Ansiedade, Angústia e Gratiluz

Lembrando que postei há 2 dias atrás, confiram se já leram



Descemos a ladeira correndo, fiquei surpresa que Jake apenas caiu 3 vezes.

- Quem vai dirigir?

- Eu quero ser o motorista de fuga. - disse Jake olhando para uma câmera invisível.

- Ok...

Não sabia que a condição para Jake dirigir era tocar Getaway Car sem parar durante uma hora inteira. Chegamos nem tão sãos porém salvos na casa de Gina, ela me levou até o jardim.

- Precisava conversar. - desabafou. - Nós sobrevivemos a dois psicopatas, um acidente de carro e a mídia. Acho que nada poderá nos separar...

Meu estômago revirou.

- Gina, o que está querendo dizer?

Ela apertava as mãos nervosa.

- Quer morar comigo?

Eu sorri aliviada.

- Não seria a primeira vez.

- Isso é um sim?

Eu assenti com um sorriso estampado em meus lábios.

- O que achou que eu fosse dizer?

- Achei que fosse um pedido de casamento.

Ela riu.

- Isso é do século passado. Não preciso de um papel para provar meu amor por você.

Eu sorri quando seu rosto aproximou-se do meu. Nossos lábios se tocaram, pareciam ímãs incapazes de se afastarem. Começou lento com uma certa casualidade até o romance tomar conta de nós. Meu corpo inteiro queimava, desejando desesperadamente o corpo de Gina, suas mãos suadas desciam pelo meu pescoço, me arrepiando. Arranhei levemente suas costas, fazendo a arfar. Minha boca percorreu seu pescoço, deixando leves chupões, me concentrei em sua expressão de prazer e seus gemidos. Eu ainda não conseguia acreditar que uma mulher como aquela era minha namorada.

- MEU DEUS, ARRANJEM UM QUARTO. - gritou Amy.

Nós nos separamos, o meu corpo ainda estremecia.

- Vocês foram sequestradas e já estão transando? Sinceramente.

- Arnie, a vida é curta demais pra não beijar a minha mulher.

Sorri, o pronome possesivo me incomodaria se não fosse falado por ela.

- Pelo menos façam em um lugar fechado. - Amy tirou dois celulares do bolso. - Taylor trouxe isso.

- Obrigada. - dissemos em coro.

- Vão para o quarto. - ordenou.

Nós a obedecemos e logo subimos as escadas com pressa. Gina colou seus lábios nos meus e fechou a porta atrás de nós.

♤♡◇♧

Me levantei sem noção alguma do horário, tudo com que eu me importava estava ao meu lado dormindo. Observei-a, seus cabelos cobriam o seu rosto, eu os afastei com a mão, mas eles caíram novamente. Sua respiração me deixou calma, por um instante eu não sentia ansiedade, na minha mente havia apenas Gina Linetti. Meus olhos ameaçavam fechar, eu lutava o cansaço apenas para observá-la, era como se o mundo todo parasse para vê-la dormir. Ela parecia tão em paz que eu me permiti fechar os olhos. Abri-os imediatamente, não conseguia dormir, temia o escuro. Eu ainda ouvia a voz de Kandy, suas ameaças, seus delírios que arriscariam tudo pela fama, inclusive a vida de Gina. Joguei uma água no rosto, era impossível manter os olhos fechados, toda vez que o fazia via flashes. Mas o que mais me assustava era a visão de Kandy segurando uma faca na garganta da minha namorada e eu impossibilitada de defendê-la. Pelo menos com Lorenzo fui capaz de atirar no homem, salvando-a, mas dessa vez, meu cérebro congelou, impossibilitado de achar uma saída.

Me deitei novamente na cama. Ela dormia tão calmamente que quase me esqueci de tudo. Coloquei o dedo embaixo de seu nariz, me certificando que ainda respirava. Durante toda minha vida eu fui a assustadora, eu impus medo, nunca imaginei que os papéis se invertiriam e eu me tornaria a assustada. Primeiro foi Arlo com sua doença e a minha incapacidade de ajudá-lo, todo o meu esforço fora transformado em desespero. Segundo foi Gina, a mulher que me ajudou a superar a perda do meu melhor amigo. Passei meses jurando que era só um trabalho, em hipótese alguma eu estaria apaixonada pela minha chefe, mas o destino tem seu jeito estranho (droga Gina, antes de você eu não acreditava nessas baboseiras).
Sempre odiei a ideia de casamento e família feliz, não fui criada em um ambiente muito amoroso. Mas tudo mudou quando a conheci melhor (convenhamos que no começo ela era muito irritante) e agora consigo me identificar com as letras de Lover. O mínimo que posso fazer é protegê-la e nunca sair do seu lado. Gina abriu os olhos me encarando.

- Bom dia gostosa.

Eu ri.

- São seis da tarde.

- Seis horas? - perguntou surpresa. - Voltamos para casa às 3 da manhã, como podem ser seis horas?

- Você dormiu. - respondi. - Estava cansada.

Ela bufou e sentou-se.

- Você parece cansada. - disse me observando. - Não conseguiu dormir?

- Nem tentei.

- Está com medo?

Neguei.

- Uma de nós precisa estar de vigia. - falei.

- Amy não contratou os seguranças?

- Contratou, eles estão aqui desde às 7h.

- Pode dormir. - aconselhou. - Nós estamos seguras.

Balancei a cabeça em negação.

- Vou ficar acordada.

- Rose...

- Eu não estava com você quando foi sequestrada pela primeira vez. - vomitei as palavras. - Não vou deixar isso se repetir.

"Mas estava na segunda" avisou meu cérebro.

- Você não é mais minha segurança, nem adianta, não vou te pagar.

Eu ri, Gina era ótima em aliviar a minha tensão.

- Eu amo você e odiaria que algo ruim acontecesse de novo... - as últimas palavras saíram como um sussuro.

Ela acariciou minha bochecha com o polegar.

- Não foi culpa sua. - disse. - Você me salvou duas vezes e eu sou eternamente grata por isso. Gratiluz.

Respirei fundo, senti minha angústia diminuir, eu queria abraçar o mundo, mas depois de muito conversa, Gina me fez perceber que certas coisas não cabem a mim. Beijei sua testa.

- Obrigada.

Uma palavra que engloava dezenas de situações e sentimentos perante a ela.






Autora: esse capítulo me deixou emotiva, tô bem não (chora ouvindo Red -Taylor's Version).

Lembrando que o próximo será o último :(

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