Capítulo 10: 9° dia na ilha (05 de fevereiro de 2013)

      Naquela manhã o sol estava brilhando muito forte, e meus olhos começaram a arder como se estivessem pegando fogo. Saí da árvore e vi o Ramister, o macaco com seus filhotes, o guaxinim e uns outros animais que não lembro o nome de suas espécies, estavam com todos os objetos que haviam sumido. Olhei para o macaco e vi que ele estava usando botas amarelas com listras azuis, com garras no solado e com um tamanho grande, parecido com as marcas das pegadas que encontrei outro dia.

      O macaco me levou até a praia com os objetos em mão, fez um círculo com pedras e galhos no chão. Olhou para mim e levantou as mãos, mostrando que passou um avião, pelo rastro que deixou no céu azul. Lembrei que no dia que fiz o S.O.S passou dois aviões, um pela manhã e outro no fim da tarde.

      Peguei tudo o que havia de madeira, as cadeiras da cabana, as toras cortadas, o sofá quebrado e mais galhos com a ajuda dos bichinhos. Ao entardecer, peguei o isqueiro e coloquei fogo nas coisas para fazer uma grande fogueira, quem sabe o avião me resgatava naquela hora mesmo.

      Ilusão, ilusão, o avião, não me viu não. Isto me lembra o trabalho de português com a professora Tânia, quando eu recitei "as cartas", de Chico Buarque:

      - Ilusão, ilusão, veja as coisas como elas são...

      O macaco ficou me olhando, como se estivesse me perguntando, se eu estava bem, pois depois de recitar para eles, ri muito e comecei a chorar. Deitei na areia e fiquei admirando a lua e as estrelas, os bichinhos deitaram do meu lado e adormeceram comigo.

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