um pulinho de satisfação. — Comidas... Me aguardem!
Nel não conteve o riso.
— Nunca a vi por aqui! — uma voz masculina soou atrás dela.
Aranel respirou fundo e se virou. A primeira coisa que viu foi os olhos azuis, brilhantes e sutilmente escuros pela iluminação noturna. Depois foi os músculos definidos por debaixo das roupas finas de seda. O homem era bonito, na verdade era o humano mais bonito que ela vira em toda sua vida. Seus cabelos eram finos, lisos e de corte natural, escuros como a noite. Tinha os lábios pequenos mas extremamente provocantes.
O homem sorriu com o canto dos lábios.
— Sou Leon Hirszman! — apresentou-se ele estendendo a mão.
Aranel estava completamente encantada pelo humano e não percebeu quando disse:
— Aranel Vellenmar.
Leon depositou um beijo suave em sua mão.
— É um prazer conhecer a princesa da Floresta Branca em circunstâncias tão diferentes.
Nel sorriu.
— Com todo o respeito, Alteza, mas estás tão bonita que parece uma boneca. — ele disse sorrindo e meio sem jeito. — Se me permitir posso chamá-la apenas por “Amel”?
Aranel franziu as sobrancelhas. — Por que?
— Significa “Boneca Branca”.
Atualmente
Aranel balançou a cabeça pela milésima vez. Precisava se concentrar na missão que tinha de chegar nas Ruínas Midrith mas não conseguia controlar mas as lágrimas que escorreram por sua face ao se lembrar da noite que conheceu aquele maldito humano.
— Nel, está chorando? — perguntou Legolas.
— Não! — ela o olhou com frieza. — Estou suando pelos olhos! — disse ela e depois suspirou. — Desculpe mas eu preciso parar!
Eles pararam na beira da estrada. Após ajudar Legolas a alimentar os dois cavalos e o caçador, Nel correu até a macieira que ela reconheceu como sendo a que o príncipe subiu a um mês atrás. Ela saltou para o ar e deixou que a brisa a levasse até o mais próximo galho. Ela andou por entre das folhas e galhos da enorme árvore e pegou uma maçã. Sentou-se ali mesmo e ficou olhando a maçã. Um fruto tão perfeito, vermelho como sangue e reluzente. Ela mordeu a fruta e deixou o sabor doce encher sua boca e fazê-la esquecer das lembranças que teimavam em voltar.
— Aqui não parece um lugar muito difícil de te achar. — Legolas disse sentando-se ao seu lado.
Aranel balançou as mãos e fez sinal de silêncio.
— Shh! Não esplana! — disse fazendo Legolas rir.
Ela passou a gostar de ver ele sorrir.
— O que realmente está acontecendo, Nel? — perguntou ele olhando para ela.
Aranel olhou para o lado e suspirou sentindo mais uma torrente de lágrimas encher seus olhos. Ela os fechou com força e sentiu Legolas tocar sua mão.
— Não posso pedir para que abra sua vida para mim mas as vezes, o único jeito de seguir em frente é enfrentar o passado. — ele disse quando ela abriu os olhos.
Suspirando ela disse: — Leon não era só um amigo antigo... Ele também foi meu namorado.
O semblante do príncipe mudou para algo próximo a surpresa. Era difícil saber pois Nel estava mais concentrada em dispersar as lembranças e lágrimas que corriam desenfreadas pela sua face. Legolas levou a mão na bochecha de Aranel e secou parte das lágrimas que desciam.
— O que ele fez com você?
Nel fungou e mesmo lutando para não sentir aqueles sentimentos novamente, aquela dor alucinante, estava ficando difícil até mesmo falar.
— O que ele fez? — tornou a perguntar o príncipe.
Ela olhou para Legolas. — A pior das traições!
Cidade de Arnor – 14 anos antes
Aranel desceu de seu garanhão branco e sorriu novamente por chegar em Arnor. Sentia como se seu peito explodisse de felicidade pois a praticamente um ano vivia uma paixão por Leon. Ele queria fazê-la feliz e mesmo sendo humano, Nel não se importaria se abrisse mão da imoralidade élfica para viver uma vida humana ao lado de Leon. E também gostava muito de sua amiga humana; Lyssa Blake. Ela ensinou muitas coisas sobre os humanos e era tão amigável e doce, sincera e verdadeira.
Naquele dia, Aranel saiu da Floresta Branca certa do que faria: entregaria seu coração a Leon e se casaria com ele mesmo que sua mãe fosse contra.
Ela saltitou até a casa em que Leon morava. Bateu sutilmente na porta mas depois de alguns minutos resolveu entrar.
— Meu amor? — ela chamou ao perceber que a casa estava arrumada e escura apesar do forte sol que fazia do lado de fora.
Achou que Leon estivesse saído e começou a caminhar para fora da casa mas ouviu um sussurro vindo do andar superior da casa. Lentamente ela subiu as escadas a passos imperceptíveis. Sons abafados vinham do quarto no final do corredor e ela caminhou até lá. Gemidos ecoavam pelo ambiente e Aranel sentiu a garganta se fechar juntamente com a abertura de sua boca. Ela se aproximou da porta e abaixou, olhando pela fechadura da porta ela sentiu lágrimas queimarem nos olhos e colocou a mão na boca.
— Ah, Leon!
Ela queria não ter ouvido aquela voz. Era Lyssa! Lyssa e Leon estavam bem... Íntimos sobre a cama de carvalho e os lençóis de algodão.
O peito de Aranel doeu imediatamente. Era como se seu coração tivesse sido arrancado, rasgado e colocado no lugar de volta. Nel recuou tentando não ouvir os sons de prazer vindos do quarto e saiu correndo dali.
Atualmente
Legolas a olhava de modo atônito. Seus lábios estavam abertos e havia um brilho de surpresa e até preocupação em seus olhos.
— Ele te traiu com sua melhor amiga? — perguntou ainda não acreditando em tudo que ela contou.
Aranel assentiu e limpou as lágrimas correntes.
— Eu vou matá-lo por isso! — o príncipe se remexeu para saltar dali mas a princesa pegou sua mão o impedindo.
Nel chegava a estar fraca de tantas dores que queimavam latentes em seu peito.
— Posso te pedir uma coisa? — perguntou ela sentindo seu peito mais pesado que uma estrela.
Legolas assentiu.
— Eu nunca contei isso para ninguém então... Nunca tive um consolo que devia...
O príncipe não esperou que ela terminasse de falar e puxou-a para um abraço quente. Aranel o apertou e cravou sua face no peito dele, deixando as lágrimas correrem livres pelas bochechas.
~***~
Mais um capítulo para vocês meus amores! Vocês decidem quem vai narrar o próximo capítulo extra. OK?
Tenn'enomentielva...
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