✴Aranel✴ Joias de Família
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Mais um capítulo pra vocês...
Boa leitura...
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Aranel voltou para o quarto depois da pequena batalha que teve contra Legolas, e sua cabeça estava explodindo. Não conseguia parar de pensar na luta e em quando Legolas ficou sobre ela. Aqueles olhos azuis brilhando, os lábios vermelhos tão perto dos dela. O perfume suave e cítrico ainda enchia suas narinas e ela ainda sentia o corpo dele precionado contra ela.
Nel balançou a cabeça pela milésima vez tentando desesperadamente livrar-se daqueles pensamentos. Nada adiantou. Ela se sentou na cama e encheu mais uma taça de vinho e bebeu. Deixou o álcool fazer o trabalho de esquecer dos últimos momentos que passou com Legolas na floresta. Depois de beber quase uma garrafa inteira, deitou na cama e olhou para o teto e permitiu que sua mente viajasse para longe. De volta para Ninquëwood onde sua mãe provavelmente sorria ao ver suas joias novamente, pelo menos parte delas já que ainda havia uma de posse de Thranduil. A saudade da mãe crescia mais a medida que se afastava de casa. Ela quase pôde ouvir os sons das fadas da Floresta Branca, ou o timir das espadas dos guerreiros treinando. Ela pôde ouvir até o som da voz de Silmalótë cantando uma cantiga de ninar. O efeito do álcool estava indo longe demais, então ela virou de lado e fechou os olhos, deixando o sono e o cansaço tombarem seu corpo.
Ela acordou com o som das vozes dos elfos cantando. Era uma melodia tão suave mas ao mesmo tempo tão intensa e magnífica que quase se podia viajar pelas letras. Nel começou a murmurar a canção enquanto trocava-se para se encontrar com Galadriel.
Ela vestiu um vestido leve de seda. Precisava ser formal para se encontrar com a Senhora da Floresta mas antes de seguir para o salão, Aranel se lembrou de Legolas. Eles tinham que se encontrar com Galadriel juntos, então dirigiu-se pelos corredores, pontes e escadas até encontrar a porta do quarto temporário do príncipe. Ela cumprimentou os dois guardas que estavam na porta e entrou no quarto.
Legolas estava dormindo profundamente de decúbito dorsal, as mãos em embaixo do travesseiro enquanto que os braços envolviam a almofada. Alguns raios de sol entravam pela janela e tocavam a pele dele. Sua face era serena e pacífica e enquanto ele dormia, Nel sentiu suas pernas tremerem e todas as lembranças da noite anterior voltaram a passar por seus olhos como se estivesse revivendo tudo novamente. Nel respirou fundo, tentando esquecer da luta com Legolas e caminhou até a cama.
— Todo mundo de pé... — disse sacudindo Legolas delicadamente e vendo-o dispertar-se um pouco. —, hora do café!
Legolas se remexeu na cama e resmungou algo que ela não compreendeu. Nel balançou ele mais uma vez, agora com mais força.
— Hora de levantar! — ela ergueu a voz. Legolas resmungou mais uma vez. — Saí da cama!
Legolas virou a cabeça para o outro lado.
— Espera aí, oh! — ele resmungou e aninhou-se novamente entre os lençóis.
Aranel colocou as mãos na cintura e olhou em volta. Em uma mesa lateral de carvalho escuro havia uma jarra de água e duas cestas de palha cheias de frutas. Nel sorriu e pegou um abacaxi que reluzia no sol. Caminhou novamente até o príncipe, ergueu a fruta a alguns centímetros da cabeça de Legolas e soltou a fruta.
O elfo deu um pulo e se levantou, com a mão na cabeça. Ele a olhou com indignação e gritou:
— Qual foi?!
— Como é que está a barriga? — perguntou ela rindo da reação dele.
— Minha barriga? — ele fechou um dos olhos. — Minha barriga está ótima... Mas a minha cabeça...
— Bom! É assim que eu gosto! — ela disse ainda rindo e caminhando até a porta. — Vamos, levanta!
Legolas jogou uma almofada nela. — Mandona!
Ela esperou por alguns minutos do lado de fora do quarto. Andou de um lado para o outro e certa hora, após bater contra a porta com força, gritou:
— Você não vai casar, não sabia?!
— Engraçadinha! — ele gritou de lá de dentro.
Dois minutos depois, Legolas saiu vestindo roupas de seda azul-prateadas. Ele fechou a porta e olhou para ela.
— Um abacaxi? Sério?!
Nel deu de ombros e começou a seguir o caminho que levava até o salão onde Galadriel e Celeborn os aguardava. Eles entraram e fizeram reverência ao mesmo tempo. A Senhora da Floresta sorriu.
— Creio que não vinheram até Lothlórien só por causa do ferimento de Legolas. — disse Celeborn do outro lado do salão.
Nel olhou para o elfo, respirou fundo e molhou os lábios.
— É verdade, mas o ferimento dele foi só um pretexto para acelerarmos nossa vinda. — disse Nel olhando para o marido de Galadriel. — Estamos atrás de auxílio.
— Há alguns meses, joias do meu pai começaram a desaparecer... — Legolas começou a explicar conseguindo a total atenção de Galadriel. —, Gemas Brancas! Desaparecia joias todos os dias até que descobrimos que alguém as estava roubando.
— Thranduil não foi o único! — Aranel suspirou olhando para a elfa. — Aconteceu a mesma coisa em Ninquëwood...por semanas... Até...
— Até roubarem a Gema de Poder. — Legolas disse por fim.
— Como?! — Galadriel pareceu se abalar com a informação.
— Goblins estão agindo ao lado de caçadores para conseguirem levar as Gemas para um tal “Mestre”, no sul! — explicou Aranel. — Estávamos seguindo um tal Audren, ele está de posse da Gema de Poder de Silmalótë. Até onde sabemos, o Mestre já está de posse da Gema de Thranduil e planeja algo... Grande!
Legolas soltou uma respiração pesada. O semblante de Galadriel estava calmo e sereno, pacífico. Escutava tudo atentamente.
— Queremos saber o que uma Gema de Poder pode fazer? — perguntou o príncipe da Floresta.
— Silmalótë ou Thranduil não contaram a vocês? — perguntou Celeborn se aproximando.
Aranel e Legolas negaram.
— Não pode culpá-lo, *melda. — disse Galadriel olhando para o marido. — Talvez nem mesmo eles saibam do que elas são capazes. As Gemas de Poder ainda são um enigma da natureza! — ela se virou para os príncipes e continuou: — Quando as primeiras Gemas foram dadas aos elfos, no começo da Era das Árvores, duas em especial reagiam a qualquer elfo que as tocavam. Porém, em um dia quando estávamos saindo das Terras Imortais, duas crianças élficas conseguiram tocar nas Gemas...
“Uma era uma menina, Malina Vellenmar. Mãe de Silmalótë e primeira rainha de Ninquëwood. A outra criança, que já não era tão criança assim... Era Oropher. Pai de Thranduil. As Gemas de Poder só eram seguradas por Malina e o jovem Oropher e pelos seus descendentes. Eles usaram as joias durante a Batalha da Última Aliança; Malina comandando o exército de Ninquëwood e Oropher o de Mirkwood. E quando os dois se foram... Thranduil e Silmalótë ficaram escarregados de cuidar das joias. Porém, não se sabe ao certo o que uma Gema de Poder pode fazer mas aparentemente ela pode fazer tudo que você quiser. E se elas estão realmente em mãos erradas, devem se preocupar!”
— Mas você não disse que ela reage a qualquer elfo que não seja da realeza? Como poderia ser fatal assim? — perguntou Legolas.
Aranel ainda estava perdida nos próprios pensamentos e tentando engolir as palavras da elfa.
— Eu disse que elas sempre reagem aos elfos que não pertencem a linhagem de Oropher e Malina... — advertiu a Senhora Galadriel. —, mas não disse que é o mesmo para os humanos... Ou goblins!
Uma Gema de Poder pode fazer qualquer coisa... E ammë não fala nada! Oh, céus! – Aranel pensava consigo enquanto ainda processava as palavras de Galadriel. As joias não só eram importantes para Silmalótë e Thranduil como também havia uma história por trás. Eram joias de família. Mas os dois reis não terem contado tudo desde o início ainda era algo que a preocupava; Por que todo aquele mistério para esconder do que uma Gema é capaz? O que sua mãe escondia? O que os dois reis escondiam?
— Mas... — falou Legolas tirando Nel dos pensamentos. —, o que elas poderiam fazer... Juntas?
Galadriel soltou um suspiro. — Se uma Gema de Poder pode fazer qualquer coisa sozinha, imagine o que duas não poderiam! É complexo, elas podem não fazer nada ou podem fazer algo bem... Grande. Em todo caso, deixá-las em mãos erradas é um risco que estão dispostos a correr?
Aranel viu nos olhos dela um brilho preocupado e engoliu em seco, negando com a cabeça.
— Temos que partir imediatamente! — disse Legolas.
— Como vamos fazer para localizá-las agora? Audren já deve estar a milhas de distância... — perguntou Aranel olhando para a elfa em sua frente.
— Apenas sigam para o sul, se é para lá que levaram a joia. — disse Galadriel com veemência. — As Gemas de Poder atraem a linhagem que pertencem... Elas vão atrair vocês para onde estão, e quando estiverem perto o bastante, vocês irão senti-las.
As palavras de Galadriel deram ânimo para a princesa. Os dois saíram da presença da Dama da Floresta e se dirigiram aos seus quartos. Nel, com a ajuda da mesma elfa que a arrumou na noite passada, conseguiu roupas limpas. Ela colocou as botas, prendeu a espada da cintura, o punhal ao lado dela, atravessou o arco nas costas e prendeu a aljava cheia de flechas. Então se despediu da simpática elfa e começou a descer as escadas em direção ao pátio que ficava lá em baixo. Legolas já se encontrava por lá. Aranel desceu os últimos degraus onde os irmãos Elladan, Elrohir e Arwen estavam. Ela sorriu para os três e fez um aceno de cabeça, então caminhou até onde Legolas, Celeborn e Galadriel esperavam.
— A jornada de vocês começa agora. Precisam ser fortes pois precisarão um do outro para cortar esse mal que está crescendo. — ela disse calmamente. — Mas antes de partirem gostaria de ajudar de alguma forma. — ela sorriu.
Aranel viu quando alguns elfos se aproximaram com duas bolsas de couro, mantos escuros e duas aljavas carregadas de flechas.
— Esses mantos protegerão vocês contra o frio. — ela sorriu e um dos elfos entregou um manto élfico com capuz para Aranel e Legolas. Eles prenderam usando broches élficos e sentiram o calor agradável da floresta os envolver. — Lembas e flechas pois vocês vão precisar. — ela sorriu e se aproximou de Legolas. — Seu arco é poderoso mas precisará de um mais forte e potente. — Galadriel sorriu e um elfo se aproximou com um manto envolvendo algo nas mãos. — Um presente meu para ajudá-lo em sua jornada.
Galadriel pegou o manto do elfo e entregou a Legolas. O príncipe desenrolou o manto e admirou o arco, branco com detalhes em prata. Era cheio de desenhos de runas élficas e tão bonito que parecia carregado de magia. Ele pegou o arco e admirou, depois olhou para Galadriel que sorria.
— Hantalë. — agradeceu o príncipe.
Galadriel caminhou e ficou de frente para Aranel.
— Ouvi dizer que você gosta de adagas, é verdade? — perguntou a elfa.
— São ótimas quando estou sem flechas e o inimigo está longe. — respondeu ela.
Galadriel sorriu e pegou uma adaga que um outro elfo trazia em cima de uma almofada.
— Pode parecer simples mas essa adaga é poderosa. — disse e entregou a arma para Nel. — Coloque-a em ação e verá o que ela pode fazer! E ela sempre voltará para você, não importa onde esteja.
Nel observou os detalhes em ouro e prata da bainha e a leveza da adaga. Ela desembainhou, ao ver a lâmina de aço refletindo seu rosto, ela sorriu.
— Hantalë, minha Senhora. — agradeceu prendendo a adaga junto com o punhal que estava no cinto.
Galadriel sorriu se afastou um pouco. — Nenhum presente no mundo compensaria mais do que rever Floco de Neve e Silvery, não acham? — ela perguntou e relinchos soaram ali perto.
Silvery e Floco de Neve surgiram entre as árvores. Aranel abriu um enorme sorriso ao vê-los. Eles ultrapassaram os próprios limites para que Nel e Legolas chegassem em Lothlórien a tempo e ela não conseguia imaginar como eles tiveram forças para passar mais de doze horas correndo intensamente. Legolas se levantou e juntos caminharam até os dois cavalos.
— Aiya. — cumprimentou Aranel antes de abraçar o pescoço do garanhão.
Floco de Neve resfoleou e relinchou baixinho, apertando-a contra ele. Nel olhou para o lado e viu essa cena:
Ela riu e voltou a olhar para o seu cavalo.
— Você é o meu melhor!
Floco de Neve relinchou, cheio de si e Nel olhou em seus olhos castanhos brilhando.
Após dividirem a bagagem, Legolas e Aranel montaram nos cavalos. Galadriel sorriu uma última vez.
— *Nai tiruvantel ar varyuvantel i Valar tielyanna nu vilya. — desejou a Senhora da Floresta. — Namárië!
Legolas e Aranel assentiram com a cabeça e disseram juntos:
— Namárië.
Eles guiaram os cavalos por trilhas pela floresta até encontrarem um nível mais baixo do rio que puderam atravessar sem problemas. Os campos verdes ficaram a vista novamente e eles começaram novamente sua jornada rumo ao sul.
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Do Quenya para o Português:
Nai tiruvantel ar varyuvantel i Valar tielyanna nu vilya – Que os Valar protejam vocês em seu caminho sob o céu.
Melda – querido.
E assim chegamos ao fim de mais um capítulo... Não se esqueçam de votar hein kkkk beijinhos élficos...
Tenn'enomentielva....
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