Você nunca lerá essa carta.

Mesmo depois de tomar uma garrafa inteira de vinho a ponto de pegar papel e caneta para escrever isso, esse é meu pensamento mais sóbrio.

De qualquer forma preciso escrever porque tem muitas coisas que gostaria de ter dito.

Não havia nada mal resolvido, o que eu sentia por você nunca esteve em dúvida, você foi a certeza mais bonita que já escolhi para mim.

Você foi meu ato de coragem.

Eu realmente queria que fosse você, mas entendi que estávamos em momentos diferentes.

E por fim eu aceitei que não era sobre o que eu poderia ter te oferecido ou o quanto eu deveria ter te amado, era sobre o que você acreditava que eu tinha ou teria em algum momento com outra pessoa.

Porque você não achava que era o suficiente pra mim.

Gostaria que você pudesse se ver através dos meus olhos, só assim você entenderia a imensidão que eu via.

Eu escolhi você, por que você sempre foi incrível pra mim, inspiradora, independente, decidida, intensa. Eu escolhi você, mesmo conhecendo os seus defeitos, sabendo das suas inseguranças e seus medos.

Eu escolhi você, para darmos um jeito. Juntas.

Sempre acreditei que uma mulher que ama a própria companhia já entendeu tudo. Foi por isso que quando me disse que não queria mais, eu respondi: OK

Por mais que eu quisesse tentar, por mais que eu quisesse você. Eu precisava deixar as coisas acontecerem, sem cobrar afeto, sem tentar correr atrás de respostas, por que as coisas são o que são.

Eu te prometi que sempre seria sincera com você, mas falhei miseravelmente nesse aspecto, por não conseguir falar sobre o quanto gostaria que você ficasse.

Que pena ter entrado em sua vida, e não ter feito com que a gente desse certo, mas minha responsabilidade era por 50% do trajeto.

Você preferiu não se envolver.

E eu odeio pensar que perdi meu tempo.

Me machucou tanto perceber quão facilmente você poderia abrir mão desses sentimentos.

Talvez no futuro, você me disse.

Mas eu também te disse, que comigo não existiam segundas chances.

29.01.24