•/Matheus Mendes/•

- Então quer dizer que, depois de muito pressionar, ele confessou a participação dele no sequestro?

- Não só isso. - Afirma o delegado animado. - Ele também dedurou o mandante.

- Quem? - Pergunto esperançoso de eles já terem até localizado. Olho para o lado e vejo Carlos respirando fundo.

- Marina Bastos. - Responde fazendo com que eu encare Carlos incrédulo.

Como assim a Marina mandou sequestrar a Luísa? Coisa boa não é.

Uma onda de uma sensação horrível me invade. Mau pressentimento, talvez. Mas é porque Marina tem o direito de ver Luísa, então não faz sentido sequestra-la.

- Localizaram elas? - Pergunto fitando o chão. São muitas informações para a minha mente processar.

-Ainda não. - As palavras saem junto com o ânimo dele. Tive de me esforçar para ouvir já que ele falou em um sussurro.

Me viro de costas e corro balançando a cabeça negativamente. Não acredito. A Luísa está em perigo, mais do que antes. Precisamos achar ela, para ontem.

- Matheus! - Escuto Carol gritar. Dou uma rápida olhada para trás e vejo ele e o Peter correndo em minha direção.

- E-ela precisa da gente! Temos que encontrar ela! - Digo com a voz trêmula.

- Matheus, vai ficar tudo bem! - Peter tenta me tranquilizar colocando sua mão em meu ombro.

- Não vai ficar tudo bem! - Esbravejo tirando sua mão de mim. - Liguem os pontos! Marina tem direito de ver Luísa! Ela sequestrou a Luísa para mata-la. - Sento no chão, apoio meus cotovelos nos joelhos e coloco minha cabeça entre minhas mãos. - Para matar a minha morena. - Repito em tom de sussurro só para eu ouvir.

- O que faz aqui? - Pergunta Alex após abrir a porta para mim. Percebo seus olhos levemente vermelhos e inchados.

- Você está bem? - Apesar de tudo, sou ser humano e vou sempre ajudar quem precisa.

- Ninguém está. - Diz depois de alguns segundos de silêncio. - Luísa foi sequestrada. E apesar de tudo, eu a amo. - Conclui fazendo meu coração apertar. Não que eu esteja me sentindo ameaçado, é só que eu estou me colocando no lugar dele. Eu não consigo nem imaginar minha vida sem a Luísa.

- O que você veio fazer aqui? - Pergunta novamente. Percebo que estou fitando o chão e levanto meu olhar para encara-lo.

- Vim te informar uma coisa. - Explico respirando fundo. Ele me dá passagem para eu entrar. Entro e o acompanho até a sala. Nos sentamos no sofá.

- O que tem para me falar? - Pergunta impaciente.

- Marina mandou sequestrar a Luísa. - Solto as palavras e vejo seus olhos ficarem levemente arregalados.

- Como?

- A mandante do sequestro da Luísa é a Marina. - Repito tentando não pensar no pior e surtar.

Vejo ele se levantar e andar de um lado para o outro. Ele coloca as mãos na cabeça como se isso fosse o ajudar a enxergar tudo com mais clareza.

- A Marina... A Marina mandou sequestrar a Luísa... A mãe mandou sequestrar a própria filha... - Diz para si mesmo com a voz trêmula.

- Não se torture pensando no pior. - Me levanto e ele para na minha frente, me olhando. - Já estou fazendo isso. - Explico dando um sorriso de lado.

Jogo o celular em cima da cama depois de encarar mais uma vez uma foto minha e da minha morena.

- Nada ainda. - Diz Alex entrando em seu quarto.

- Será que ela vai voltar? - Pergunto me levantando de sua cama e colocando as mãos nos bolsos.

- Não sei. - Sussurra passando a mão pelo cabelo castanho. - Mas é a melhor coisa que podemos fazer. - Me lança um sorriso fraco e eu retribuo.

Meu celular toca. O nome do Carlos brilha na tela. Chamo a atenção de Alex que se aproxima.

- Alô? - Coloco no viva voz depois de atender.

- Matheus, achamos um lugar que está no nome da Marina. Ele fica longe de tudo. Estamos indo para a delegacia para pegar as coisas necessárias para ir.

- Estou a caminho.

Encerro a chamada e saio praticamente correndo do cômodo. Ouço os passos de Alex vindo atrás de mim.

- Quero levar. - Digo analisando a pistola em minha mão. Meus olhos brilham de ódio. Ódio que estou nutrindo por Marina.

- Luísa não gostaria disso. Não é o certo a se fazer. Esse não é você. - Carlos coloca a mão no meu ombro. Realmente, não sei o que deu em mim.

- Eu quero ir! É minha melhor amiga! Eu tenho o direito! Saia da frente! - Ouço Carol gritar da entrada da delegacia. O delegado faz um sinal para um guarda que vai lá permitir a entrada da menina de cabelo curto.

- Vamos! - Chama o delegado parando em frente a porta da sua sala.

- Elas não estão aqui. - Alex para na porta. Não digo nada. Apenas continuo agachado encarando o cômodo.

É uma sala minúscula. Com uma luz amarela fraca. Um colchão imundo e farelo de pão.

- Ela ficou aqui. - Sussurro para mim mesmo. Apesar do cheiro de mofo que está aqui, posso sentir o cheiro de seu perfume suave quase acabado.

- O que disse? - Pergunta Alex. Me viro e vejo que ele ainda estava ali, no batente da porta.

- Luísa ficou aqui.

- Estão chamando a gente para irmos vasculhar pela área. Vamos?

- Vamos! - Levanto e dou uma última olhada no quartinho antes de sair.

- Nós vamos por onde? - Pergunto para Carlos que estava no corredor.

- Vamos todos juntos. No carro do delegado.

- Vai dar? - Alex pergunta. - Somos cinco e ainda tem ele.

- O carro dele é de sete lugares. - Explico já andando na frente deles. Quanto mais rápido acharmos ela, melhor.

- Vamos poder ir com vocês? - Carol se aproxima com Peter atrás.

- Sim, vamos! - Chamo já abrindo a porta do carro para o casal entrar na parte de trás.

Todos entram no carro e o delegado da partida. Percebo que Carlos está inquieto no banco do carona.

Tento relaxar meu corpo e parar de balançar minha perna. Tenho medo do que vamos encontrar. Sei muito bem o porquê do sequestro e não quero encontrar a minha morena morta.

Solto um suspiro frustado ao perceber que minha inquietação não vai passar tão cedo. Eu preciso te encontrar, morena. Eu vou te encontrar.

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❤Matheus vai conseguir encontrar a Luísa?🤔❤

❤Próximo capítulo vocês vão descobrir o passado da Luísa. E ela também kkkk (Rindo de nervoso)❤

❤Estou com peninha do Alex...😐❤

❤Amo vocês!✌😗❤