thirteen | chapter
Adivinhem quem foi a pessoa azarada que ficou sem internet por três dias? Isso mesmo, eu.
Me desculpem por isso, não sei como fazer, mas vou tentar normalizar os capítulos, mas será um pouco difícil, por isso peço que tenham um pouquinho de paciência, ok?
Enfim, como tem passado? Eu estive surtando, enquanto assistia Dorama BL que havia baixado no pendrive e chorava por causa de gays, porém, sigo plena.
Que saudades de vocês aaa ❤
Aliás, para a galera que acompanha as minhas histórias, tô passando para avisar que mais tarde sai capítulo novo de "5 coisas que amo em você."
Isso é tudo por agora.
— Autora.
POV
Kenma Kozume
Quando tinha sete anos, minha mãe invadiu o meu quarto chorando, deitou-se em minha cama e disse que eu não devia me apaixonar, porque o amor machuca as pessoas.
Na hora, eu não entendi o que ela estava querendo dizer e, tampouco, porquê estava me dizendo aquilo. Porém, algumas semanas depois, meu pai pediu divórcio e se casou com outra mulher, deixando minha mãe em um estado deplorável. Foi quando entendi.
Ao contrário do que mostram nos filmes, o amor não é um sentimento gentil, que aquece o coração das pessoas e as torna melhores; ele é mais como um veneno mortal, que se espalha rapidamente pelo seu corpo, consome cada pedacinho de você e no fim, te mata(ou te deixa mentalmente ferrado).
Foi o que aconteceu com a minha mãe.
Depois que meu pai foi embora, minha mãe não queria sair do quarto, comer ou conversar com outras pessoas além de mim. Por esse motivo, eu passei a ficar em casa o máximo de tempo que podia, pois temia que algo ruim acontece quando não estivesse por perto.
Ir à escola era difícil.
Todos os dias eu acordava bem antes do sol nascer, arruma a casa e, preparava o meu bentou e as refeições de minha mãe, que se levantava apenas para ir ao banheiro.
Antes de sair de casa, sempre me certificava de esconder todos os remédios, até mesmo os mais inúteis e tudo aquilo que me parecia letal o suficiente para causar graves machucados.
Ainda assim, não me sentia seguro.
Com os meus sete anos de idade, eu tinha mais responsabilidades e problemas do que qualquer criança da minha idade. Ainda assim, não reclamei uma vez sequer.
Eu ia à escola e estudava, quando chegava em casa, fazia companhia à minha mãe até ela dormir e jogava até esquecer de tudo, pois só enquanto jogava eu me permitia não pensar em nada; no meu pai e seu novo casamento, em se minha mãe tentaria fazer alguma besteira ou nos garotos mais velhos que sempre me batiam na hora do intervalo. No momento em que estava online naquele mundo irreal, eu podia ser quem eu quisesse, deixando tudo aquilo que me atormentava para trás.
Jogar era o que me impedia de surtar antes da família dele se mudar para a casa ao lado.
Como de costume, aquele dia, assim que saí do colégio, fui para casa o mais rápido que consegui.
Quando estava próximo, notei que as luzes da sala estavam acesas e isso me deixou em pânico; eu tinha certeza que havia as deixado apagado e duvidava muito que minha mãe havia saído do quarto por vontade própria.
Eu odiava fazer esforço físico, mas corri.
Ao abrir a porta de casa, me surpreendi com o que vi: No sofá da minha casa haviam um homem e uma mulher que nunca havia visto na vida, e, ao lado deles, estava minha mãe, enrolada com um lençol, enquanto bebia uma xícara de chá.
Notando a minha presença, ela sorriu tristemente e sussurrou um: "eu sinto muito, Ko."
Eu não havia entendido.
Não até notar as marcas em seu pescoço, a corda improvisada pendurada no teto e o banco caído no chão de seu quarto.
Ela tentou.
Eu fiz tudo que podia, ainda assim, ela tentou me deixar.
Sim, amar machucava. E isso não era válido apenas no sentido romântico, mas de um modo geral.
Não fiquei bravo.
Não a julguei ou a critiquei.
Apenas esquentei o jantar que havia preparado e antes de entregar para ela, disse que a amava muito.
O casal que havia conseguido salvá-la, disse que eu era um menino forte por aguentar tudo isso sozinho.
E eu quis rir disso. Afinal, quando me tranquei no banheiro e chorei até soluçar, tudo que não me sentia era forte; muito pelo contrário.
No momento em fiquei sozinho com a minha mãe, ela disse a mulher de mais cedo era psicóloga e havia prometido ajudá-la, caso quisesse. E ela aceitou, prometendo que faria de tudo para cuidar melhor de mim.
Quando a manhã chegou, eu acordei atrasado. Achei que fosse perder o primeiro horário, pois ainda havia muito a se fazer. No entanto, minha mãe estava na cozinha preparando o café. Após tanto tempo, ela parecia realmente disposta. E isso me deixava aliviado. Não sabia porque, mas sentia que as coisas iriam começar caminhar de um jeito bem melhor a partir daquele momento.
Foi quando o conheci.
A vizinha, apareceu batendo na porta alguns minutos depois que me sentei à mesa. Quando entrou na cozinha, desejando-me bom dia, trouxe consigo um garoto magro e com cabelo espetado. Ele vestia o mesmo uniforme que eu e suas primeiras palavras dirigidas à mim foram:
"— Oi, você gosta de vôlei?"
Eu não gostava, mas passei a "tolerar" depois de ser perturbado todos os dias para jogar com ele.
Foi assim que tudo começou; uma família se mudou para à casa ao lado e minha vida mudou drasticamente.
Eu não queria estragar isso.
Kuroo se tornou meu melhor amigo daquele dia em diante.
Não tínhamos segredos.
Tanto que, quando começou a gostar de uma garota, quando ele deu seu primeiro beijo e quando teve sua primeira vez, eu fiquei sabendo de tudo antes de qualquer pessoa, por isso que, quando descobri que gostava de garotos, Kuroo foi o primeiro a saber também.
Não sabia como meus pais iriam reagir, mas sabia que não seria julgado por ele; e como esperado, não fui. Na verdade, tudo que Kuroo fez foi me abraçar, dizer que estaria ao meu lado e fazer uma piada estúpida de como teria um concorrente a menos.
As coisas seguiram assim até o ano passado, quando ele me disse que estava apaixonado por mim.
Admito que, acima de tudo, estava assustado.
Ao contrário das outras confissões que havia recebido, essa eu não podia simplesmente rejeitar e ignorar o cara no dia seguinte, afinal, era do meu melhor amigo que estavamos falando.
Com o passar dos anos, havia ficado bom em flertar, em me envolver em aventuras sexuais que sabia que não durariam muito e principalmente, em não me envolver com alguém tempo demais, porque sabia que se isso acontecesse, poderia me apaixonar e não queria isso.
Entretanto, eu estava envolvido com Kuroo há anos e apenas naquele momento parei para refletir sobre o assunto, afinal, sempre havia o enxergado como alguém da família e nada mais do que isso. Esse foi meu erro; eu sabia que não conseguiria ignorá-lo no dia seguinte mesmo que tentasse.
Sem uma reposta definitiva para sua confissão, Kuroo tem flertado comigo deste então. E eu, que odiava perder para ele, acabava entrando nessa, flertando de volta. Se tornou algo automático. Claro que eu sabia que não era a melhor decisão, ainda assim, não conseguia evitar.
Kuroo:
Eu quero você, Kenma.
Você é o único que me interessa.
Mesmo ainda não sabendo como vou provar isso, darei um jeito. E quando o fizer, prometo que farei com que se apaixone por mim.
Apenas ignorei sua mensagem, repetindo para mim mesmo que isso jamais iria acontecer, afinal, não poderia deixar que isso ferrasse com tudo que haviam conquistado durante os anos; não podia permitir que o que aconteceu com seus pais acontecesse outra vez e acabasse nos machucando também.
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