Crônicas.

Crônicas.

Amor, qual o objetivo?

Não quero ser pessimista, mas qual o objetivo? Eu me apaixono, acho que você o príncipe encantado, começamos a namorar, já não me vejo mais sem você, quando me dou conta acabou, tudo começa de novo, lá vou eu mergulhar na ilusão de quem sabe agora pode ser, novamente se torna meu príncipe encantado, começamos a namorar, novamente não me vejo mais sem você, acaba de novo, morro, choro, acho que nunca mais vou encontrar alguém, então você aparece e tudo parece tão promissor, agora não tenho dúvidas é você, mergulhar de cabeça num rio raso que é, começamos a namorar, tudo acaba novamente, quando digo que não acredito mais, que meu coração está tão remendado de band-aids e agulhas que até tentar de novo dói, então minha mente teimosa pergunta qual o objetivo??

Crônica: Porque você não é casada?

Não era a primeira vez que me perguntavam isto, e tornavam a me perguntar, soava como uma condição adulta de existir, assim como tantas outras que já havia escutado ao longo da minha vida, como se quisessem me padronizar. Toda que olho a mim mesma no espelho, a definição que tenho de mim mesma construída em meus pensamentos é só uma desculpa não sou padronizável, sou autenticidade, sou mulher menina, sou uma risada alta, sou tudo menos o comum que pode ecoar no seu imaginário, pois sua percepção não é a mesma que a minha, logo não vim aqui para suprir sua expectativas, mas sim para tentar suprir as minhas em encontrar meu lugar no mundo nesta aventura que é o próprio viver.

Crônica: Você é escritora mas não tem faculdade?

Não acredito que ter uma faculdade me dignifica a ser escritora ou não, claro não desmereço quem seja formado, mas não acredito que seja isso que faz de ninguém escritor ou não, por que na minha humilde opinião não querendo, nem sendo dona da verdade, o ato de escrever é uma habilidade, assim como desenhar, quanto mais escreve melhor fica. Sendo assim não, não sou formada, mas acredito que levo jeito com as palavras, pois é através delas que consigo me expressar, posso não ser a melhor escritora do mundo, nem tão pouco famosa, mas isso não me tira a liberdade de escrever, colocar minhas paranóias para fora para quem se sentir convidado a ler. Lembro-me de escrever poesias na minha adolescência, infelizmente naquela época não tinha ciência que gostaria de ter guardado minhas primeiras poesias, se foram com o tempo junto com a minha inocência ao crescer e se torna menina ainda sonhadora mas agora adulta, com responsabilidades como tal, de se tornar independente, ter uma profissão, a verdade é que ainda estou tentando me encontrar, se é que me perdi risos, não sei, só não sei se consigo viver da escrita ou uma hora vou ter que "crescer" tomar uma decisão na minha vida, só sei que independente se sim ou se não escrever para mim é como respirar e sinceramente não me vejo conseguindo parar, mas sim velhinha escrevendo meus últimos poemas num caderno velho, nem que seja para eu mesma ler, ou quem quiser se lembrar de mim.

Crônica morte.

Por mais que saibamos que iremos partir tão certo quando chegamos, ainda sim raramente paramos para refletir sobre, na realidade não há um único dia no calendário do viver, mas um constante viver e morrer a cada dia tem medo como um coelho assustado deste temido fim, porém também um descanso nos pés cansados do viver quando se vive o suficiente para se fazer cansar, se é que existe suficiente para desfrutar da delícia de se viver, pensar como será ou o que será na realidade é apenas uma reflexão do ego do pensar, pois será o que tiver que ser como for, mas espero que quando me por ao fechar os olhos possa saber em meu coração com convicção que vivi intensamente, gozo do prazer de se viver, desfrutei do viver, fiz de tudo que estava ao meu alcance para me tornar um ser humano melhor, uma alma melhor, espero me despedir grata por todas as pessoas que amei, seres queridos que pude desfrutar como minhas amadas cachorras, minha querida amada família, ter podido compartilhar da existência e companhia da minha amada avó, mãe, assim como minha família, ter podido desfrutar desta aventura que se é viver.

Crônica sexo .

Se você parar para pensar seu corpo viveu ao longo do seu percurso de vida sozinho, mas quando estamos apaixonados é como se o corpo nunca tivesse provado da solidão antes, não nós vemos mais sem o outro, queremos aquele prazer constantemente, por isso procuramos aquele corpo novamente e novamente para transar e tudo se encaixa tão bem o beijo, seu corpo no meu durante a penetração, as preliminares de um sexo oral perfeito do qual chego ao orgasmo com um sorriso no rosto de tamanho prazer, tenho meu alivio breve existencial, já me vejo querendo seu corpo novamente, sua companhia, nossas conversas pós transa, transamos no motel, na sua casa, no carro, todo lugar que der porque meu corpo não cansa de ter o seu, a única coisa que consigo pensar enquanto olho para o belo amanhecer do sol é que delicia estar apaixonada.

As dores e delícias de estar solteira.

A muita boa em estar sozinha, não ficar preocupada só outro feliz no relacionamento ou não, sem paranoia de ele estar traindo ou não, não se preocupar o tempo com depilação se retirou todos pelos, poder a filmes e séries que gosta sem preocupar gosta também ou não, poder desfrutar do próprio prazer com a masturbação, poder com quem quiser a hora que sentir vontade ou transar, não ter que dar satisfação do que faz ou deixa fazer, eu particularmente me sinto muito mais escrever, pois o sou do tipo pessoa que acabo focando no outro, sou intensa mergulho de cabeça, inda mais se tiver química, você passa a querer a pessoa o tempo todo de beijos a sexo, seus pensamentos se tornam ele, se está pensando em você também, quer a presença da pessoa o tempo do tempo, sua ausência causa abstinência. Acredito que lidar com as dores e delícias da solidão afinal estar muito bom estar só, mas porém ás vezes sentimos falta, de ter alguém para conversar, compartilhar, transar, ficar abraçadinho assistindo netflix, dormir junto, realmente é muito bom, mas estar sozinha também, pois por isso que estar sozinha às vezes é cômodo, confortável, dando inclusive preguiça de se relacionar para que lidar com as inseguranças do outro, ciúmes, família, amigos e ainda expectativas dele e suas, por isso que ser solteira tem suas dores e delícias de ser.

Crônica Alice no País das Maravilhas.!

Às vezes podemos viver no país das maravilhas na nossa mente, mas quando o coelho nos traz a dura realidade, que nem o Chapeleiro com sua originalidade nós dá força para voltar a sonhar, porque o mundo adulto dói tão cheio de avaliações, julgamentos, cobranças. Que dá vontade de se tornar o Peter Pan e nunca crescer, mas como luta com inevitável, a realidade tira nossos sonhos, como uma criança da qual um se tira o pirulito da boca. Logo só sendo Alice mesmo para sonhar com o impossível e continuar sonhando acordada com a esperança de um dia poder alcançar seus sonhos, finalmente abrir as asas da independência e poder voar.

Crônica Branca de Neve!

Pobre branca de neve, depois de quase morrer envenenada, salva pelo príncipe encantado com um beijo, não só de sua morte, mas também do martírio de sua vida, mal sabia o que o esperava, um príncipe preguiçoso que nada faz para ajudar nas tarefas do castelo, de Branca de Neve a Cinderela, mas sem irmãs ou madrasta. Deixou-se levar pelos encantos da sociedade sobre a existência do príncipe encantado e os casamentos, quando comprou essa idéia de contos de fadas, se deparou com a realidade de um casamento ruim, onde o príncipe mal falava, ele estava apenas encantado com o aspecto físico de branca da neve, logo ficou reclusa na biblioteca do castelo, sozinha depois de terminar suas tarefas, apesar de ter empregados mesmo assim tinha seus deveres de esposa como dizia o príncipe misógino, quando percebeu que ao invés de resolver seus problemas, ele só a trouxe mais com tantas exigências do seu corpo e dos deveres de esposa, ela decidiu viver uma vida tranqüila com os sete anões, que valorizavam muito mais a sua companhia, além de descobrir que não precisava de ninguém para resolver seus problemas, muito menos dar prazer a sua felicidade, pois ambos eram responsabilidades por ela própria , sem viver felizes para sempre porque não existe para sempre, dividiu sua vida com seus amigos anões, fazendo o que ela amava escrever e ler diferentemente do príncipe, dividiam as tarefas de casa, conversavam com a Branca de Neve sem objetivá-la apenas pelo corpo e aparência, mas valorizavam mais a sua própria companhia.

Crônica do viver.

Enquanto escrevo a vocês, com o laptop de minha querida avó que partiu deixando a saudades em meu coração, desfruto da companhia daquelas que me fazem sorrir e aliviam minha existência quando se faz doer em meus desafios e delícias de se viver, o questionar se faz presente em meu dia nesta segunda feira um tanto nublada, da vista de meu pequeno quarto consigo ver as árvores, além da vista do céu, o sol dá o ar de sua graça e depois se esconde brincando de fazer graça ao nos alegrar com sua presença, logo tomo minha segunda xícara de café, que adoro como um gozar ao meu paladar, logo torno em pensar como passar meus pensamentos barulhentos e compartilhar tentando transformar em poesias, um desabafo, ou uma breve crônica existencial do meu próprio viver.

Crônica Quarentena.

Ah a quarentena, acho que nunca havia ficado tanto tempo enclausurada em casa, tá bom que como boa canceriana, sempre foi bastante caseira, mas não tanto, mas que bom que existe Netflix, amo ver filmes, estando em casa sempre que posso vejo, minhas queridas e amadas cachorrinhas que dão sentido a minha existência agradeço também, nosso mais novo integrante cachorro Tomás, tem apenas alguns meses e traz muita alegria, apronta muito também risos, definitivamente não seria a mesma coisa sem elas, agradeço também aos bons livros que minha mãe querida sempre gostou de ler, entre eles Limite zero, a culpa é da genética entre muitos outros parece mais uma biblioteca que um apartamento risos, com livros de André Vianco, meus no caso, depois de Penumbra se tornou os livros do André Vianco, atualmente estou lendo o primeiro os sete, confesso que leitura para quarentena apaixonante, agora meu mundo se tornou minha casa, quarto, sala e cozinha. As vezes me surpreendo quando saio para tomar um sol por exemplo parece que esqueço que tem vida lá fora risos, o quanto o céu é lindo, o calor do sol, o sentir do vento na pele, as belezas das pequenas coisas da vida, a natureza, como é bela, uma flor, uma árvore, sempre que posso abraço fecho os olhos e sinto sua energia, neste caos que está agora de vírus, máscara para cá e máscara para lá, os passeios são as idas ao mercado, a farmácia, infelizmente não tenho plano de saúde para me colocar em risco, muito menos assessoria de médicos o tempo todo, pois não devemos nos deixar contaminar pela ignorância de falas equivocadas que sendo que todos estão dizendo para ficarmos em casa, se os outros países que já tem a vacina, estão sendo vacinados sem caos imagina nós então, temos que ficar também e pedir para tudo passar logo para que possamos abraçar, ficar perto de quem amamos como nossos familiares, por isso seja sensato se puder ficar em casa fique.

Crônica As aventuras de ser solteiro.

Ser solteiro é viver um eterno dilema ao mesmo tempo em que damos graças a Deus por estar sozinho, às vezes quando a solidão grita tanto que se torna insuportável fazendo-nos desejar que acabasse com a presença daquele que se quer amar, mas é complicado entregar-se para o mar do desconhecido chamado amor sem temer que seu coração se rompa quando tudo acabar e o outro se tornar um estranho de novo como se nunca tivessem se amado antes. A liberdade também é tão confortável, não preciso ficar paranóica em depilar as pernas o tempo todo, ser assombrada pela dúvida se ele está olhando para outra. Podemos fazer sexo com caras diferentes sem nos apegarmos a nenhum, por outro lado, podemos nos sentir usados e o sexo pode ser bom, mas também pode ser horrível, então você joga com risco na esperança de obter o melhor resultado possível. Mas se você é tão bom para se apaixonar, o medo consome seus pensamentos, a pior coisa em se apaixonar é não ser correspondido ou se for e não funcionar pode funcionar, mas quando acaba sendo tão destruído, a ponto de questionar se o amor existe, então às vezes é muito mais confortável ficar solteiro assistindo Netflix, escrevendo, desenhando, focando em outra coisa que não nos relacionamentos e preferindo viver as aventuras de arriscar o novo ao invés de começar a se relacionar já prevendo o fim seja o fim e te deixe tão arrasado quanto das outras vezes seu coração é costurado de agulhas e band-aids e você passa a preferir viver as aventuras de ser solteiro para se relacionar.

Crônica à vida.

Engraçado como parece que sempre fomos grandes quando já fomos pequenos, parece que se tem um esquecimento e tudo o que resta são algumas lembranças, quanta beleza, não me canso de me apaixonar pela vida, por sua beleza representada na natureza, no céu, no som do mar, o som da vida numa bela voz, o compartilhar de tudo que se tem apenas o momento presente que compartilhamos no próprio viver e com que amamos, tão preciosa, misteriosa e breve. Um respirar de um misto de memórias presentes constantes que se tornam passado a cada passo do viver, um grito visceral tão interno que ecoa de dentro num lindo soar está viva.

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