Capítulo 24.A

Rafael

A festa continua

Depois que encontrei Duda, a festa pouco me importava, minha felicidade era completa. Maravilhosa daquele jeito e só para mim.

Acho que não a reconheceria nem se passasse do lado, apesar de que olhar de perto aqueles olhos, não teria dúvida que era a minha Duda, a deusa dos patins.

O saco foi que, do mesmo jeito que eu admirava sua beleza estonteante naquela fantasia, todos os homens presentes na festa também. Não estava fácil cuidar do que era meu.

O resto da noite nós dançamos muito. Já imaginava o seu molejo, pois uma bailarina não iria decepcionar. E não decepcionou como foi além, superou minhas expectativas. Uma delícia dançar com ela, apesar de não poder soltá-la, pois eram muitos heróis e bichos de meia tigela querendo arrumar uma parceira. Ela me dava trabalho. Sem dizer que aquela roupa a deixou mais ousada e língua afiada. Eu, queria ser romântico, murmurei no seu ouvido que a queria somente para mim. Sabe o que ela me respondeu? "Ninguém é de ninguém".
Pode?
Eu mereço! Aprontei muito, agora estou pagando tim tim por tim tim com essa deusa maravilhosa.

Parece que agora a turma resolveu se amarrar. E eu considerava a ideia ótima. Ela sendo minha vizinha, que por sinal, era a outra que me interessava, sem conhecê-la.

Se pensar bem, uma história de doido.

Saímos do salão para tomar um ar, água e mais alguma coisa como fazer xixi em grupo dessa vez. As meninas foram para um lado e nós para o outro.

— E aí Bem? Tudo resolvido agora com a Dudinha? — perguntou Jacaré.

— Espero que sim, apesar de que, ela é dura na queda, cara. Vai me dar trabalho.

— Éh... O Bem desta vez teve dificuldades para conquistar uma garota por causa da sua fama de bom moço — retrucou o Filé, dando risada —, ele vai comer na mão dela e vai ficar cada dia mais apaixonado.

— Veja o santo! Um File batido e mal passado, rendido e amordaçado.

— Mas eu já disse que a Sabrina sempre soube que eu não era bom moço, e foi isso que a conquistou – falava e ria tirando uma comigo.

— A minha morena também não é fácil, então se encaixou bem comigo — comentou o jacaré e, fomos saindo.

Paramos na saída do banheiro feminino para esperar as princesas, ou melhor, a princesa, a mulher gato e a mulher da caverna. Realmente estava tudo errado. A minha Duda que era para ser princesa, a Joy se encaixaria bem na mulher gato, mas a Sabrina...

— Beeemm! — Senti um frio no estômago ao escutar alguém gritar meu nome.

Meu pior pesadelo. O que mais temia aconteceu. Aquela voz melosa e arrastada eu reconheci e, ela chegou dependurando no meu pescoço.

— Hei, pare com isso — Retirei sua mão de mim e a afastei. Seu cheiro de vodka me enjoou.

— Ahhh Beem.. você não me liiga maais — proferiu.

— Eu nunca te liguei! E sai garota! – falei num tom mais alto e me desvencilhei novamente — Estou acompanhado!

Olhei dos lados e frente a procura das garotas que não saiam nunca daquele maldito banheiro. Se a Duda visse aquilo ia ficar uma fera e com toda razão. Tratei de afastar aquela "coisa" de mim. Mas ela parecia um chiclete no asfalto quente, quanto mais eu tentava tirá-la de cima de mim, ela agarrava mais. Aquilo me irritou ao extremo. E pior, ela estava completamente bêbada e falava besteiras.
Confesso, eu me encontrava apavorado com aquilo.

— Quem é essa, Bem? — perguntou Jaca.

— Dizz que soouu Carolínngua diz! Dizz commo sou booa nuque faço! – Meus "amigos da onça" não faziam nada para arrancar aquele grude de cima de mim.

— Sai, garota! Se enxerga! — exclamei, apertei seu braço e sacudindo-a, minha vontade era de jogá-la longe.

Ela dizia coisas horríveis e de baixo nível.

Neste instante, chegou perto de nós a Sabrina, sem a Duda. Olhei para ela, que se encontrava séria e com cara de poucos amigos. Nem precisei perguntar, pois ela falou:

— A Du viu esse show aqui.

— Onde está Maria Eduarda? — indaguei apavorado.

— Foi embora — respondeu —, se você correr a pega ainda na saída.

Dei uma chacoalhada na garota e falei bem alto.

— Veja se me esquece! Eu estou namorando! Escutou? Na-mo-ran-do!! Se você me ferrou, eu te mato! — Empurrei-a com força. Ela cambaleou e rindo, somente não foi ao chão porque esbarrou em alguém, disse algo que não escutei.

Disparei para a saída com minha cabeça a mil, não conseguia formular uma frase, quanto mais uma explicação a dar para Duda. Poxa vida, quando as coisas começaram a dar certo, tinha que acontecer isso? Acabou a maré de sorte do Rafael, ferrei tudo outra vez!

Avistei-a na calçada parada com a Joyce. Gritei seu nome algumas vezes, até que ela me olhou. Seu celular estava em mãos. Devia ser para chamar um taxi.

Fechei os olhos e fiz um pedido a Deus, para que ela pelo menos escutasse minha versão dos fatos. Apesar de, minha barra com Deus não era das melhores, mas...

Parei de correr e fui caminhando até ela, Jaca estava bem atrás de mim, eu não tinha percebido.

Aproximei.
Já não sabia mais o que falar e como falar.

— O que você está fazendo? — foi minha primeira frase, besta eu sei, mas a que veio na minha cabeça.

— Indo embora, por quê? — Ela parecia indignada, com razão, e sem paciência para me escutar.

Eu teria que fazer alguma coisa e rápido, senão estaria tudo acabado, de novo, sem ao menos começar direito. Ela falava e eu nem sei mais o que respondia.

Eu juro, nunca tive medo de perder nada. Muito menos mulher! Mas naquele instante encontrava-me apavorado. E quando eu escutei-a dizer que entendeu o que viu e bla bla bla.

Eu não tive dúvidas, abracei-a com força e com medo dela escapar de mim.
Meu coração descompassado atrapalhava meu raciocínio.

Ela não tentou me afastar, foi um ponto a favor, talvez meio. Olhei em seus olhos com vontade de falar o tanto que eu gostava dela, mas tive receio de assustá-la ainda mais.

— Acredite em mim. Eu quero ficar com você, neste instante apenas você me interessa.

O quê? Eu escutei direito? Ela falou "tudo bem"? Quer ir embora comigo? Era isso? Obrigado Deus – pensei — estou te devendo essa.

Sem mais pensar beijei sua boca com uma paixão que até aquele momento desconhecia.

Minha vontade foi sair rodando com ela nos meus braços tanto era minha felicidade. Feliz pelo voto de confiança que ela depositou em mim.

Nosso beijo foi como o primeiro. Talvez fosse mesmo, pelo menos da minha parte, existia um sentimento diferente. Eu queria ficar ali, ou melhor, sumir dali, mas não gostaria de afastar dela. Precisava manter seu corpo próximo ao meu e ficar sentido sua pele. Sei que nós não estávamos tendo esse contato de pele a pele, pois ela estava inteirinha coberta e eu quase nu, assim mesmo tão sexy.

Beijar todo seu corpo...
Ui!

Comecei a pensar além da conta. Então falei:

— Vamos?

Saímos em direção do estacionamento.
Pensei: e agora?

O que vamos fazer? Será que ela vai abaixar a guarda? Vai dormir comigo? Dormir nada, modo de dizer. Mas se eu não tentar, nunca vou saber. E se eu der uma de moço comportado, ela poderá achar que eu não a quero. Puts!

Que situação!
O que vou fazer?

🦷🦷🦷

Olá...

Quase que tudo saiu muito ruim... Será que ela entendeu mesmo os acontecimentos?

E agora? Vai rolar?

Bem...

Beijos

Lena

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