-Ah isso! Sim, já estou melhor, obrigada! Ainda bem que apareceste naquela altura! Se não fosses tu, eu nem sei o que é que teria acontecido! E tu? Eles fizeram-te algum mal? – Boa, e agora com esta conversa toda como é que eu lhe vou dizer o que eu tenho para dizer?

-Levei só um murro no lábio, mas nada de mais! Isto já está quase cicatrizado!

-Ah, ainda bem! – Ela está muito preocupada comigo! Já quando foi do assalto, enquanto andava à bulha com os tipos, ela também estava toda preocupada comigo. Bem, parece que ela já esqueceu a nega que me deu na discoteca. Sendo assim acho que posso avançar!

-E… eu tenho mais uma coisa para te dizer. E é importante! – Digo com as mãos a tremerem e a suarem-me cada vez mais.

-Então diz! – Diz ela com a maior das naturalidades.

-É que… desde aquela vez em que nos vimos na discoteca… que eu… - OMG como é eu vou dizer isto agora?

-…Que tu…? – Pergunta curiosa ansiando que eu acabe a minha frase.

-… que eu… que eu gosto de ti! E não, não é daquela maneira que tu, provavelmente, deves estar para aí a pensar. - Pronto, digo logo tudo de uma vez! Assim, o que está dito, está dito. Agora é só esperar pela reacção dela.

-Gostar de mim? Como assim…? – Mau! Será que ela não percebeu o que eu disse? Ai pá, isto está a ser pior do que eu estava à espera!

-Lembras-te quando eu te levei lá para fora, na discoteca? Eu pensava que gostava de ti de uma maneira, mas depois eu descobri que afinal é mais do que isso! – Oh meu deus, que confusão! Já nem consigo pensar naquilo que digo!

-Espera… tu estás a querer dizer-me que…?

-Sim… eu estou apaixonado por ti! – Ah, finalmente consigo encontrar as «tais» palavras certas que descrevem aquilo que eu sinto neste preciso momento!

-Ah, e tu estás à espera que eu acredite nisso?– Hã, o quê? Não. Isto não me pode estar a acontecer! Duas negas?? E ainda por cima DA MESMA MIÚDA?????? Isto está a ser muito pior do que eu alguma vez tinha imaginado!! Quer dizer, eu venho aqui, digo-lhe tudo o que sinto com sinceridade e ela trata-me assim? Não pode ser. Isto, deve haver aqui algum mal entendido! É que só pode!

-Depois do que aconteceu na discoteca, estavas à espera do quê, hã? Não penses que, só por me teres salvo de um assalto, que eu agora vou cair nos teus braços para depois fazeres comigo o que tu costumas fazer com as outras: usas e deitas fora! Eu não sou nenhuma pastilha elástica para tu deitares fora quando bem te apetecer!

-Mas eu…

-Mas nada! – Interrompe-me. – Vai-te embora, sai! Não me voltes a aparecer à frente, ouviste? – Sinceramente, não consigo perceber o que raio lhe deu! Parece que, quanto mais faço, pior é!