Acordei cedo. O sol adentrava devagar o quarto onde eu estava. Eu podia sentir a respiração de Caius tranquila ao eu lado, seus braços fortes me envolviam. Virei-me devagar e o olhei, seus olhos ainda estavam fechados, mas com meu movimento ele me puxou para mais e perto e começou a abrir seus olhos. Ao me vê seu rosto esboçou um largo sorriso que devolve. Suas mãos se aproximaram do meu rosto e a acariciaram. Seu rosto se aproximou do meu, eu podia sentir seu halito quente na minha face. Sua boca se aproximou da minha, nosso lábios se tocaram e sua língua pediu passagem que eu a dei. Suas mãos percorriam meu corpo, então ele se afastou e me olhou nos olhos.

- Bom dia.

- Você fica diferente quando esta sorrindo. – falei esboçando um sorriso.

- Fico? – ele arqueou a sobrancelha.

- Sim. Dá menos medo.

Ele deu um largo sorriso e me abraçou. Suas mãos passearam ate que chegaram na minha barriga, que estava incrivelmente enorme. Eu com toda certeza não poderia sair da cama em alguns dias. Ele a beijou e sorriu.

- Oi Violet.

Violet pareceu não se importar com o toque de Caius. Na verdade ela parecia gostar. E desde que ela chegou a nossas vidas Caius estava diferente, mais sorridente, feliz. Eu gostava de vê-lo assim. Qualquer outro lobisomem que ainda me toca mesmo que com por alguns instantes faz com que uma dor excruciante se espalha por todo meu corpo, exceto Caius. Isso era algo eu havia percebido a alguns tempo, acho que desde que Eric começou a sumir de meus pensamentos.

Eu agora me perguntava se toda aquela historia de alma gêmea era mesmo verdade. Eric era mesmo o meu par perfeito? Porque tantas duvidas rondavam a minha mente? Eu não deveria estar pensando nessas coisa e principalmente em Eric.

- No que esta pensando?

- Em como vai ser daqui pra frente. – suspirei.

- Eu entendo.

Ele ficou em silencio pensativo, então ele se levantou da cama. Só então percebi que havia dormido apenas de cueca boxer branca que destacava todo o seu corpo. Seu peitoral largo e sua barriga tanquinho. Suas coxas eram grossas e torneadas. Eu nunca o tinha visto deste ângulo e deste jeito, era algo novo. Mas seria proibido?

Caius deu a volta na cama, se sentou do meu lado. Seus olhos estava, sérios. Suas mãos tocavam nas minhas, então ele se aproximou e me deu um beijo rápido. Seus olhos eram ternos.

- Não sei se isso é correto. – ele me olhou. – Mas não posso mais ficar longe de você, eu não consigo. Eu tentei de todas as formas, mas esta sendo mais forte do que eu. Como se eu fosse puxado para você toda vez que eu tento fugir. E eu cansei disso. Fica comigo.

Eu estava estático.

- Eu vou cuidar de você, protegê-lo. Serei tudo o que você precisa e serei um pai para Violet.

Por alguma razão estúpida meus olhos estavam marejados e as lagrimas começaram a escorrer pela minha face. Ele me olhou preocupado.

- Esta tudo bem? Fiz algo?

Comecei a rir em meio as lagrimas.

- Não. Eu estou bem.

- E porque esta chorando?

O que eu tinha a perder? Eu estava tão apegado a ele que realmente não há muita duvida ao que eu posso responde-lo. Por alguma razão não posso mais senti-lo como antes. Eric estava sumindo a cada dia que se passa. Virando uma lembrança vaga em um canto da minha mente.

- Tem certeza de que esta tudo bem... – disse ele enxugando minhas lagrimas.

- Tenho. – me sento na cama.

- Então o que me diz?

- Caius... Bem eu...

Ele se levanta. A sua face estava seria e ele caminhava em direção a porta.

- Pra onde esta indo?

- Eu já sei o que vai dizer.

- Sabe mesmo?

Ele se virou para me olhar. Um brilho intenso surgiu de sua face e um esboço de sorriso.

- Eu quero Caius. Eu quero ficar com você.

Ele então se aproximou de mim e me beijou com um largo sorriso de felicidade estampado em seu rosto.

- Caius... – a voz de Sam ecoava pela casa toda.

Ele me olhou e beijou novamente, pegou suas roupas e a vestiu e saiu porta do quarto. Quando me levantei e olhei para a janela tive que me segurar na escrivaninha para não cair.

- Você esta péssimo. – disse ele me olhando nos olhos.

- Jason? Que susto. Como entrou aqui?

Ele riu.

- Não sabia que podia ser nauseante ver você assim.

- Do que esta falando?

Ele se sentou na janela e riu sarcasticamente.

- Primeiro eu não sou Jason. Mas posso ser...

Sua face começou a se transfigurar e tomar outras formas, seus olhos ficaram brancos e brilharam e no instante seguinte ele era...

- O gato comeu a sua língua? Ou foi um lobo? – disse ele sorrindo.

Eu.

- O que você é? E o que quer comigo?

- É divertido ver você assim sabia? Mas acho que vamos descobrir logo a resposta das suas perguntas. Mas você pode me chamar de Lucius.

Ele se aproximou de mim, pude sentir seu halito quente no meu rosto. Eu estava paralisado e Violet estava agitada em minha barriga me fazendo ter contrações fortes. Ele riu e se afastou.

- E nada de falar sobre isso com seu lobinho esta bem? Ou Tia Eliza, Jason e a irritante intrometida podem acabar se machucando. – ele pisca o olho – Se é que me entende. Nos vemos logo Diego.

Então ele saiu pela janela e no instante seguinte eu estava indo em direção ao chão enquanto a dor tomava conta do meu corpo.

Quando acordei, eu estava na minha cama. Lana me olhava preocupada seu semblante estava serio.

- Como você esta querido?

- Bem... Eu acho. O que aconteceu comigo?

- Você estava desacordado ao lado da escrivaninha. Caius esta pirando do lado de fora nesse exato momento – disse ela em meio a um sorriso.

Sorri sem jeito e a olhei.

- Lana...

- Não precisa me dizer querido. Eu já sei disso. – ele me olhou ternamente. – E isso me preocupa também...

- Por quê? – disse olhando para ela serio.

- Ah algo de errado com a sua gestação.

- O que? Não me diga que...

Meus olhos começaram a ficar marejados, as lagrimas já rolavam pelo meu rosto. Lana me abraçou.

- Acalme-se ela ainda esta ai e bem.

- Então o que esta errado? – eu disse choroso.

- Eu não sei ao certo, mas sei que não é algo que eu já tenha visto.

- Cheguei. – disse Luna ofegante enquanto adentrava o quarto como se o mundo fosse se despedaçar a qualquer momento.

- Luna! – falei surpreso.

- Oi. – disse ela sorrindo se recuperando da corrida.

- Você pode fazer. – disse Lana.

- Fazer o que? – olhei para as duas.

- Relaxa eu só vou verificar uma coisa.

Luna se aproxima de mim. Fecha os olhos e toca a minha barriga. Ela os reabre de repente, seus olhos estão completamente negros, eles mudam de cor para um branco e logo depois para um azul. Aquela visão estava me assustando. Então os olhos dela voltam ao normal e ela me olha apreensiva.

- Então? – Lana a olhou.

- O que você viu? – falei impaciente.

- Dybbuk Divisio.

- O que? – falamos em uníssono.

- O que isso quer dizer? – perguntou Caius serio que havia entrado sem ser notado.

- Eu ainda não sei – disse Luna ainda em choque. – Sei que é algo forte e poderoso e que você, Violet estão envolvidos. Mas há mais alguém. Mas eu não consigo ver quem pode ser.

- Eric? – disse Caius.

- Não. – disse Luna balançando a cabeça. – Ele tem a mesma energia de Diego e Violet.

- Não é nada que eu já tenha visto antes. – disse Lana concluindo.

- Mas eles estão bem?

- Sim. – disse Luna – Só é estranho o que eu ouvi.

- E o que você ouviu? – falei exasperado.

- Unterium.

- E o que isso quer dizer? – disse Caius ainda serio.

- Aquele que foi gerado por parte da alma.

- Isso é obvio – disse em resmungo. – Eu sou uma parte e Eric a outra.

- Não como você pensa Diego. – disse ela me olhando feio.

- E como seria isso? – perguntou Lana.

- E como se ela estivesse em dois corpos ao mesmo tempo, alem do seu. Como se ela vivesse também em outro feto. Como se ela estivesse sido dividida ao meio.

- Impossível. Ela esta inteira. – falei irritado.

- A alma Diego. A alma dela.

- Isso poderia ficar mais estranho? – disse eu por fim suspirando.

- Lobinhos... Uhu! – a voz irônica ria do lado de fora da casa e eu a conhecia.

Levantei-me e olhei pela enorme janela e lá estava ele.

Lucius.

E com ele havia outro. Alto e forte, seus músculos eram visíveis na camiseta negra. Ele vestia uma calça jeans e uma bota marrom. Ele parecia entediado estando ali.

- Venham todos. Quando eu digo todos. É todos. – disse ele olhando para mim.

- Vamos! – eu disse caminhando em direção a porta.

- Não você fica aqui. – Caius me fez da meia volta. – Você vai ficar mais protegido aqui. Lana. – ele a olhou.

Ela apenas assentiu.

Caius desceu pela janela e não demorou para que Sam e Yaxley também aparecessem na entrada da propriedade. Lucius olhou para mim, Lana e Luna e riu.

- Esta bem então. Dessa vez eu vou deixar eles lá em cima.

- O que você quer? – falou Caius serio.

- Ele. – apontou para mim.

- Você não vai tocar nele – disseram Caius e Sam juntos.

Ele gargalhou.

- Que lindo. Mas acho que ele já escolheu o Caius pequeno Sam. – disse ironicamente.

- O que? – disse Sam – do que ele esta falando?

- Ah ele não sabe? – disse rindo.

- Calado. – disse Caius com os olhos em tom escarlate.

Os olhos de Lucius brilharam, seu corpo começou a se transformar e quando o processo acabou ele estava idêntico a.

Eric.

- Como? – Lana olhou surpresa.

- Que diabos é você? A mística por acaso? – disse Sam zombando.

Tudo aconteceu rápido, quando dei por mim Sam estava erguido no ar. A imagem de Eric segurando o pescoço de Sam me assustava.

- Que moleque inconveniente. – disse apertando o pescoço dele.

- Me ajudem – suspirou ele.

Sam parecia estar ficando se ar, sua face estava ficando vermelha enqaunto ele tentava se oltar da mão de Lucius. Caius e Yaxley estavam correndo em direção a ele, suas faces haviam ganhado uma aparência selvagem, os olhos de Yaxley eram brancos, os dois se separaram. O outro que estava com Lucius fez menção de se mover, mas Lucius o olhou e ele se manteve apenas obsevando. Yaxley levantou a mãos com as garras enorme e com a mão esquerda Lucius jogou Yaxley contra a parede da casa a destruindo. O estrondo fez com que a casa todo balançasse. Lane me segurou. Caius foi por cima, mas Lucius segurou suas mão enquanto ria. Ele a virou e a quebrou. Segurou o braço de Caius e o jogou contra uma enorme arvore que ao sentiu o impacto teve seu tronco rachado. Lucius soltou Sam no chão desacordado e caminhou e direção a Caius. Colocou seu pé no pescoço dele e...

- Não! – gritei.

Lucius olhou para mim e pude ver claramente meus olhos negros pelos olhos dele. Ele riu e se afastou.

- Que pena – disse por fim.

- Na próxima não haverá piedade. – ele disse olhando para mim e sumindo junto com seu companheiro na floresta.

Luna me olhava abismada e Lana estava boquiaberta, e logo em seguida senti meu corpo pesar e a escuridão domar a minha visão.