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Desde que era um jovem demônio descobrindo os próprios chifres, Harry sabia de uma aptidão natural para magia da telecinesia apesar de claramente ser herdeiro do fogo. O demônio tinha consciência plena do quão bom era quando se tratava de projetar a si mesmo em um compulsão não visível, sabia também ser possuidor de grande facilidade em mover objetos, assim como criá-los ou transportá-los. Como descendente direto de Belzebu, não eram muitas as coisas das quais Harry não tinha grande facilidade, então quando sentou-se diante de Louis depois da breve conversa que tiveram anteriormente, seus instintos demoníacos apenas usurparam o lugar de toda e possível consciência decente e o fez guiar a fada masculino até os limites do prazer moral. Pelo sagrado inferno, apenas vê-lo se contorcer com as bochechas queimando do outro lado da mesa havia sido como caminhar através das águas frias dos pólos quando sua pele clamava pelo calor das chamas infernais. Um verdadeiro terror, em realidade. E, ainda assim, Harry poderia fazer absolutamente tudo novamente apenas para ter um pouco do vislumbre de Louis que enxergava naquele momento enquanto o tinha com olhos sedentos e lábios macios esperando pelo próximo momento. Com um sorriso perverso rasgando os lábios, o demônio custava a acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Estava. E isso era tudo o que poderia ser de real valia enquanto arrastava sua magia até Louis, lambendo seus mamilos róseos e descendo um pouco mais. Harry não era capaz de sentir mais do que um formigamento no fundo de seus ossos uma vez que a magia de compulsão funcionava quase que unilateralmente, no entanto isso não importava, o demônio tinha todo o estímulo necessário para erguer seu pau apenas sentando-se e observando como aquela doce criatura de asas inacabadas parecia a um segundo de despedaçar, ruir.

— Você gosta isso, uh? — viu-se dizendo, as palavras arrastadas para fora como se por vida própria.

Harry mantinha-se estritamente sob controle enquanto toda sua região mais ao sul ardia ansiosa esperando por algo mais do que uma bela vista. Louis, por sua vez, apenas torceu os dedos ao redor do acendo da cadeira onde se segurava com força, as bochechas claramente queimando em um tom de vermelho que o demônio não pôde deixar de se questionar se combinava ou não com a cor da entrada virgem da fada. "Oh, por satã, eu quero me enterrar nele" disse a si mesmo, os dentes crescendo em grandes presas e olhos tão escuros quanto os próprios chifres. Harry queria marcar aquela criatura como sua, como propriedade exclusiva para uso particular e então colocá-lo em um maldito pedestal onde poderia adorá-lo por doze horas diárias e fodê-lo nas demais. Descendo sua magia, Harry enrolou-se ao redor daquele pau pulsante que não era seu. Mesmo sem poder realmente sentí-lo como queria, somente em ver Louis gemer sem nenhum tipo de pudor – quase que entorpecido demais para se preocupar com os ruídos ao redor – era quase tortura demais. Quase. Porque... droga, do que seria feito um demônio herdeiro de Belzebu senão de um puro deleite à dor?

— Diga — ordenou, enrolando-se com mais força em Louis. Tomando-o em intensos movimentos. Descendo e subindo, rodeando a glande e então escorregando para cima novamente, beliscando os mamilos com rudeza. A fada gemeu, mas ainda sem palavras. — Diga, Louis — ordenou novamente, os toques mais fortes agora enquanto subiam para o pescoço suave e contornavam as asas macias. — Quero ouvi-lo, Louis. Diga!

— E-eu... hummmm — gemeu alto, os lábios doces presos entre os dentes enquanto abria as pernas mais e mais e mais, os quadris erguidos em busca do prazer, cabeça jogava para trás em completa rendição.

Harry pensou que já havia tido o bastante então, como o bom maldito que era, recolheu toda a sua magia para si novamente. Quase que imediatamente, Louis desmoronou, a respiração fraca e olhos cinzentos cheios de tesão não satisfeito. Isso era bom, claro. O demônio queria levá-lo à loucura semelhante aquela que ocupava todos os sentidos desde que a criatura partida havia sido trazida até o salão de seu castelo. Erguendo-se, o demônio circulou a cadeira de Louis em passadas suaves, em extrema lentidão, seus dedos de pontas escuras arrastando-se pela pele banhada de suor daquele que em breve seria seu para usar e satisfazer-se assim como ninguém jamais foi desde... bem, desde muito tempo.

— Você já esteve envolvido em relações físicas com outras criaturas? — perguntou apesar de já estar mais do que completamente ciente da resposta, Harry era um demônio mestiço mergulhado em excelência para deixar escapar algo assim. Não. Louis era virgem, ele cheirava à cordeiro pronto para o abate e seria ele, o maldito demônio do pântano, que acabaria com aquilo. Tão logo quanto possível. — Já esteve entre as coxas de alguém ou, melhor, já teve alguém entre suas coxas?

— Não — sua voz saiu pouco mais do que um miado apenas audível. — Não, senhor.

— Isso é bom — Harry colocou-se diante de Louis, ambas as mãos longas cheias de garras bem aparadas apertadas nos apoios para o braço, seu rosto tão perto do da fada que podia sentir a respiração entrecortada dele brincando em seus lábios. — Eu gosto da sensação de pureza que exala de você, sou um demônio, Louis, meu prazer primário é a corrupção de almas.

— Minha alma está amaldiçoada, senhor, não acho que vá encontrar nada de muita valia aqui.

— Ah, pobre menino, mas eu já encontrei — arrastando o polegar ao redor dos lábios unidos de Louis, o demônio sentiu-se quase vacilar. Ele sabia que depois que o tivesse para si, jamais poderia permitir que aquela criatura quebrada partisse. Harry falou sério sobre ansiar pela corrupção, mas também algo além gritava dentro de si. Reciprocidade. Eternidade. Fidelidade. — Você já beijou?

Louis não respondeu, tudo o que fez foi negar silenciosamente enquanto esticava a língua para fora e tomava o polegar do demônio entre os lábios. O toque era quente nas pontas dos dedos de Harry, enviava vibrações intensas demais por todo o seu corpo, ardia em seu pau. Sedendo por mais, Harry apenas acrescentou um segundo dedo àquela boca doce, ansiosa. Depois que o terceiro se junto à festa, não haviam mais palavras a serem ditas ali. O demônio fodia a boca de Louis com força, seus dedos entrando e saindo daquele cativeiro quente e úmido em uma velocidade quase doentia, saliva escorrendo pelo queixo bem desenhado e olhos azuis cheios do mais intenso tesão no qual já havia colocado o olhar sobre. Louis não era seu, mas o queria. Tirando seus dedos para fora, Harry os enfiou dentro da própria boca, provando de Louis enquanto se erguia diante dele, puxando-o em seguida. Com apenas um dos braços ao redor da cintura bem marcada, o demônio o colocou sobre a mesa, abrindo as pernas para se colocar entre elas. Quando as ereções se encontraram em um choque de prazer que deixou Harry quase sem sentidos, seus lábios se encontraram. Ansiosos. Cheios de algo tão reprimido que não poderia sequer ser nomeado adequadamente. Louis poderia ser virgem, mas estava suficientemente longe dos limites da inocência para saber o que fazer porque antes que Harry pudesse ordená-lo, lá estava a fada o puxando mais para si com as pernas ao redor do demônio, os quadris erguidos apoiados pelas mãos da fada espalmadas sobre a mesa.

— Porra... — Harry gemeu nos lábios dele, suas presas tirando um pouco de sangue daquele doce inferno. Louis tinha gosto de certo, de pecado. De eternidade. De algo pelo qual o demônio sequer sabia estar procurando. Descendo a língua até o pescoço jogado para trás em redenção, Harry sugou e lambeu, mordeu e marcou como seu. Seu. Somente seu. — Eu quero foder você — confessou em palavras apressadas, os dentes afiados rasgando um pouco do lóbulo daquela orelha suave, pronta para ser estraçalhada tanto quanto todo o restante dele. — Deixe-me fodê-lo, Louis. Deixe-me ter você. Droga. Apenas diga que sim.

O demônio não esperou por uma resposta, ele não precisava de uma quando todo o corpo de Louis era pura redenção, cada pequeno pedaço de seu ser tremendo sob o corpo de Harry enquanto abria mais as pernas, empurrava mais o quadril e esticava as asas em suas costas sem se preocupar com a forma como suas bordas eram inacabadas. Para Harry, nunca antes seus olhos tinham sido colocados sobre criatura mais linda. Sentindo-se muito perto do limite, o demônio murmurou um feitiço rápido de contenção, as palavras soprando através de seus lábios enquanto conduzia a língua de volta para aquela boca doce como o fruto dos deuses populares nas antigas histórias que seu pai lhe contava. Quase como a mais perfeita ambrosia já preparada pela própria Gaia. Tinha gosto de perdição e paraíso, inferno e céu. Quente e absurdamente incendiário. Rapidamente Harry sentiu o queimar dolorido em seus ossos enquanto sua própria magia era recolhida para dentro de seu ser, apenas por precaução. Ele já tinha vivido tempo o bastante para saber o que tesão descontrolado e um demônio mergulhado em celibatário poderia ocasionar, e tudo o que menos desejava no momento era ver aquela doce criatura contorcer em suas mãos com algo além de prazer. Satisfeito com a segurança frágil ainda que efetiva o bastante, o demônio agarrou aquele gosto com uma de suas mãos, as garras quase fundas o bastante na carne pra tirar um pouco de sangue, a ideia de marcá-lo às custas da dor era fodidamente excitante demais para que sua metade humana concordasse. No momento, bem, que essa consciência se fodesse.

— Eu não vou ser gentil — grunhiu enquanto trabalhava com a outra mão, livrando-se das calças de Louis com um puxão descuidado. Ele poderia ter recolhido sua magia, mas ainda era forte como o inferno o mantinha. O tecido rasgou violentamente, seguidos pela camisa já aberta. Seus olhos faiscam cheio de chamas verdes quando se afastou apenas o suficiente para deleitar-se com a nudez dele, a maneira como a luz baixa girava sobre a pele mais bronzeada do que antes, os contornos cheios dos quadris e coxas. O pau róseo tão duro e vazante que lhe trouxe água à boca. Louis estava pronto para servir-lhe de refeição e... por satã, Harry não pretendia parar até estar-se dignamente satisfeito. — Você é lindo, excepcionalmente perfeito em todos os modos. E... oh, querido, não me olhe assim como se meus lábios cuspissem mentiras tolas.

— Meu rosto é uma maldição — a fada masculino murmurou, suas bochechas coradas e rosto tão vermelho que não parecia fazer justiça ao restante dos mortais tamanha era a beleza. — Isso é tudo o que sei.

— Aquelas criaturas mesquinhas nada sabem além de sua própria podridão — deixou um beijo suave em cada uma das bochechas, a língua tirando um pouco mais do sabor marcante, viciante. Seu. — Confie em mim, Louis, pode fazer isso?

Ele não vacilou ao concordar e esse pequeno gesto certeiro era mais do que Harry poderia ter esperado de qualquer outra criatura, quando seu pau chutou dentro das próprias calças, ansioso para finalmente estar enterrado em Louis... bem, era um marco de que a conversa tinha chegado ao fim. Como prometeu, o demônio não foi gentil ao girar Louis para que seus pés tocassem o chão e a metade superior do corpo estivesse sobre a mesa, bochecha pressionada firmemente contra a madeira envelhecida e asas abertas implorando por um pouco de atenção, a bunda pálida suavemente curvada para cima, empinada e aberta em espera latejante. Pressionado o polegar na entrada quente, Harry tomou parte da asa azul como o céu entre os lábios. A maciez coberta de pele fria encheu seus sentidos, o cheiro de Louis inundando tudo o que havia, ocupando os lugares mais sombrios de sua alma enquanto o som de gemidos abafados ecoavam nas paredes de pedra. Escorregando o polegar para dentro apenas o bastante para que a pressão das bordas o sugasse metade para dentro, Harry puxou ambas as mãos da fada para sobre sua cabeça, o som de um dos pratos de porcelana chinesa quebrando contra o chão fez com que Louis tremesse, sugando ainda mais seu dedo para dentro de si. Quase dentro o suficiente.

— Não se mexa — arfou no ouvido de Louis, a voz tão gutural quanto selvagem. — É uma ordem. Diga se compreendeu, Louis. Use palavras.

— S-sim.

— Muito bem.

Como agradecimento pela cooperação, o demônio arranho suas presas por todo o contorno da asa esquerda. Sob seu corpo, a fada estremeceu. Acrescentando um tapa na nádega pálida à somatória, as reações de Louis não o decepcionou. A marca de seus cinco dedos brilhou naquela bunda doce. Com o polegar ainda enterrado em Louis, o demônio começou a mover-se como o viu fazendo hora antes, na tina d'água. Girou a mão à procura do botão sensível e teve certeza de castigá-lo com rigor quando o encontrou, a voz fraca da fada vibrou em seus ossos quando gemidos foram acompanhados a tremores quase convulsionais. Com a mão livre, Harry livrou-se das calças até que seu próprio pau estivesse duro, rijo como há muito tempo não esteve.

Retirando seu polegar de dentro da fada, Harry guiou sua mão até a beira daqueles lábios doces.

— Cuspa — ordenou.

Louis era bom em obedecer e isso o facinava quase na mesma proporção que o enfurecia, apenas uma vida cheia de grandes horrores poderia criar alguém tão condescendente. Afastando os pensamentos dos caminhos tortuosos, Harry concentrou-se em como a saliva dele parecia deliciosa em sua palma. Por um momento pensou em prová-la, apenas levar ao lábio e ter um pouco mais de Louis. Ao invés disso, no entanto, espalhou todo o conteúdo sobre sua ereção, bombeando um par de vezes enquanto desejava que a fada pudesse suportar sua própria magia, ela seria fodidamente bem vinda para aliviar um pouco do desconforto eminente.

— Eu vou entrar em você agora — avisou, as palavras arrastando em sua língua assim como as depositou em um beijo dois dedos abaixo da nuca de Louis, exatamente sobre o ponto onde se iniciava as asas. — Pode doer, querido, mas você vai se sentir bem. É uma promessa. Demônios são ótimos com promessas, eu juro.

Mais uma vez, Louis assentiu rapidamente, os pés nas pontas dos dedos como se oferecesse a si mesmo. Não foi preciso mais do que isso para que o demônio enterrasse seu pau de uma única vez, o grito dolorido da fada ardendo em seus ouvidos enquanto continuava descendo os lábios pelo meio das asas, lambendo toda a coluna e usando a mão livre para estimular o pau de Louis, as bombadas rítmicas conforme permitia que ele se acostumasse com seu tamanho, parado, imóvel, apenas deleitando-se com a maneira como o corpo de Louis se apertava ao seu redor, pulsando, os gemidos cheios de soluços logo cedendo lugar a leves tremores. Harry desejou ter sua magia para que pudesse tocar a fada por completo, estimular todas as zonas erógenas de uma única vez. Fazê-lo se perder em um prazer tão fodidamente extremo que nunca sequer pensaria em partir, com ou sem magia. Com ou sem seus malditos complexos. Quando tudo o que havia entre eles eram grunhidos recheados de tesão, Harry moveu-se. Devagar inicialmente, concentrado em controlar a si próprio antes de deixar-se levar pelo momento, as estocadas cada vez mais fortes, intensas, desordenadas demais para que continuasse sua trilha de beijos. As garras apertaram a nuca de Louis, empurrando-o mais contra a mesa e procurando algum tipo de apoio enquanto fodia aquela bunda doce com tudo o que tinha, suor escorria pelo seu corpo, a camisa empapada e as calças incomodando em seus tornozelos. Não. Nada daquilo era relevante realmente, não quando Louis tremia sob seu corpo, o pau da fada tremendo, vazando e pulsando, pronto para explodir em ondas de porra por todo o lugar. Harry não estava tão diferente também, estar dentro de Louis era como o inferno de bom. Apertado, guloso, fundo. Abrindo-se apenas o suficiente para acomodá-lo, a pressão de sua bunda enviando o tesão do demônio aos céus e que seu pai morto o perdoasse porque não havia lugar algum que ele gostaria de estar mais do que ali, naquela merda de céu com Louis.

Louis gozou com um grito sem freios e o demônio veio logo atrás, seu sêmen espalhando dentro da fada e fazendo uma fodida bagunça naquela bunda, o suficiente para que depois de suas bolas esvaziarem, a prova do prazer de Harry escorresse pelas pernas trêmulas da fada. Com sua própria mão embebida de porra, Harry levou os dedos novamente até aqueles lábios respirando apressadamente, sem fôlego. Ele não precisou dar a ordem em palavras para que Louis começasse a lamber a si mesmo daqueles dedos, a língua trabalhando com rapidez e ansiedade. Droga. Harry apenas sentiu seu pau começar a pulsar novamente com aquilo, como se ele não tivesse acabado de se desfazer dentro daquela bunda deliciosa. "Porra" pensou, a mão livre acariciando a si próprio, sentindo a ereção voltando com rapidez doentia. Quando seus dedos estavam suficientemente limpos, agarrou a cintura bem marcada de Louis e o girou até que a bunda dele estivesse sobre a mesa outra vez, sem aviso prévio, Harry ajoelhou-se entre aquelas pernas bambas agora apoiadas em seus ombros. Abrindo as nádegas de Louis, o demônio mergulhou o rosto na entrada, a língua ondulando ao redor suavemente frisado. O gosto ali era de puro pecado não satisfeito, o deleite mais verdadeiro do qual um demônio poderia regozijar.

— Você é doce como ninguém deveria ser — gemeu com a língua meio que enterrada em Louis, seu pau já latente nas próprias mãos. — Acho nunca terei o suficiente.

Com as mãos apoiadas na mesa, asas completamente abertas e olhos mergulhados no mais profundo azul oceânico existente, Louis sorriu e... porra, aquele parecia ser a única razão pela qual o destino tinha feito seus pais se apaixonarem, quase como se toda a sua vida fosse construída apenas para que Harry estivesse ali naquele momento, vivo e existente entre as coxas daquela criatura.

— Então não tenha — Louis murmurou, a própria meia ereção brilhando novamente contra a barriga.

•••

Todo o seu corpo doía, se fosse honesto. Enquanto a água sempre quente o abraçava com suavidade, sua mente vagaba até a razão pela qual todos os músculos de sua bunda ardiam como o inferno. Com o queixo apoiado nos próprios joelhos, um sorriso brincou em seus lábios conforme lampejos do acontecido recente queimavam dentro de sua cabeça. Ele e Harry no salão de jantar. Harry dentro de si. Harry ajoelhado entre suas pernas. A língua de Harry, seus dedos, seu pau. Tudo parecia tão intenso e certo que não poderia não ser, mesmo quando quase perdeu os sentidos após a terceira vez, as pernas incapazes de manter-se firme sobre o chão e ainda que as consequências disso fosse sua bunda tão dolorida quanto os quadris. Tudo parecia simplesmente valer a pena.

— Seu sorriso idiota está me irritando — disse Zayn às suas costas, o gárgula estava fazendo seus deveres matinais de trocar as roupas de cama. Ele parecia especialmente de mau humor, no entanto, o suficiente para que Louis fosse amargamente arrastado para fora de suas doces lembranças.

— Desculpe — murmurou, metade do rosto dentro da água. — Eu... uh, sabe.

— Sei?

— Quer dizer... — "como se pergunta a alguém sobre a existência ou falta de sua alma?" perguntou a si mesmo, a vergonha queimando nas bochechas quase com a mesma intensidade que a curiosidade, e a preocupação.

— Aquele demônio é um maldito, Louis, não se preocupe com as merdas que ele acha que sabe.

Por algum motivo, isso o aliviou.

— Então não é verdade?

— Eu não disse isso.

Agora espanando a poeira inexistente da janela, Zayn parecia concentrado em observar o lado de fora, os olhos perdidos para o que quer que estivesse depois do vidro.

— Oh.

— Apenas aconteceu — deu de ombros como se não fosse grande coisa, acontece que era. Era de uma alma que tudo aquilo de tratava e os comentários eram reais, um corpo sem alma era pior do que a mais baixa das criaturas. — Eu não vendi ela, se é o que pensa.

— Eu não...

— Estou bem, Louis — garantiu antes que a fada tivesse tempo de dizer qualquer coisa. — Não sou um monstro, droga. Somente cometi alguns erros idiotas que me custaram mais do que imaginei a princípio, acontece. Não é como se fosse o fim do mundo, em todo caso. Aprendi a lidar com a falta dela, estou bem. Obrigado.

Louis queria dizer alguma coisa estúpida do tipo "é da sua alma que estamos falando, não é possível apenas ficar bem sem ela" mas não disse nada, ao invés disso permaneceu abraçando as próprias pernas enquanto a água quente relaxava os músculos castigados por horas seguidas de uma foda milenar com o demônio dono daquele castelo no meio do pântano. Harry. Lembrar dele era o bastante para que uma meia ereção começasse a se formar entre suas pernas. Droga.

— Ouvi dizer que ele veio ajudar você — Zayn continuou. — O demônio, Payne. Ele não é confiável, tome cuidado.

— Me ajudar?

— Essa coisa de magia escondida — o gárgula enfim afastou o olhar da janela, ombros meio caídos. Bochechas um tom mais escura. — Não faz sentido para mim, mas aparentemente todos os outros estão realmente empenhados nisso.

— Não há nada aqui.

— Talvez haja — outro dar de ombros. — O nada é mais cheio do que imagina, Louis. Você saberia reconhecer.

Sem mais palavras, o gárgula se foi.

Algo apertou firmemente dentro do peito de Louis enquanto ele saía da água, o interior de suas coxas repletos de grandes hematomas roxos assim como parte de suas costas, ele tinha certeza. Harry não tinha sido gentil ainda que excepcional. Com a toalha ao redor do corpo, Louis caminhou até a janela quase como se houvesse um ímã o puxando até lá. Do lado de fora, um pequeno grupo caminhava no jardim. Imediatamente ele reconheceu o demônio convidado rodeado de gárgulas femininas, muitas das quais tinha relação direta com Louis, algumas delas consideráveis até mesmo como amigas.

— O que está acontecendo realmente, Zayn? — viu-se perguntando a ninguém enquanto um arrepio gelado escorreu pelos contornos de suas asas como uma presença.

Afastando-se da janela, Louis decidiu que era hora do café da manhã e somente a ideia de colocar seus olhos sobre Harry novamente foi o bastante para afugentar qualquer temor infundado que sua cabeça pudesse ter produzido. Sorrindo, ele escolheu a camisa avelã para ser arruinada dessa vez.

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