Capítulo 22

[ Gustavo Valente ]

Luísa é mesmo uma safada provocadora, me tira o juízo e me deixa completamente rendido. Sua voz sedutora me fez sentir que estou em um mundo só nosso e me faz esquecer completamente as coisas ao nosso redor. Sem dúvidas estou completamente apaixonado por aquela bandida.

Ela foi trabalhar em seu restaurante e eu fui dar o treinamento de elite aos seguranças novatos da família Mancini, como eu já estou com meus trajes de treino fui até a cozinha e vi Cida fazendo um bolo de chocolate.

— Bom dia Cida — falei e fui em sua direção — como está? — dei um beijo em sua testa

— Bom dia meu querido — virou em minha direção —estou bem e você? Como foi a noite? — disse sorrindo

— foi ótima — falei sem jeito

— quer uma fatia de bolo? — disse gentilmente

— não obrigada Cidinha, vou dar o treinamento ao pessoal da equipe, não posso comer muito — falei sorrindo

— mas tem que se alimentar, você é igualzinho a Luca e Liam, não comem direito — disse bem humorada e eu rir

— mas eu aceito mais tarde, pode ser? — falei ainda sorrindo e ela me deu um sorriso caloroso

— tudo bem meu querido, mais tarde venha buscar seu pedaço — disse e eu assenti

Me despedir dela e saí da cozinha, Cida é uma senhora muito gentil, seus cabelos são tão alvos iguais as nuvens do céu, ela é muito fofa, mas tem o mesmo gênio da minha mãe dona Mel, brava! Falando nela não sei onde anda, deve estar com dona Maria, sogra do Liam.

Segui até o sub-solo e tomei até um susto quando vi meus homens do batalhão lá com os seguranças da família Mancini, meus homens estavam um de frente para o outro em forma de fileira, todos estão fardados , assim que eu me aproximei vi Luca e Liam também equipados, pensei em perguntar o que estava acontecendo mas vi o comandante Vagner se aproximar. Ele bateu continência e para mim e eu retribuir, logo ele virou em direção ao meu batalhão em seguida.

— Atenção Batalhão, SENTIDO! — disse o comandante

Fiquei olhando todos os homens fardados e meus amigos Luca e Liam no meio deles, esses dois estão aprontando alguma coisa.

— Estamos hoje nesta manhã, para fazer uma homenagem ao nosso grande tenente-coronel Gustavo Valente, que mesmo com as dificuldades e tropeços da vida sempre venceu seus obstáculos.

— Tenente, gostaria de que se pronunciasse diante dos homens que o senhor treinou com toda sua força e garra.

Eu fiquei emocionado com essa homenagem, mas segurei as lágrimas e dei um passo a frente.

— Gostaria de agradecer a todos que se fazem presente, se hoje eu sou o tenente-coronel mais jovem do bope foi por que esse homem aqui — olhei para o comandante — confiou em meu talento e na minha determinação — falei e o puxei para um forte abraço

— CAVEIRAS — gritaram todo o batalhão

— Batalhão, vamos contar nossa canção de motivação — disse o comandante

—  O bope é a elite da PM que tem o seu lugar, no bope tem guerreiros que ninguém ousa enfrentar, na favela somos conhecidos como o terror dos bandidos, preparem os caixões por que hoje poucos saem vivos, aqui é o bope a elite da PM, nem soldados do Iraque têm soldados como a gente, nossa viatura.. não é blindada e reluzente mas vagabundo treme quando vê a caveira na frente. Vamos subir o morro e cumprir nossa missão. Quer tentar ser um caveira? aqui, nunca serão  — cantei com o comandante Vagner com a mão no peito.

— NUNCA SERÃO — gritaram todo o batalhão em resposta com a mão no peito.

Eu me orgulho em cantar canção de motivação do bope, pois isso mostra o que é e quem nos somos. Na teoria a gente faz parte da polícia militar, mas na prática o bope é outra polícia, para entrar no bope tem que estar preparados para aguentar qual quer pressão, somos treinados para matar. Eu reconheço que para quem é iniciante o bope parece uma ceita, mas é assim mesmo que temos que ser. Em nosso curso, os homens são preparados na base da porrada, é por isso que eu disse que para entrar aqui tem que mostrar que aguenta a pressão.

—  Vocês não sabem como isso me faz feliz comandante — falei sorrindo

— E nós estamos felizes que o senhor já está recuperado tenente — disse o comandante

Logo Luca e Liam se aproximaram e eu sorri para eles, agradeci pela homenagem que eles ajudaram a organizar com o minha volta ao trabalho. Após alguns minutos de conversa Luca e Liam se despediram e disseram que iriam para a empresa.

O pessoal do meu batalhão e o meu comandante também foram embora e eu dei início ao treinamento dos seguranças. Eles me mostraram que estão determinados e bem preparados para serem contratados, após 5 horas de treinamento eu os liberei e subi para mansão, assim que fiz meu caminho até lá vi minha mãe conversando com Cida, acenei para elas e subi para tomar um banho.

Tirei minhas roupas e entrei no chuveiro, tomei um banho e saí com a toalha na cintura, fui no closet e peguei uma cueca box e vesti uma calça jeans azul-marinho, peguei uma camisa social azul e dobrei as mangas até o antebraço, deixei os dois primeiros botões aberto por que notei que Luísa gosta, quem diria, um homem como eu me vestindo do jeito que minha noiva gosta. Rir do meu pensamento e passei um pouco de perfume.

Deixei meus cabelos um pouco bagunçados e peguei meu celular e carteira. Desci e fui até a cozinha, me sentei na mesa e Cida me deu um pedaço de bolo comi meu pedaço de bolo com suco de laranja.

— tchau para vocês — falei me levantando e dando um beijo em Cida e minha mãe

— tchau querido — disse Cida sentada ao lado da minha mãe na mesa.

—  Onde vai? — questionou minha mãe curiosa

Dona Mel como sempre é curiosa, não deixa passar nada.

— vou buscar Luísa no trabalho

— Está bem, tchau filho — disse e eu acenei

Fui até a garagem e peguei a chave do meu carro com Batista, segui meu trajeto tranquilamente, após alguns minutos cheguei no restaurante de Luísa e vi vermelho.

Luísa estava parada próxima a uma mesa e um cara aproximou-se e deu um beijo em sua bochecha, eu não aguentei ver aquilo, meu sangue ferveu e eu não consegui manter a calma.

— QUE PORRA É ESSA LUÍSA ? — esbravejei entrando no restaurante

— Gustavo... — olhou me minha direção assustada

— quero saber que porra está acontecendo aqui..

— Não aconteceu nada demais cara, só estávamos.. — interrompi

— Cala boca porra! Não estou falando com você caralho — falei com ódio

— Calma Gustavo... — disse Luísa tentando me acalmar

— CALMA UM CACETE LUÍSA — gritei olhando para ela enfurecido

— E você? Tá fazendo o que ainda aqui caralho? — rosnei para o cara que estava com cara de bundão me olhando assustado

Mas ele resolveu abrir a porra da boca..

— Eu não vou sair daqui eu só estou fazendo meu trabalho e apenas me despedi da minha chefe — disse me enfrentando

Fiz menção em ir em sua direção mas Luísa ficou em minha frente barrando minha passagem. Fechei meu punho com força e peguei Luísa pelo braço. A joguei para atrás de mim e fui até o cara com passos decididos.

— Gustavo para com essa palhaçada você viu que não aconteceu nada demais — disse Luísa com raiva em minha frente

— Eu vi esse filho da puta colocando as garras em você — respondi com raiva

— eu já disse que não fiz nada demais cara, se você não se garante é um particular seu

— Eu vou te quebrar — rosnei

Fui para cima dele com Luísa em minha frente ele deu uns passos para trás mas Luísa encostou as costas em seu peito e eu a puxei pelo braço e coloquei atrás de mim.

— Júlio fica quieto, e você Gustavo.. Vamos embora agora — disse Luísa irritada me puxando

Eu estava com tanto ódio que eu ouvia a voz dela bem longe, só o que eu queria era pegar esse tal de Júlio dar tudo de mim. Do jeito que eu estou é capaz de eu colocar ele para dormir facilmente.

Fiquei o encarando e logo me veio uma lembrança, do dia que eu estava já boate e estava conversando com uma loira, eu senti que estava sendo observado e olhei para frente, vi esse mesmo cara me encarando de longe.

— pera aí, eu já te vi antes..

— Como é? Não sei do que você está falando..

— Está pensando que sou idiota cara? A uns meses atrás você estava na boate me encarando, o que você quer?

— O que? Você tá maluco cara? — assim que ele disse isso eu perdi o controle avancei nele.

Dei um soco em seu rosto e ele caiu no chão, o peguei pela camisa e encostei contra parede, senti Luísa me chamando mas eu não me movi do lugar, dei outro soco nele e o encarei furioso.

— Para Gustavo — gritou Luísa já chorando

— Por favor para — disse com a voz trêmula

Ouvi-la daquele jeito me fez recobrar o raciocínio, ela está grávida, não pode se assustar nem ficar nervosa. Então eu joguei ele no chão que nem um saco de batata, sai caminhando para fora do restaurante com as mãos no rosto tentando controlar minha raiva, estava tão nervoso que senti minhas mãos tremerem.

— Como você pôde fazer uma coisa dessas Gustavo? — disse Luísa com raiva atrás de mim

Virei minha cabeça em sua direção e vi que as lágrimas banham sua face.

— em casa a gente conversa, entra nesse carro Luísa — falei abrindo a porta do carro

— não Gustavo, eu não vou para casa com você — do pode ser brincadeira

— Não começa Luísa — a repreendi com o olhar

— Não começa você, chega Gustavo, eu pensei que depois que a gente ficasse juntos você iria mudar esse seu gênio do cão, mas vi que me enganei — disse petulante

— não fale assim comigo porra — falei a fuzilando com os olhos

— abaixe esse deu tom de voz porra — esbravejou

— Luísa.. — rosnei

— cala essa boca, eu vou esperar Batista vim me buscar, e você..você vai esfriar sua cabeça

— Não vou esfriar porra nenhuma e você vai comigo sim — tentei puxá-la mas ela se manteve firme

— Já disse que não vou — cruzou os braços e bateu o pé

— Luísa não me testa.. — falei com uma falsa calma

— me deixa em paz — disse me dando as costas

Mas eu a puxei e a pressionei contra a parede, mordi meus lábios com força e a encarei com raiva.

— me solta Gustavo  — disse me empurrando

— não — falei com raiva mas meus olhos foram direto para sua boca

Boca gostosa do caralho essa capeta tem, sua respiração estava descontrolada assim como a minha, ela olhou para ninha boca e passou a língua nos lábios, safada! Está me provocando.

Sem aviso ataquei sua boca com beijo voraz, minha fome por essa mulher me faz perder o único fio de controle que eu tenho, Luísa se debateu tentado me afastar mas eu a apertei com mais força, aos poucos ela foi  amolecendo e retribuindo o beijo. Ela enfiou os dedos dentro dos meus cabelos e puxou com força, eu desci o beijo para seu pescoço e apertei sua cintura, ela gemeu e isso me deixou ainda mais louco. Ficamos assim por alguns minutos e só nos afastamos quando sentimos o ar faltar em nossos pulmões.

Dei dos selinhos em sua boca e a abracei.

— vamos comigo, por favor — fiz cara de cachorrinho

— Tudo bem — disse me olhando de lado e caminhou até o carro

Entrou no mesmo e eu fiz a volta e entrei também, dei partida e seguimos para mansão em silêncio. Em alguns momentos eu a olhava de lado mas ela estava virada para janela, deve está ainda chateada. Não vou pressionar, eu sei que fui um babaca.

Assim que chegamos ela desceu do carro e seguiu na frente, mas eu consegui alcançá-la.
A mansão estava toda escura, com certeza todos já estavam dormindo ou saíram.

Ela jogou a bolsa no sofá e tirou os sapatos, pegou o mesmo e foi subindo as escadas, eu fui atrás esperando ela me dizer alguma mas ela não disse nada, só fez seu caminho até o quarto.

Eu caminhei apressadamente até ela e a puxei pelo braço, seu pequeno corpo esbarrou contra o meu e logo ela olhou em meus olhos, notei que ela estava chorando e isso me partiu o coração. Porra! merda que eu fiz.

A abracei e senti seu cheiro doce invadir minhas narinas. Beijei sua boca suavemente e para minha surpresa ela retribuiu, ficamos por alguns segundo e eu a encostei novamente contra parede.

— me desculpa — falei em seu ouvido e mordi seu pescoço

— Tudo bem, mas tem uma condição

— a que você quiser — continuei beijando seu pescoço

— você vai dormir sozinho hoje..

— O que? — falei levantando a cabeça e a encarando indignado

— Isso mesmo que você ouviu Gustavo Valente — disse me empurrando e caminhando para o seu quarto.

— LUÍSA VOLTE AQUI! — gritei

— Boa noite Gustavo — disse me dando tchau e fechando a porta com força em seguida

— CARALHO — chutei a parede.

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Linda noite pessoal!
Eita o clima esquentou para Luísa e Gustavo hein.. Beijos😘❤️

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