17 - feelings are fatal

Quantas vezes
Devo guardar isso dentro de mim?
Eu preciso deixar ir
E eu juro que tentei

Mas se abrir
Significa confiar nos outros
E isso é demais para mim
Eu não quero incomodar

mxmtoon – feelings are fatal

– △ –

Era um dos poucos dias em que os pais de Hanna paravam em casa e ela acabara de se despedir de Lis e Kate antes de descer para se juntar a eles no jantar, a mesma quietude e tranquilidade incômoda de sempre pairando no ar – tranquilidade esta que na verdade não era nem um pouco tranquila, era só um silêncio insuportável que fazia Hanna mal querer tocar na comida.

– O que suas amigas faziam aqui? – Sua mãe perguntou provavelmente tentando puxar assunto mas Hanna apenas revirou os olhos por já saber onde aquilo ia levar.

– Estávamos organizando as coisas do meu aniversário – respondeu brevemente e enfiou um pedaço grande de cenoura na boca, pensando que assim talvez sua mãe parasse de perturbá-la, mas para sua infelicidade não foi o que aconteceu.

– Organizando sua festa com duas delinquentes? – Andrea questionou e Hanna quase mastigou a própria língua junto com a comida. – Desculpe filha, sabe que não gosto muito delas, e também não gostei do que fez no cabelo.

– Não esperava que fosse gostar – Hanna admitiu, já fazia mais de uma semana que ela havia pintado e só agora sua mãe resolvera reparar na mudança. – E também não esperava que fosse demorar tanto pra reparar, mas pelo visto falar mal das minhas amigas tem sido mais importante pra você do que prestar atenção na própria filha.

– Hanna! – Seu pai a repreendeu e ela se arrependeu no mesmo instante, tinha acabado de contribuir para aquela discussão se estender ainda mais, mas estava tão irritada que não conseguia controlar, seus pais sempre estavam distantes, sempre viajando a trabalho, e quando finalmente paravam em casa só sabiam criticá-la e reclamar de Kate e Lis.

– Desculpe, mas mamãe não tem direito de falar das minhas amigas, não as conhece como eu, Lis e Kate são...

– Uma drogada e uma... – Andrea se interrompeu, pigarreando, e Hanna largou seus talheres sobre a mesa.

– Uma o quê, mãe?

– Uma louca suicida, se é isso o que você queria ouvir.

– Pois eu também sou uma drogada e também vou ser uma louca suicida em breve se não arrumar uma família descente – gritou se levantando, irritada. – E além do mais, eu gosto de mulheres.

Você o quê? – Sua mãe guinchou instantaneamente franzindo as sobrancelhas e Hanna engoliu em seco sentindo seu corpo gelar. Se arrependimento matasse ela estaria morta e enterrada naquele momento.

– É isso mesmo, eu sou lésbica mãe. Vai fazer o que? Me expulsar de casa? – Continuou, a merda já estava feita mesmo, o pior já havia sido dito e agora não tinha como só fingir que nada tinha acontecido. – Não, nem precisa, eu mesma me expulso de casa, obrigada.

Ela saiu andando, se dando ao trabalho de pegar somente seu celular, sua bolsa e, não menos importante, a chave do carro de seus pais.

– Hanna! Onde você vai? – Seu pai gritou mas a garota já estava na porta.

– Sinto muito mas pra mim essa merda já deu – foi a última coisa que disse antes de sair batendo tudo feito um furacão.

Hanna entrou na Mercedes preta que ainda brilhava como nova, jogando suas coisas no banco do carona e ligando o carro antes de sair em alta velocidade rua abaixo.

A verdade era que nem ela sabia direito para onde estava indo, se sentiria uma idiota se chegasse na casa de Lis ou Kate dizendo que tinha se auto expulsado de casa depois de gritar na cara de seus pais que era drogada, lésbica e uma suicida em potencial e agora precisava de um lugar para dormir – mas já estava farta de aguentar os desaforos de sua mãe, não era só porque ela ainda não era adulta que era obrigada a abaixar a cabeça e aceitar qualquer crítica que fizessem, estava cansada de tentar ser perfeita, mesmo porque ela sabia que nunca seria.

Parou no sinal vermelho de uma das poucas avenidas movimentadas de Winter Hills e caçou em sua bolsa pela caixinha de metal onde havia um isqueiro cor-de-rosa brilhante e um cigarro enrolado, perfeito. O ascendeu antes de seguir dirigindo, pensando que queria conversar com alguém mas alguém que não a conhecesse, porque todos que a conheciam "bem" uma hora se decepcionavam ao dar de cara com a verdadeira Hanna.

Kate e Lis não tinham se decepcionado, tinham a acolhido todas as vezes que precisara de um ombro ou um abraço. Lis sempre estivera lá para segurar sua mão e Kate sempre estivera lá para gritar com ela e fazê-la se recompor mas, mesmo que fossem suas melhores amigas e não a tivessem tratado com diferença nem mesmo quando saíra do armário, por algum motivo a ideia de desabafar com qualquer uma das duas a estava deixando ansiosa – talvez pelo fato de que a discussão com sua mãe só acontecera porque a mulher resolvera esculachar as duas, e o fato de Andrea não gostar da dupla era algo que Hanna sempre tentara esconder das amigas.

Não que ela fosse falsa ou quisesse de fato mentir sobre aquilo, mas amava demais ambas e não queria magoá-las contando tudo o que sua mãe pensava sobre elas – além de que elas já tinham os próprios problemas para lidar, Lis já estava mal o suficiente e isso era claramente visível, Hanna não queria ser um fardo a mais para nenhuma das duas.

Lis... Foi pensando na amiga que ela se lembrou de uma senhorinha cujo neto seria sua próxima vítima para um longo desabafo, então pegou um retorno na rotatória cheia de árvores ao fim da avenida e dirigiu em direção à casa de Dona Emy.

Assim que chegou na casinha de tijolos alaranjados, desceu do carro e tocou a campainha, esperando em frente à porta enquanto sua ansiedade a corroía internamente, sentia seu estômago queimar e seu coração pular uma batida sempre que a discussão de somente alguns minutos atrás voltava à sua mente.

A porta abriu e a senhorinha muito mais baixa que Hanna instantaneamente abriu um sorriso para a garota.

– Hanna querida, há quanto tempo! Você cresceu tanto meu bem – Dona Emmy disse quase que espantada e Hanna lhe respondeu com um sorriso fraco.

– É, eu fiquei bem alta mesmo e... Desculpe o incômodo à essa hora da noite, mas o Henri está? – Perguntou com certo receio, se sentindo muito burra por ter ido até ali e se arrependendo imensamente.

Ela não tinha intimidade nenhuma com o garoto, se lembrava de ter brincado com ele e o irmão algumas vezes no parquinho quando eram crianças e eles vinham visitar a avó, e de terem estudado juntos por um período muito curto de tempo no oitavo ano, mas Henri já havia deixado claro que não tinha qualquer lembrança disso e ao menos reconhecera Hanna quando a vira na festa há algumas semanas, ele certamente a acharia uma esquisita por procurá-lo para conversar sobre coisas tão pessoais.

– Está sim querida, vou chamá-lo para você – a senhora informou e voltou para dentro, deixando Hanna plantada na porta independente de seus arrependimentos.

Alguns segundos se passaram e Henri apareceu, as sobrancelhas franzidas em confusão e os olhos inchados como se tivesse acabado de acordar de uma soneca pesada – o que provavelmente era mesmo caso, visto que ele usava algo como um pijama e seus cachos escuros estavam inteiramente bagunçados.

– Hanna? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou estranhando muito o fato dela ter aparecido ali do nada, e ela queria muito dizer que achava a situação toda tão estranha quanto ele. – Tá tudo bem?

– E-eu... Você quer fumar?

Os dois agora estavam sentados num banco da pracinha onde Henri costumava beber com Lis, e Hanna tinha um baseado aceso por entre os dedos cujo Henri havia recusado, não era muito fã de drogas sejam estas quais fossem.

– O que aconteceu? Você tá toda nervosa...

– Ai meu Deus não pergunta, eu vou entrar em surto – Hanna respondeu sentindo seu peito pesado de repente. – Na verdade eu vim aqui pra falar disso, mas não sei... Ai que merda, desculpa encher seu saco, mas acho melhor eu ir embora.

Ela se levantou e pegou sua bolsa, pronta para ir, mas Henri segurou seu braço e gesticulou para que ela se sentasse novamente.

– Ei relaxa, eu nunca disse que você tá enchendo o saco, por que tá todo mundo sempre tão tenso nessa cidade? Por Deus – ele disse e a garota assentiu. – Leve o tempo que precisar, vou estar aqui quando quiser falar.

– Obrigada, é só que a gente mal se conhece e eu chego aqui feito uma maluca querendo desabafar assim do nada, mas eu só não sabia mais com quem falar, a Lis e a Kate...

– Aconteceu alguma coisa entre vocês?

– Não, eu briguei com a minha mãe na verdade, ela não gosta muito das duas e isso me deixa realmente puta da vida e eu não podia só chegar e contar isso pra elas, todas as coisas ruins que minha mãe fala, principalmente pra Lis que já tá mal e...

– A Lis? O que ela tem?

– Ai que merda... – Hanna xingou tampando a boca com a mão, odiava aquela sua parte idiota de sempre falar sem parar e consequentemente acabar falando coisas sobre as quais ela supostamente não deveria dizer nada. – Desculpe, eu não deveria ter falado sobre isso.

Henri queria insistir mais um pouco porque estava preocupado, não tinha notícias de Lis desde o dia em que fora até a casa dela e contara sobre ele e Matt, e sabia o quanto ela deveria estar mal com tudo aquilo, mas tinha medo de só piorar a situação caso insistisse em procurá-la e encher sua cabeça ainda mais – então Hanna talvez fosse uma forma mais tranquila de saber dela, mas ele se conteve, porque aquilo significaria quebrar a confiança das duas uma com a outra e também porque aquilo não era sobre Lis, Hanna o havia procurado por um motivo e ele estava disposto a escutar e fazer o possível para ajudar.

– Mas você deveria tentar falar com ela – Hanna disse e Henri sentiu profundamente que aquilo era nada menos que o diabo tentando.

– Ah, ela não vai querer me ver tão cedo, acredite.

– Sinto muito que vocês tenham brigado.

– Isso não vem ao caso, e acho que eu também não quero falar sobre isso agora – Henri admitiu e Hanna assentiu. – Então você brigou com a sua mãe?

– É, mas não é tão simples como parece, eu disse coisas que eu acho que não deveria ter dito, pelo menos não da forma que foi – ela contou e Henri esperou enquanto a garota respirava fundo e tomava seu tempo para começar a de fato contar o que havia acontecido. – Eu estava muito irritada pelas coisas que ela tinha falado da Lis e da Kate e eu meio que... Porra, não é fácil falar isso assim.

– Eu sei que a gente não é tão próximo mas pode confiar em mim, não é como se eu fosse te julgar ou espalhar tudo o que você disser aqui pra qualquer um.

– Eu sou lésbica Henri, eu gosto de mulher, e minha mãe é uma filha da puta conservadora que jamais aprovaria isso, e minha intenção era só me fingir de hétero pelo menos até eu estar morando sozinha e não ter mais que me preocupar com isso, mas eu joguei tudo no lixo por ser uma imbecil impulsiva que fala demais.

Um minuto de silêncio se seguiu porque Henri ainda não sabia ao certo o que falar, aquilo realmente era um problemão e ele não queria dizer algo que ao invés de ajudar só fosse piorar ainda mais a situação.

– Pensa pelo lado bom, agora você não tem mais que ficar fingindo ser algo que não é – ele disse e Hanna bufou.

– É, pensa pelo lado bom, agora ela vai ter motivos sólidos pra me atacar e encher o saco. Eu não quero nem pensar em como vai ser daqui pra frente, o inferno que vai ser ter que conviver com ela agora, acho que pelo menos eu finalmente não vou mais achar tão ruim quando ela passar dias fora de casa.

– É, eu sinto muito por isso, não sei o que dizer.

– Eu posso ficar na sua casa hoje? Eu sei que isso é muito repentino e talvez esquisito, mas é só que... Eu meio que me expulsei de casa e não tenho mais pra onde ir, se eu fosse pra casa da Lis ou da Kate ia ter que contar o que aconteceu e eu não quero.

– Bom, acho que minha vó não vai se importar, ela gosta de ter gente em casa – ele respondeu e Hanna soltou uma risada breve e suave.

– Vocês são meio doidos, minha mãe nunca deixaria amigo meu nenhum dormir em casa assim, ainda mais alguém que não seja tão próximo, a Kate só dorme lá quando ela e meu pai estão viajando – explicou e foi a vez de Henri rir.

– Acho que vocês é que são meio doidos.

– É, deve ser... É meio difícil saber porque quando a gente cresce no meio de certos comportamentos acaba achando que é normal e levando pra vida, mas eu espero de verdade que quando eu tiver meus filhos eu não seja uma maluca controladora igual à minha mãe.

– Eu duvido muito, você é toda alegre e afobada e parece bem sensível na verdade.

– Eu dou o meu melhor, sabe? Pra sempre ver o lado positivo das coisas e ser esse lado caso não haja um, só é mais difícil quando me afeta assim diretamente.

– Admiro muito isso, até porque eu tentava ser assim há alguns anos, mas acho que me deixei afetar demais por algumas coisas e me perdi no processo – Henri contou e respirou fundo numa tentativa de não se deixar abalar por aquilo.

Ele ainda tinha um pouco da pessoa que fora quando conheceu Lis, tanto que permanecera ao lado dela e continuava tentando animá-la mesmo depois do desaparecimento de Eliel, mas agora ali estava ele, também atolado nos próprios problemas e nas próprias dores – e também na de terceiros: de seus pais, seu irmão, até mesmo de pessoas que não eram tão presentes em sua vida, como Hanna.

– Se me permite perguntar, o que aconteceu para a Lis ter ficado tão chateada? – Hanna perguntou sem querer ser invasiva demais, mas se a própria Lis se recusava a contar sobre aquilo ela precisava dar seu jeito para descobrir.

– É complicado...

– Você me ouviu e agora vou te ouvir também, e não sei você mas eu tenho a noite toda, leve o tempo que precisar – ela disse e percebeu que aquilo talvez soasse como se o estivesse pressionando a falar. – Se você quiser contar é claro, não vou te obrigar nem nada.

– Eu sei, bobona – Henri respondeu rindo mas logo sua expressão tornou a ficar séria e ele pôde sentir seu rosto e seu pescoço esquentarem diante do que estava prestes a contar. – Eu também não sou hétero, ainda não sei o que sou na verdade, mas eu definitivamente não sou hétero, acho que eu só gosto de pessoas, se me fizer feliz já tá valendo.

– E o que isso tem de mais? Não é como se a Lis fosse homofóbica nem nada, ela também...

– Eu sei – Henri a interrompeu mesmo que não tivesse a intenção, mas estava nervoso demais, suas mãos tremiam e suavam e sentia como se pudesse engasgar com as palavras. – O problema é que eu descobri isso da pior forma, e-eu... Eu fiquei com alguém que não devia, e pra piorar eu acho que não é mais só isso, acho que estou começando a sentir coisas que eu com toda a certeza não queria sentir.

Hanna pensou por um momento e seus olhos se arregalaram quando um choque de realidade a atingiu, precisando respirar fundo para conseguir falar sem gaguejar.

– Henri, você e o Matt...? – Perguntou e Henri se limitou a somente assentir em silêncio. – Ah meu Deus, eu sinto muito, eu nem consigo imaginar como isso deve estar sendo pra vocês agora, ainda mais que você gosta dele, nossa...

– Mas eu ainda amo a Lis, sabe? O que só deixa tudo ainda pior e mais confuso, inclusive e principalmente porque ela não ficou nem um pouco feliz ao saber de tudo.

– E como ela soube?

– Chegou num ponto em que eu não aguentei mais só continuar agindo como se nada estivesse acontecendo, então eu contei pra ela, e como já era de se imaginar ela não gostou de saber, e o Matt não gostou de eu ter contado, então agora nenhum dos dois parece muito afim de voltar a ver minha cara tão cedo.

– Ai que merda. Olha, eu provavelmente não deveria estar falando isso porque o Matt é meu amigo, mas... – Hanna passou a mão na testa suada e suspirou antes de continuar. – Eu nunca aprovei muito o relacionamento dele com a Lis, e acho que você também deveria esquecer ele o quanto antes. Eu sei que ele consegue enganar muita gente com aquela carinha de anjinho mas eu conheço ele desde que éramos crianças, e posso dizer que ele não é a melhor pessoa pra se envolver romanticamente.

– Porque ele é um galinha – Henri completou e Hanna concordou. – Foi isso o que a Lis disse quando contei pra ela, que na verdade ela não estava nem um pouco surpresa por parte dele porque ele é um galinha que já ficou com metade da cidade.

– E eu queria poder dizer que ela está errada, mas não está – ela reafirmou e Henri se pegou pensando no pior.

– Ele a traiu?

– Meu Deus, não – Hanna disse rindo porque mesmo que Matt fosse um imbecil aquilo era absurdo demais até para ele. – Isso foi antes de eles namorarem.

– Menos mal, então.

– Bom, não muda o fato de que isso sempre deixou a Lis insegura, achando que a qualquer momento ele ia cansar dela e arrumar outra pessoa.

– Eu odeio ter que admitir isso mas não acho que ele seja tão ruim assim, e sei ele jamais faria isso com ela – Henri contou e encolheu os ombros quando Hanna o encarou como se não estivesse entendendo nada. – Ele ama a Lis, mesmo com toda essa palhaçada que a gente causou ele nunca deixou de dizer que ainda a ama e nunca iria querer magoar ela, e justo por isso tentou esconder todas essas coisas dela.

– Mas você sabia que só esconder não era a melhor opção.

– Sim, porque tudo isso já estava virando uma bola de neve enorme, e se ela não se machucasse agora ia ser ainda pior depois.

– É uma merda isso de se não for agora depois vai ser pior – Hanna comentou e o garoto concordou. – É inevitável se sentir pressionado diante de um pensamento desses e isso nem sempre nos leva à melhor solução, e pensando assim... Acho que eu ainda posso tentar reverter essa situação com a minha mãe, e vocês também ainda podem se resolver.

Henri! – Dona Emy gritou do portão e imediatamente ele se levantou para gritar de volta, avisando que já estava indo.

– Então, você ainda vai querer dormir aqui? Minha vó provavelmente acabou de fazer a janta agora e vai surtar se a gente não for comer nesse mesmo instante – ele perguntou e Hanna se lembrou que mal havia comido em casa devido a toda a confusão.

– É, acho que eu aceito, obrigada – ela respondeu e também se levantou, dando uma cotovelada brincalhona em Henri. – E até que você é um ótimo amigo, obrigada por ter me escutado.

E no fundo Henri quem queria agradecer por finalmente ter conseguido falar sobre o que mais o atormentava no momento sem ter medo do que viria a seguir.

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