Atrasada

Burra, imbecil, estúpida. Não conseguia parar de me xingar. Onde estava minha cabeça quando tentei me demitir? Eu preciso desse emprego. Desci da moto e entrei na casa de Gina.

- Oi ROoooSA. - disse Amy espirrando. - Desculpe-me, deve ser o clima. Onde estava? Gina estava me enchendo o saco.

- Não te interessa.

Ela coçou o nariz, seus olhos estavam vermelhos.

- Você está bem?

- Sim, deve ser o clima.

Passei por ela, ela espirrou novamente. Subi para o quarto de Gina, ela jogou o cabelo para o lado.

- Oi Rosa, não te vi aí.

Revirei os olhos.

- O que quer?

- Primeiro, pare de ser mau-humorada, segundo, comece a usar blusas mais apertadas.

- O que minha roupa tem a ver com meu trabalho?

- Eu vou ficar muito feliz. - disse me olhando de cima a baixo.

Eu coloquei o peso na outra perna e cruzei os braços, ela respirou pesado.

- Quais serviços você precisa hoje?

Ela me encarava atônita, finalmente consegui calar Gina Linetti, essa con certeza foi a maior das minhas conquistas. Ela deu dois passos para frente.

- Vou ter uma reunião com meu agente, quero que monitore a sala. Ninguém entra nem sai.

Me aproximei.

- Deixa comigo.

Seus olhos alternavam entre os meus e minha boca. Meu corpo esquentava, queria passar as mãos nos seus cabelos, beijar e me deitar sobre ela. Meus olhos fixaram-se em sua boca, ela sorriu. Despertei do transe e me afastei arrumando a jaqueta.

- Que horas é a reunião?

Ela mecheu no cabelo enquanto mantinha o contato visual.

- A hora que você quiser.

- O quê?

Ela piscou e ajeitou a postura.

- Às 13h, não se atrase. - seu rosto se aproximou do meu, eu sorri de canto.

Ela saiu do quarto, eu não me mechi, sorria como uma boba. Ouvi um espirro e me virei.

- Que engraçado, só espirro ao seu lado. Você deve ser um livro antigo, coberto de poeira. - Amy riu.

Eu ri nervosa, não posso deixá-la saber a verdade.

- Pode me acompanhar ao mercado? Charles reclamou que demoro muito, eu me distraio na sessão papelaria, eles tem três tipos diferentes de papel, Rosa, três!

- Nossa. - fingi entusiasmo.

- Eu sei garota.

• • •

Jake comia balas de goma, ele arremasava na namorada, que estava incomformada com o atraso de Gina.

- Quinze minutos. - reclamou Amy zangada. Gina entrou com seu cabelo estaba molhado, segurava um café gelado em uma mão e um bolinho na outra. Amy a fuzilava com o olhar, Gina não se incomodou, apenas deu um gole em sua bebida e se sentou.

- Foi difícil achar um lugar pra estacionar.

Eu ri.

- Você mora aqui.

Gina deu de ombros.

- Podemos falar da sua reputação?

- Eu não vim vestida pra isso, mas... - ela olhou para a assistente.

- Não vou tocar Reputation, Gina.

- Não? - perguntou Jake, Amy o encarou zangada. Ele ajeitou a postura. - É Gina, não vamos.

Amy revirou os olhos.

- Uma parte da G-hive te defendeu após a publicação dos vídeos, porém, como você ignorou várias acusações...

- Todas fake.

- Mesmo assim Gina, a sua imagem seria recuperada de forma mais rápida com o apoio da G-hive, mas agora, após tudo... - ela consultava seu caderno de anotações. - Acho improvável.

Jake assentiu.

- Você precisa falar sobre as acusações, se não, ferrou legal.

- Eu não namorei o Drake, ele fetichiza sáficas. - disse fazendo cara de nojo. - Muito menos assinei com Biden para ganhar um prêmio de honra.

- Você matou o Duque de Edimburgo?

- Vou fingir que não ouvi.

- Você precisa de um comeback inesquecível.

- Reputation da Taylor Swift, estou familiarizado. - disse Jake.

- Eu posso dar uma festa.

- É uma ótima ideia!

- É uma péssima ideia. - falei. - Desculpa me intrometer, mas as pessoas precisam saber que Gina está arrependida do que fez, e, claro, saber a verdade.

Gina assentiu.

- Ro, tem razão. - Jake me olhou, "Ro?" fez com a boca e logo riu, eu revirei os olhos. - Eu preciso ser sincera. - ela levantou da cadeira e subiu na mesa. - Preciso do contato daquela dupla do mukbang.

- Deixa comigo Gines. - Peralta passou por mim. - Xau Ro.

Eu bati em seu braço, Amy riu e saiu da sala, nos deixando a sós.

- Você cagou pra mim.

Gina me olhou.

- Não rola ser sincera, gatinha. A internet só liga para espetáculos e eventos estranhos, então, eu darei os dois.

Dei de ombros.

- É bom saber que é inocente. Não quero que esse mundo te arruine. - seu olhar estava distante, ela já havia passado por tanta coisa. Como ousei julgá-la?

- Eu não sou tão inocente assim.

- Ah é? - disse mordendo o lábio inferior.

- Você duvida? - falei me aproximando.







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