🧁 Capítulo 6


 
Seis meses depois. 

 
Se Louis  pudesse resumir os últimos seis meses de sua vida, com certeza a palavra intensa e extraordinária faria parte dele, pois seus últimos meses foram exatamente assim. Intensos.

 
Quem disse que coisas boas não podem acontecer em um  curto espaço de tempo, com certeza estava errado, a vida, era uma caixinha cheia de possibilidades, e ela estava aberta tanto para surpresas ruins, quanto para desagradáveis.

 
E Louis era a prova viva disso, ele conheceu os dois lados da vida. Coisas boas/coisas ruins. Na adolescência, sua vida mudará de uma hora  para outra em  curto espaço de tempo. Ele amou, foi rejeitado, engravidou, perdeu seu sonho, sua mãe morrerá anos depois , seu pai e suas irmãs deixaram Doncaster em busca de suas próprias vidas. Enfim, foi muita dor para um jovem garoto que teve se tornar adulto aos 16 anos, afinal, ele não tinha escolhas, ou vivia aquelas dor de forma intensa, ou tentava dar um fim ao seu sofrimento.

 
Sua vida era uma verdadeira palco de tragédia, e Louis já estava tão habituado com elas, que demorou para perceber que algo bom finalmente estava acontecendo. 

 
Tudo começou depois do almoço que tiveram no restaurante de Niall seis meses antes. O papo que ele teve a sós com o amigo. Após seu desabafo, Niall insistiu para que Louis buscasse ajuda profissional. Um modo de superar o obstáculo que o travava  é o impedia  de ver alguma apresentação de ginástica rítmica. 

 
E para deixar a situação pior do que já estava, Caledônia ia fazer uma apresentação no ginásio da cidade, em comemoração ao feriado local. Faltavam meses para o acontecimento, e tanto Niall como Louis sabiam que se o moreno não fosse prestigiar a filha, ela ia ficar desolada. 

 
Ainda mais porque, ela soube nos treinos, que o pai chegou a ser uma grande promessa da modalidade. E curiosa como era, a garotinha começou a fazer perguntas. Caledônia podia ter só nove anos, mas era muito inteligente para sua idade. E Louis não queria que de forma alguma, sua filha ficasse triste, ou que ela por algum motivo, pensasse que foi a causadora das mudanças de sua vida, até porque, ter ela foi uma escolha de Louis, e ele jamais se arrependeria de ter escolhido a filha.

 
Sua vida estava se encaminhando para uma nova tragédia, sua barreira em superar seu sonho da adolescência, e para resolver isso, Niall marcou um horário com psicólogo e ordenou de forma firme que Louis fosse, ele ainda podia ouvir com clareza o ultimato do amigo na época: 

 
— Você não pense em me fazer perder tempo, ouviu seu Louis! Andei como um louco atrás de um bom psicólogo, tiver que mover terras e céus para conseguir um horário na agenda apertada dele, uma vez que ele atende no hospital  Doncaster Roya Infirmary, é nós sabemos melhor que ninguém a loucura que é o pronto-socorro  lá,  e no hospital mental Cheswold Park, prestando serviço de saúde mental ao necessitados .  O consultório particular dele é uma loucura, tive que oferecer um mês de cortesia no meu restaurante para a secretaria do homem.

 
— Entendo...— Louis tentou falar, mas ele estava impressionado com a agenda do psicólogo. 

 
— Não!  Você não entende! — Gritou Niall — Se entendesse não ia estar ao com essa cara de paisagem. Ouça bem Louis, ou você vai com suas próprias pernas, ou serei obrigado a te levar arrastado até o consultório. Entendeu!

 
— Sim...sim — murmurou Louis temeroso. 

 
Niall sabia ser persuasivo quando queria. E Louis encarou o cartão na cor azul e dourado em suas mãos. Nele estava escrito em destaque. 

 
 Dr. Lee Hollingworth
O Dr. Em Psicologia & Psiquiatria

 
Uau! O homem era bom, parecia ser muito bom, talvez fosse por isso que Louis de forma inexplicável, não conseguia desgrudar seus olhos do cartão, ele decorou em sua mente cada pedacinho dele, desde fontes que parecia se orientais, a alguns símbolos que lembrava a cultura japonesa. 

 
Do outro lado, estava Niall, ele se perguntava se não tinha sido muito duro com melhor amigo,  embora, em parte dele tenha sido implacável, o loiro sabia que o motivo era nobre.

 
Louis sofrerá muito, embora o moreno seja forte demais para admitir isso, mas seu amigo esteve de perto e acompanhou cada tragédia na vida dele. O psicólogo surgia numa boa hora, na visão de Niall foi até tarde demais, se Louis tivesse procurado um anos antes, quem sabe a vida dele não seria diferente hoje. 

 
Sim, Louis era um bom pai, na vida profissional ele vinha se saído muito bem, mas sua vida não passava disso, era do trabalho para casa, seu único passatempo era o almoço diário no restaurante. Fora isso, Louis  tornou-se um homem recluso, que não gostava de sair, isso era preocupante, para um jovem de  vinte seis, muito jovem, para viver preso. 

 
Naquele momento, mesmo sem conhecer o Dr. Lee , Niall desejou com todas suas forças, que o homem pudesse ajudar seu amigo de alguma forma, que ele pudesse trazer aquele Louis confiante dos 16 anos, o garoto que sorria diante da vida, que era seguro de si. 

 
Existe uma força forte no cosmo , que diz que:  tudo aquilo que você deseja, com força, está programado para acontecer. 

 
Niall, mesmo sem saber, deu um sentido à vida do  amigo, que estava paralisada pelo tempo. 

 
Louis, lembrava-se com clareza do dia que foi até o consultório do Dr Lee, eram quatro da tarde, quando chegou na recepção, ele estava muito nervoso, tudo o que ele sabia sobre psicólogos era: que você devia contar tudo para eles. Aquele era seu problema, ter a confiança suficiente para se abrir com um estranho. 

 
— Louis Tomlinson!
 
A recepcionista anunciou sua vez, e Louis pediu aos céus que aquela consulta passasse o mais rápido possível. Tudo aquilo era por Niall, o amigo esteve a seu lado em todos momentos difíceis, se ele pudesse fazer algo para deixar o loiro bem, Louis o faria, então aquela consulta no fundo era mais para a felicidade de Niall, do que a sua. 

 
Todos seus pensamentos ficaram em órbita a partir do momento que ele observou Lee em sua frente. O homem de origem japonesa, estava sentado tranquilamente numa poltrona confortável, ele usava óculos de grau, e segurava uma caneta, um pequeno caderno repousava em seu colo. 
 

Diante dele, tinha um confortável divã, um belo tapete persa, que  deixava o cenário agradável, assim como as estantes de livro que dominavam o ambiente, e dos diversos jarros de plantas orientais. Louis sentia-se estranhamente em sua casa. 
 

À sua frente, aquele homem lindo abriu um sorriso caloroso, e pela primeira vez em anos, o moreno sentiu-se vivo. Vivo de uma maneira que nunca havia sentido antes. E  Aquela nova  vida dentro de si estava lutando para sair para fora. 

 
De forma gentil, Lee convidou o jovem rapaz para a diva, pediu para o mesmo ficar confortável. As horas seguintes foi repleto de Louis contado tudo para Lee,  não escondeu nada, em seu íntimo, Louis pensava em como foi fácil relatar toda sua vida aquele estranho. 
 

Após a consulta, Lee o convidou para uma outra parte do consultório, que mais lembrava uma sala de consulta médica, pois havia uma mesa formal, do qual Louis sentou-se diante de Lee, e respondeu algumas perguntas. 
 

— Você tem algum problema para dormir, ou alguma coisa do tipo?

 
— As vezes eu passo a noite em claro! 
 

Lee tirou os óculos de grau e olhou diretamente para Louis. 

 
— Desde quando? 

 
— Acho que a uns dez anos. 

 
Lee suspirou e murmurou: 

 
— Entendo, você beber café? 

 
Louis ficou muito vermelho, o Dr. O estava o convidado?  Gaguejando ele revelou:

 
 
— Está me convidando para um café? Eu...eu prefiro chá. 

 
Lee sorriu de forma enigmática e revelou: 
 

— Na verdade eu estava perguntando para saber se você toma café antes de dormir, talvez, esse seja o problema, ou uma  das causas da insônia. 

 
Louis abaixou a cabeça super envergonhado, e pediu  para qualquer força do universo, que ele pudesse sair dali o mais rápido possível. 

 
— Me desculpa, nossa, eu, eu...

 
Lee observou que Louis estava muito vermelho, sem perder tempo, comentou  de forma gentil: 

 
— Tá tudo bem, eu ia mesmo convidá-lo para toma um café, só estava esperando a consulta terminar. 
 

Louis sorriu ainda vermelho, mas ele não estava mais com vergonha, e tudo que Lee pensava era como aquele jovem era lindo, o psicólogo só conseguia pensar nisso, desde o momento que aquela criatura extraordinária havia cruzado seu consultório. 

 
Lee tinha uma política de ética, e no topo da sua lista estava: jamais se envolver com nenhum paciente. Ele estava indo bem até aquele momento. Um Cara de 30 anos, com doutorado em psicologia e Psiquiatria, sua vida foi voltada para estudos e ajudar pessoas. E o homem vinha fazendo isso com perfeição, afinal, mesmo com seu consultório lotado, ele ainda arranjava tempo para consultas voluntárias. 

 
Na sua vida, não havia espaço para romance, seus poucos namorados que tiveram pela vida, era prova disso. Assim, ele passou a se sentir completo, só por saber que estava ajudando alguém. 
 

Mas tudo mudou desde que aquele belo rapaz de vinte seis anos entrou em sua vida, Louis, era um jovem adulto que tinha traumas e dores do passado, ele foi um adolescente que teve a vida interrompida, que foi obrigado a crescer antes do seu tempo. Isso, de certa forma, moldou sua vida adulta. E prova disso,  era que ele era um homem inseguro quanto seu corpo, não ligava para sua aparência — apesar de ter um beleza incomparável — e não gostava de forma alguma de ter uma vida sociável. Louis era preso dentro de si mesmo. Seu eu,  de 16 anos o prendeu.

 
E Lee sabia que dentro daquele belo homem existia uma vida, a vida que foi interrompida. A vida que ele ia lutar para trazer para Louis novamente, pois foi inevitável para Dr. Lee, com o tempo, se da conta, de que estava completamente apaixonado por seu paciente.
 

Depois daquela café, vieram outros café.  E não demorou para vir alguns almoço, que era sempre no restaurante de Niall e Liam, o loiro,  aliás, não escondia em nada sua felicidade por ver que Louis estava se permitindo ser feliz. E que aos poucos, o melhor amigo voltava a ter confiança de si mesmo.

 
Com passar dos meses iniciais, ambos passaram a se arriscar mais, Louis acompanhou Lee até um de suas consultas voluntárias,  no hospital mental, já Lee, era um frequentador assíduo da fábrica de Louis. A aproximação deles aconteceu de forma natural. 

 
Um certo dia,  na hora do almoço, Lee e Caledônia estavam envolvidos em uma conversa animada, enquanto Louis e Niall batiam um papo em outra mesa.

 
— Tá legal, quando você finalmente vai assumir o que sentir pelo Dr. Lee. E vai deixar de enrolar o pobre homem e sair com ele ? — perguntou o loiro com cara de poucos amigos.  

 
Louis olhou chocado para o amigo e murmurou : 

 
— Niall que falar baixo! O Le pode escutar você e ter uma ideia errada.

 
O loiro revirou o olhos e comentou de forma jocosa: 

 
— Le? Quando foi que vocês ficaram tão íntimos assim? O que você está me escondendo Louis, eu não aceito ficar de fora de nada do que passa em sua vida. 

 
Louis ficou vermelho antes de revela: 

 
— Ele me convidou para jantar…
 

Niall soltou um grito que chamou atenção de todos que estavam no restaurante, inclusive de Lee e Caledônia,  que olharam para eles imediatamente. 

 
— Que parar com isso, vai me matar de vergonha, e mesmo assim eu nem sei se vou aceitar. — murmurou Louis. 

 
— Como assim, não sabe se vai aceitar?  — confrontou o loiro.
 

Louis moveu as mãos de forma desconfortável, ele desviou os olhos do amigo e Niall entendeu tudo. 

 
— Você está inseguro? — murmurou Niall.
 

Louis afirmou que sim e ficou em silêncio.
 

— Lou, não  vai me dizer que  única vez que você saiu com alguém, foi com Harry na adolescência?!

 
Louis deu de ombros como se pedisse desculpa e revelou: 
 

— O que você acha? Sabe melhor  que ninguém que nunca tive tempo para nada, além de Caledônia, de conseguir um lar, um emprego. 

 
Niall olhou para o lado, ele não queria que o amigo visse seu olhar de fúria, uma fúria que não era para Louis, e sim para Harry, que na visão do loiro era culpado de todas as desgraça da vida do amigo. 

 
Niall sabia que Louis não aproveitava bem a vida, mas ele imaginava que uma vez ou outra, o garoto pelo menos saia  com alguém. 

 
— As vezes eu sinto que você perdeu dez anos da sua vida. — sussurrou Niall. 

 
Louis inclinou a cabeça desconcertado e suspirou antes de remover. 

 
— As escolhas de certa forma,  foram minha.

 
Niall não disse nada, mas por vezes,  ele e Liam chegaram a discutir , pois o loiro culpava o marido pela aproximação de Louis e Harry no passado.

 
— Acho que você merece uma chance,  e aquele Dr também, — Niall apontou com a cabeça para  o médico — o homem parece ser boa pessoa. 

 
Louis afirmou antes de responder:
 
 
— E ele é. 

 
— Então,  o que falta para você dizer sim!

 
Louis suspirou e tentou explicar:

 
 
— É complicado, eu tenho uma filha, não sei como ambos poderiam encarar um futuro relacionamento. 

 
Niall olhou para Lee e Caledônia, ambos estavam entretidos numa conversa animada, a gargalhada da garota era uma prova disso. Niall voltou seus olhos para melhor amigo, apontou para mesa que estava sua afilhada e o médico e comentou: 

 
— E para responder mesmo isso? 
O homem é esperto, está ás dias ganhado a confiança do sua filha , que aliás, não esconde que está encantada pelo futuro padrasto. 

 
Louis ficou super vermelho quando Niall se referiu a Lee como futuro padrasto.  E olhando para mesa que estava a sua filha, ele se deu conta de que o loiro estava certo, de fato, ambos pareciam se dar super bem, e naqueles meses, Lee havia trabalhado com Louis sobre auto estima e segurança. 

 
Tudo que faltava era Louis sentir-se seguro o suficiente para aceitar. Tomar na mãos as rédeas de sua vida, e foi isso que ele fez. Uma simples palavra, seguida de uma simples atitude, é um belo jantar que levou ambos para um namoro. 

 
Um namoro que deixou Louis na nuvem, e pela primeira vez na sua vida, ele tinha a sensação de se encontrar a si mesmo no mundo, sua filha adorava Lee, ele adorava Lee, seus amigos adoravam Lee. Tudo estava perfeito. 

 
A conexão deles era forte, tanto na cama , como fora dela. No aniversário de Lee, Louis estava entretido, até seu namorado oferecer uma taça de champanhe, antes de beber o líquido, o moreno notou que no fundo da taça, tinha uma bela aliança.

 
Ele olhou chocado para Lee e para Niall que estava presente na festa, o loiro mal podia esconder a emoção. Louis nem mesmo teve tempo de recuperar-se da cena, quando Lee diante de todos, ajoelhou-se em sua frente, e com voz confiante, perguntou: 

 
— Louis Tomlinson, pode parecer clichê a taça, um cara de joelhos, o pedido formal diante de pessoas, e até minha frase que vem a seguir: Você aceitar me dá o maior presente da minha vida, e se torna meu para sempre? 

 
Louis começou a chorar, emocionado sussurrou antes de responder: 

 
— Você sabe que eu não venho sozinho, né? Digo, essa aliança significa que você aceitaria também minha filha em sua vida? Afinal, você sabe que sou pai. 
 

Lee afirmou antes de responder: 

 
— Eu sei, você é o  pai de uma linda garotinha, da qual eu já amo e sinto que ela de alguma forma também é minha filha. Acho que nem todos homens têm a mesma sorte  que eu tive, de já começar a vida de casado com uma família linda.
 

Louis olhou para filha, e viu que assim como ele, Caledônia parecia estar feliz. Em seguida , ele olhou bem fundo, dentro dos olhos daquele homem que fez dele um ser seguro, confiante. Que o fazer se sentir amado, escolhido e acima de tudo, feliz. Louis,  estava feliz, e completamente apaixonado por Lee, não existia em sua vida uma  outra resposta que não fosse: 

 
— Sim, eu aceito ser seu!


Uma dica: teremos Harry no próximo capítulo.  Bjs

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