Capítulo 7 - Chapeuzinho Vermelho ⓘ

LUNA

As nuvens dançavam pelo céu negro, o vento balançava a copa das arvores de forma tranquila enquanto se ouvia os lobos uivarem. No meu rosto havia um largo sorriso e eu pulava como uma garotinha indefesa pela floresta escura com um vestido branco e com um capuz vermelho indo em direção a casa onde a matilha dos lobos vivia. Eu começava a cantarolar uma musica lenta e suave que ecoava pela trilha vazia enquanto eu saltitava e rodopiava pela mesma.

- "Pela estrada a fora eu vou bem sozinha, matar e estripar aquela menininha, ela morra longe e o caminho e deserto e a bruxa má...".

Um estalo, meu corpo se movimenta rápido e me vejo em frente a um homem, encostado num tronco de arvore.

- Que musica mais interessante. — ele diz, em seus lábios havia um sorriso largo.

- Não vai me dizer que vai me devorar vai?

Ele riu.

- Desculpe criança, mas você não é o meu tipo. O que você carrega entre as pernas me dão nojo por dois motivos. Primeiro você não tem um falo e segundo Arcadius se alimenta desse seu corpo imundo.

Estreitei os olhos.

- Quem é você e do que esta falando?

Ele riu e no instante seguinte estava com o rosto próximo ao meu enquanto sussurra e deixava seu halito quente me tocar a face me embriagando de alguma forma.

- Eu não faria isso se fosse você. Acha mesmo que Diego vai deixar você tocar na filha dele? Ou qualquer um e deixar que saia viva, ainda mais agora?

- Como você sabe de tanto? Diego não existe ele é simplesmente uma lembrança apagada agora que Lucius retornou.

Ele deu um passo a frente e seus lábios quase tocavam os meus, ele sorria de uma forma irônica e então quando dei por mim sua mão estava no meu pescoço, ele o apertava enquanto eu tentava me livrar do mesmo.

- Nem pense nisso bruxa. — ele riu — Sou mais forte, ate Arcadius é um brinquedo velho e quebrado comparado a mim e a coisa mais simples seria quebrar seu pescoço aqui e agora, mas não seria divertido.

Suas mãos me soltam, meu corpo cambaleia e tento recuperar o pouco de ar que eu tinha enquanto meus olhos semi cerrados o observavam.

- Quem é você? — consegui dizer em meio as dificuldades.

- Stepan.

Seus olhos se arregalaram.

- O que foi? Viu algum fantasma? — disse serio, sem o sorriso em seu rosto, mas ao mesmo tempo parecia que ele estava sendo irônico. — O gato comeu a sua língua ou vou ter que tirar ela a força da sua boca.

Dei um passo para trás.

- Não é possível, eu ajudei a prender você.

Um novo sorriso em seu rosto.

- Engraçado você falar isso, mas o estranho é que eu não vou te matar Luna ou devo dizer... Ah... Não vou estragar esse momento ainda. Porque acho que vai ser mais divertido ver o que esta por vir... — ele se virou e caminho na mesma direção que eu estava seguindo, ele colocou as mãos no bolso esse virou me olhando — Luna você vai morrer aqui. — então ele sumiu da minha frente.

Meu corpo começou a latejar e minhas mãos se apoiaram no chão. Ele estava de volta e ao que parecia estava aqui a mais tempo do que pretendia me dizer. Ele havia escapado e estava escondido, que dizer que ele sabe de tudo ele representa um risco principalmente se ele for atrás de...

Lucius.

Maldita hora que não me permitiram matar Diego. Se ele tivesse sido morto no ataque de lobisomens quando chegou a cidade nada disso estaria acontecendo agora e eu não gosto de pensar em como tudo vai se desenrolar. Stepan é um risco e um obstáculo. Eu tinha que me apressar e concluir a minha missão e destruir Violet.

Sem perder tempo cortei caminho pela floresta indo em direção a casa que ao longe estava iluminada, todos estavam em casa. Então esse seria um show um tanto interessante para todos nós.

ERIC

Violet estava nos braços de Caius; seus olhos estavam fechados e ela dormia tranquilamente, os últimos dias haviam sido desafiadores para todos nos. Eu me odiava, eu me culpava por ter perdido Diego para sempre e Violet sentia sua falta, sentia tanta sua falta que não conseguíamos fazer com que ela se acalmasse facilmente.

Ela chorava incessavelmente durante dois dias seguintes, eu não sabia de onde ela tirava tanta energia para berrar daquela forma, mas eu sabia que ela sentia falta de alguém, mas quem não sentiria? Eu mesmo mal dormia quando Violet permitia, eu sempre tinha o mesmo sonho estranho quando fechava os olhos e isso me incomodava.

Era como revê-lo ele estava na minha frente, mas não era mais o meu Diego, não era mais ele mesmo, seus olhos eu não conseguia reconhecer, mas Violet estava ao seu lado, nos sonhos parecia ter dezessete anos, seus cabelos eram longos e tinham uma coloração arroxeada, seus olhos verdes quase translúcidos me olhavam com curiosidade, como se não reconhecesse, como se eu fosse um estranho.

Esse definitivamente era algo que eu não gostava de pensar durante a noite e muito menos quando estava com Violet. Então como eu sempre fazia eu afastava esses pensamentos da minha mente. O que me leva de volta a pensar em como Caius consegue acalma-la, é só ele a segurar no colo que ela se acalma e volta a dormir e desde que descobrimos isso Caius a põe para dormir a noite. Eu me pergunto se ela não pensa nele como seu pai, ela é mais apegada a ele do que a mim, como se gostasse mais dele do que mim, seu próprio pai.

Caius se levanta do balanço ao mesmo que olho para a floresta e vejo Luna. Ela estava vestida de branco e trazia um capa vermelha em seus ombros, ela parecia saltitar feliz a caminho da casa e ao nos ver ela acenou o braço e logo em seguida.

Um estrondo.

Meus olhos percorreram rápido o lugar, Caius não estava mais no meu campo de visão, alguém havia lançado algo na direção em que ele estava. Luna continuava sorrindo, quando percebi Caius agachado a alguns metros atrás de mim, com Violet sendo protegida por seu corpo, seus olhos olhavam para a frete da casa enquanto os pelos tomavam seu corpo.

Um zumbido.

As coisas estavam rápida de mais, eu não estava conseguindo acompanhar os eventos na precisão certa. Caius estava sobre meu corpo, Violet presa em seu braço enquanto ele se levantava rapidamente, fiz o mesmo e olhei para a garota que sorria ironicamente e fazia bico ao constatar que não havia nos matado.

- Que diabos aconteceu com você Luna?

Ela riu e parou me olhando nos olhos.

- Me entreguem Violet e pouparei suas vidas, bem na verdade irei matar todos de qualquer jeito.

Então ela lançou ma bola de energia em nossa direção, mas antes de esquivar, alguém se postou na nossa frente. Um estrondo. Parte da estrutura da casa havia sido destruída com o impacto. A casa começou a fazer um rangido e a varando começou a tremer, sem dizer uma única palavra ele me puxou e a Caius também antes que a mesma caísse sobre nossas cabeças.

Quando finalmente pude me focar em quem estava nos ajudando, não pude acreditar no que meus olhos estavam vendo.

Marcus.

- O que você quer aqui Luna? — disse ele parecendo entediado.

- Porque não vem aqui e me pergunta.

Num piscar de olhos Marcus estava com suas mãos postas em seu pescoço. Ele a apertava com facilidade.

- Agora diga. — disse ele.

- Violet. — disse ela com esforço.

- Não vou permitir que toque na criança.

Eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo, Marcus estava aqui para proteger a minha filha, o mesmo Marcus que tentou nos matar varias vezes.

- Diga a Arcadius que Lucius manda lembranças a ele.

Então suas mãos apertavam com mais força seu pescoço e no instante seguinte sua cabeça estoura e sangue esguicha molhando o chão como garoa matinal. Marcus se vira e caminha em direção a mim e a Caius que esta na defensiva, mas tanto eu como ele sabíamos que não éramos páreos para ele, apenas...

- Mudanças de planos Marcus — Ravena aparece sentada em um dos galhos da arvore onde eu e Caius estávamos.Ele a olhou vagamente e sorriu. — Vamos!

E no instante seguinte ambos haviam sumido, deixando apenas nos e o corpo decepado de Luna esparramado na grama verde manchada de carmesim.

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