Contos de Danyel Belworx vol. I

          

            A MULHER DA  ESCADA

__ Está muito calmo aqui você não acha Dan?

Disse Nanny caminhando ao meu lado, abro a porta do velho apartamento e ela entrou, se jogando sobre o sofá logo em seguida. O fantasma que havíamos perseguido e destruído naquela noite tinha atacado-a, fazendo com que caísse e batesse a cabeça no chão.

__Um pouco.__ Disse e a olhei por cima do ombro enquanto fechava a porta.__ Seu ferimento ainda dói?

__ ão... Eu vou ficar bem.__ Disse ela e tocou o machucado. Era um corte feio e deixaria uma cicatriz no local.

Mais não fora nada sério, isso por que ela havia reclamado toda a viajem até em casa. Eu havia conhecido-a um ano atrás, quando ela ainda era apenas uma jovem de dezenove anos que fugira de casa em busca de aventuras loucas que a fissesem esquecer os próprios traumas do passado.

Depois de um ano em total solidão desde que eu havia deixado Dallas e me dedicado a procurar fantasmas pelo mundo, eu havia decidido aceitar sua companhia.

Ela havia me salvado meses antes de estarmos aqui, no Rio de Janeiro, onde ouvimos falar sobre um fantasma que assombrava um prédio na capital do estado.

E de fato havíamos realmente encontrado o fantasma. Tínhamos recebido uma boa quantia por isso, e assim poderíamos viajar para a próxima missão. E ela poderia comprar roupas e um tal livro de feitiços que ouvira falar.

__ Na verdade o prédio inteiro já está dormindo a essa hora.__ Disse e ela sorriu antes de se aconchegar em meu corpo e suspirar.__ Por que você não toma um banho e dorme um pouco?

__ Por que não fazemos isso juntos eim?

Perguntou ela e foi impossível não rir da pergunta. Havia alguns meses que estávamos namorando, e comentários do tipo haviam se tornado frequentes, assim como os beijos em locais públicos por onde passávamos.

Sua companhia era agradável, e eu não me sentia tão solitário.

__ Quem sabe uma outra hora.__ Eu disse e a beijei._ Estou exausto.

__ Então me conte uma história.__ Disse ela.

Então eu decide que era hora de lhe contar como eu havia entrado naquela vida de sombras e fantasmas.

__ Vou lhe contar como eu me tornei um Caçador de Fantasmas...

__ Sou toda ouvidos.

Disse ela e suspirou, a mão esquerda sobre meu peito, os olhos ansiosos. Então eu me lembrei de como tudo havia começado.

Foi em uma noite enluarada como essa que eu me tornei um caçador de fantasmas.

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Todos os dias as exatas dez da noite, eu costumava deixar minha tia na casa dela depois do trabalho, ia direto para minha casa que ficava a cinco quarteirões da rua onde tia Amelia morava, e foi justamente em um dia remoto desses que eu vi a coisa mais assustadora que alguém poderia ver.

Eu vi com meus próprios olhos a famosa assombração do velho cemiterio de Collinsbury, uma vila pacata e remota próxima a cidade de Dallas, no Texas. Não me leve a mal, não sou medroso nem algo do tipo, eu apenas já havia ouvido falar sobre a tal assombração, meu pai havia me contado muitas historias de jovens e até mesmo adultos que haviam dado de cara com o tal fantasma.

Ouve histórias até mesmo de crianças que adentraram a tal igreja e desapareceram, e uma jovem que apareceu morta no cemitéri.

Ninguém sabia de fato o que havia acontecido a Melinda, nem mesmo a polícia havia conseguido solucionar o caso. Então as pessoas logo associaram o caso ao fantasma e a sua assustadora lenda.

Segundo a lenda, o fantasma de cabelos esvoaçantes, vestido longo e vermelho, com os olhos esbugalhados e a boca torta, cujo emitia sons de gelar até mesmo a espinha do mais corajoso homem da vila, o xerife Duke Wilmet, pertencera a uma linda jovem que iria se casar na igreja próxima ao cemiterio, ela estava noiva de um jovem que á abandonara  ali, depois de fugir para longe com sua irmã, então, sozinha e desolada, envergonhada ela saiu correndo, desesperada, e enquanto descia as escadas caiu e bateu o rosto no chão, um dos degraus cortara sua boca, de uma forma horripilante, o sangue que descia de seu rosto sujara todo o branco do vestido.

Realmente uma coisa horrível até mesmo de se imaginar, quando criança eu tinha curiosidade e em certos momentos até mesmo vontade de ver a tal coisa que assustava a todos. 

Acredite, uma vez eu fugi de casa com alguns amigos e minha amiga Paola, seis garotos e uma garota loucos para verem o maldito fantasma que assombrava a cidade, nem mesmo durante o dia alguém ousava passar diante daquela velha igreja, que tinha um cemitério velho e antigo onde segundo meu avô, Martin, estavam enterrados os corpos de pessoas pagãs que morreram na cidade.

Muitos diziam que haviam bruxas, um bebê demônio e até mesmo um vampiro sepultado ali, diziam ainda que aquelas terras eram amaldiçoados por ciganos acusados de bruxaria.

E que estes haviam amaldiçoado a cidade. Mais eu naquela época jamais acreditaria em algo assim. Jamais iria acreditar até que tudo aconteceu.

Todos os dias, eu sempre ia e voltava do meu trabalho sempre a mesma hora, e sempre passava  por aquela mesma rota, e nunca, nem mesmo em meus tempos de rebeldia eu havia imaginado que o veria, mais eu vi...

Estava lá, parada, sentada sobre os degraus da antiga igreja, uma bela jovem, vestida em um longo e bonito vestido de noiva, o rosto tão belo e ao que parecia, macio, os cabelos negros e longos amarrados em uma trança, as mãos cobertas por luvas também brancas, os lábios carnudos e pintados com batom vermelho, parecia um anjo, se não fosse por seu rosto triste, e banhado em lagrimas.

Desci do carro curioso e me aproximei com delicadeza e paciência, depois de um tempo eu já não acreditava mais em fantasmas, por isso resolvi saber por que aquela jovem tão linda e tão triste chorava sozinha naquelas escadas que um dia haviam sido manchadas de sangue.

Por que alguém em sã consciência estaria ali á aquela hora da noite tão só.

__ Perdão moça, tudo bem com você?

Indaguei timidamente e ela ergueu o rosto marcado pelas lagrimas, seus olhos eram de um preto tão escuro quanto seus cabelos, e eram tristes, tão tristes que meu coração acelerou naquela hora.

__ Eu estou bem...__ Sussurrou ela, sua voz era de uma doçura inacreditável.

Me abaixei a sua altura e a olhei novamente, me perguntei se estaria ela perdida ou a espera do namorado, as vezes as pessoas faziam aquilo, desaparecer assim do nada com alguém.

__ Você se perdeu, quer uma carona para voltar para casa?

Voltei a perguntar mais ela apenas balançou a cabeça em negativa, e um arrepio trespassou todo meu corpo, um vento leve arrastara as folhas de uma árvore, uma coruja piava em algum lugar não tão longe dali.

Entenda eu não estava com medo, mais de repente como um aviso, comecei a sentir frio, um frio intenso que me fez tremer, e bater os queixos, olhei no relógio, eram dez e meia da noite, me perguntei se aquela pobre criatura sentada a minha frente não sentia medo de está ali tão só, e tão tarde da noite, ouvi-a sussurrar algo, então como um gato ela se levantou, já não soluçava ou chorava mais, a cabeça curvada para baixo.

__Moça, está tudo bem...

Interrompi assim que ela gritou, um grito gutural e estridente que se misturava ao som dos sinos da igreja, e quando ergueu o rosto dei passos para trás, e cai de encontro ao chão, era horrível, o rosto belo e gentil que eu vira antes havia se transformado em uma carranca assustadora e maligna, sangue escorria de sua boca escancarada e torta, os olhos negros e profundos como um abismo, a pele totalmente podre e escura, banhada em sangue, o vestido branco agora vermelho, era horrível, até mesmo o cheiro de podridão que exalava de seu corpo.

Assustado eu comecei a gritar quando ela veio em minha direção, as mãos erguidas, como se quisessem me tocar, eu gritava feito louco, desesperado, me levantei apressado e chorando, sai correndo e entrei em meu velho carro, dei a partida com as mãos trêmulas e corrir o mais rápido que pude.

Meu coração palpitando feito louco, os olhos arregalados e palavras presas na garganta. Pelo retrovisor do carro eu enxergava apenas a estrada e a velha igreja. Não vi mais aquela horrível mulher, assim como nunca mais ousei pensar no assunto nem muito menos passar naquele local.

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Observo Nanny dormir tranquilamente e sorrio antes de carrega-la em meus braços até a cama.

A luz do luar entrando pela janela, o som do vento entrando, balançando as cortinas, enrrolei-a com um coberto e me aproximei da janela.

Me perguntando se havia mais alguém por aí a acreditar e caçar fantasmas, se havia mais criaturas assustadoras por aí, mundo afora, além dessas entidades.

Lembrei-me daquela noite novamente, do horror, e de quando deixei a cidade. Talvez um dia eu retorne. Mais até esse dia continuarei meu trabalho.

Continuarei despachando fantasmas para o outro lado.

Por que foi assim que eu me tornei um Caçador de Fantasmas. E se você conhece algum é só me procurar. Me chamo Danyel Belworx, e está é a minha história.


Olá pessoal, boa tarde. Bom dia ou boa noite. Kkk Esse aqui é o segundo conto do Livro Contos do Terror vol I FANTASMAS. Demorei a publicar mais já está aqui.

Espero que gostem deixem sua estrelinha e quantos comentários quiser. O próximo conto sairá em breve.

Bjs....  😏😏❤

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