♡ 38 ♡
Depois de ter a melhor noite da minha vida ao lado de Jisung, era hora de voltar para a mansão. No carro, o rapaz dirigia apenas com uma mão no volante, usando a outra para segurar a minha. Eu agradeci mentalmente ao meu coração por ter suportado nas últimas horas a sobrecarga dos batimentos mais loucos que eu já senti em toda a minha vida. E não era para menos, afinal…
Ele disse que me ama.
Mais do que nunca, eu sabia que só precisava estar ao lado dele para ter o futuro que sempre sonhei.
Mas você assinou um contrato de casamento com outra pessoa, Jiwoo
Esse maldito pensamento racional insistia em voltar à minha mente sempre que eu me permitia pensar em um futuro feliz com Jisung. Isso me corrói por dentro dia após dia. Talvez eu não mereça nem mesmo imaginar a minha felicidade sem ser atormentada pelos fantasmas da vida real.
Olhei para fora, paramos no sinal vermelho. Senti que o garoto olhava para mim e virei o rosto no banco, mirando-o de volta. Ele sorriu de um jeito fofo e eu retribuí instantaneamente, era impossível não fazer isso quando ver seu rosto me fazia sentir a pessoa mais feliz do mundo, mesmo que todo o resto estivesse contra mim.
Algumas notificações seguidas em meu celular tiraram a minha atenção de Jisung. O aparelho apitou insistentemente, então o peguei na bolsa, abrindo as mensagens. Era a Sra. Jeon. Em uma fração de segundo, senti meu estômago se afundar no banco.
— M-meu… — minha voz quase não saiu, uma sensação de náusea me tomou — Meu pai descobriu sobre a gente. Ele quer me ver na mansão…
Foi como se um buraco tivesse se formado bem abaixo dos meus pés, o chão sumiu à medida que o medo ia tomando conta de mim. Apenas a ideia de ver Jisung sendo tirado de mim acabava com a minha sanidade mental. Eu não sabia o que fazer, mas sabia que tinha que encarar o meu pai de uma vez.
Senti a mão de Han apertar a minha. Em seu rosto eu não via medo algum, era como se tivesse uma segurança inabalável dentro de si.
— Tá tudo bem, eu vou estar lá com você.
— Preciso fazer isso sozinha, Sung. Chegou a hora de enfrentar Kim Taesoo.
O sinal abriu e Jisung acelerou novamente, nós fomos em silêncio o restante do caminho. Eu observava as luzes acesas dos estabelecimentos enquanto milhares de coisas passavam pela minha cabeça. A mão de Han mais uma vez parou em cima da minha, agora me dando força para o que iria enfrentar daqui a alguns minutos.
Quando paramos na frente da mansão, virei para o rapaz para me despedir, mas ele me impediu de sair do carro por um momento.
— Entendo que queira fazer isso, mas não vou te deixar entrar lá sozinha. Nós estamos juntos nessa.
Eu já podia imaginar que algo desse tipo aconteceria. Uma das maiores qualidades de Jisung é a sua lealdade e, bom… eu sou apaixonada por cada detalhe dele.
Respirei fundo, assentindo ao sair do veículo.
— Tem razão. Estamos juntos nessa.
Nós entramos de mãos dadas pela porta da frente da mansão pela primeira vez, a sensação de não me importar se alguém nos veria juntos era incrível e eu pensei que deveria ter feito isso antes. Quando chegamos na porta, parei antes de entrar; sabia que seria um momento decisivo na minha vida, tinha que me preparar para o que quer que viesse. Han acenou com a cabeça, como se me dissesse que tudo acabaria bem. O que eu sabia era que ficaria bem se tivesse ele do meu lado.
Nós passamos pela porta e caminhamos para dentro da casa. Meu pai estava sentado, com seu copo de whisky na mão. Quando nos viu entrar, ele levantou e tomou o restante do líquido de uma vez, nos encarando com o rosto mais enraivecido que já havia o visto dar. Engoli em seco.
— Então era verdade? — sua voz começou baixa e lenta, mas isso não durou muito. No segundo seguinte, ele jogou o copo contra a parede, gritando: — Como você tem coragem de aparecer na minha frente de mãos dadas com esse guarda-costas?!
Olhei para o canto da sala. Os estilhaços de vidro eram como os pedaços que eu sentia quebrados dentro de mim. Han se colocou em minha frente, talvez com medo que meu pai tentasse me agredir. Acariciei seu braço e sussurrei que estava bem, voltando a ficar lado a lado com ele, não tinha medo algum de me machucar fisicamente.
— Nós tínhamos um trato, Jiwoo! Eu sempre soube que sua palavra não valia nada, mas ficar com um empregado debaixo do meu teto enquanto está noiva de outra pessoa… não sabia que você era um lixo tão grande.
Senti minha boca amarga. Pude ver a raiva crescendo dentro de Jisung, ele quase se soltou de mim para ir pra cima de meu pai. O segurei, pedindo que tivesse calma.
— Você não tem direito de falar isso da Jiwoo só porque é pai dela! Peça desculpas agora! — a voz de Han saiu seca. Kim Taesoo riu pelo nariz.
— Não se intrometa em assuntos que não são seus — ele foi ríspido de volta. Nesse momento, vi Henry chegando da cozinha, o sorriso cínico em seu rosto me fez ferver por dentro.
— Ah, vocês chegaram — a voz do Green soou debochada. Fechei a mão em punho involuntariamente.
— O que ele tá fazendo aqui?! — quase grunhi a pergunta — Isso não é da conta dele!
— Ele é seu noivo, Jiwoo — Taesoo retrucou — Me diga você, o que esse guarda-costas ainda está fazendo aqui?
Fuzilei meu pai com o olhar. Muitas vezes senti raiva dele, mas nunca tinha sentido uma repulsa tão grande quanto agora. Eu tinha nojo de ser filha de alguém assim. Segurei minha vontade de gritar e apenas respondi a sua pergunta:
— Jisung é meu namorado. Ele está aqui porque eu quero que esteja.
Mesmo que toda a situação ao redor estivesse contra mim, eu segurei ainda mais forte a mão de Han, dando um passo à sua frente para mostrar que quem quisesse fazer qualquer mal a ele, teria que passar por cima de mim primeiro.
Obviamente, minha ação só aumentou a raiva de meu pai. Com ódio em cada gesto, ele pegou um papel em cima da mesa de centro, balançando com força na minha direção.
— Sua pirralha inconsequente! Tá vendo isso aqui?! É o contrato que você assinou! — a folha já estava amassada pela forma com que ele a segurava — Aposto que não esqueceu o que está escrito nele!
Senti minhas pernas vacilarem por um momento. Sabia exatamente o que viria a seguir.
— Eu quis te dar um futuro brilhante e você traiu a minha confiança debaixo do meu próprio teto, Kim Jiwoo! Você preferiu sair com um empregadinho do que com alguém à sua altura só pra me atingir-
— CHEGA! — gritei o mais alto que consegui — Você não vai falar assim dele na minha frente!
— Chega você, Jiwoo! — ele empurrou o contrato em mim, o papel caiu depois que senti o baque em meu peito — Isso aqui é a garantia que vai fazer o que estou mandando. E você, Han, saia da minha casa antes que eu chame a polícia! A partir de hoje você não trabalha mais pra mim!
Tentei resistir, mas lágrimas pesadas começaram a rolar pelo meu rosto. Minha visão estava embaçada, mas enxerguei Henry com um sorriso vitorioso nos lábios, como se finalmente tivesse conseguido o que queria. Olhei para Jisung; ele me abraçou, segurando o meu corpo contra o dele enquanto eu desabava em um choro desesperado.
— Minha Jiwoo — ele sussurrou em meu ouvido, eu me aconcheguei mais na curva de seu pescoço — Eu preciso ir agora… mas não se preocupa, eu não vou te deixar sozinha. Nunca. Então por favor, não chore.
— Você não ouviu o que eu disse?! Pra fora da minha casa! Agora! — os gritos de meu pai me fizeram chorar ainda mais — Ah, e nunca mais ouse chegar perto da minha filha! Se eu souber que trocou uma palavra sequer com ela, eu a coloco no próximo avião pros Estados Unidos pra nunca mais voltar!
Eu me afastei do abraço de Jisung e olhei em seus olhos profundamente antes de deixá-lo ir. Ele secou as minhas bochechas com seus polegares e deixou um beijo demorado em minha testa.
Fechei os olhos para não vê-lo partir.
- ♡ -
Genteee, só faltam mais dois capítulos pro final de Dear Bodyguard e tenho duas coisinhas pra dizer:
A primeira é que teremos epílogo (uhuuul), então voltem depois do último capítulo pra saberem como anda a vida dos nossos queridos Jiwoo e Jisung, combinado?
E a segunda é que vou ficar um tempinho de hiatus depois de Dear Bodyguard. Na verdade, eu já tenho planos de uma nova fanfic, dessa vez do Seungmin, mas ainda tô bem no comecinho e ajeitando minhas ideias na cabeça. Talvez daqui uns três meses eu já esteja pronta pra postar, então me esperem, por favor!
Não sou muito de conversar por aqui, mas vocês são muito importantes pra mim. Me sinto muito feliz com cada comentário e com cada interação, muito obrigada mesmo ❤️❤️❤️
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