Ao sairmos da moita nós sentamos na grama e ficamos encarando um ao outro.

--- Me desculpe. --- ele começou. --- A culpa é minha, ela me disse que haveriam cachorros.Pouco tempo depois de começar a caminhar três deles começaram a me seguir, pensei que tinha despistado eles mas me enganei.

--- Ela não me falou nada sobre cachorros. --- olho para o lado e vejo que o rio não está muito longe. --- Antes de continuamos a conversa eu vou me lavar.

Me levanto e caminho até o rio para entrar na água e tirar todo o barro do meu corpo,ele se levanta e me segue para fazer o mesmo.

--- E sobre o que ela falou além de falar sobre matar ou morrer? --- ele pergunta com um olhar de curiosidade e depois mergulha no rio.

Caminho até a água ficar na altura do meu joelho e olho para ele enquanto tiro o barro do anti-braço.

--- Ela... Me falou sobre... Alimento, disse que as vezes eles caem do céu. --- ele arregalou os olhos e nadou pra perto de mim voltando a ficar de pé.

--- Curioso. Ela não me falou nada sobre qualquer coisa cair do céu. É possível que ela tenha falado algo de diferente para cada um de nós?

--- Afinal, quem é ela? --- meu parceiro abre a boca para dizer algo mas nesse exato momento uma bala atravessa sua testa fazendo com que o mesmo caia morto na água--- ahhhhhh!!!!

Corro para fora do rio, há tantas árvores que qualquer pessoa poderia estar escondida atrás de um dos troncos ou até mesmo no galho de uma delas.

Alguém pode estar mirando em mim nesse exato momento! Armas, como é possível alguém com armas aqui? Por quê não tenho uma????!!

Corro o mais rápido que posso e me escondo atrás de um dos troncos mas não ouço barulho de passos.

Não tenho barro no corpo mas minha roupa ainda tem um pouco nesse exato momento agradeço ao fato de não ter entrado completamente no rio e ter molhado a minha roupa porque  não daria para secar sem estar no sol.

Alguém atira em minha direção mas pelo jeito o inimigo não sabe exatamente onde estou já que ele atirou apenas por perto.Olho para baixo e vejo um buraco escuro abaixo da árvore.

Me enfio dentro do buraco do qual não se dava para enxergar absolutamente nada, ele é tão pequeno que não dá para ficar de pé apenas sentada e é tão escuro que posso ver as pessoas lá fora por conta da claridade  mas ninguém pode me ver. Só achariam me achariam se alguém andasse por perto porque o pequeno esconderijo não é tão visível, se cobrir com folhas ninguém nunca saberia que existe um buraco em baixo da árvore.

Só espero que ninguém venha aqui porque...eu não pretendo sair de forma alguma!

Fecho os olhos e me lembro que a minha irmã também está aqui, a única coisa que quero é encontrá-la. Apesar da preocupações,acabo adormecendo.

Acordo com frio e vejo que já está escuro porque não vejo nada lá fora. Ouço um barulho de folhas sendo esmagadas e do nada alguém encosta em mim.

--- Ahhhhhh! Me solta! Me solta!

Essa não, será que foi a pessoa que atirou naquele garoto??!!

E se vc é um sobrevivente
Não se esqueça da estrelinha!