✴Aranel✴ Agonia, tortura e sangue

~***~

Espero acalmá-las com um aviso: Como tem muita coisa para acontecer com a Nel, e pela visão dela, por enquanto não terão capítulos pela visão de Legolas. OK? Somente Aranel vai "narrar" por enquanto.... Um pouco de suspense também pela minha parte rsrsrsrs.

Estão mais calmas? Já aliviaram os ânimos?

Respirem fundo....

Vamos lá...

Boa Leitura...

~***~

Nel olhou em volta. Sabia que estava no jardim porém não sabia ao certo em que ponto do jardim. Ela esperou ali, sentada em um banco de mármore e apreciando as árvores curvando-se sobre ela. Fechou os olhos quando o vento bateu contra seu rosto e balançou seus cabelos, colocou a mão nos lábios e sorriu. Se estivesse com o sentimento de raiva de um mês atrás, aquele beijo seria sua ruína mas estranhamente, Nel sentia como se finalmente conseguisse ser doce e boa novamente. Aquele beijo a mudou, ainda não sabia ao certo como, mas havia mudado algo dentro dela. Enquanto tinha os lábios do príncipe selado nos dela, sentia-se como se nada e nem ninguém pudesse domá-la. Ela só queria ser dele, sentir Legolas clamando por seu nome e se entregar completamente àquela paixão inesperada. Talvez estivesse louca, talvez não conseguia pensar direito por conta das várias pancadas que recebeu na cabeça durante toda aquela missão... Seja lá o motivo, Nel tinha certeza somente de uma coisa: Legolas conseguia dispertar seus desejos mais insanos.

Entretanto, mesmo sabendo que poderia carregar uma paixão ardente pelo príncipe da Floresta, ela ainda não conseguia "sentir" a sensação de fato. Era como se algo faltasse em seu peito... Algo vital para os sentimentos e que não parecia estar lá. Não sabia ao certo tudo que estava acontecendo consigo, era uma mistura de sentimentos, e aquilo estava começando a apavorá-la.

Um eco seco na mata a dispertou de seus pensamentos. Queria tanto que houvesse outro jeito de fazer aquilo mas não correria o risco de colocar a cabeça de Legolas à prêmio, e também tinha certeza que Joseph levaria ela exatamente onde queria chegar. Se sairia viva de lá? Sim, precisava voltar para Legolas antes que ele enlouquecesse.

Nel olhou em volta e viu uma silhueta surgir em meio as altas plantas do jardim, depois veio os olhos azuis e Leon se aproximou dela. Ele sorria como se tudo estivesse perfeito e ela sentiu uma enorme vontade de espancá-lo novamente.

- Então você gosta mesmo daquele elfo, não é? - disse ele com desdém. - Entregou-se para salvá-lo! Como gostei mesmo de você? - não foi uma pergunta direta. - Você me dá nojo, sabia?

- Desculpe, mas não pedi sua opnião... - ela se aproximou dele com frieza. -, ele é tudo que você nunca será!

Ele riu, debochando. - Quem? Aquela fadinha da floresta? Legolas Greenleaf é tão mortal quanto uma pena.

Nel olhou para seu ex e tentou entender o motivo que levou ele a escolher aquela vida, até se lembrou de uma coisa do passado que não contou a ninguém.... Era uma coisa que apenas ele e ela sabiam... Uma coisa que fez os dois se transformarem tanto...

- Por que está ajudando, Joseph? O que ele te prometeu? - ela cruzou os braços. - Minha cabeça? Minha ruína...

- Ele me prometeu o seu amado Legolas! - rosnou ele com um olhar assassino.

Aranel sorriu com o canto dos lábios. - Ah, entendi! Você quer que eu sofra, não é? - ela começou a andar em volta dele. - Quer que eu sinta a dor que você sentiu quando matei Lyssa... - suas palavras eram frias e lentas. - Quando eu... A despedacei! Quando eu a transformei em nada... - Leon ofegava de raiva. - Quando eu.... A transformei... Em cinzas!

Leon a pegou pelos braços e precionou seu garganta com a outra mão. Ele apertou seu pescoço fortemente e o ar começou a falhar em seu pulmão.

- Você consegue ser pior que Thranduil, sabia? - disse ele vorazmente.

Aranel conseguiu dar uma rizada. - Para acabar com sua raça, ser comparada a Thranduil é uma honra!

- Hirszman! - uma voz masculina mais grave ecoou ali e um homem entrou em seu campo de visão. - Solta ela! O Mestre foi bem claro quanto a isso... - o homem era alto, de rosto fino, lábios rosados e olhos castanhos escuros. Cabelo cortado como se fosse um homem da corte e pele pálida. -, Aranel Vellenmar tem que estar intacta para os planos dele. - o rapaz ajeitou a gravata e deu uma leve batida no terno preto. - Não vai querer acabar com a diversão dele antes de começar, vai?

Leon o olhou com a respiração acelerada. - Você não tinha levado uma surra de uma espiã? - provocou o humano. - O que faz de pé?

O homem fechou parcialmente os olhos e respirou fundo.

- Faço o que fui incumbido de fazer. - ponderou o homem calmamente. - O Mestre sabia que você poderia passar dos limites e me mandou para garantir que a princesa não sofresse sem o consentimento dele. - ele deu dois passos para frente e colocou a mão no bolso da calça. - Solte-a, Leon. - disse ele com calma.

- Ah, Elijah, sempre cumprindo ordens não? - debochou Leon.

Aranel apertava o pulso dele e arranhava sua pele mas nada surtia efeito, ele não parava de fechar a passagem de ar que estava mantendo-a viva e sua visão começou a tremer.

- Solte-a agora, Hirszman! - gritou Elijah.

Leon deu de ombros e jogou Aranel com facilidade contra o tronco grosso de uma árvore. A pancada foi enorme e ela sentiu uma forte dor subir por toda sua coluna. Sua visão estava turva e ao cair de decúbito dorsal na terra, sentiu como se todo seu corpo tivesse sido atropelado por um caminhão.

- Você disse para soltá-la! - disse Leon com desdém. - Eu soltei!

As vozes de Elijah e Leon ficaram graves e embaralhadas quando uma dor atingiu sua cabeça e tudo começou a ficar escuro.

Eu abri os olhos e me vi cercada de paredes altas, rudimentares e brancas, cobertas por plantas e a grama baixa encobria o chão de madeira. Eu ceifei o ar na tentativa de me libertar das grossas correntes de prata que me prediam mas nada adiantou, então cai de joelhos. Suguei o ar com força sentindo o aroma adocicado do carvalho e salgado do oceano. Não me importaria para onde todos tinham ido, mas bem que poderiam ter ao menos tirado esses grilhões de prata. A lua estava alta no céu e eu limitei-me a olhá-la. Era tão perfeita, brilhante e iluminava cada canto daquele pátio, a água escura cintilava lá no fundo como se fossem mil diamantes. A beleza do dia sempre me encantou mas a solidão da noite conseguia me arrancar o fôlego, pois eu conhecia bem o significado daquela palavra. "Solidão" era meu segundo nome. A anos vagava por aqueles bosques, esquecida de quem eu sou, de quem fui ou de quem poderia ter sido. Não me importava se contassem histórias sobre a "Dama Esquecida", ou sobre a "Linhagem Perdida", ou até mesmo sobre "A mulher que passou por cima de todos para amar verdadeiramente alguém" , não me importava com nada disso. Eu só queria ele.

Eu não pedi a benção dos Valar. Imortalidade ou um grande destino. Nem que meu nome fosse lembrado por gerações... Eu só queria seu amor... em troca do meu.

- Levante-se e encare, criança. - uma voz suave sibilou no meu ouvido. - Acorda, Nel!

- Acorda! - ela deu um pulo ao ouvir a voz retumbante de Joseph. - Até que enfim!

Nel piscou os olhos com força. Sua cabeça latejava como mil explosões, seu corpo inteiro doía e sua boca tinha um gosto estranho de sangue. Ela piscou várias vezes tentando focar sua visão mas todas as vezes que sua pálpebra movia, era excruciante a dor que tomava conta de sua cabeça.

Aranel se moveu, tentando se sentar mas foi impedida pelos grilhões de ferro que prendiam suas mãos e pés. Ela olhou em volta e viu-se em um imenso salão antigo. Pilastras subiam até o teto, o chão era escuro e as paredes ainda mais. Tochas e candeeiros estavam espalhados por todo lugar, era a única iluminação dali. Havia muitos caçadores - uns conversando, outros ajoelhados presos em algum tipo de oração, e outros fitavam-na com diversão. Ela tentou se levantar mas seu corpo não respondeu, era como se toda sua energia tivesse sido drenada.

- Está sã ainda, princesa? - perguntou Joseph ajoelhado em sua frente.

Nel ergueu uma sobrancelha e olhou de soslaio.

- Ainda posso acabar com você, Blatter! - ela disse friamente.

Joseph deu uma risada. - Não! Não pode!

- O que você quer comigo? - perguntou ela com a cabeça apoiada na pilastra atrás de si. - Quer minhas joias? Pegue! Eu já não ligo mais. - ela respirou profundamente e molhou os lábios.

- Não liga mais? - ele fez cara de triste. - Mas devia... Sua joia guarda uma coisa muito rara... Poderosa!

O homem que ela reconheceu como sendo Elijah, se aproximou com uma joia na mão. Ela não era branca e oval como a de Thranduil, e sim retangular e vermelha como sangue. Aranel imediatamente sentiu a gravidade da gema, algo em seu interior gritava para que ela a tocasse. Nel ficou atônita ao ver a pedra cintilando, chamando por ela.

Joseph pegou a joia e ficou admirando. - Não é linda? - perguntou com um brilho sonhador. - Ela não estava assim quando estava nas mãos de Thranduil, ou em exposição no baile. Era uma Gema Branca comum; oval e de brilho branco.... Mas quando foi colocada perto de você... - ele sorriu e a olhou com curiosidade. -, ficou assim! Vermelha, brilhante... Poderosa.

Aranel balançou a cabeça em discordância.

- Como? Por que? - perguntou com a voz fraca.

Joseph estalou os lábios. - Não é atração, poder... Muito menos mistério. - ele disse brincando com a joia. - É porque ela guarda uma coisa rara... - ele a olhou seriamente. - Uma coisa que eu quero!

Joseph se levantou e caminhou até uma tocha que estava presa na pilastra mais próxima.

- Pois então pegue! Eu não me importo...

- Sim, você se importa! - disse ele com um sorriso no canto dos lábios. - Sabe por que você se importa?

Aranel manteve-se calada.

- Porque eu não posso simplesmente pegar. - afirmou ele. - Para mim conseguir o que quero, você tem que pegar de volta uma coisa que está aqui dentro.

- O que? - perguntou a elfa.

Joseph estalou os lábios, negando a resposta. - Você vai ter que descobrir sozinha... Mas preciso que você diga a seguinte frase: "Eu te liberto!".

Nel franziu as sobrancelhas. Não sabia o que tinha dentro da joia, o que ele queria e, o que planejava fazer com o que conseguiria, mas não libertaria nada. Mesmo tudo sendo confuso demais, não faria nada que pusesse em risco sua pele.

- Não fazer isso! - disse friamente. - Não vou fazer nada!

Joseph ergueu uma sobracelha. - Ah, não vai é?!

O homem, com um olhar sádico, aproximou a joia vermelha do fogo e imediatamente, Aranel gritou de dor. Seu peito queimava como se estivesse em uma pira enorme, coçava, ardia e doía como mil facas entrando violentamente em seu coração. Ela gritou com todas as forças que tinha e tombou seu corpo para frente, retorcendo-se a medida que a dor espalhava-se por todo seu corpo.

Ela fechou os olhos e tentou pensar mas nada era mais potente que aquilo. Milhões de perguntas vinham de uma vez em sua cabeça mas não conseguia formular explicações para nenhuma delas.

Joseph afastou a joia do fogo e instantaneamente, a dor desapareceu. No entando, seu corpo inteiro tremia e sua garganta ardia como fogo.

- Não vai fazer nada ainda? - perguntou ele.

- Vai ter que fazer mais que isso! - ela conseguiu esboçar um sorriso.

- Vejamos... - ele colocou a joia novamente sobre o fogo e sorriu ao ver Aranel gritar novamente.

Elijah fechou os olhos e molhou os lábios ao ouvir os gritos de agonia da princesa.

Nel se curvou novamente e sentiu todas as dores novamente. Veias sobrassaiam em sua pele quando gritava tão intensamente que parecia que perderia a voz.

Ela não recuou por longas duas horas. Joseph "queimou" a joia com paciência e tranquilidade, os homens se divertiam pelas suas costas. Somente Elijah parecia ter se cançado de ouvir os gritos agonizantes da princesa e se afastou depois de meia-hora de tortura.

Naquele momento, Aranel estava em um estado petrificado no chão. Sua respiração estava fraca e seus olhos fitavam a escuridão do piso. Seu corpo não respondia aos seus comandos, estremecia tanto quanto enormes caixas de som. Seu peito já não queimava mais e sim doía, ardia e pulsava com intensidade, seus ossos pareciam pedras e sangue escorria pela boca e nariz. A partir da primeira hora, Aranel já não conseguia mais falar alto e suficiente e quando Joseph levava a joia novamente ao fogo, não possuía mais forças para gritar. Era horripilante tudo que ela sentia ali.

Joseph a olhou com raiva e gritou para Leon que estava ali perto. - Peguem o martelo, eu vou estraçalhar essa joia agora!

- Mas precisa dela inteira... - interveio Elijah se aproximando. - Não pode fazer isso! Vai matá-la!

- Que se dane! - trovejou ele. - Peguem logo!

Leon veio correndo com um martelo na mão e entregou a Joseph. Aquela cena fez o medo tomar conta de seus pensamentos e o arrependimento veio com força.

- Não vai parar de sentir dor enquanto não disser a frase! - gritou ele e martelou a joia no chão com uma fúria incontrolável.

Aranel sentiu a pancada imediatamente, como se estivesse martelando seu coração. Seu corpo tremeu de dor.

- Pare, Joseph! - gritou Elijah. - Vai matá-la.

Sangue pingou no chão ao lado da cabeça de Aranel. Ela fechou os olhos sentindo seu corpo implorar por rendição. Não dava mais... Precisava recuar...

O homem martelou novamente com mais fúria ainda. - Diga! - gritou ele.

- Para! Joseph! - gritou Elijah tentando tomar o martelo das mãos do homem. - Pare!

Ele martelou mais uma vez. Aranel sentia seu coração render-se aos poucos. Mais uma... E seria o fim.

- Diga! - gritou ele erguendo a ferramenta.

- Não faz isso, Joseph! - interveio Elijah.

Reunindo as últimas forças que tinha, Nel gritou:

- Já chega! - ela tombou a cabeça e olhou para a joia vermelha, cheia de arranhões e trincos. - Eu te liberto! - sua voz saiu que inaudível.

A gema brilhou.


Naaaaooo! Thay! Não faça isso comigo!

Calma, pequeno elfo, eu também preciso respirar depois desse cap! Kkkkkkk

Tenn'enomentielva.....




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