CAPÍTULO 12
⚠ Atenção ⚠
A música no link acima faz parte da leitura. Indicaremos o momento exato para você começar a ouvir e ter uma experiência maior.
A manhã estava um pouco fria. Dava-se para sentir o vento batendo contra a roupa e o ar gélido entrando pelos lugares frouxos de sua blusa. Ester se arrependeu de não ter colocado uma outra camiseta por baixo aquele dia. Ou até uma outra blusa para a proteger melhor. Com o capuz de sua blusa rosa salmão em sua cabeça, seu cabelo de lado, ela fechou os punhos segurando as mangas, cruzou os braços, e atravessou o portão da escola dando uma leve inclinada contra o vento, para não forçá-la para trás. Ela realmente queria entender o porquê sempre aquela entrada era o lugar preferido para os ventos passarem. Erguendo a cabeça depois de toda a ventania, ela avistou Jennifer correndo em sua direção.
— Oi, amiga! Bom dia! — disse animada.
— Oi Jenny! — deu-lhe um beijo no rosto sem se mover — Quanta animação em plena quinta-feira de manhã! Não consigo entender como você consegue ser assim. Me passa a receita depois?
— Sua chata. Amanhã é sexta! Pensa pelo lado bom! — sorridente.
— Mas é amanhã e não hoje! — disse abafando o ar em suas mãos tentando esquentá-las — Eu odeio frio e não trouxe outra blusa! Daqui a pouco vou congelar se pegar outro vento desse.
— Eu amo frio! Ah... falando em amanhã, você pode me entregar sua parte do trabalho de literatura pra eu já terminar de digitar?
— Verdade! — abriu a bolsa. Revistou alguns cadernos e livros que ainda estavam lá — NÃO! CADÊ? Não acredito!
— O que foi? Onde você colocou?
— Eu não sei. Tava aqui ontem.. — disse remexendo as coisas da bolsa.
A imagem da senhora bibliotecária puxando o livro de sua bolsa lhe veio à cabeça. Só podia ter caído ali. Será que a folha foi-se junto ao livro quando ela o puxou? Pensou.
— Jenny, você não vai me matar, vai?
— O que aconteceu, Sté? Perdeu?
— Ontem aquela senhora da biblioteca, maluca, puxou um livro da minha bolsa. Deve ter caído a folha lá. Eu nem percebi. — disse com raiva, porém preocupada.
— Tudo bem! Se quiser a gente vai mais tarde pra ver se caiu por lá mesmo. Senão a gente refaz. É pouca coisa.
— Sim, obrigada! — disse aliviada — Mas você tem certeza que quer ir?
— Por que? — Jennifer olhou-a confusa.
— Você não é muito de ler.
— Mas estamos indo pra terminar o trabalho...
— Sim, verdade, o trabalho. — coçou o nariz — Vamos lá depois da aula, então.
— Olha a hora! — Jenny olhou o relógio — Vamos antes que a gente chegue atrasadas pra aula da Carmélia!
— Esqueci outra coisa! — colocou a mão na testa.
— Ai, o que? — disse aflita.
— Meu travesseiro! Essa aula de história merecia uma.. — Jenny a puxou pelo braço.
— Vamos, amiga!! Você dorme mais tarde, prometo! — segurou a risada.
— Eu tô brincando, já tô indo! — soltou uma risada.
♧
Naquela tarde, as duas chegaram na biblioteca e deixaram suas coisas sobre uma mesa. Ester olhou para o balcão onde a senhora geralmente ficava e não a viu.
— Cadê a senhora? — disse Jennifer olhando para o balcão — Será que ela foi a algum lugar?
— Tem uma plaquinha ali no balcão, deixe-me ver o que está escrito.
Chegando perto do balcão, uma pequena placa escrito "Volto já" se encontrava logo em cima do mesmo. Ester acenou para Jennifer num sinal em que ela não estava lá. Acenou novamente pedindo-a para esperar. Ela abriu a porta que batia na altura de suas coxas, logo ao lado do balcão, e sutilmente entrou procurando para ver se a folha estava por lá.
Deve ter algum Achados & Perdidos por aqui, pensou.
Cuidadosamente olhava sem tocar em muitas coisas. Ouviu atrás de suas costas alguns passos vindo do lado direito. Se virou rapidamente. Era uma moça. Aliviada se voltou ao balcão e viu um brilho vindo da segunda gaveta no canto esquerdo.
— Eu sabia que ia te encontrar! — sussurrou abrindo a gaveta.
O brilho cessou quando ela o pegou. Segurou-o firme em seus braços, e ao virar-se para sair, reconheceu os detalhes das folhas de seu caderno em uma folha de baixo de uma pilha de arquivos. Ela pegou a folha rápido, saiu do balcão antes que a bibliotecária voltasse, e acenando a folha para Jennifer, voltou para a mesa.
— Já posso te contratar como minha espiã, Ester! — riu.
— Me chame a partir de hoje de Passos Leves — se olharam e riram.
— Pode deixar, senhorita.
— Aqui está a folha — entregou a Jennifer — Eu lembrei que faltou uma pequena parte pra escrever, mas a gente faz isso rápido.
— Vamos lá, então! — Jenny abriu o livro.
— E sua mãe, Jenny, está bem? — folheava algumas páginas do livro.
— Sim, ela está adorando o emprego!
— Que bom! Ela estava preocupada que não ia gostar, mas fico feliz por ela.
— Sim, com certeza. A situação está mudando lá em casa já — sorriu lembrando de sua mãe.
— Falando nisso, e o seu irmão? Ficou com quem hoje?
— AI MEU DEUS! Que horas são? — olhou o relógio de pulso — Esqueci que hoje eu ia cuidar dele! A empregada ia sair de casa 13:30!
— Corre lá! Não se preocupa, amiga, eu termino aqui e te mando mais tarde pra você digitar!
— Tudo bem, eu vou pra lá correndo! — disse guardando as coisas — Até mais tarde!
— Até! — deu-a um beijo no rosto.
(Aperte play na música no link acima antes de continuar a leitura)
Ester ajeitou as folhas a sua frente, seu caderno e o livro de literatura estavam abertos em cima da mesa, logo ao lado. Olhou para o livro que havia pegado na gaveta, e na ansiedade de abrí-lo e continuar a lê-lo, ela se segurou e pensou consigo mesma que tinha que terminar o trabalho primeiro. Ela sabia o que acontecera na última vez. Iria se distrair e não terminaria o trabalho novamente.
Após terminar o trabalho e colocar o último ponto final no texto, ela empilhou as coisas no canto da mesa, puxou o Livro Divas para si, respirou fundo, e o abriu. Ela passou as folhas lentamente lembrando de cada uma que já havia lido sobre, e após passar pela Mariah Carey, ela viu uma página com detalhes ornamentados e uma letra clássica espetacular. Capítulo 14 estava escrito no centro. Madonna era a próxima Diva.
Madonna
Madonna Louise Veronica Ciccone (Bay City, 16 de agosto de 1958), mais conhecida como Madonna, é uma cantora, compositora, atriz, dançarina e produtora musical norte-americana. Ela se mudou para Nova Iorque em 1977 para seguir a carreira na dança moderna. Após ter feito parte dos grupos musicais Breakfast Club e Emmy, ela finalmente lançou seu álbum de estreia em 1983. Em seguida, uma série de discos bem-sucedidos a trouxeram popularidade, quebrando as barreiras do conteúdo lírico da música popular tradicional e da imagem em seus videoclipes, que se tornaram constantemente exibidos na MTV.
Enquanto lia suas páginas, ela começou a ouvir uma voz ecoando... Tic-tac Tic-tac Tic-tac... E logo em seguida, a risada de uma mulher.
Olhou para os lados e percebeu que o relógio de pêndulo estava a sua direita há alguns metros de distância. O galo na sua cabeça lembrava muito bem dele do dia anterior que estava distraída olhando as pinturas do teto.
Os relógios agora falam também? Pensou.
Tentou voltar a ler sobre Madonna, mas a intensidade das vozes iam aumentando cada vez mais. Ela olhou para um homem que estava à sua esquerda passando esfregão no chão e gritou para ele:
— PORQUE ESSE SOM ESTÁ TÃO ALTO? NÃO DÁ PRA VOCÊS ABAIXAREM?
O homem olhou assustado para ela, e percebeu uma menina à sua frente de costas olhando-a da mesma forma. Envergonhada e confusa, pediu desculpas e abaixou a cabeça sobre o livro. Ela virou olhando para o relógio e viu os ponteiros rodarem numa velocidade muito fora do normal. O ambiente a sua volta começou a rodar, ela começou a sentir náuseas, lembrou-se da vez que tinha andado de barco. Mas alguma coisa estava acontecendo. Tudo ao seu redor estava girando para o sentido horário, como se o centro fosse os eixos dos ponteiros do relógio. Ela sentiu sua cadeira indo em direção ao belo objeto de madeira, tentou segurar na mesa, não conseguiu; viu outros objetos e livros indo para direção dos ponteiros como se algo muito forte os puxasse.
Tic-tac Tic-tac Tic-tac. A risada ecoava.
Ela continuava a ouvir, porém agora numa altura ensurdecedora. Ela sentiu seu corpo levitar, segurou na cadeira com uma mão na tentativa de não ir para o relógio, enquanto a outra segurava o livro, mas o que a puxava era muito forte, fazendo a cadeira sair alguns centímetros do chão; a visão de tudo a sua volta continuava distorcida no sentido horário; Ela ouviu uma última risada, soltou um último longo grito, e o relógio engoliu-a.
Notas do Autor
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