Desde criança Ester Sant'Anna sempre teve 4 amigas, que juntas, as cinco fazia um grupo de meninas que muitos invejavam. Elas iniciaram a amizade quando entraram na escola juntas, pois as cinco eram novas naquela ano. Por não conhecerem as outras crianças, elas começaram a conversar entre si, e a amizade entre elas foi aumentando cada dia mais.

    Conheceram toda a escola juntas, sabia e falavam de todos, riam de situações e piadas, e até choravam juntas em alguns momentos. Até que, sem perceberem — ou não — elas foram se distanciando uma da outra.

    Com o passar dos anos, Ester via cada uma encontrando garotos, amigas e amigos mais interessantes, clubes de teatro, dança, muitas vezes deixando ela, e outras garotas, esperando para fazer algo, que na verdade, faziam outra coisa mesmo havendo as chamado.

    Sua sorte foi quando aos 13 anos, sua mãe, como sempre amorosa, deu-a um cachorro de aniversário. Imagina a felicidade de uma menina ao receber aquela coisa peluda branca, lambendo seu rosto, sua mão e queixo? Ela não se aguentou quando ganhou.

    — Nossa mãe, muito obrigado! Eu realmente estava precisando de um! — caiu uma lágrima.

    — De nada, filha, foi idéia do seu pai! — o abraçou.

    — Você merece, linda!

    Ela estava realmente precisando. Já estava em um momento que se sentia sozinha às vezes por conta do afastamento estranho das amigas. Pipoca, nome escolhido por ela, caracterizava-o por ser um poodle, pequeno e que sempre pulava quando a via; dava carinho, amor e a fazia se distrair um pouco em certos momentos. Algumas vezes Pipoca percebia que ela estava um pouco para baixo, e sempre a animava trazendo seu brinquedo preferido para eles brincarem: seu boneco de pelúcia. Sem falar que ele sabia lamber a cara das pessoas como ninguém!

    Mas uma coisa que Pipoca não podia ajudar Ester, era em convencer seu pai de seu maior sonho..

    Seu costume de cantar e dançar na frente da televisão, com o passar do tempo foi substituído pelo celular e o fone de ouvido. A escova de cabelo foi substituída pelo seu celular, o qual sempre que ela dava play na música, ele se transformava automaticamente em seu microfone de ouro cromado. Tudo isso em sua imaginação, é claro.

    Pela primeira vez, ao 6 anos, foi quando ela disse aos seus pais que queria ser cantora um dia. Empolgada.

    — Mamãe, papai.. eu vou ser igual ela um dia! — apontou para TV. — Eu quero cantar na frente de muita gente ainda. E quero ser uma cantora bem famosa! — seus olhos brilhavam.

    — Claro, bebê! Você se tornará sim, e ficará muito famosa um dia! — disse sua mãe.

    — Cantora? — seu pai perguntou. — Quem sabe depois que você já estiver formada e trabalhando.. — riu.

    A partir daquele momento, seu pai não gostava quando Ester falava de seu maior sonho, que era ser uma cantora famosa e reconhecida um dia.

    Não era para ela se preocupar com o que as pessoas pensavam, mas que com muito estudo e determinação, se chegaria longe um dia, sua mãe falava.

    Foi então que, mesmo seu pai negando a pagar uma aula de canto, ela começou a estudar sozinha. Sua paixão por música, que já era enorme, se fez aumentar mais quando começou a estudar as vozes de cada cantora que ela admirava; tentava imitá-las e alcançar as mesmas notas que elas chegavam. Para ela no começo era difícil. Errava muito, se estressava com as notas desafinadas, e muitas vezes, com o passar do tempo, sua mente chegou a querer desistir de tudo aquilo.

    Será que eu ainda vou ser uma cantora? Ela pensava.

    Como eu vou ser uma cantora famosa e reconhecida, se a nota que eu quero alcançar, eu fico errando? Dizia irritada.

    Sua mente se incomodava, seu pai resistia, mas seu coração sempre dizia algo mais forte. Ela sempre sentia algo tão diferente quando ouvia uma música, e principalmente quando a cantava, que ela queria ter esse sentimento para o resto de sua vida.

    E ela não desistiria disso.

Notas do Autor

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