O Sacrifício da Deusa

Pelos confins do vasto universo,
Tudo o que foi criado foi escrito,
Afinal, aquilo que não é registrado, tende a ficar disperso,
Existindo a esmo pelo infinito.

Cada ser, de existência espontânea, adquiriu o status de Deus.
E recebeu a missão de criar vida.
Cada um recebeu uma parte do universo para criar os seus,
Mas nem todos tiveram essa missão cumprida.

O Deus que não completasse sua criação
Seria absorvido junto com o seu trabalho inacabado, pelo infinito,
Em um espetáculo de destruição,
Que não era nem um pouco bonito.

Learth, uma Deusa caprichosa, criou aos poucos um planeta,
Onde colocou tudo o que tinha criado,
Enquanto via os Deuses que falharam, ao som de uma trombeta,
Terem seu trabalho obliterado.

Ela sabia que ainda faltava muito e que seu tempo estava acabando.
Mas precisava deixar tudo perfeito,
Para o caso do prazo acabar, ela tinha um plano,
E assim seria feito.

Ela continuou tranquila, fazendo tudo ao seu tempo.
E os Deuses ao redor, não entendiam a sua calma.
Poderia ser obliterada a qualquer momento,
Mas tinha um trunfo em sua alma.

Ela planejou doar-se para que sua criação vivesse,
Em um ato de amor e sacrifício.
E por mais que nenhum deles entendesse,
Era isso que o universo queria desde o início.

Antes que fosse requisitada para voltar ao nada,
Ela elevou sua existência e se auto-destruiu
Em uma tábua sua história foi eternizada,
Como o universo instituiu.

A história da Deusa altruísta, que se doou por sua criação
Ecoou por todos os universos,
No planeta Learth, virou poema e canção
Como pode-se ver no seguintes versos:

"Na tábua de Learth, a história foi contada,
Herança para toda a criação
Por amor, a Deusa teve a sua alma fragmentada,
Essa era realmente a sua única opção.

Tudo estaria perdido, tudo pelo que ela viveu,
Não fosse por seu divino sacrifício.
Mas como poderia ela evitar, se não foi ela quem escolheu,
Já estava escrito desde o início.

Ela tinha que morrer, morrer para que houvesse vida,
E agora ela vive em todos e em tudo.
E como todo seu poder, sua alma também foi dividida,
Para criar um novo mundo.

Do seu corpo fez-se os continentes
Das suas lágrimas rios e mares,
Seus olhos, Sol e Lua, sempre vigilantes
Olhando por nós em todos os lugares.

Seu amor a Luz, seu ódio as trevas
Separados por uma tênue linha,
E todos os seres vivos, dos carnais até as ervas,
São filhos da Deusa rainha."

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