Demorei um certo tempo para contar à minha mãe sobre tudo o que Clarice me revelou. Para Joana foi um choque, ela não tinha fé em minhas acusações contra Humberto. Eu sabia que a minha obsessão tinha uma parcela de veracidade, sabia que eu não era um doente mental. 

— Mesmo que Humberto tenha armado tudo aquilo com Clarice, não terá como acusá-lo pelo acidente — diz minha mãe.
— Tudo bem! Não tenho mesmo como provar que ele estava envolvido no acidente, mas isso não faz com que eu desconsidere as minhas desconfianças.
— Só quero que você esqueça isso um pouco. Vamos seguir daqui para frente sem ficar relembrando o passado. — Ela me abraçar e sai.

    O que eu queria mesmo era denunciar Humberto para a polícia, porém, mesmo se Clarice consentisse em depor contra ele, não daria em nada. Não tenho como provar o envolvimento dele no acidente e isso me deixa furioso. O melhor a fazer é continuar me mantendo afastado daquele mal caráter.

    Saio com CJ para fazer um lanche, no condomínio onde moramos. É bom ter várias fãs interrompendo um momento simples como um lanche e pedindo autógrafos novamente. Já havia me esquecido desses pequenos momentos. Na volta para casa, convido meu amigo para ir ao meu show amanhã à noite com a sua namorada. Ele aceita e diz que Kate irá surtar quando souber.

   Chego em casa e vejo Charlie conversando com a minha mãe.

— Oi, Charlie. Não me disse nada sobre vir até aqui hoje — cumprimento-o.

— Estava passando por perto e decidi vir aqui para comer essas delícias que a sua mãe faz — responde apontando para a bandeja de bolos e café.

—  Ninguém resiste às comidas da Dona Joana! — brinco.

— E o show de amanhã? Tudo preparado? 

    Confirmo com a cabeça.

— Claro que não passaria só pra comer, tenho uma desculpa para isso! Fechei vários shows pra esse mês — continua.

    Fico extremamente contente por isso. Agradeço a Charlie, dou um beijo na minha mãe e subo para o quarto. Ligo para CJ e ele confirma presença juntamente com Kate no show. Segundo ele, Kate disse que seu sonho era acompanhar um show meu estando nos bastidores. Me despeço, desligo o celular e me preparo para dormir. Preciso descansar para amanhã.

    Subo no palco para mostrar o que faço de melhor. Como de costume, inúmeros presentes das fãs são jogados no palco para mim. Uma pessoa da minha equipe recolhe cada objeto e leva para o meu camarim. O clube está lotado, todos os ingressos foram vendidos. Em um determinado momento do show, peço para que tragam uma fã até o palco. É uma brincadeira que gosto de fazer. Canto a música escolhida por ela enquanto seus braços se enroscam em mim. Quase perco o fôlego por ela me apertar tanto! Ao final da música, um segurança vem para retirá-la. Dou um beijo em seu rosto e um abraço caloroso. Peço para que uma pulseira vip seja dada para que ela possa ir até o meu camarim no final do show.

    Foi um dos melhores shows que já fiz. Não sei como havia conseguido ficar tanto tempo longe dos palcos. Agora que minha carreira se restabeleceu e que irei sair em turnê, tomo ainda mais cuidado. Tenho cautela em qualquer passo que dou na minha carreira. Tenho prudência com cada pessoa que me cerca. Pra que tudo isso? Para não correr o risco de cair ou ser empurrado novamente. Porque cair não é uma tarefa tão difícil quanto levantar.

FIM!

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Bom, leitores, espero que tenham curtido a história de Jhon.

Tenho outras obras, se quiserem conferir: fiquem a vontade! Espero vê-los novamente em breve...