9 - Preparativos


_ Acorda Sami, anda! - Não há melhor forma de acordar do que levar uma travesseirada da sua melhor amiga.

Abro meus olhos, ou pelo menos tento e vejo Lorena sentada à minha frente com o maldito travesseiro nas mãos.

_ Vou pôr a ti sob regime fechado! - Digo ainda com voz de sono apontando para o travesseiro.

_ Para com isso palhaça! Anda, temos um dia inteiro pela frente! - Ela puxa minha mão fazendo-me levantar, mesmo contra minha vontade. Por mim eu passaria o dia inteiro aqui, debaixo do meu edredom.

_ Tá bom... Você venceu!

Após tomar uma ducha de água morna, pego no guarda roupa uma roupa qualquer envolvendo calça jeans e blusa preta e as visto.

Após o café, saimos para entregar os convites. A escola inteira foi convidada, até os que eu não conheço. No fim das contas, ainda me sobrou um convite.

_ Ainda sobrou um convite, mas todos já foram convidados! - Afirmo mostrando o convite ao meu pai. Ele para o carro, reflete por alguns segundos e comenta:

_ Não senhora, ainda não convidamos o Sr.Gotham e seu sobrinho! - Dito isto, ele segue rumo a Maluamah. _ Aproveitaremos para buscar sua avó!

_ Porquê você está com essa cara? - Pergunta a garota de olhos azuis percebendo minha expressão nada agradável.

_ Depois eu te explico! - Respondo a ela.

_ Ok! - Ela dá de ombros demonstrando satisfação.

Percorremos a longa estrada de piçarra até chegar à chácara.
Dheyzom é quem nos atende. "Tinha que ser!".

_ Tome pai! - Estendo o convite para que ele o pegue, mas ele recusa.

_ Não senhora, você é a aniversariante, você entrega! - Eu mereço...

Desço do carro e caminho até parar à frente do homem ruivo.

_ Vim convidar o Sr.Gotham para o meu aniversário amanhã! - Digo educadamente. Ele me olha com seu jeito sério e responde:

_ Pode deixar, iremos! - Este levanta no ar o convite e caminha até o meu pai que está no carro ainda."Que idiota!". Foi isso mesmo, ele simplesmente deixou-me sozinha aqui com cara de paisagem, "odeio esse cara!". O Sr.Gotham não se encontra aqui, segundo Dheyzom, ele foi até Rio Claro resolver uns assuntos da empresa, o que é uma pena, pois ele sim é um exemplo de pessoa que eu gostaria de ter ao meu lado, um homem gentil e bondoso, " Meu avô! Nossa... Meu pai vai pirar quando descobrir que é filho dele!".

Volto para o carro e observo Dheyzom despedir-se do meu pai.

_ Até mais Sr.Jonas!

_ Até!

Meu pai liga o carro e vamos até a casa da minha avó. Ele buzina por sequentes vezes, mas ela não está e o pior é que não faço a mínima idéia de onde possa ter ido. Voltamos a Manehouse e antes de voltar para casa, paramos em uma lanchonete para preencher o estômago. Leandro, que está comprando um lanche para levar, passa por nós e finge não ter notado ou simplesmente não quis falar nada. Lorena me olha preocupada, mas não dou importância, não quero que sinta pena de mim. Vejo até o momento em que o garoto monta na moto e sai em disparada rumo a sua casa. Agora ele já deve ter voltado com a chata da Dheyse, enfim, não me importo.

_ Vamos? - Meu pai nos chama ao levantar da cadeira. Em sequência, nós levantamos também.

Chegamos em casa por volta das duas horas. A primeira coisa que percebo ao entrar pelo portão, é na bagunça que toma conta da frente da casa: Várias flores, jarros, abajous coloridos e decorados, etc. "Nossa... Tudo isso é para o meu aniversário, estou me sentindo SUPER importante agora!".

Na sala, homens com macacões azul escuro, andam para lá e para cá com barras de ferro nas mãos.

_ Pra quê isso? - Pergunto ao meu pai.

_ Para o palco querida!

_ E pra quê um palco? - Pergunto já com medo de sua resposta.

_ Na hora você vai saber! - Afirma ele, saindo para a cozinha e deixando-me angustiada, "Ah é, tenho um certo nervosismo quando trata-se de ficar diante de uma multidão com todos olhando curiosos para mim!".

_ Não se preocupa amiga, vai dá tudo certo! - Diz Lorena na tentativa de me confortar.

Lorena e eu vamos até meu quarto para trocarmos de roupa.

_ E aí, vai contar-me qual é o lance com o bonitão da chácara? - Eu sabia que ela iria tocar nesse assunto mais cedo ou mais tarde, mas confesso que não estava pronta para ser abordada agora.

_ Bonitão?

_ Sim Sami, vai contar-me ou não? - Indaga a curiosa.

_ Tá... Mas não é nada sério! Lembra do que contei sobre Leandro? - Ela revira os olhos para mim como se a resposta fosse Óbvia.

_ Claro né Sami, acha que vou esquecer o que aquele idiota fez com minha melhor amiga?!

_ Tá, então...

_Conta logo!

_ Era o que eu ia fazer antes de você me interromper! - Ela fica em silêncio diante dos fatos.

Conto a ela tudo o que se passou, desde a sexta feira à noite depois da seresta, até o último domingo aqui em casa.

_ Sério Sami? Então você está gostando dele? - "AFF, essa garota as vezes é difícil para entender as coisas!".

_ Claro que não Lorih, eu não suporto esse cara!

_ Anrram, tá bom... - Sei que existe sarcasmo em seu tom de voz, mas prefiro ficar calada.

Terminamos de nos vestir e já estamos de saída do quarto quando ouço alguém a chamar pelo meu nome. Caminho até a janela e olho por cada canto para ver quem é.

_ Você ouviu isso? - Pergunto à Lorena que me olha sem entender.

_ Isso o quê? - Percebo sua expressão assustada e resolvo não falar nada, até porquê, eu também fiquei com um certo medo, confesso.

_ Esquece, é bobagem! - Me afasto e saio do quarto junto com ela.

Agora, já é tarde da noite, são aproximadas dez horas. Visto meu pijama, Lorena veste o seu, deitamos e adormecemos muito rápido, devido ao dia cansativo que tivemos. Acordo às três horas da madrugada com alguém a chamar meu nome, exatamente como ontem à tarde. Levanto-me e ainda caindo de sono sento-me sob o colchão para observar ao redor. A lâmpada está apagada, a única claridade aqui presente é a luz da lua cheia que entra pela janela que esqueci de fechar ontem à noite. Passo a mão no rosto para tentar manter-me acordada, caminho em direção a janela para fechar e quando já estou bem próxima, vejo uma sombra passar rapidamente no jardim. Meu coração dispara e fecho a janela rapidamente no impulso do medo. Em seguida, a cubro com a cortina para impedir a luz de adentrar no cômodo e corro para a cama embrulhando-me dos pés a cabeça.

Finalmente chegou o dia, hoje, dia 13 de julho de 2018, estou completando meus quinze anos. Pela primeira vez, estou acordando às seis da manhã sem ser convencida por ninguém a levantar. Lorena ainda dorme e não posso desperdiçar a oportunidade. Pego o travesseiro com calma para não ter perigo de fazer nenhum barulho, logo após, o inpulsiono e jogo por frequentes vezes em Lorena. Ela acorda desesperada com o susto.

_ Por quê você fez isso? - Interroga esfregando os olhos.

_ Vingança! - Dou uma deliciosa gargalhada da garota sentada sobre o colchão. Direcionando-me um olhar maldoso, ela pega um travesseiro e joga em mim, a partir daí, começamos uma guerra de travesseiros que anima nossa manhã.

Vou ao banheiro, tomo um ótimo banho, espero Lorena fazer o mesmo e logo descemos para tomar café da manhã. Ainda é cedo, aproximadamente nove horas, mas tudo já começa outra vez: Minha mãe fala ao telefone, meu pai saiu para buscar outra parte da decoração, Toddy ajuda na organização, pessoas passam pela porta o tempo todo e eu estou ansiosa como nunca. Mal acabo meu café e Megue chega me puxando.

_ Ainda não foi se arrumar? - Pergunta ela.

_ Como assim? Pra quê?

_ Pra quê? Vamos ao shopping, esqueceu? - " Na verdade sim, esqueci completamente!". Ontem à tarde Megue deixou bem claro que hoje, às nove horas, iríamos ao shopping comprar os sapatos que vamos usar à noite.

_ Claro que não! - Dou de ombros.

Lorena e eu subimos para nos arrumar o mais rápido possível. Visto uma blusa manga curta (na cor cinza); uma calça jeans azul escura e calço uma sandália gladiadora preta. Lorena veste uma saia jeans rodada; uma camiseta branca de alças com um bolero por cima e calça uma sapatilha berge. Ambas atamos os cabelos em rabo de cavalo.

Megue já estacionou o carro em frente de casa. Entramos e partimos rumo ao centro. Algum tempo depois, chegamos finalmente ao grande Shoppings Sherlock. As duas não sossegam por um instante sequer, a cada loja que passamos, temos que parar, elas nunca se decidem, minha querida irmã já comprou uns três pares de sapatos e ainda não se contentou, e eu fico apenas a observar as duas correrem feito loucas após verem a vitrine de cada loja. Lorena usa como bem entende o cartão sem limites que o pai lhe deu de presente, por vezes chego a me sentir deslocada, é como se eu u não fizesse parte desse "mundo da moda".

Vejo na vitrine de uma das várias lojas do shopping meu sonho em forma de realidade, é uma botinha cano médio na cor preta. "Aí que tudo...", Penso comigo mesma admirando-a. Chamo por Megue que já está pagando um outro sapato muito parecido com os outros.

_ Achei o sapato que vou usar hoje! - A puxo pelo braço para que possa ver a bota na vitrine.

_ Tá louca pirralha? Não pode usar uma bota na sua festa de quinze anos! - Afirma a garota destruindo por completo meus sonhos.

_ E porquê não? - Indago a fim de respostas plausíveis de sua parte.

_ Sem essa Sami, seu vestido de quinze anos merece um salto bem bonito, vamos! - Responde me puxando pelo braço para a seção exclusiva de salto alto.

Saimos da loja com várias sacolas nas mãos, claro, a maior parte é de Megue e Lorena, para mim, apenas um salto bem chamativo.

Depois do shopping, seguimos até a melhor costureira da cidade. Meu vestido já vem sendo
feito a quase um mês e só agora vim descobrir, "Por quê será que sou a última a saber de tudo?". Fico esperando com Lorena enquanto Megue conversa com a senhora Dehouse, até que finalmente as duas saem da sala de cortinas rosa choque e me chamam para que ela faça os últimos reparos. Megue espera com Lorena, sentada na poltrona cor de vinho da sala. Depois que os últimos reparos já estão feitos com o longo vestido ao meu corpo, saio da sala para que as duas dêem suas opiniões. Estas param na mesma hora o que estão a fazer para direcionar a mim seus olhares curiosos e encherem-me com vários elogios.

Depois de saímos da costureira, vamos fazer um lanche em uma lanchonete próximo à praça principal. Meus pés já estão doendo, agora, minha única vontade é de descansar, mas ainda não passam das duas e meia e ainda temos que ir ao salão pintar as unhas e falar com o cabeleireiro-maquiador para que ele esteja em casa antes das nove da noite, para cuidar do meu visual. Hoje, a noite tem tudo para ser inesquecível.

Quando finalmente terminamos tudo o que tínhamos a fazer, já são quase seis horas da tarde, o sol já se pois no horizonte e a lua já começa a nos encantar com sua bela e formosa silhueta de moça pura. Agora, estamos a procura de um táxi para nós levar para casa. Até poderíamos ir no carro da Megue se a garota não tivesse estacionado em vaga de cadeirante, "Pois é, essa é minha irmã!". O carro foi guinchado e só vai ser liberado a partir de amanhã, isso se ela pagar uma certa taxa que foi cobrada. Estou cansada, já estamos andando a um bom tempo, mas devido ao horário movimento, não pegamos táxi nenhum ainda. Um carro buzina atrás da gente e todas nos assustamos, até observar no sujeito ao volante, é Dheyzom, "Meu herói!", Só para deixar claro, estou sendo sarcástica. Ele nos oferece carona e de imediato Megue aceita. Ele destrava as portas do carro e todas sentamos no banco de trás. Durante o percurso, tento de toda forma tirar minha atenção do retrovisor de centro, mas é impossível, o cara não para de encarar-me através do mesmo.

Megue agradece a ele ao descermos do carro já em frente da nossa casa, em seguida, entramos. Tudo está maravilhoso, desde a decoração, aos pequenos detalhes no palco, " Palco... Qual será a surpresa que aguarda-me?!". Subo para o meu quarto junto a Lorena para cuidarmos de nos arrumar. Megue também vai para o seu quarto e depois de arrumar-se, chega ao meu quarto toda linda com um vestido azul escuro no estilo sereia, sapatos bico fino preto e cabelo preso em um coque muito elegante. A sobra azul com glitter em suas pálpebras e o batom vermelho médio em seus pequenos lábios carnudos, realça a cor verde de seus olhos e a deixa mais linda ainda. Lorena acaba de arrumar-se também, ela usa um vestido amarelo estilo sino, com várias camadas de forro que a deixam muito, mais muito charmosa; em seus pés, um salto de bico redondo na cor vinho e o cabelo está solto com ondas e uma franja. O cabeleireiro simplesmente arrasou. Sua maquiagem também está incrível: sombra dourada e batom vermelho sangue que combina perfeitamente com seus lábios finos. Sento-me na poltrona confortável, e Jess, o cabeleireiro, começa a arrumar meus cabelos, sempre me fazendo elogios.

_ Você tem um lindo cabelo menina! - Elogia ele.

_ Obrigada!

_ Qual é o penteado de sua preferência?

_ Me surpreenda! - Digo tentando disfarçar que não entendo nada sobre penteados.

_ Vai ser um prazer! - Ele me dá um belo sorriso através do espelho e eu o devolvo.

Em poucos minutos meu cabelo já está perfeito, lindo de fato, em cima, preso com alguns embutidos e em baixo solto com muitos cachos formando um volume incrível, simplesmente maravilhoso. Agora ele começa a maquiar-me da seguinte forma: sombra azul fraca com glitter, na mesma cor do vestido; rímel com dupla camada que completam o contorno feito com o rímel; sobrancelhas bem desenhadas com lápis marrom claro; blush rosado em tom harmônico ao ambiente; batom Mat na cor cereja e pequenas pedrinhas brilhosas nos cantos superiores e inferiores dos olhos. Logo, Megue e Lorena me ajudam a vestir o vestido "estilo princesa", com muitos forros e mangas cheias. As bordas e as mangas são decoradas com pequenas folinhas prateadas, combinando com a tiara esculpida em detalhes de rosas que prende a parte de cima do meu cabelo, Lock digno de uma princesa. Os saltos de tamanho médio, também são na cor prata, e ainda, para completar, pus as luvas de renda que se estendem até os cotovelos ,estou me sentindo a verdadeira cinderela da vida real. Agora que estou pronta, é só esperar da o horário para descer as escadas.

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Laísa Santana: É isso, desculpe-me pelo pequeno capítulo, mas é isso aí, prometo fazer um capítulo maior da próxima vez, obrigada pela atenção, é nós.
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