14: Bêbados
CHARLI, point of view
Nova Iorque
Mandei mensagem para Pepe assim que amanheceu depois que acordei de uma noite intensa, eu queria acabar com toda a esperança que ele tinha, tirá-lo definitivamente da minha vida.
Joguei o celular no criado-mudo e voltei a me deitar ao lado de Chase. Acariciei seu cabelo sedoso com meus dedos. Ele não acordou, então deixei ele dormindo e me levantei indo para o quarto de Kiara.
— Oi meu amor — Digo, pegando ele no colo — Eu fui uma péssima mãe esses dias, mas prometo ser melhor.
Ela olhava pra mim com aqueles olhinhos sonolentos e sorriu um pouquinho, mas foi um pouquinho que ia ficar gravado no meu dia inteiro. Voltei para meu quarto com Kiara no colo, coloquei ela no meio de Chase e eu. A danadinha começou a puxar o cabelo de Chase.
— Ai — Chase reclamou, e por fim ela abriu os olhos — Por que tem um bebê na minha cama a essa hora da manhã?
— Pra acordar você.
— Ok, agora que eu tô acordado, dá pra tirar ela daqui pra eu colocar uma roupa decente e ficar como um pai decente na frente da minha filha? — Ele pergunta um pouco mal humorado, eu só consigo dar risada.
Pego Kiara e demoro um pouco pra tirar as mãozinhas dela do cabelo de Chase, ele resmunga no processo. Tenho certeza que ele volta a dormir depois que fui para a cozinha com Kiara.
Olho o celular e verifico se Pepe respondeu minha mensagem, mas nenhum sinal dele. Deixei o celular de lado e comecei a fazer o café da manhã ao som de Kiara gritando de alegria ao ver Chase na cozinha.
— Ela tem algum fetiche por você — Digo a ele.
— Ela me ama — Chase pega ela no colo e eu mordo o lábio tentando conter minha excitação (tenho fetiche por homens com bebês) — Bom dia bebezinha do papai, você está ficando grande e eu estou desesperado, você é tão bonita que vai arrumar um namorado rapidinho.
— Ela só tem 6 meses, Chase — Digo fazendo uma careta.
— Essa nova geração arruma namorado cedo — Ele diz simplesmente, sentando no balcão com Kiara ainda no colo.
Eu fritava alguns bacon's quando meu celular emitiu um barulho de nova mensagem. Meu coração deu um salto. Olhei para Chase pra ver se ele tinha visto, mas ele estava muito distraído com Kiara, suspirei aliviada. Não que eu quisesse esconder dele que eu vou me encontrar com meu ex.
Coloquei o bacon no prato e corri para olhar a mensagem no celular:
Pepe: Ok, podemos nos encontrar hoje. Às 19:00?
Eu disse que podia ser hoje? Não, eu perguntei se podíamos nos encontrar para resolver um assunto, mas eu não especifiquei a data. Mas quanto mais rápido melhor, então resolvi afirmar, mas Chase resolveu falar.
— Hoje a certidão de nascimento da Kiara chegou — Ele disse — O que você acha de irmos no cartório e depois ir comemorar?
Fiquei paralisada. Eu esperei 5 meses, 5 incríveis e lindos 5 meses por essa certidão. Ver meu nome nela, se tornar oficialmente mãe, e ainda por cima mãe da garotinha mais especial do mundo.
Meus olhos começaram a encher de lágrimas, Chase veio em minha direção com Kiara e me abraçou. A uns meses atrás eu nem imaginava que podia ter uma vida feliz, agora eu esbanjo felicidade por todos os lados.
— Isso é incrível — Pego Kiara no colo — Claro que vamos hoje.
— Ok, eu vou trabalhar um pouco no escritório tá — Ele deixa um beijo no topo da minha cabeça e some no corredor.
Fiquei com um sorriso enorme enquanto tomava café. Peguei meu celular e fiz o que eu estive com vontade de fazer desde a primeira vez que enviei mensagem para Pepe essa manhã.
Sabina: Não vou poder encontrar você hoje, vou sair com minha família. Mando mensagem pra marcar um encontro outro dia.
[...]
Fomos ao cartório às 15:00 horas, chorei tanto ao assinar meu nome na certidão que quase estrago o papel com minhas lágrimas. Chase ficou emocionado e sorriu o tempo todo. Kiara nem sabia o que estava acontecendo, por isso ficou olhando sem entender para os cantos.
Depois do cartório, fomos a um restaurante que bebês pudessem entrar, acabamos parando em um restaurante infantil. Kiara pareceu gostar já que ela não parava de rir e pular no meu colo.
— Preciso beber — Disse Chase — Não refrigerante.
— É?
— É — Chase fez aquela voz sexy e me inclinei para lhe dar um beijo, mas Kiara dei um grito de reclamação — Você não gosta quando a mamãe beija o papai, filha? — Chase faz uma cara triste e Kiara ri — Danadinha.
— Podíamos ir pra casa, você pode beber e ficar bêbado — Sugiro mordendo o lábio.
Chase sorri e aproxima o lábio do meu ouvido e sussurrou:
— Depois a gente pode fazer amor loucamente.
Tudo na sua frase me deixou eletrizada, principalmente a parte de fazer amor. E como se eu não pudesse ficar mais arrepiada com aquelas palavras, Chase mordiscou minha orelha e deixou um beijo no meu pescoço.
— Precisamos ir urgentemente pra casa — Sussurro.
CHASE, point of view
Nova Iorque
Kiara dormiu assim que chegamos em casa, coloquei ela no berço e fiquei a observando dormir por um tempo. Ela estava crescendo assim como meu amor por ela, mas também ficava um pai super protetor a cada dia.
Depois de deixar o quarto, fui para a sala onde Charli estava. Me sentei ao lado dela no sofá e logo ela descansou a cabeça no meu ombro.
— Você quer mesmo encher a cara e ficar de ressaca amanhã? — Ela pergunta — E mesmo que a gente faça sexo selvagem, o que vai ser a melhor coisa da noite, não vamos lembrar de nada no outro dia.
Passei a mão por seus fios e sorri. Devo ter dito alguma asneira pra ela depois que voltava bêbado do bar em frente ao escritório. Queria perguntar, mas é melhor perguntar bêbado.
Me levantei e puxei ela, fomos até a cozinha e enchi um copo pequeno de vodca e ofereci a ela, ela fez uma careta mas pegou o copo e bebeu o conteúdo.
— Meu Deus! — Ela exclama depois de tomar todo liquido — Isso é estúpidamente ruim, mas te dá uma ótima sensação.
— Que bom — Tomo um gole — Argh, é ruim mesmo.
Tomamos vários shots de vodca e outras bebidas misturadas, eu já estava ficando zonzo e Charli já estava claramente bêbada.
— Odeio ficar bêbada — Diz ela com a bochecha amassada no balcão — Uma vez eu fiquei bêbada com a Addison, mas estávamos no México, e no México pode acontecer tudo.
— E o que aconteceu?
— Batemos o carro em um poste. Eu consegui aquele carro com tanto esforço, foi com meu dinheiro — Ela levantou o rosto — Fomos presas, perdi meu carro e fiquei de castigo mesmo sento maior de idade.
— Coitada de você — Sorriu pra ela — Depois nunca mais ficou bêbada?
— Pepê sempre foi muito certinho, chegava a irritar, então quando eu estava prestes a ficar bêbada, ele encerrava a noite e íamos embora — Ela suspirou — Uma coisa que eu odeio mais do que ficar bêbada, é quando me impedem de ficar bêbada.
Ela bebe mais uma dose de vodca e faz outra careta, só consigo a observar por um bom tempo. Meu Deus ela era tão linda, tão cheia de vida, tão amorosa e louca, e a parte louca era minha parte preferida da sua personalidade.
— Acho que você tá bem bêbada, então não teria problema se eu parasse você agora.
— Você pode tudo Chase. Pode maltratar meu coração, pode amar outra garota, pode me desprezar. Mas eu sempre vou tratar você bem, sempre vou te dar atenção, sempre vou te amar — Ela confessa.
Ela se aproxima de mim e me abraça, fico petrificado, sem reação, sem uma emoção específica. Ela acara de confessar que me ama e eu não consigo nem raciocinar direito, mas consigo dizer a única coisa sensata que veio a minha mente:
— Nunca vou machucar ou menosprezar você, Char. Eu nunca seria capaz de fazer isso.
Retribuo por fim seu abraço, aperto ela contra mim e minha vontade era de não soltar nunca mais.
— Chase.
— Hum?
— Preciso vomitar.
[...]
Nunca pensei que seguraria o cabelo de alguma mulher enquanto ela vomitava. E cá estou eu segurando os fios castanhos da minha esposa enquanto ela despeja o líquido nojento no vaso.
Assim que ela para, ela ainda tem a incrível consciência de fechar a privada e puxar descargar. Eu a ajudo levantar pra lavar o rosto e depois ela se senta no chão novamente.
— Você se sente melhor? — Pergunto para tentar quebrar um pouco do silêncio.
— Eu estou bem mal, acho que só preciso de um banho e uma cama.
Demorou um tempo até Charli conseguir se despir e demorou mais ainda até ela ficar em pé, ligar o chuveiro e passar o sabonete no corpo. Não era hora de ficar duro, mas meu amiguinho não tem senso.
Quando terminou de tomar banho, ajudei Charli a se secar e coloquei uma blusa grande nela. De acordo com ela, não precisava de calcinha e logo minha mente pervertida pensou alguma merda.
— Fica aqui comigo essa noite? — Pediu ela.
— A gente dorme junto desde o dia em que casamos, Char.
— Você nunca estava, você fingia que estava. Enquanto você dormia ao meu lado, você estava em outro lugar na sua mente, mas nunca era do meu lado — Meu deus, ela fica tão estranha quando está bêbada, mas aquela conversa me deixou bem mal — Finja que gosta de mim de verdade, não finja isso.
— Eu nunca fingi que gosto de você. Eu disse a verdade todas as vezes.
— Vai demorar um pouco pra eu acreditar — Ela estava quase dormindo — Nunca vai me amar como eu te amo.
Ela dormiu, sua respiração era leve e tranquila. Fiquei com um buraco enorme no meio. Me senti um monstro.
Mas eu não fingi, sempre foi verdadeiro meu sentimento por ela. Ela só deve estar bêbada, não está falando coisa com coisa.
— Porra, Charli — Resmungo — Merda, eu também te amo.
Me deitei ao lado dela com a leve impressão que eu estava a perdendo aos poucos.
O próximo capítulo vocês não estão prontos pra sofrer com ele😔✊🏻
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top