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Cathe

Base dos Anjos da Resistência

Montanhas Wittenberg - Mundo Humano

Ela ficou paralisada vendo ele se soltar e deixar seu corpo cair. A criatura que Mestre Kaghan reconheceu como sendo o general Nash se jogou a seguir, mostrando de vez que Matt era seu único alvo. Imediatamente, ela abriu um portal e teria se lançado nele, visando se transportar para o local onde Matt cairia, mas foi impedida por Margareth, que segurou seu braço com firmeza.

— Não, meu amor — a mais velha disse, segurando o braço da filha com uma mão, e com a outra desfazendo o portal —, não é pra lá que você deve ir.

— Mas se o Matt sobreviver, irá precisar de ajuda! — a jovem protestou.

— O Matt percebeu que era o alvo, e que não poderia lutar aqui se preocupando com você e conosco — Kaghan disse, se aproximando —, por isso ele se soltou, é provavelmente está lutando agora.

— Quem era aquele monstro, Mestre? — Cody perguntou, se aproximando também.

— Era o general Sigmund Nash — o Muscaliet respondeu —, um híbrido de demônio e Lobisomem que servia o auto intitulado, Alfa supremo, Lorde King.

— Ele é o pai do Matt! — Cathe disse —, mas porque está tentando matá-lo?

— Agora tudo faz sentido! — Mestre Kaghan disse, convicto — Matt é um híbrido de três raças, sendo filho de Nash com uma humana. Provavelmente Lorde King descobriu e mandou Nash matar a mulher e o próprio filho.

— Pelo universo — Margareth exclamou —, isso é cruel demais!

— Agora sim eu preciso ir até o Matt — Cathe disse, desesperada — se ele conseguir vencer a luta irá matar o próprio pai. Ele jamais se perdoaria por isso!

— Nenhum de nós pode se colocar no meio de uma briga entre dois híbridos, querida — Margareth disse, carinhosamente —, precisamos do Barth!

— E quem é Barth? — Cody perguntou.

— É o filho de Lorde King! — Kaghan explicou — Com a morte do pai, ele deve assumir o posto de Alfa e desfazer a ordem para matar o Matt. Só assim iremos parar o Nash.

— E onde está o Barth? — Cathe perguntou.

— Ele saiu para treinar com Aynne pela manhã — um jovem disse, se aproximando com um aparelho nas mãos — eles chegaram aos pés da montanha junto com Nash, mas Barth seguiu para a floresta, possivelmente para caçar o cervo que ficou encarregado de trazer para o almoço. Aynne e Nash subiram a montanha e quando o híbrido começou a se transformar, Aynne desceu a montanha novamente, provavelmente atrás do Barth!

— Precisamos ir até eles — a Mãe disse, pausadamente —, se eles subirem a montanha pensando que Nash está aqui, pode não dar tempo de descer novamente e evitar a tragédia.

— Tem mais uma coisa pra gente se preocupar, Mãe — o jovem com o aparelho na mão disse, com o semblante preocupado.

— Então diga logo, Peter! — a mais velha disse.

— Nós perdemos o contato com Eileen e com a Nath — ele disse, cabisbaixo, como se o acontecido fosse um fracasso exclusivamente seu.

— Elas foram capturadas? — Mestre Kaghan perguntou, também preocupado.

— Isso não tem como saber ainda — o jovem chamado Peter disse —, elas enviaram algumas imagens, mas desligaram os comunicadores. A Bruxa que elas foram investigar, se encontrou com dois magos que levavam uma refém humana para o Mundo Sombrio.

— Dois magos? — Cody perguntou, mudando seu foco após ouvir o que o jovem disse — Você pode me mostrar as imagens?

— Claro que sim — Peter disse —, mas é melhor irmos para a sala de monitoramento.

— Neste dispositivo eu tenho a localização do comunicador de Aynne — o jovem continuou —, dá para abrir um portal até onde ela está, e encontrar o Barth.

— Eu irei até eles, Cody — Cathe disse, pegando o dispositivo e sincronizando as coordenadas com o portal portátil —, esses magos no mundo sombrio são a prova da conspiração. Vá lá e os desmascare.

— Sim — Cody disse, dando um abraço na irmã —, a refém humana pode ser a irmã de Matt, então vá até lá e traga ele para nós!

— Pode deixar! — ela disse com um sorriso, e desfazendo-se do abraço, saltou no portal, fazendo-o se fechar atrás de si.

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Aynne, Barth e Cathe

Floresta do Vale de Woodland

Mundo Humano.

Aynne seguiu, sendo transportada pelas raízes, chegando rapidamente ao pé da montanha e então as recolheu a fim de poupar algum poder, além de que ir caminhando através das árvores seria mais prático. O poder demoníaco do general ainda podia ser sentido mesmo daquela distância, o que mostrava o quanto ele era poderoso e perigoso.

Encostando o ouvido em uma árvore, ela recebeu a informação de que Barth caçava a vários metros dali, e de que no alto da montanha, uma batalha tinha se iniciado, o que fez com que ela começasse a correr, pois precisava levar Barth até Nash o mais rápido possível, antes que ele machucasse alguém.

Antes que chegasse ao local onde Barth estava, ela escutou um chamado silencioso das árvores e, parando para se concentrar no que elas diziam, foi informada sobre a aproximação de quatro lobisomens, que tinham entrado na floresta, com intenções hostis. Se tratava de integrantes das alcateias rebeldes, e se Aynne conhecia a vibração deles, era porque já tinham se encontrado antes, provavelmente junto com Liam e Lucy.

Após seguir por mais alguns metros, ela avistou Barth em uma clareira, lavando-se nas águas de um rio, após eviscerar um cervo de grande porte. Um movimento nas folhas a fez se esconder na copa de uma árvore, para ver quatro silhuetas cercando Barth, que terminou de se lavar calmamente, antes de se virar.

— Ora se não é Bartholomeu King! — um dos lobisomens disse, saltando e parando a alguns metros do jovem, seguido de outro lobisomem e de duas licantras — Lucy e Liam disseram que você estava com a Resistência, mas nós não acreditamos.

— Pois aqui estou! — Barth disse, sorrindo — Eu preciso levar esse cervo para o almoço, se quiserem me acompanhar, tenho certeza de que serão bem recebidos.

— Você não entendeu, querido — uma das licantras disse, dando um passo à frente —, não estamos aqui para te aceitar como Alfa. Lady Eve a suprema Alfa irá nos dar lugar de destaque na matilha quando lhe entregarmos a sua cabeça em uma bandeja.

— Depois de tudo o que Liam e Lucy fizeram por vocês, ainda irão traí-los assim? — Aynne disse, descendo da árvore — Você, Wayne, foi expulso da matilha de Lorde King e foi acolhido por Liam, junto com sua mãe que estava doente. E você, Michelle, Lucy te treinou como se fosse uma filha, se não fosse por eles, nenhum de vocês estaria vivo. E agora querem se vender e traí-los dessa forma?

— Olha só a Fadinha rebelde que anda com lobisomens — Michelle disse —, Liam e Lucy sujam a história dos lobisomens ao se juntar com outras espécies. Nós nascemos para dominar todas as criaturas, e Eve nos levará para a glória!

— Sabe de uma coisa, pessoal — Barth disse sorrindo e dando de ombros —, eu já tive as minhas experiências de quase morte recentemente e não gostei, então não me levem a mal, mas se insistirem nisso, eu vou ter que matar vocês.

— Cerquem-no! — Wayne gritou, e Michelle saltou para o outro lado de Barth junto com o outro lupino, formando um quadrado tendo ele no centro, e todos assumiram a forma glábrica, se preparando para o ataque.

Aynne olhou para Barth e sorriu, os adversários estavam cometendo um erro que definiria aquela batalha — eles a estavam ignorando, e focando os ataques apenas nele, como se ela não oferecesse nenhum perigo à eles.

O jovem alfa permaneceu em sua forma hominídea e, sem camisa, ali naquele bosque, parecia ser suficiente para enfrentar uma alcateia inteira sozinho, mas ela não queria ficar só assistindo.

Um dos inimigos atacou pelas costas de Barth, mas foi surpreendido por raízes que brotaram do chão, interceptando-o e usando o peso do corpo e a velocidade do ataque, para atravessar-lhe o peito como uma estaca. Para completar o ataque brutal, as raízes se separaram, forçando o corpo do lobisomem até que ele se partisse em vários pedaços.

— Sua filha da puta — Michele gritou, aterrorizada com a morte brutal do seu companheiro —, eu vou te partir em pedaços.

Partindo para um ataque cego, a licantra avançou contra a sìthiche, que permaneceu sentada no tronco onde estava, apenas se defendendo, com suas raízes, impedindo que a licantra enfurecida a atingisse.

Os outros dois inimigos atacaram Barth ao mesmo tempo e para a surpresa deles, o jovem Alfa não se defendeu, apenas deixou que lhe atingissem com os diversos golpes das garras afiadas por todo corpo. Após uma sequência brutal de ataques, Wayne e sua companheira licantra se afastaram, exaustos.  O sangue de Barth escorria das múltiplas feridas que os inimigos lhe infligiram no ataque, mas ele permaneceu de pé, e erguendo a cabeça, olhou para eles com um olhar demoníaco e um sorriso triunfante, enquanto todos os cortes em seu corpo se fechavam.

— Agora é a minha vez — Barth disse, assumindo sua forma Crínica, que era ainda maior do que antes. Seus olhos, também estavam diferentes e assumiram uma tonalidade laranja, um deles completamente e o outro parcialmente.

Sem que Wayne esperasse, ele atacou, com uma velocidade impossível de se acompanhar e o teria atingido, se a licantra não o tivesse empurrado e tomado o seu lugar, para ser atingida pelas garras afiadas, que lhe atravessaram o peito em um golpe fatal.

— Vocês não precisam morrer — Barth disse — se querem servir a minha irmã, que sirvam. Podem ir até ela e jurar lealdade, mas vocês sabem que se ficarem aqui, irão morrer também.

— Eu só saio daqui depois de matar essa fada desgraçada! — Michelle gritava, enquanto atacava as raízes, que se regeneravam imediatamente após serem cortadas, impedindo que ela chegasse até Aynne.

— Michelle, já chega — Wayne gritou, voltando à sua forma hominídea, fazendo-a parar de atacar e olhar na direção dele ainda transformada para ver que a outra licantra tinha sido morta também. A visão do fracasso deles e da imponência da transformação Alfa Crinos de Barth, a fez voltar à forma hominídea —, devemos aceitar a misericórdia e viver para lutar outro dia.

Assumindo a forma lupínica, eles saíram pela floresta, mas antes Michelle ainda deu uma última olhada para Aynne, deixando claro que não seria a última vez que se enfrentariam.

— Me lembre de não fazer raiva em você quando estiver na TPM — Barth disse, assumindo a forma hominídea, enquanto a Sìthiche se aproximava —, aliás, Sìthiches tem TPM?

— O senhor está muito engraçadinho depois que virou Alfa, sabia — ela disse, dando-lhe um selinho — inclusive, nós precisamos nos apressar. Eu vim lhe buscar, porque o general perdeu o controle e pediu que eu lhe avisasse.

— Mas porque o Mestre Nash perderia o controle? — ele perguntou confuso — a menos que…

— Matt é o filho de Nash — uma voz feminina surgiu das árvores, pegando-os de surpresa —, eles caíram na floresta e devem estar uns dois quilômetros a leste daqui.

— Espera aí — Barth disse, ainda mais confuso —, quem é Matt e quem é você?

— Ela é do grupo que chegou de madrugada — Aynne explicou — o general perdeu o controle ao ver o amigo deles.

— Ele ainda está sobre a influência do meu pai — o jovem disse, entendendo tudo —, por isso está atacando o Matt.

— Meu nome é Cathe, Barth — a jovem recém chegada disse —, nos apresentamos melhor depois, agora precisamos ir.

— Sim, vamos! — Barth disse, começando a correr, junto com Aynne, mas ambos pararam ao ver que a maga não se mexeu.

— Que foi? — ela disse, dando de ombros, e ativando um dispositivo, um portal se abriu — Eu tenho um atalho!

Os três passaram pelo portal e saíram em uma grande clareira na floresta. As árvores arrancadas e os troncos partidos pelo perímetro, deixava claro que o espaço não era natural. De um lado viam um lupino encouraçado, que tinha o corpo envolto em uma névoa obscura e uma aura demoníaca opressora, Do outro lado, um ser hominídeo, com altura e músculos de um lobisomem crinos, com asas negras semelhantes às de um morcego e pele cinza chumbo.

Ambos pareciam estar amando a batalha, e atacavam e defendiam com tudo o que tinham, provocando grandes explosões de ar quando se chocavam. Barth não sabia como proceder, as explosões de poder que a batalha gerava, tornava perigoso a aproximação, e o ar opressor e rarefeito dificultava a propagação do som, evitando que gritasse.

— Eu posso usar minhas raízes para contê-los enquanto você conversa com o general — Aynne disse para Barth.

— É perigoso demais — Barth disse, segurando a mão dela com ternura —, você precisaria se aproximar e eles estão em outro nível de poder agora.

— Pode dar certo — Cathe disse confiante —, e não precisará se aproximar.

Abrindo um pequeno portal ela retirou alguns dispositivos, como se o portal fosse um bolso mágico, que se fechou depois que ela terminou.

— Eu abrirei dois portais, Aynne — a jovem maga continuou —, e você deve lançar as raízes por eles, que se abrirão também, atrás dos dois. Aí é só segurar o Matt e puxar o general para cá, que o Barth faz o resto.

— Mas qual é o resto — Barth perguntou, duvidando de si mesmo —, eu não faço ideia!

— Só acredite em si mesmo, Barth — Aynne disse, e depois lhe pegou de surpresa com um beijo rápido, mas apaixonado —, porque eu confio em você!

— Prontos? — Cathe perguntou, e recebendo um sinal afirmativo dos outros, abriu os portais, por onde Aynne lançou grossas raízes que envolveram os dois no momento em que eles iriam se atacar novamente, mas as raízes começaram a apodrecer aos poucos, sob a pressão da aura demoníaca deles.

— Eu não vou aguentar, Cathe! — Aynne gritou, sentindo a força das trevas.

A maga então, ativou seus poderes, e assumiu sua forma de batalha com os cabelos completamente brancos. Ao redor de seu corpo e em seus olhos, chamas vermelho-incandescentes brotaram e iluminaram todo o lugar. Ajoelhando-se, ela tocou o solo e os pés de Aynne, e imediatamente as chamas envolveram as raízes, fortalecendo-as e contendo o poder obscuro.

Reforçada pela magia de Cathe, Aynne conteve Matt e puxou o general pelo portal, fazendo-o aparecer ainda imobilizado aos pés de Barth que, ajoelhando-se, olhou nos olhos negros de Nash e se concentrou em assumir seu posto como Alfa.

— Eu, Bartholomeu King, seu Alfa, o libero de qualquer ordem que tenha recebido de seu antigo Alfa, e lhe deixo livre para escolher a quem servir! — as palavras de Barth ecoaram pela mente de Nash, que aos poucos foi assumindo sua forma hominídea novamente e recuperando a consciência.

Correndo até Matt, Cathe o encontrou já em sua forma normal e liberto das raízes. Sentado no chão, ele parecia exausto, mas sorria, parecendo ter se divertido na batalha.

— Você está ficando especialista em me salvar, Cathe — ele disse, aceitando ajuda para se levantar —, mas eu ainda me pergunto se eu conseguiria vencê-lo.

— Eu tive muito medo de perder você — ela disse, abraçando-o —, e vocês nem deviam estar lutando um contra o outro.

— Eu sei que ele deve ser meu pai — ele disse, sem desfazer o abraço —, senti isso desde o início, mas sabia que só eu poderia enfrentá-lo, e não podia arriscar te envolver na batalha.

— Precisamos ir agora — ela disse, ajudando ele a caminhar na direção dos outros. Nash parecia bem debilitado, devido à intensa luta mental e acabou adormecendo.

— Ele está bem? — Matt perguntou, se aproximando deles.

— Está sim — Aynne respondeu — está apenas descansando.

— Eu sou o Matt — ele se apresentou de modo cortez.

— Eu sou Aynne e ele é o Barth — a Sìthiche disse, com um sorriso.

— O Alfa — Matt completou, estendendo a mão para o rapaz —, devo me curvar também?

— Não — Barth respondeu sorrindo —, só apertar a minha mão já está bom!

— Ainda tem magia para um portal até lá em cima? — Aynne perguntou para Cathe, vendo que ela estava bem casada.

— Não — Cathe respondeu ofegante —, mas Peter me deu um dos portáteis que vocês usam.

— Deixa que eu abro o portal então — a Sìthiche disse, e acionando o dispositivo, eles entraram no portal, levando o general Nash desacordado, junto com eles.

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Cody

Base dos Anjos da Resistência

Montanhas Wittenberg - Mundo Humano

— É O FILHO DA PUTA DO MEU TIO! — Cody exclamou ao ver as imagens que Eileen gravou no mundo sombrio. Não podia dizer que estava surpreso, afinal, sabia que Klaus era invejoso e falso, mas não queria acreditar que ele seria o traidor. Ele não conhecia o outro mago, mas conhecia as runas tatuadas em seu braço e pescoço, já que eram parecidas com as que a sua mãe usava, e indicavam que aquele sujeito também tinha passado por uma cerimônia de contrato rúnico para se tornar um mago — O que eles estão falando? Alguém aqui faz leitura labial?

— Cam, eu sei que você está aí tentando ouvir o que estamos falando — a mãe chamou, e um rapaz surgiu da porta, sem graça por ter sido pego —, então aproveite que é sua especialidade, e participe!

— Cam é um Doppelgänger — Peter explicou para Cody, enquanto o outro rapaz fazia a leitura labial —, ele consegue captar os gestos mais sutis das pessoas para se transformar nelas se precisar.

— Ela os chamou de incompetentes por terem perdido o híbrido — Cam começou a leitura — o careca pediu perdão pela falha dos vampiros, mas disse que estão com a irmã adotiva do híbrido e que podem usá-la como moeda de troca ou como isca.

— A jovem é realmente a irmã do Matt, então — Cody disse, confirmando as suas suspeitas, enquanto Cam traduzia a última parte da conversa.

— A bruxa disse ao mago que o pai dele está vivo, e ele ficou surpreso — o Doppelgänger continuou —, dizendo que o viu ser consumido na pira da purificação. Por fim ela o mandou voltar para o mundo Humano e cuidar do Parlamento, porque o pai de Klaus, assim como Lorde Thayron, domina as ciências mágicas ocultas e pode estar se escondendo para agir a qualquer momento.

— Ela também chamou o careca de Gignac e disse que tinha outra missão para ele e que a garota precisava se alimentar — Cam finalizou a leitura.

— Eu disse para elas voltarem imediatamente, mas Nath queria salvar a garota — Peter disse, assim que Cam terminou —, e acredito que Eileen desligou a comunicação para seguirem sem interferência. O comunicador dela está ligado agora, mas não tem sinal. Como se estivesse em outra frequência atmosférica.

— Você quer dizer em outro mundo que não seja o Humano e o Sombrio? — Mestre Kaghan perguntou, com um tom meio sarcástico.

— Se não fosse absurdo a existência de outro mundo além dos dois, eu diria que sim — Peter respondeu.

— Bom — Kaghan ponderou, colocando a mão no queixo, pensativo —, portais são camadas espaço-temporais e interdimensionais, então talvez haja alguma dobra ou consequência gerada pelo choque recorrente dos dois mundos. Inclusive, isso explica o porquê da Nath não conseguir abrir um portal de lá para cá. Se ela não sabe onde está, não consegue calcular para onde ir.

— Até faz sentido se pensarmos na origem das criaturas no Mundo Sombrio — a Mãe disse —, se a maldade dos humanos escoou e gerou as criaturas, a bondade das criaturas pode ter gerado outros espaços, criaturas e até mundos.

— É uma teoria muito louca — Peter disse, assimilando as informações —, mas eu amo teorias loucas. Eu vou pesquisar e tentar encontrar outra frequência atmosférica, para ver se eu consigo contato com elas, e havendo contato, talvez consiga enviar coordenadas, ou enviar uma equipe para buscá-las.

— É a Lilly! — Matt disse, entrando na sala, amparado por Cathe —, ela está bem? Onde ela está? Precisamos ir resgatá-la!

— Acalme-se, meu jovem — a Mãe disse, indo até ele — ela está com Nath e Eileen agora. Peter irá rastrear a localização delas e iremos buscá-las em breve. Você precisa descansar, onde estão os outros?

— Barth e Aynne levaram Nash para um dos leitos — Cathe disse —, eu farei o mesmo com o Matt.

— Sim — Margareth disse, com um sorriso —, todos vocês precisam descansar antes do almoço.

— À propósito — Cathe disse, enquanto caminhava para a porta com Matt —, alguém precisa buscar o Cervo que o Barth caçou, não deu para trazer.

— Vamos providenciar isso — disse a mais velha.

— E você meu filho — ela continuou, voltando-se para Cody, assim que todos saíram —, como está com tudo isso?

— Com uma imensa vontade de matar Klaus com requintes de crueldade — ele respondeu sem pensar duas vezes —, ele e todos os traidores que o ajudaram.

— Uma notícia boa nós tivemos — ela disse, abraçando-o —, o Mestre Kaius está vivo. Devemos aguardar e nos preparar para a batalha que virá, enquanto pensamos em um modo de abrir os olhos dos magos.

— Mãe — ele disse, se afastando do abraço um pouco, para olhá-la nos olhos —, me perdoa por tê-la julgado mal e por ter duvidado da senhora?

— A culpa não foi sua, meu querido — ela respondeu, abrindo um sorriso radiante e voltando a abraçá-lo —, nós fomos todos manipulados, mas agora, você e a sua irmã estão comigo, e nada mais irá nos separar!

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