✴Aranel✴ Ao Lado do Rei

~***~

Umas devem estar assim: "Mas o que??? Ele não ficou no castelo??? "
Calma, pequeno elfo, uma hora tudo se encaixa!

Respire fundo...

Está pronto? Vamos lá...

Boa Leitura...

~***~

Joseph gargalhou.

— Muito tempo mesmo. — disse ele. — Quantos? Seiscentos, setecentos anos?

— Isso não importa agora, importa? — perguntou o rei e pela primeira vez, Aranel conseguiu distinguir a frieza por trás de suas palavras. — O que está em jogo aqui, é muito diferente do que estava em jogo antes! Desista, Blatter, não terá sucesso nessa empreitada! — Thranduil ficou com um olhar sério e destemido. — Não vai querer abrir esse caixão.

— Eu nunca conseguiria abri-lo se ainda existisse ódio e discórdia entre seu filho e Aranel. — o homem apontou para a elfa acorrentada, sentada no chão. — Mas acho que a dor foi tanta que ela pegou seu coração de volta.

Thranduil a olhou de modo sério mas não parecia estar surpreso com a informação discarada de Joseph. Ele soltou uma respiração pesada, molhou os lábios e voltou a encarar o homem a meia distância dele.

— Eu já sei do beijo. — disse o rei com veemência. — E que agora meu filho carrega um sentimento novo por ela. — ele lhe lançou um olhar frio. — O que me faz lembrar do por quê você ainda não a soltou?

— Ah, Majestade... Você mais do que ninguém sabe que eu preciso de um sacrifício de sangue para completar o que desejo fazer, não sabe?

Thranduil deu um passo a frente. Todos os caçadores levaram as mãos nas armas, prontos para atacar o rei.

— Escute-me, não vai machucá-la, tocar em um fio de cabelo ou até mesmo assoprar... — a voz do rei estava carregada de astúcia. —, não vai prejudicar essa princesinha. — Thranduil ordenava seriamente, fitando Joseph com frieza. — Terá que passar por cima de mim se quiser o sangue Vellenmar!

— Engraçado, pensei que você não ligasse para minha vida. — Aranel deu de ombros e encarou o rei com o semblante sério.

— E não ligo! — afirmou ele levantando os ombros. — Mas Legolas com certeza se importa com você. Não estou aqui exclusivamente por sua causa....

— E o mundo bocejou! — Nel resmungou virando a cabeça.

— Depois eu me entendo com você! — Thranduil desviou seu olhar e bufou. — Não me escutou, Blatter?! — o rei ergueu o tom de voz. — Desista! Não vai querer abrir isso.

— Eu não passei séculos planejando isso para desistir agora, Greenleaf. — Joseph disse caminhando até o caixão.

Aranel respirou fundo e olhou para o rei. Se entendia tudo que estava acontecendo ali? Não! Não entedia nada. Não sabia o que estava dentro do caixão, por que ele estava selado por magia e o que Thranduil e Silmalótë tinham a ver com toda aquela história. A cada momento que respirava, descobria que os dois reis – apesar de se odiarem –, pareciam compactuar com várias coisas. Como eles tiveram coragem de "prender" seu coração, e o de Legolas, em uma joia? Ainda estava tudo muito confuso; prisões místicas, caixões que só abririam em algum sacrifício de sangue, previsões sobre o amor proibido entre ela e o príncipe da Floresta.

Ela bufou e olhou para Joseph, que não parecia se preocupar com o elfo em suas costas, cercado por caçadores armados até os dentes. Ela teria tempo de sobra para descobrir a verdade de tudo depois de dar uns bons socos na cara de Blatter. Mas primeiro teria que se livrar dos grilhões que a prendiam.

— Blatter! — a voz de Thranduil retumbou no amplo salão quando Leon pegou Aranel violentamente pelo braço e levou até Joseph. — Não toque nela! — ele empunhou as duas espadas de prata. — Já chega! Cancei de ser bonzinho!

O rei avançou na direção dos vários elfos que o cercavam. E enquanto Thranduil abria caminho entre os caçadores fácil e fatalmente, Aranel olhou para Joseph e gritou:

— Não sei o que está aí dentro... Ou quem mas você não pode fazer isso comigo! Não pode exigir meu sangue.... Você é doentio! Legolas vai te caçar se tocar em mim! — ela se debatia enquanto que Leon a segurava fortemente.

— Quem diria que um dia eu a veria assim... — Joseph tinha um olhar divertido. —, a impetuosa e fatal Aranel Vellenmar colocando sua vingança nas mãos de um elfo!

— Não é um elfo! — ela o olhou friamente. — É Legolas Greenleaf! Você acabou de assinar sua sentença de morte! — Aranel se divertia com o escândalo pois estava ganhando tempo para que Thranduil se aproximasse mais. — E não estou colocando a minha vingança nas mãos de um elfo... Você deve saber do meu código, não deve?!

Joseph deu de ombros e colocou as duas gemas sobre o caixão.

— Então sabe que mesmo morta, eu vou te matar. — ela sibilou em seu ouvido.

Leon segurou seu pescoço com força e a puxou para perto. — Cale a boca, senão arranco sua língua.

Ela fez uma careta de dor. — Não precisa fazer isso, Leon! Não precisa compactuar com minha morte! Você não vai fazer isso. — friamente, ela encheu suas palavras de charme.

Leon molhou os lábios e sibilou em seu ouvido: — Já está feito!

O humano a empurrou e Aranel tropeçou em algumas correntes, indo em direção a Joseph. O homem imortal a segurou pelos ombros e sorriu, pegando sua adaga do cinto.

— Sinto muito amor... — ele disse com um sorriso. — Mas preciso de sangue élfico!

Aranel sentiu a lâmina afiada da adaga em seu pescoço mas antes que Joseph aprofundasse o corte, foi pego de surpresa pela espada de Thranduil em torno de seu pescoço.

— Tire as mãos dela! — ordenou o rei friamente. O humano levantou as mãos e Aranel sorriu. — A-ah! — gritou o rei olhando para Leon atrás da princesa. — Nem pense nisso, Hirszman!

— Como sabe meu nome? — Leon parecia surpreso.

— O seu Mestre aqui, não é o único que tem olhos em todos os lugares. — inquiriu o rei e olhou para o homem de terno ao lado da princesa. — Elijah, poderia fazer o favor de...

O homem fez leve aceno com a cabeça e pegou as chaves dos grilhões do bolso, soltou Aranel e tirou as gemas do caixão.

— Devo devolver a de Silmalótë para ela, meu senhor? — perguntou ele. Aranel franziu as sobrancelhas e olhou para Elijah.
— Ainda não, Elijah. — negou o rei. Thranduil sacudiu Joseph com raiva. — Conhece meu agente duplo, Blatter? — perguntou o rei mas não esperava a resposta.

— Traidor! — grunhiu Joseph fitando Elijah.

— Traidor não... Nunca servi a você. — rosnou o homem com um olhar sério.

— Tire Aranel daqui, Elijah. — ordenou o rei. — Eu vou cuidar desse imortal sozinho!

Aranel ainda estava com as falas presas na garganta, não conseguia acreditar que Thranduil a ajudou. Ela molhou os lábios e a passos trocados, deixou o rei e os dois homens, sendo guiada por Elijah.


Enquanto seguia Elijah para fora do salão, Nel respirou fundo e olhou mais de uma vez para trás. Algo dizia para ela voltar mas suas pernas pareciam conhecer o caminho que levava de volta para seu príncipe. Aranel queria tanto vê-lo, contar sobre tudo que acabou descobrindo e sobre o beijo. Ah, o beijo! Nel ainda sentia o gosto doce da boca dele, podia ainda sentir o toque do príncipe. Ela respirou fundo e um leve sorriso se formou nos seus lábios, seu coração começava a se alegrar novamente. Legolas não era só um amigo, estava se tornando algo a mais.

Então ela parou, olhou para o longo corredor e depois para trás. Não sabia o motivo, mas estava preocupada se Thranduil saísse de lá com vida.

“— Não importa o quanto ele seja arrogante, frio e rude. Ele é meu pai... E é o único que eu tenho. Melinyes!”

Ela se lembrou das palavras doces e serenas do príncipe quando cavalavam rumo ao sul. Sabia exatamente como era amar alguém acima de seus defeitos... Amava sua mãe da mesma intensidade que Legolas amava o pai. O rei poderia ser muitas das piores coisas: arrogante, egoísta, rude, frio mas ele ainda era pai do elfo que ela estava começando a amar. Thranduil foi até lá para ajudá-la mas se acontecesse alguma coisa grave com o rei, com Nel podendo ter ajudado, poderia deixar seu príncipe tão distante que demoraria anos, talvez décadas para ele superar.

— Que droga, amor! — ela bateu o pé.

— Você vem, senhorita? — a voz de Elijah tirou-a de seus pensamentos. Ele estava a alguns centímetros na frente dela.

Ela prendeu o ar, olhou para frente e para trás. Voltava e ajudava Thranduil ou seguia em frente e encontrava Legolas? Não teria tido dúvidas em escolher a segunda opção, se não estivesse com a sensação de que deveria voltar. Ela engoliu em seco e olhou para o homem de terno.

— Preciso voltar! — disse ela — Há algo de errado.

— Mas não posso fazer isso...

— Leve as duas joias para o príncipe! — ordenou ela interrompendo o rapaz. — Não venha atrás de mim, seu rei não vai puni-lo! — e então saiu correndo para dentro da escuridão antes que Elijah pudesse impedir.

Enquanto corria de volta para o salão, ouviu o timir de espadas e de uma briga fervorosa.

Em meio a escuridão e a frieza do local, ela viu as luzes fantasmagóricas dos candeeiros e tochas no salão. Pegou a adaga que Galadriel lhe deu e entrou no salão com cuidado e o que viu, merecia uma pintura.... Só não deixa ele ouvir isso!

Havia mais de trinta homens no salão, armados com espadas, arco e flecha e facas. Havia vários corpos em volta e provavelmente, Thranduil lutou ferozmente mas foi imobilizado e obrigado a se ajoelhar. O rei fitava o homem em sua frente com frieza e percebeu a aproximação cautelosa de Aranel sem embossar nenhuma reação. Nel se estreitou pelas sombras e procurou o melhor local para agir. Precisava ser rápida e acreditar que aquela adaga era realmente mágica e destrutiva o bastante para matar todos ali... Ou quase todos. Ela jogou a adaga e segurou firmemente no cabo quando o objeto voltou para sua mão, ela se aproximou de um caçador e perfurou a jugular dele. Sangue esguichou pelo ferimento e ele gritou, alertando todos em sua volta. Ao tirar a adaga, o homem foi chão, morto, e Nel fitou todos avançando em sua direção.

— Agora sim está ficando bom! — ela gritou e pegou o arco e as flechas do homem ao seus pés.

— Ah, já estou cansado de imprevistos! — rosnou Joseph — Matem todos!

Aranel começou a atirar contra seus inimigos, acertava cada tiro que dava perfurando crânio, olhos e gargantas. Joseph sumiu depois que Thranduil conseguiu se colocar de pé e começar a lutar com tanta habilidade que rasgava a carne de seus inimigos mortalmente em questão de segundos.

— Você já está me irritando! — ela ouviu a voz de Leon e olhou para o lado. O caçador vinha correndo em sua direção com um furor fora do normal.

Nel esperou para que ele chegasse perto o suficiente e deu um passo para trás, agarrou seu braço esquerdo e rodou o corpo dele. Leon foi arremessado contra uma das pilastras tão fortemente que parte do mármore rachou e parte da estrutura cedeu. Ele caiu no chão e Nel poderia apostar que ele não tinha resistido. Ela voltou sua atenção novamente para os inimigos que se aproximavam e focou em matá-los.

Não demorou muito para não haver mais caçadores em pé. Ela respirou fundo e olhou em volta, corpos por todos os lados e o caixão havia desaparecido, assim como Joseph. Thranduil caminhou até ela, limpando a lâmina da espada.

— Por que voltou? — perguntou o rei com seu olhar sobre a lâmina suja de sangue.

— Não seria nada legal se você morresse em vão ou para me salvar. — ela deu de ombros e limpou a adaga. — Legolas, provavelmente, ficaria bem zangado se você morresse sem eu ter feito nada para ajudar, quando eu podia.

— Não sabia que ligava para minha vida. — ele sorriu sarcasticamente.

Nel deu um sorriso forçado. — Não ligo! — ela olhou com seriedade para ele. — Não fiz isso por você.

Ela se virou e caminhou até onde Leon estava caído.

— Sobre isso...

— Shh! — ela o interrompeu imediatamente. — Está ouvindo isso?

Thranduil olhou em volta, apurou os sentidos e juntos eles escutaram um som de batimentos e respiração fraca. Aquilo vinha do caçador aos seus pés. Aranel bufou e olhou para Leon.

— Ah, só pode ser brincadeira! — ela resmungou.

— É, vaso ruim não quebra mesmo! — Thranduil murmurou.


Com a ajuda do rei, Aranel amarrou Leon em uma pilastra para que ele não pudesse escapar. Já estava cansada de tanto sofrer em somente olhar para seu rosto; um rosto traidor. Ele foi recuperando as forças aos poucos mas não demorou mais que alguns minutos para resmungar algumas palavras.

Aranel chutou sua perna e ergueu a voz.

— Oh, acorda!

— Ahn?! Mas o que... — ele olhou em volta, desorientado e com a visão embaçada. —, ah, aqui é o céu?! — ele olhou para Thranduil em sua frente. — Você é um anjo?

Aranel olhou de Leon para o rei e franziu os lábios. — Está mais para demônio!

— Oh! — Thranduil fechou o semblante.

Nel o ignorou e se abaixou ao lado do homem que um dia ela chamou de seu. — Não precisava ser desse jeito! Poderia ter sido diferente...

Leon cuspiu na cara dela. Aranel limpou a saliva e respirou fundo, olhou para ele o mais serena possível.

— Você destruiu minha vida! — rosnou ele — Matou Lyssa! Precisava aprender a lição.

— Mas agora a lição mudou de professor. — ela sorriu forçadamente e se levantou. — Matei Lyssa sim e mataria mil vezes se precisasse... Você me destruiu Hirszman! Irá pagar por isso. — ela caminhou até Thranduil e pegou a tocha das mãos dele.

— O que vai dizer ao Joseph quando ele descobrir que eu sumi? — arquejou ele.

Ela fez biquinho e olhou para Thranduil. O rei retribuiu o olhar.

— Eu consegui escapar! — disse ela olhando para o caçador. — Thranduil me achou na floresta e você... — ela se apoiou nos joelhos e disse friamente: —, desapareceu!

Os olhos do caçador se encheram de espanto e ele gritou:

— Você não pode fazer isso! Não pode me matar! Não pode.... — Leon a olhou com medo e euforia. — Não precisa fazer isso!

Nel molhou os lábios.

— Já está feito!

Ela jogou a tocha no corpo de Leon e viu as chamas consumirem sua carne, arrancando-lhe a vida.

~***~


Acabamos esse cap! Podem recuperar o fôlego para sobreviver ao próximo? Kkkkk

Tenn'enomentielva...

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