Um
Park Jinwoo On
Já faz uma semana que eu me mudei para Seul com meus pais, pelo simples motivo de que uma das empresas de meu pai estava com problemas e que tinha que ser resolvidos de imediato.
Só de pensar que amanhã será meu primeiro dia de aula já me dá calafrios, imagina se eu for tentar fazer amigos, ainda mais eu que sou tímido e medroso. Além do mais desde que acordei hoje cedo estou com um pressentimento estranho sobre o novo colégio, mesmo meu pai ter falado que me colocou em um dos melhores colégios, e que não devo me preocupar com nada. Mas sinto que mesmo assim algo de bom não irá acontecer amanhã.
Mas vamos para que interessa.
Meu nome é Park Jinwoo, em meu antigo colégio, em Busan eu era conhecido como Jinjin. Tenho 17 anos e estou no segundo ano do ensino médio do Colégio Fantagio High. E sem querer me gabar mas já me gabando tenho ótimos pais, minha mãe é médica e meu pai é um dos empresários mais bem sucedidos da Coreia do Sul.
Nesse momento eu estou arrumando meu material dentro da mochila e já são 21:45, aí você me pergunta porque eu não a arrumei antes, simples... Porque eu não quis.
- Jinwoo vem comer! - gritou minha mãe da cozinha.
- Já vou!
Depois de alguns minutos eu desço para ir comer... Mas parando para pensar nem com fome eu estou (mas de todo jeito eu fui, na maior preguiça do mundo). Quando cheguei na cozinha encontro meu pai sentado na mesa, e minha mãe colocando a comida na mesma, até meu pai perguntar:
- Então filho, está preparado para seu primeiro dia de aula no seu novo colégio? - Perguntou todo feliz.
- Não. Nem um pouco. Olha pensa comigo, vão ser pessoas que nunca vi na vida, e se eu não conseguir fazer amigos? E se eu sofrer bullying como eu sofria nos outros colégios? Minha vida inteira foi só isso! Sem amigos e sofrimento! Vocês mesmos já sabem disso... Sabem o quanto eu sofri e continuo sofrendo... Sabem o quanto eu tive que ir em psicólogos por conta da minha depressão! - Comecei a desabafar tudo que guardava assim que me mudei para Seul.
Com um olhar preocupado minha mãe vem até mim e fala:
- Filho não se preocupe com isso... Você sabe o quanto eu e seu pai te amamos, certo? - Concordo com a cabeça. - Então, tente ter um pouco de esperança. Pense que agora você está em uma nova cidade, em um novo colégio, com pessoas novas ao seu redor. E mesmo que seja pessoas das quais nunca viu na vida tente conversar com elas. E sobre você sofrer bullying... Se alguém tentar mexer com você, lembre-se de contar para um responsável o quanto antes está bem? Não guarde tudo para si. Você sempre terá alguém para se apoiar. E outra, sua depressão já está controlada... Faz tempo desde que você teve algum ataque, não é mesmo?
- Sua mãe tem razão, conte com a gente pra tudo ouviu filhote? - Fala mexendo nos meus fios de cabelos deixando-os mais bagunçados do que já estavam.
- Ouvi pai. - Respondo feliz por ter pais babões como eles. - Eu acho que eu já vou subir. - Já estava levantando quando ouço minha mãe falar:
- Mas você ainda nem comeu.
- Estou sem fome mãe.
- Como está sem fome rapaz? Você pode por essa sua bunda nessa cadeira e começar a comer a comida da sua mãe.
- Mas pa- fui cortado pelo mesmo.
- Sem mais nem menos! Vai anda, pode começar a comer, não podemos ficar desperdiçando comida atoa não. Tem tanta gente aí fora querendo pelo menos um pão. - "Sendo dramático como sempre né papai?"
- Aff... Esta bem pai eu vou comer! - Falei desistindo de ir para o meu quarto, e colando minha bunda na cadeira como disse meu pai.
[...]
- Boa noite filho. - falaram juntos.
Depois que terminei de comer, mesmo que sendo "obrigado" subi as escadas e fui direto para meu quarto logo me tacando na cama feito um saco de batata caindo de um caminhão. Fiquei um tempo mexendo no celular, até que não demorasse muito tempo para que tivesse caído no meu mais profundo sono e começado a roncar que nem um trator, palavras do meu pai.
[...]
Acordei com meu despertador tocando no último volume, quase cai da cama do susto que levei. Sério, se eu fosse um velho com meus 80 anos quase beirando à morte, com certeza teria infartado depois dessa.
Levanto da cama (mesmo que não querendo), e vou ao banheiro fazer minha rotina matinal, termino de fazer as coisas que tinha e desço pra tomar café da manhã.
- Bom dia mãe, bom dia pai.
- Bom dia filho - falam em uníssono.
- Dormiu bem essa noite? - pergunta meu pai ledo um jornal que provavelmente o carteiro entregou essa manhã.
- Sim - respondo fazendo meu achocolatado.
[...]
Subo as escadas, e vou tomar banho, mas é AQUELE banho que você entra uma vez e não quer sair mais.
Depois do meu banho de beleza coloco minha roupa que consciente em apenas uma cueca (obviamente né), uma calça preta rasgada nos joelhos,uma camiseta branca, meu tênis da Vans e por fim um moletom cinza.
- Tchau mãe! - Digo já saindo pela porta. Nesse meio tempo em que me arrumava meu pai já havia ido trabalhar.
- TCHAU FILHO, BOA AULA! VÊ SE FAZ AMIGUINHOS VIU!- grita minha mãe da cozinha.
- Está bem mãe.
As vezes me pergunto que tipo de mãe louca fui ter. Mas apesar de tudo fico feliz de tê-la como tal, e meu pai também. Se eles não estivessem aqui nem imagino o que seria de mim, talvez eu nem mesmo estaria vivo...
Bom pelo que meu pai falou a escola onde estou fica mais ou menos umas onze quadras daqui, acho que se for andando não vai demorar tanto pra chegar lá.
[...]
Cheguei me arrastando no colégio. Sério.
Para você ter ideia, no meio do caminho eu quase roubei uma bicicleta de uma menina que aparentava ter apenas sete anos. Acho que preciso voltar a me exercitar com mais frequência, eu era tão fitness. Mas voltando a realidade, cheguei no colégio todo quebrado, com as pernas bambas.
Fui à diretoria saber em que sala e quais seriam as aulas que meu sofrimento acontecerá pelo resto do ano.
Estava tão distraído e maravilhado com o quão grande era o colégio - desça vez meu pai havia se superado para me colocar em um novo colégio -, que enquanto caminhava para minha primeira aula de matemática acabo por me esbarrar em um menino - que parecia mais ser um poste do que um ser humano -, acabando por deixar cair seus livros no chão.
- Me desculpe! Eu não havia te visto. Não era minha intenção derrubar seus livros no chão. - Falo entrando em desespero, logo pegando os mesmos e o entregando.
- Não tem problema, eu entendo que não foi de propósito. - Falou sorrindo. - Mas assim. Sabe aqueles sorrisos bonitos mesmo, que até os dentes cega sua visão de tão brilhantes que são. Então foi mais ou menos esse sorriso que ele deu -.
- Eu sinto muito mesmo. - Curvo-me na sua direção. - O que eu tenho que fazer para poder me redimir com você?
- Não, não! Não precisa fazer nada. Já disse que te entendo, eu sei que foi sem querer, não precisa se preocupar com nada. - Fala o - até então - estranho.
Tirando meus pais, nunca nem ninguém, havia sido gentil assim como ele havia sido. Mas não devo ter tantas esperanças, afinal de contas, ele não deixa de ser um estranho que mal havia conhecido.
- Bom, meu nome é Lee Dongmin mas pode me chamar de Cha Eunwoo ou só Eunwoo mesmo, como você preferir. - Estende sua mão para que eu pudesse o comprimenta-lo.
Parando para reparar ele até que é bonito, tem cabelos preto, olhos escuro como a noite e uma pele bem branca como a neve.
- Oh! Meu nome é Park Jinwoo. - Mesmo com um pouco de receio, cumprimento o mesmo. - Desculpe, eu não tenho um apelido tão legal quanto o seu.. - Coço minha nuca envergonhado. - Fora isso, peço mais uma vez desculpas por ter derrubado seus livros...
- Deixa isso pra lá, não foi nada demais. Sobre o apelido, por enquanto isso é o de menos. - Sorri também envergonhado. - E então você é novo aqui?
- Sim, esse é meu primeiro dia de aula.
- Certo. - Assente. - É normal que começo de ano sempre haverá calouros novos... Então seja muito bem-vindo ao colégio Percebo que você está um pouco perdido. - Concordo com a cabeça. - Em que sala você está? Eu poderia te ajudar.
Olho para o papel que a direção antes havia entregado para mim, logo olhando para Eunwoo. - Estou na sala 2-C.
- Que conhecidência! É a mesma que a minha. Vamos, venha comigo, eu te acompanho até lá.
- Se não for te incomodar... Por mim tudo bem...
- Não, está tudo bem. Você pode vir comigo. Vamos indo conversando pelo caminho, assim podemos nos conhecer melhor. - Começa a andar, logo sigo o mesmo. - Venha, eu te mostro onde fica.
E assim fomos rumo à sala de aula.
Quando finalmente chegamos até ela e entramos, alguns alunos olhavam para mim. Confesso que fiquei um pouco envergonhado... Também, mais de meia dúzia de pessoas estavam me comendo pelos olhos, mas de todo jeito continuei a seguir Eunwoo, que me levava até três pessoas mais ao fundo da sala.
- Não me façam perguntas, até que eu termine. - Levanta o dedo, como um gênio? - Jinwoo esses são Kim Moonbin ou Binnie, Yoon Sanha ou Sannie, Park Jimin ou Jiminnie, e por final, e menos importante, Kim Myungjun ou Mj.
- Ya! Como ousa me falar que eu sou o menos importante? Eu sou mais velho que você, tenha respeito Cha Eunwoo!
- Certo, certo, hyung. Terei mais respeito com o senhor. - Segura a risada.
- Ashi! Eu vou dar uma lição nssa crianç-
- M-hyung, já chega! Deixe com que ele termine logo. - Após Moonbin ter o "repreendido", Myungjun logo havia se acalmado.
- Em fim. Seres humanos esse é Park Jinwoo, que infelizmente ainda não tem nenhum apelido.
- Oi... - Imediatamente como forma de respeito, curvo-me e aceno para eles tímidamente, levantando minha destra.
- Olá Jinwoo! - Falou outro poste que parece ser mais uma criança do que um adolescente que está no ensino médio. Mas esse poste é bonito, assim como o poste Eunwoo... Aliás... Todos eles aparentavam ser muito bonitos.
[...]
Estava conversando com os meninos, até ouvir um estrondo vindo da porta. Assustado me viro automaticamente para trás encontrado um grupo de cinco pessoas.
- São eles. - Ouço Moonbin falar.
- Q-Quem são eles? - Gaguejo sem entender nada sobre o que estava acontecendo.
- Eles são como os "populares" do colégio, conseguem tudo o que quiserem aos seus pés, São praticamente idolatrados pelo colégio inteiro, sendo eles meninas ou até mesmo meninos, já que o resto tendem apenas a ter medo e nunca à chegar perto. Mesmo que eu não entenda o porquê de terem pessoas que conseguem idolatra-lós, já que fazendo bullying ou algo pior com os que passam em sua frente. - Explicava Moonbin.
Mas quando ouvir "bullying" e "algo pior" senti um arrepio dos pés a cabeça, me tremendo todinho. - Hmm... Entendi... Você sabe o nome deles? - perguntei com a voz falha que obviamente foi perceptivo por Moonbin, mas o outro também não comentou nada sobre, o que agradeci mentalmente a Deus.
- Hmm claro! Sei sim... Está vendo aquele menino no meio deles? - Confirmo com a cabeça. - Aquele é meu "irmão" mais novo, Park Minhyuk ou como os amigos dele o chamam, Rocky. Quando criança ele viu a mãe dele/minha madrasta sendo espancada pelo próprio pai, talvez se não fosse o vizinho que passava pelo local hoje ela não estaria morando comigo e nem com meu pai. - Aquilo realmente havia me pegado de surpresa, não esperava que Moonbin me contasse aquela história. - Depois daquele incidente a mãe dele conheceu meu pai e desde então estão juntos. Minhyuk ficou uma semana na minha casa e depois fugiu, três dias se passaram e então descobrimos que ele estava morando com o homem que praticamente quase matou sua mãe bem a frente aos seus olhos. Mas não entendo o porque dele ter ido morar com uma pessoa dessas. E o pior é que ele é exatamente igual ao pai com seu comportamento e com sua personalidade... Conheci o pai dele apenas duas vezes, uma quando fui ao mercado e os vi comprando cigarros, bebidas alcoólicas, e algumas besteiras. E a outra foi quando andava pela rua e vi Minhyuk e seu pai brigando com uns homens que pareciam ser de alguma gangue. - Eu realmente não sabia o que dizer sobre o que tiha acabado de ouvir, ainda estava tentando digerir as palavras ditas por Moonbin. - Ah quase esqueci! O nome dos outros é: Kim Taehyung, Min Yoongi, Jeon Jungkook, Jung Hoseok e Kim Namjoon... Tem os apelidos que só usam entre si, mas se você quiser saber eu falo.
- Não tudo bem... - Fiquei realmente chocado com toda a história, não conhecia Binnie e muito memos o tal de Minhyuk direito, mas sei que deve ser difícil a "família" de ambos. Fiquei realmente triste pelo Binnie.
- Tudo bem, então. - Falou com desdém.
Olhando por um lado diferente, Minhyuk era muito atraente, mas também não deixava de ser assustador. Cabelos castanho escuro, olhos considerado normais na Coreia, nariz um tanto quanto fino, pele bronzeada e lábios grossos. Seu corpo magro acabava constatando seus músculos e seus bíceps e suas pernas, ele era alguns centímetros mais alto que minha a pessoa.
Estava admirado tanto Minhyuk que nem tinha percebido o professor dentro da sala.
- Bom crianças eu sou professor de matemática e ho- Olhou pra mim - Parece que temos um novo aluno. Vamos lá, levante-se e se apresente para a turma. - Disse sorrindo largamente.
Me apresentei com direito de gaguejar e de virar um verdadeiro pimentão enquanto me apresentava. Simplesmente passando vergonha na frente da classe toda. Recebendo em troca algumas risadinhas maldosas, o que me abalou muito... Pois sabia no que aquilo se resultaria.
- Obrigada Jinwoo, agora pode voltar ao seu lugar. - Disse o professor.
E assim eu fiz. Voltei correndo para meu lugar me sentindo sendo observado por um par de olhos desde que havia me apresentado, mas não encontrei ninguém me olhando quando virei para trás, então decidi prestar atenção no professor que logo havia novamente começado a aula, pedindo que os alunos abrissem o livro em tal página. Mas eu continuava a me sentir sendo observado.
[...]
Morrendo era assim que eu me sentia, essa já era a terceira aula e agora seria história, matéria que eu nunca vou gostar em toda a minha vida. Sei que falta poucos minutos para o intervalo mas eu não aguentava ficar ouvindo ela falar sobre os povos antigos e também ainda tem um par de olhos praticamente me perfurando pelo olhar nas minhas costas que não pararam de me olhar desde da primeira aula e isso está me incomodando bastante.
- Professora. - Levanto a mão chamando sua atenção. - Posso ir ao banheiro?
- Pode sim. Mas não demora. - Confirmo com a cabeça indo até a porta da sala me sentindo um pouco livre tanto da aula dela e dos olhos que pesavam em minhas costas.
[...]
Estava secando minhas mãos quando alguém me puxa com uma certa força e me prensa na parede, em um momento de susto acabo fechado os olhos esperando um soco ou algo do tipo. Mas como nada havia acontecido abri meus olhos lentamente, ficando surpreso logo em seguida com a pessoa que estava me prensado na parede.
Tentei me desprender das mãos dele o mais rápido possível, mas foi em vão ele era forte demais e meus pulsos já estavam começando a doer. Com medo que algo acontecesse resolvi gritar por socorro (o que definitivamente não foi boa ideia), afinal isso nunca tinha acontecido comigo então lógico que estava morrendo de medo. Uma de suas mãos solta um dos meus pulsos fazendo-me sentir meu sangue coagular novamente. O que eu não esperava era que com o punho fechado ele me desse um soco bem forte no meu estômago.
- Isso é para aprender a ficar quietinho quando estiver comigo, isso é de boas vindas a este agradável colégio... Novato. - Sussurra em meu ouvido de uma forma sedutora me dando mais um de seus socos, fazendo-me curvar com a minha mão livre na barriga. - E isso é pra você saber com quem irá lidar de agora em diante. - Soltou uma risada de pura diversão após ter me dado um soco, sendo mais fortes que os outros dois. Soltei um gemido de dor por entre meus lábios.
Quando o garoto levantou o braço para me bater novamente imaginei que meu fim seria ali mesmo, mas por sorte Moonbin apareceu no exato momento e segurou o braço dele antes que tivesse me atingido.
- Solte ele Minhyuk...
Continua...?
Capítulo revisado ✅
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