11: ----
CANSEI DE TER BLOQUEIO CRIATIVO
Quando tiver criatividade ponho um título
[7/12/2022- Quarta-Feira]
"Dois mil e quinhentos, três mil." Valac contava em maços de quinhentos dólares- cinco notas de cem em cada maço- o salário mensal de Noah Alba, metendo todo o dinheiro verde dentro de um envelope negro com as fissuras douradas. "três mil e quinhentos, quatro mil..."
"O senhor já passou do meu salário." Noah avisou-o. O seu salário era de três mil dólares, o que ele estava a fazer? Eu não preciso de um aumento, senhor Daemonium, pensou em dizer.
Valac não ligou para o que ele disse, nem olhou para os seus olhos azuis claros, apenas continuou a passar com o dedo nas notas, contando-as. "quatro mil e quinhentos, cinco mil."
Parou de contar.
"É um aumento de dois mil, senho—"
"Eu mando no dinheiro que entra e sai da empresa, Noah." Sorriu. "Outra vez questionando as minhas escolhas?" Estendeu o envelope na direção do peito do seu empregado, que estava do outro lado da mesa do escritório empresarial.
"Não, senhor." Pegou no envelope e abriu-o. Dinheiro fresco e limpo, cheirava bem. Era tentador, mas não era justo aquele aumento sem razão nenhuma. "Porém eu não aceito os dois mil dólares a mais." Tirou a quantia acrescida do envelope, metendo-a em cima da mesa de mármore.
"Porquê?"
"Eu não quero ser pago assim."
Esta frase foi tão mal-interpretada pelo seu patrão.
"Como queres ser pago então?" Perguntou com malicia.
Tum tum tum
A luz branca dos corredores da ICEFIELD invadiu a pequena escuridão que estava naquele escritório enorme- talvez o maior espaço fechado que aquela firma tinha-.
Mark Stewart, o novo secretário e assistente da ICEFIELD. Negro, baixo, gordo, olhos castanhos e cabelo raspado a pente quatro, talvez. Era o empregado mais baixo e fofo que havia naquela empresa, a olhos de muitos. Fazia tudo certo, perfecionista, elegante, astuto e sincero. Tudo o que a ICEFELD- a.k.a Valac Daemonium- queria como secretário e assistente. Era o seu décimo dia de trabalho, contratado pela Camoren, que logo morreu de fofura pelo sotaque angolano que o homem de 19 anos possuía- lembrava-lhe da sua Terra-Natal-.
Obrigado, Lua, por me ter mandado este anjo.
"S...senhor Daemonium." Espreitou para dentro do escritório. Foram raras as vezes que ele teve em quatro paredes com o seu patrão. "Oh. Está ocupado, desculpe."
Noah levantou-se rapidamente do seu lugar e caminhou para a saída. Não queria debater com o seu chefe, e muito menos aceitar aquele aumento. Somente queria sair daquela encenação e, de certa forma, fugir da situação irritante que se ia formar em poucos segundos. "Não. Que não seja por mim. Eu posso acabar a minha conversa com o senhor Daemonium depois." Meteu a mão na maçaneta. "Estarei aqui fora, caso ocorra alguma coisa." Não deixando, mas ninguém falar, saiu do escritório.
Valac nem estava a ouvir o que o pequeno Mark estava a dizer, estava curioso com aquela resposta: 'Eu não quero ser pago assim.' Nem o olhar estava posto nos olhos do seu secretário, mas sim na porta, na maçaneta, a última coisa que ele tocou antes de sair do campo de visão dele.
"Senhor Daemonium?"
Olhou para o pequeno ser na sua frente, sentado na cadeira com o envelope retangular roxo.
"Hm?"
"Quer... que eu volte depois?"
"Não, claro que não." Mark engoliu em seco. Valac viu os olhos castanhos ficarem tristes e ansiosos. Em dez dias, soube que aquele rapaz era sensível, tímido e um pouco pessimista. De certeza que tinha levado aquela negação para um mau caminho, a demissão. "Não, Mark, não é isso que quis dizer. Só estou um pouco distraído com..."
"O seu segurança?"
O coração do demónio pulsou forte. Isto estava assim tão óbvio?
"Que envelope é esse?" Trocou de assunto. Não tinha de responder perguntas alheias.
"É do Guns of both Worlds, senhor. Convidaram a ICEFIELD para participar no concurso anual deles: O—"
"O Festival Extreme Weapon?!"
MENTIRA!
Foi o que passou na cabeça do demónio.
Guns of both Worlds era a maior empresa à escala mundial de produção de publicidade, particionamento, na forma de festivais, concursos e festas. Os quatros fundadores eram bem seletivos nas suas escolhas e não eram todas as empresas que tinham o privilégio de serem anfitriões dos seus grandes festivais.
E um dos maiores e de mais sucesso era o Festival Extreme Weapon.
Já fazia parte da cultura e tradição do mundo. Anualmente, organizavam um concurso e exposição de armas e dos designs de cada empresa, em volta do mundo, e em 2022, no último mês do ano, GBW escolheram a enorme cidade de Aska para fazer o 25º Festival Extreme Weapon.
"Sim. Será no Aska Stadium e a empresa tem um lugar VIP no palco."
Tem de ser uma brincadeira do Sol, de certeza. A minha empresa foi convidada pelos reis?!
"Quem mais vai participar?" Escondeu o seu entusiamo. Se se exaltasse o tanto como queria mataria o pequeno secretário de susto.
"Está no folheto, senhor."
Valac abriu o envelope: tinha o bilhete exclusivo com o nome da ICEFIELD e a um cartaz em pequena escala dobrado em quatro partes.
Foto:
E todo o seu entusiasmo fora trocado por ódio, repulsa, nojo e ranço.
"Meu Sol, não, não, não, não, não."
Mark engoliu em seco. Estava alguma coisa errada? Foi ele?
"O...O que se passa?"
"A ARANEA vai."
E aquela vaca vai junto, certeza.
☀☀☀
"Quero estar na primeira fila, mano!" Cam riu, tossindo todo o fumo do cigarro eletrónico que estava nos seus pulmões. "Quero ver-te a despedaçares essa mulher. Vai ser épico!"
Valac já estava enraivecido. Estar no Festival Extreme Weapon era o sonho empresarial dele, era como ganhar a lotaria e o prémio era o reconhecimento e o gosto dos melhores críticos de design de diversas materiais. Mas saber que a aquela Ana Aranea ia estar ali, debaixo do mesmo teto que ele, formava aquele sonho num pesadelo.
Porém recusar um convite daqueles era como dar um tiro no próprio pé e desiludir Carl, o antigo chefe e criador da ICE, agora ICEFIELD.
Foi apenas por essa razão que Valac aceitou estar num raio de 200 metros daquele aracnídeo.
"Preciso de beber."
"Eu também preciso, mas..." Perlongou a conjunção. "...posso te mostrar uma coisa que realmente vai te relaxar."
Valac ficou curioso. Se não era bebida- uma das coisas que eram capazes de relaxar as mentes controversa daqueles irmãos não de sangue-, o que seria? Dança? Música? Maconha?
Todas aquelas dúvidas saíram da mente dele, quando a Cam, literalmente, o arrastou pelo braço e tirou-o da sua cadeira almofadada, deixando do outro lado da porta de madeira negra, o grande escritório de Daemonium.
"Onde é que vamos?"
"Já vais ver." Ela estava entusiasmada. Sabia que o seu irmão ia gostar daquilo que lhe queria mostrar. Via-se pela malicia que luzia pelos seus olhos redondos alaranjados.
Desceram até ao piso 3. O piso de treino? O piso 3 era destinado somente aos treinos e experimentos de armas. Era dividido em dois: lutas de corpo a corpo e a miragem e manuseamento das armas da ICEFIELD.
Era um dos pisos que o Valac mais detestava, devido aos sons altíssimos que os protótipos das armas faziam ao disparar pela primeira vez. Na primeira vez que experimentaram os disparos, logo nos primeiros dias de abertura da empresa, Valac decidiu na hora forrar as paredes com esponjas sonoras grossas daquele lado do piso.
Porém não foi para aquele lado que os dois irmãos foram. Viraram à esquerda, para o lado que tinha as paredes brancas e o chão negro. Aquele corredor tinha diversas portas, todas iguais, mas com um número diferente forrado em cada uma. Um número único para cada tipo de luta, ou de nível. Quanto maior for o número, maior o nível de dificuldade e precisão.
Camoren puxou o seu irmão até à última porta negra, no fundo do corredor, a porta número 888.
Naquele momento, Daemonium entendeu para onde ia.
Eram 11 horas e meia, o último quarto de hora da aula intensiva de Noah Alba, o professor de combates _----_-. Àquela hora- na cabeça maliciosa, mas precisa de Camoren, Noah já devia estar saturado de ensinar os seus recrutas. Mas sabia que eram raras as vezes em que ele não respeitava o rigoroso horário das suas aulas. E sabia também que o seu irmãozinho ia gostar de ver aquele grego a demonstrar aos seus alunos o quão bom ele era no combate.
"Sério?"
"Hmhm."
"Ele está no meio de uma aula."
"Amor, tu és o chefe desta empresa toda. Podes interromper ou acabar com a aula quando quiseres. Ou..." perlongou novamente uma conjugação. "...podemos entrar sorrateiramente e ver o puta gostoso do teu Noah em ação."
"Para com isso." Corou, contra a sua vontade.
Camoren não respondeu, apenas abriu a porta devagar. Por sorte, o arquiteto do edifício teve a consciência de não meter a porta diretamente para o estúdio. Os tapetes de treino estavam para além da parede enorme.
"Murphy."
Como esperado, Noah estava apenas de calções largos- mas que não deixavam despercebidos os músculos grossos das suas coxas. Estavam de costas para os dois espiões. Valac achou estranho não ver mais aquelas duas cicatrizes enormes. Talvez passou maquilhagem para as esconder? Ou será que ele era capaz de escondê-las só com a força do pensamento?
Noah fora preciso com o ataque. Parecia que o tempo tinha ficado mais lento aos olhos de Valac. Pediu, com as mãos, que o seu aluno mais alto, Gustav Murphy, aperta-se o seu pescoço com uma das mãos. O braço do opositor estava esticado (um erro aos olhos do seu instrutor, era uma saída fácil). A rapidez fora muita para que o Valac captasse todos os movimentos precisos daqueles músculos. Ele só processou as duas mãos albinas tocarem- com rapidez- no cotovelo do rapaz e logo encolheu o braço, e neutralizando com todo o seu corpo branco o mais novo.
"Outra vez." Gustav levantou-se. "Agora devagar." O rapaz apertou o pescoço do seu treinador outra vez. "Primeiro erro: braço esticado. Cada vez que eu fizer isto..." Encolheu os dedos das suas mãos, aguçando a articulação major das falanges e tocou- outra vez com rapidez e destreza- por cima do osso do seu cotovelo, no tendão principal. Gustav voltou a retrair-se. "...a dor é duas vezes maior do que era suposto. É a mesma sensação quando batem com o cotovelo na quina da cadeira da escola. Têm de ser rápidos a se defenderem. Gustav." O aluno, mesmo com vontade de desistir, apertou a garganta do Noah, agora com o braço levemente encolhido. "Coloquem o queixo no peito para evitarem que os polegares apertem ainda mais a garganta. Se deixarem o vosso opressor apertá-los com força suficiente, podem esmagar a cartilagem da traqueia e vocês morrem de asfixia." Mais uma vez tocou com os dedos nos tendões do cotovelo de Gustav para se libertar.
Porém, no momento em que usou um pouco da sua força para aquele movimento, os seus instintos místicos apoderaram-se- por nanossegundos- dos seus sentidos: conseguiu ver a alma que cada um, todas azuladas e esbranquiçadas, e sentiu a pureza e impureza de cada um. Todavia, duas almas bem impuras estavam por detrás da parede perto da porta.
Daemonium e Cam...
"Estão dispensados por hoje, meninos." Ajudou o Gustav a levantar-se, pedindo desculpas por tê-lo magoado, por entre tantas falas surpresas e pasmas com aquela ordem rara.
"Porquê, professor?"
"Pelo bom comportamento que têm." Foi a melhor desculpa que arranjou naquele momento. "Peguem nas coisas e saiam."
Nem passou dez segundos para que aquela sala ficasse povoada com apenas três seres. As crianças eram lentas a chegar ao treino, mas rápidas a saírem dele. Não entendia porquê, no entanto; aprender é uma das melhores coisas que havia para fazer.
"Posso saber porque vieram à minha aula?" Perguntou, pegando nas inúmeras garrafas de água vazias.
Valac nem protestava. Já sabia que era uma questão de tempo para que o Noah interrompesse a sua aula e os apanhasse em flagrante. Mas aproveitou cada segundo até que esse momento chegasse.
Já a Camoren grunhiu de desilusão por ser tão fácil de apanhar. Mal ela sabia dos poderes sobrenaturais daquele ser lunar. Mas não se deixou por vencida. Ainda queria que o seu irmão mais velho beneficiasse um pouco mais daquele incidente.
"Vim te ajudar com as garrafas de água!" Levantou-se do chão frio e andou em passo apressado até às mãos grandes do albino. Pegou-as sem autorização do seu amigo. "Já estás cansado, e precisas de um descanso...? Então eu levo as garrafas até ao ecoponto."
"Mas, Cam..."
Nem valia continuar a frase. Camoren já estava com todas as garrafas na mão e pronta para sair daquele espaço fresco.
"ByeBye!" Ouviu-se a porta a fechar pelo trinco e a sua voz doce a cantar em vitória.
O que ela mais queria era ver aqueles dois idiotas juntos e sozinhos. Ela via a tensão que o Noah adquiria quando ficava perto do seu chefe, mesmo depois de anos, que sempre aumentava quando não estavam em situações de trabalho. Já o Valac não ficava com ninguém de jeito e desperdiçava aquele albino toda a vez que saia de casa. No momento em que ela soube que aqueles dois homens tinham se beijado, ficou eufórica e agradeceu à Lua por ouvir uma das suas preces mais antigas: Meter os olhos na cara do seu irmão para o fazer ver o bixão que estava em casa & tirar toda a pureza que o Noah tinha dentro de si.
"Foi ela que o arrastou para aqui?"
"Sabes como ela é."
Existia. Muita. Tensão. Naquele. Momento.
Sabem quando duas pessoas ficam na mesma divisão e não sabem nem como se olhar?
É como aqueles dois estavam; pareciam dois adolescentes cheios de borboletas na barriga que queriam imenso soltar tudo o que sentiam aos gritos, mas o profissionalismo era muito mais forte- no caso do Noah-. Nem mesmo o autor sabe o que vai na cabeça do Valac para ele não falar nada durante aqueles longos segundos de silêncio. Era um completo mistério, que nem mesmo pelo olhar- o órgão do corpo mais transparente do corpo humano- dava para ver o que o Daemonium sentia.
Tensão não era a palavra certa...talvez timidez?
"Sabes quem me mandou uma carta?!"
Claro. Como se timidez tivesse no vocabulário de Valac Daemonium.
"Quem?"
"Guns of Both Words! E-Eles vêm para cá para fazer o Festival deles! O-O Festival Extreme Weapon!"
Noah ficava de peito enchido de ver o Valac tão feliz e bem-disposto. Ele tinha consciência que aquele Festival e aquela empresa eram um dos troféus que o seu chefe mais queria no seu armário.
"Parabéns, senh—"
Mas não tinha consciência do abraço inesperado que o Valac lhe deu depois de quase pular de tanta alegria. Noah tentou abraçá-lo o melhor possível, com a mesma intensidade que os braços mais escuros o apertavam pelas costas. Noah tinha ficado atordoado, porém. Não tinha espectado aquele abraço do nada.
E também não tinha espectado o movimento duro e doloroso que tinha posto o seu corpo no chão.
Fora tudo uma artimanha.
Demoniacamente inteligente...
Estavam os dois deitados no chão, Valac por cima, Noah por baixo, ainda mais confuso e corado. Era uma posição estranha. Valac estava quase sentado em cima da cintura do albino, com as mãos nos seus ombros fortes. Minha amada Lua. Mais uma vez, Noah se perdeu naquele corpo. Valac estava vestido informalmente. Já tinha tirado a gravata colorida e desabotoado dos dois primeiros botões da sua camisa Prada. A sua musculatura do peito era a que mais se exibia pelo tecido fino, mas quente da camisa. O peito e as coxas, que ficavam por debaixo das calças sociais negras com riscas brancas. Valac tinha posto as sua canelas para trás das costas– o que esticava um pouco mais as calças-.
Com certeza, o Noah se deliciava com aquelas coxas fartas.
Todavia, as suas pupilas ficaram fixas no sorriso tristonho que os lábios do seu chefe formaram em poucos segundos.
"O que se passou, Valac?" Eram raras as vezes que Noah o chamava pelo nome.
"Aquela puta da Aranea vai."
"...e isso é um problema?" Noah, às vezes, és bem inocente. Valac olhou-o revoltado, claro que era um problema! Um pequeno flashback passou pela consciência do albino que logo se apercebeu o porquê daquela raiva toda. "Valac, eu não o vou deixar." Descansou as mãos por cima das dele, que ainda continuavam a fazer força por cima dos seus ombros. Sorriu, à medida que procurava o tendão específico para que as mãos adversárias escorregassem.
Era a sua vez de jogar.
Valac sentiu uma forte dor em cada punho, que o deixou inábil de sentir as suas mãos por poucos segundos. O seu corpo escorregou para cima do seu segurança, cujo logo contorceu aquela posição. Assim que ficou por cima, Noah fechou as pernas do seu chefe com as suas, sentido toda a musculatura tensar com aqueles movimentos rápidos. Não fez a força suficiente para que o Valac se sentisse preso- ele odiava se sentir preso-, apenas deixou as suas pernas na posição certa que aprendeu com Minguante.
"Eu sempre estarei aqui para o proteger. E nada nem ninguém me impedirá disso."
"Vais aceitar o aumento ou não?" Mudou a conversa, completamente. Noah emburrou, outra vez esta conversa?
"Repito: eu não quero esse aumento."
Saiu de cima do seu chefe, um pouco irritado, porém a sua simpatia e educação era demais para não ajudar o Valac a se levantar. Estendeu-lhe a mão e assim que sentiu a pele um pouco áspera na sua, puxou o seu patrão para cima, para junto de si.
"Então como queres que eu te pague?" Passou a língua pelo lábio inferior, um ato que tensava o consciente calmo do segurança- ainda mais quando ele o olhava com fulgor, como estava a fazer naquele momento-.
"Porque é que me quer pagar a mais? Eu já sou pago a mais por aquilo que faço." Valac irritava-se cada vez que alguém não aceitava as suas ordens. Pelo Sol, era dinheiro! Como é que alguém não aceita dinheiro?! "E tem mais empregados que realmente merecem um aumento. Como---"
"Noah, eu sou o teu patrão e chefe desta empresa. Eu mando, tu obedeces. Se eu estou a dar um aumento, é porque mereces, e não porque eu quero ver dois mil dólares a menos no cofre da ICEFIELD."
Começando pelo início, o albino não queria discutir com o Valac, e muito menos numa ocasião em que ele já se demonstra irritado; E segundo, ele poderá fazer o que quiser com o dinheiro...não é?
"Okay."
☀☀☀
1 SEMANA E 3 DIAS DEPOIS
[13/12/2022- Segunda-feira]
"Também não gostei, querido."
Benjamin Elio sentiu-se derrotado ao ver que uma das suas melhores roupas não combinavam com a enorme beleza de Valac Daemonium, seu cliente número 1.
"Porquê?"
"Este bordô não exalta os teus lindos olhos." Sentou-se na cadeira atrás de si e apertou as pálpebras na tentativa de expelir a sua frustração enorme com a força que fez. Mas, de repente na sua cabeça fez-se luz e Benjamin lembrou-se de uma das suas peças secretas.
Humedeceu os lábios pintados com batom negro, um hábito que tinha desde pequeno.
"Pode começar a despir esse terno, vou trazer um que sei que lhe irá cair muito bem!"
Valac bufou, irritado com aquela troca de roupa sem fim. Faltava pouco menos do que 5 horas para o desfile começar, e ele contava cada minuto de cada dia.
Queria e não queria que aquele dia acabasse.
"Está a pensar em algo, senhor?"
Valac tinha até se esquecido da presença calórica do seu segurança. Ele hoje está bastante calado, até demais. Noah estava vestido informalmente- pela primeira vez!-, mas via-se pelo seu olhar que ele estava tenso por algo. Nervoso, até.
"Não...Estou bastante ansioso." Fechou a cortina à frente de si enquanto falava. Gostava de privacidade enquanto se despia. Não estava com vontade a bastante para se expor- outra vez- na frente do seu segurança. "É hoje o festival."
"Fico feliz por vê-lo tão contente assim."
"Só espero que tudo corra bem lá no Festival."
Noah engoliu em seco. Tinha um mau pressentimento acerca daquele lugar desde que soube da sua existência. Desde jovem que sentia que aquele lugar guardava algo muito nocivo. Algo ou alguém.
Mas não deixou que os seus instintos destruíssem aquele entusiasmo inocente, bom e alegre. "Irá correr."
"Prometes, Noah Alba?"
"Prometo, senhor Daemonium."
[Continua]
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top