CAPÍTULO 16
⚠ Atenção ⚠
A música no link acima faz parte do capítulo. Portanto, para uma experiência total, aperte play e comece a leitura.
Christina María Aguilera
Cantora, compositora e atriz norte-americana. Reconhecida por ser uma figura proeminente na música popular tradicional e da cultura popular, ela é famosa pela sua voz poderosa, bem como por reinventar constantemente sua música e imagem. Tudo isso a rendeu o título de Voz da Geração. Aguilera ficou famosa após sua participação no programa O Clube do Mickey, em 1993, saindo no ano seguinte. Fez sua estreia no mundo da música em 1999 com o álbum Christina Aguilera, ao mesmo tempo estabeleceu sua carreira com singles número um na BillboardHot 100, como Genie in a Bottle, What a Girl Wants e "Come On Over Baby (All I Want Is You), canções que foram retratadas por colocar o teen pop em sintonia a uma voz poderosa.
Sonolenta, sentada aos pés da cama, ela terminou de ler o capítulo da Diva e lembrou-se de mandar a parte do trabalho digitado para Jennifer, conforme essa havia pedido ainda a tarde na biblioteca. Ester foi até o banheiro e precisou lavar seu rosto com água gelada, tirando um pouco da sonolência que já havia tomado seu corpo, mas que agora se encontrava nos olhos. Quando ela chegara, sua mãe já estava dormindo, portanto foi cautelosa ao máximo para não chamar muita atenção com barulhos desnecessários. Quando conectou o celular no carregador, após reiniciá-lo, percebeu as inúmeras ligações feitas por sua mãe. Ela, por mais carinhosa que seria, quando se irritava ou se preocupava, não havia livro mágico que a segurasse.
Sabemos que sofrer por antecipação é sempre pior. Tememos o desconhecido, ou ansiamos pelo o que ainda não chegou. E a ansiedade, comum em Ester, a fez sofrer antecipadamente pensando no que falaria para sua mãe. Sabia que coisa boa não viria.
No dia seguinte, a mesa simples quadrada dava espaço para o rotineiro café da manhã, ocupado por um prato já usado, com sobras e migalhas de pão que fora cortado, uma caneca com resto de café e o pote de margarina ainda na mesa. Como de costume, a caneca preta na mesa era de seu pai. Sempre distraído, havia saído para ir ao trabalho, e esquecera de colocar a caneca na pia. Trabalho que Ester estava acostumada a fazer, pois sua mãe acordava pouco depois de Ester sair, quando ela mesma não usava a mesma caneca quando estava com pressa.
Assim que ouviu sua mãe acordar e ir ao banheiro, ela se apressou colocando as coisas na pia, e logo pegou a bolsa no quarto, temendo da bronca que receberia pela noite passada.
Talvez uma desculpa que estava na casa da Jennifer fazendo trabalho possa funcionar. Pensou.
Com a mochila nas costas, pegou a chave, ouviu sua mãe saindo do banheiro e correu para abrir a porta.
— Ester!! — sua mãe gritou.
— Bom dia, mãe! — ela disse trocando a chave agora para fechadura de fora.
— Espera aí, deixa eu falar com você!
— Eu tô atrasada, mãe, depois a gente conversa, tchau! — disse fechando a porta na sua frente.
Percebeu que não precisava ter agido assim, mas não queria conversar sobre aquilo naquele momento. Mas sabia que uma hora ou outra, ela teria que conversar.
Caminhando em direção ao ponto de ônibus, lembrou das vezes que sua mãe sempre dizia, com todo seu jeitinho, que o mundo não é mais o mesmo, e que, mesmo confiando em Ester, teria que tomar muito cuidado andando sozinha pela rua. Principalmente se ela soubesse que foi a noite. Isso a deixaria muito preocupada. Lembrou-se da imagem do zelador a olhando, e negando com a cabeça, quis não preocupar sua mãe mais ainda caso ela perguntasse algo.
♧
O sinal tocou e uma multidão de gente corria em direção às portas, quase derrubando cadeiras e mesas, desesperados. Os meninos, claramente iam para uma breve partida de futebol na quadra do pátio, e o grupo de meninas na qual Mari se encontrava, era as que ficavam comentando dos garotos enquanto assistiam eles jogarem. Percebe-se o motivo maior dela ter se afastado, não só de Ester, mas de algumas outras também.
Enquanto desciam as escadas, Jennifer percebeu o olhar distante da amiga e, enquanto a mesma enrolava um de seus longos cachos em seu dedo indicador, percebeu algo diferente, mesmo o grupo de elas e Ítalo recebendo nota 10 no trabalho de literatura.
— Sté, aconteceu alguma coisa? — chamou atenção para si, tirando a garota de seus pensamentos.
— Oi..? Não..! Eu tô pensando em algumas coisas só! — deixou uma leve risada escapar.
— Tem.. alguma coisa a ver com a biblioteca ontem?
— Biblioteca? Por que? — Jeniffer não tinha como saber do livro, estranhando sua pergunta.
— Sua mãe me ligou ontem perguntando de você..
— Minha mãe te ligou? — a cortou desacreditando.
— Sim, ela perguntou se você tava lá em casa, porque você não tinha chegado na sua casa ontem.. e eu não sabia o que falar! Eu.. — percebeu o olhar de preocupação da garota dos cachos — Aconteceu alguma coisa ontem, amiga?
— Não! — sua resposta foi rápida — Eu.. só fui ler um pouco do livro depois que terminei o trabalho.
— Sim, mas você ficou todo aquele tempo na..
— Eu me distraí, foi isso! — a cortou.
Ester não estava preparada para falar sobre suas experiências com o livro. Temia ser chamada de louca pela própria amiga. Jennifer percebeu Ester cutucando as pontas das unhas, sabendo que estava nervosa ou preocupada com alguma coisa.
— Sté, se aconteceu alguma coisa, você pode falar! — disse com voz suave.
— Obrigado, Jenny! — sorriu de volta — Eu me distraí tanto lendo aquele livro, que.. — Seu olhar foi distante. Jennifer riu.
— Pra quem não gostava de ler, né? Você tá começando muito bem! — a risada contagiou as duas — Fiquei até com vontade de ler esse livro pra saber o que tem de tão bom também!
— Você não vai ler! — disse dando uma mordida no lanche.
— A senhorita tá duvidando de mim? É isso mesmo que eu ouvi? — disse aumentando a voz, imitando falar com uma platéia.
— Eu sei que você não vai ler! — riu ainda mastigando.
— Olha.. não sei, não! Talvez se tiver um romance entre um homem forte e uma garota, assim como eu, sabe.. — disse mostrando seu corpo —Talvez eu até leria — Ester a encarou um pouco.
— Para com isso, menina! — deu um tapa em seu braço.
— “E então o musculoso me pegou em seus braços e eu estava tão indefesa..." — alterou a voz como de uma narradora de livros de romance.
— Jennifer, para! — viu alguns garotos olhando a atitude de Jenny.
— “.. me colocou em seu cavalo branco, musculoso como o dono, e fugimos para bem longe dali!..” — continuava agora com gestos.
— Jennifer! — disse entre os dentes — Para com isso, sua louca! — a olhou séria, conferindo se os garotos ainda estavam as olhando.
— Você jura que eu ia fugir num cavalo! — as duas começaram a rir, enquanto olhavam para os garotos.
♧
Depois da aula, a única vontade da garota, era chegar em casa e continuar a ler o livro para saber quem seria a próxima Diva. Pipoca a recebeu com seus pulos, como de costume, e agachando na altura do canino, o fez carinho enquanto ela o recebia com algumas lambidas pelo rosto. Pegou seu boneco de pelúcia que estava caído no corredor entre a cozinha e a sala, e jogou para ele o pegar. Ao ver o cão sair correndo, ouviu alguns passos vindo dos quartos e logo se levantou.
— Ester, como foi na escola?
— Bem.. — disse ainda olhando para o Pipoca.
— Não pense que você vai se safar do que você fez ontem, porque ainda vamos conversar!
— Tá bom, mãe.. — disse indo em direção a seu quarto.
— O que você tinha na cabeça? Chegar naquele horário em casa! — a seguiu até o quarto.
— Mãe.. — colocou as coisas sobre a cama.
— Primeiro que você nem me avisou que ia fazer trabalho com a Jeniffer depois da aula!
— Era coisa rápida, a gente foi..
— Eu liguei pra ela quando já era nove da noite, e ela me disse que você não tava lá! — ela a cortava.
— Eu sei, mas..
— Ela me disse que na verdade vocês foram pra biblioteca e fizeram trabalho lá, e ela teve que voltar pra casa mais cedo. Liguei pra biblioteca e uma senhora me disse que também tava te procurando por lá! — Ester ficou quieta a olhando — Onde você foi depois da biblioteca?
— Eu fiquei por lá mesmo! Eu tava lendo um livro..
— Lendo um livro? — ironizou — E porque não te acharam se você ficou até tão tarde lá? Que horas você saiu?
— Já viu o tamanho daquela biblioteca? Eu fiquei lendo num canto! Talvez aquela velha nem me viu..
— Olha o respeito!
— Mãe! Aquela velha é doida, e nem tá enxergando direito.. Ela pode ter passado por mim e nem ter me visto!
— Não interessa!! — repreendeu — Isso não te dá direito nenhum de voltar pra casa na hora que você quer! — a garota virava o rosto sem a olhar — Me responde! Que horas você saiu de lá? — fazia tempo que não via sua mãe desse jeito.
— Umas nove e pouco acabou a força lá perto, e eu tive que sair.. era quase dez horas.
— Sim, Ester! Acabou a luz no bairro todo! — enfatizou. Pensou por alguns segundos — Você voltou a pé? — disse a encarando.
— Não!! Eu..
— Com quem você veio??
— Eu peguei um ônibus, mãe.. não queria voltar a pé no escuro! — sua mente a acusava — Mas acho que por estar sem luz, ele deve ter se perdido, e demorou..
— Olha, Ester — apontou o indicador para ela — Se eu descobrir que você tá mentindo pra mim.. vamos ter uma conversa muito séria com seu pai! E vamos ver se ele deixaria você sair de novo na rua assim.. — ela a encarava — Você me ouviu?
— Sim, mãe.. — disse pegando o livro da bolsa.
— Eu sei que você deve te amado esse livro, mas antes você mais me ajudar a limpar esse chão da cozinha! Olha isso! — apontou — Tem condições? Vou ter que dar esse cachorro embora se ele continuar assim!
— Eu limpo! — disse pegando um rodo — Afinal, o cachorro é meu, né?
— Com certeza.. todinho seu! Você vai limpar! — jogou produto de limpeza sobre o chão — E depois de terminar aí, você almoça e lava a louça! — Ester a olhou por uns estantes.
— Tá bom, mãe.. — colocou um pano sobre o rodo e começou a esfregar o chão.
Dessa vez Pipoca tinha caprichado na obra de arte. O cão, aproveitando a distração da dona de casa, que deixou a porta do armário aberta, derrubou uma garrafa de óleo, espalhando pelo chão da cozinha. E se não bastasse, mordeu o saco de farinha, o puxando para fora, completando sua arte preenchendo o lugar com uma nuvem branca, se misturando com o óleo.
Terminando os deveres solicitados pela sua mãe, a garota aproveitou para cochilar um pouco até a hora da janta. Passados pouco mais das oito da noite, ela acordou com sua mãe gritando para ir jantar. Quando se virou na cama, viu o livro na cômoda ao lado, com sua páginas a brilhar. Ela já reconhecia o sinal, mas resolveu jantar primeiro.
Ela nunca comeu tão rápido. Sua mãe estranhara o jeito de sua garotinha, mas pelo menos estava aliviada de ser um livro e não algo perigoso. Ester quis um pouco de privacidade, mesmo tendo seu próprio quarto, e se lembrou de quando era criança, quando seu pai a ensinou a fazer uma cabana com lençol. Ajeitou e os prendeu, colocou o livro lá dentro, e seu brilho já iluminava toda a artimanha criada. Ansiosa, entrou na cabana, sentou-se com suas pernas cruzadas, e abriu o livro sobre elas. Começou a lê-lo, e após surgir Capítulo 16, virou mais uma página e pode ver a foto daquela Diva com estilo de roupa um tanto peculiar sobressair da folha, como se ela estivesse se mexendo.
Na verdade não era a foto, o livro havia tremido. Olhou para os lençóis pendurados, e depois de alguns segundos pode ver eles tremendo levemente. Olhou pelo vidro da janela quase fechada, e pode ver um flash de luz. Sentiu um vento entrar pela fresta da janela, subindo um arrepio por toda sua espinha.
— O que tá acontecendo? — ela arregalou os olhos.
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