Capítulo 4

•/Luísa Souza/•

Acordo com o barulho irritante do meu despertador. Hoje é terça! Não quero levantar, que saco! Depois de alguns segundos eu levanto.

Vou me arrastando para o banheiro, faço minha rotina matinal que é bem normal e vou em direção ao guarda-roupa. Vesti uma calça jeans clara, cropped azul claro, coloquei meu tênis branco da adidas, peguei meu celular e coloquei no meu bolso.

Desci lentamente pois estava com muita preguiça e também estava muito cedo. Fui na cozinha e encontrei um bilhete que meu pai tinha deixado colado na geladeira me avisando que tinha ido mais cedo para o trabalho.

Comi uma banana e bebi um copo de suco de uva. Penteei meu cabelo no banheiro de  baixo, já que eu tinha me esquecido de pentea-lo, passei um batom nude e peguei a minha chave.

Fui na garagem, subi em minha moto e dei partida em direção a escola. Deixo minha moto no estacionamento e entro na minha querida e amada escola (sintam a ironia!).

Cheguei e reparei o trio "perfeito" e uma outra menina que, por algum motivo, estava me encarando. Fui para o refeitório, peguei um biscoito que tinha lá e escrevi uma mensagem para o Matheus. Quando ia enviar, li de novo e apaguei. Não quero que ele pense que eu estou correndo atrás.

Saí do refeitório e a tal menina ainda estava me encarando.

- Ei! Qual é teu problema? - Pergunto parando de frente para ela que tinha acabado de fechar o armário e tinha uma pilha de livros nos braços.

- Nenhum. - Respondeu tentando me analisar.

- Então por que está me encarando?

- Só estava olhando...

- Então pare de olhar! - Deixei bem claro. Ela é estranha e eu não fui com a cara dela.

- E se eu não quiser? - Falou em um tom de ignorância pela primeira vez. Ela quer me testar? Não fui com a cara dela e meus instintos não costumam estar errados.

- Olha só, garota, eu não sei qual é o teu problema, ok? Não sei se tu viu a Geovanna dando em cima do garoto que você gosta, ou pegou ela beijando o seu namorado. Então não venha querer descontar em mim, ou ficar me olhando como se eu tivesse culpa. Presta atenção, não me teste, pois você não é ninguém para fazer isso. Se quiser saber do que eu sou capaz, fale com a loira falsificada a qual a fábrica deu nome de Geovanna. - Nessa hora vejo o Matheus vindo em nossa direção. Só agora percebi que estava falando um pouco alto demais. - Mas independente do que aconteceu, entenda uma coisa! A vida não tem dentes, por isso ela não gosta de sorrir para as pessoas. - Disse e derrubei todos os livros dela.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou Matheus parando ao lado da menina que eu não sei o nome.

- Ficou claro, senhorita mal amada? - Falei ainda sem fazer contato visual com ele. Talvez eu tenha pegado pesado na parte "mal amada", mas sinceramente não me importava. Ela ainda vai aprontar comigo!

- Você não tem coração, não? - Perguntou percebendo os olhos marejados da atriz. Finalmente olhei na cara dele, mais especificamente dentro dos olhos. Depois de tudo, como ele teve coragem de perguntar aquilo?

- Que eu saiba, o coração serve para bombear o sangue, nada mais. - Falei cuspindo as duas últimas palavras. - Com licença. - Disse e entrei no meio dos dois, peguei o pirulito no bolso da atriz. Tirei a embalagem, virei de costas para eles, coloquei o pirulito na boca e joguei a embalagem em cima dos livros que ainda estavam caídos no chão.

Saí dali, mas não estava a fim de ir para a aula, então simplesmente fui para as arquibancadas. Para o meu azar, ou não, tinha um garoto lá.

- Oi - Ele disse quando percebeu minha presença.

- Oi - Disse sem paciência.

- Eu vi o que aconteceu nos corredores. - Disse se referindo a minha briga. Gostei dele, foi direto ao ponto.

- Que bom. - Digo e forço um sorriso.

- Desculpa pela minha irmã.

- Sua o que? -  Pergunto surpresa.

- É, ela é minha irmã. Gêmea, na verdade. - Diz e só aí eu percebo os traços parecidos deles. - Ana... Eu sou o Arthur.

- Luísa. Bom, sua irmã é uma ótima atriz.

- Atriz?

- Sim. Nossa briga teve até direito a olhos marejados.

- Você foi boa em não cair na dela.

- É só olhar nos olhos dela, a expressão facial. Dá para ver claramente ela forçando o choro.

Ficamos o primeiro tempo conversando e entramos para a sala no segundo.

•/Ana Cavalcanti/•

Aff! Não fui com a cara daquela garota. Bom, não posso dar uma boa resposta para ela ou um bom tapa na cara pois meu carro está em jogo.

Mas sinceramente odiei saber que ela vai estudar aqui. Bom esse garoto que está ao meu lado, ainda a observando sair, é bem bonito.

Quando ela sai do campo de visão dele, ele me ajuda a pegar meus livros.

- Obrigada. - Digo "gentil", pois ele é bonito demais.

- De nada - Ele responde forçando um sorriso.

- A gente se vê por aí? - Pergunto percebendo que ele não para de olhar para os lados.

- Talvez. Agora preciso ir.

- Vai atrás dela? - Pergunto demostrando meu desânimo e minha reprovação.

- Vou. Fiz besteira. - Ele ia sair, porém peguei pelo ombro dele e dei um beijo em sua bochecha.

Ele mal olhou para mim e saiu em disparada pelo mesmo lado que a menina foi.

•/Matheus Mendes/•

Droga! Droga! Droga! Mil vezes droga! Fiz besteira, muita besteira! Depois de tudo que ela sofreu, tudo que me contou, eu ainda fui capaz de perguntar se ela tinha coração?

Estou nesse momento correndo igual louco a procurando. Como hoje é meu segundo dia de aula, ainda não conheço muito bem a escola e isso não está me ajudando.

Chego nas arquibancadas e ela está lá conversando com um garoto bem parecido com a menina a qual ela acabou de brigar.

Não sei o motivo, mas aquilo me incomodou um pouco. Afasto esses pensamentos e decido mandar uma mensagem para ela.

Ei! Desculpa, ok? Eu não sei o que deu em mim, mas não quis dizer aquilo. Espero que não esteja chateada comigo. Podemos nos falar no intervalo?

Ela olha a tela do celular, entra na conversa, lê a mensagem e não responde. Ótimo!

Consegui fazer a minha primeira amiga ficar chateada comigo!

Consegui ser o primeiro amigo dela, depois de muito tempo, e já a chateei!

Será que ela vai me perdoar?

Pode parecer estranho, comparando que o que eu falei é bem normal e ela já fez coisa pior comigo. Mas ela simplesmente confiou em mim e recebeu uma grande decepção em troca.

Ela tirou um tijolo da muralha de defesa do coração dela e eu coloquei outro, com bastante cimento.

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