CAP.01 - Pôr do sol
☆ ☆ ☆
Doze anos depois.
Olhei para galinha à minha frente e havia mais ao meu redor naquele pequeno celeiro cercado por uma pequeno cercadinho de madeira. Meus olhos estavam ainda um pouco comprimidos pelo sono, que apesar de está acostumada a acordar cedo, não consegui adormecer direito e isso estava recorrente fazia dias.
ㅡ Vamos, linda. Deixe-me ver o que tem para hoje, huh? – Disse para a galinha que tentava me beliscar enquanto aproximava a minha mão no ninho abaixo dela. O que era estranho, eu era bem conhecida pela aquela galinha, por que estava tão acanhada?
Finalmente consegui ver se a galinha pôs ovo ou não, e não. Ela não pôs.
ㅡ Por isso não quis que eu visse, não é? – Perguntei como se galinha pudesse me dar uma resposta.
Saí de lá com uma cesta com alguns ovos e logo os raios de sol aqueceram minha pele pálida quando saí do celeiro. O clima estava caloroso demais para 09:00 horas da manhã.
Antes de atravessar a cerca girei os calcanhares e olhei para o galo, segurando firme a cesta com as duas mãos.
— Cuide bem delas, ok? – Questionei o galo.
O mesmo bateu as pequenas asas em resposta.
Fechei o cercado e quando virei-me para voltar para casa, me assustei com a figura de sorriso quadrangular que estava bem próximo a mim, meu rosto próximo ao seu pescoço, que engoliu em seco e eu vi seu pombo adão se movimentar vagarosamente, também engoli em seco em seguida.
ㅡ Bom dia, Ji. – Me comprimentou Tae e eu encarei seus olhos castanhos escuro, dando um passo para trás pelo susto da proximidade repetina do meu corpo, que fez um rebuliço no meu estômago.
Seus cabelos castanhos estava reluzindo a luz do sol balançando junto ao vento e seu sorriso parecia nunca querer desaparecer e eu sentia curiosidade para saber o motivo daquele sorriso peculiar.
— Está tão cedo, por que já está aqui? – o questiono quando percebo que meu coração ainda estava acelerado pela aproximação.
— Porque estamos em um ano novo, vida nova e... Sem escola!
Ri do seu comentário. Ele sorria tanto, mal sabia o que o esperava na universidade. Aprender era algo que sempre iremos fazer seja na escola ou na vida, até a vida não correr mais no nosso sangue, pulsando a vida do nosso pobre coração.
— Para você, Tae. Eu ainda vou ter que estudar naquela maldita escola por um ano. – Falei sorrindo sem humor.
Kim Taehyung odiava a escola, quer dizer, não a escola em si, mas estudar. Já eu a odiava. Eu amava estudar mas sofrer bullying era o motivo de todo meu ódio pela aquela escola. E todo esse bullying era concentrado pelo jeito que eu me vestia, caipira como as patricinhas da escola me chamavam. Tae apenas ignorava se o chamava ele de caipira, e me defendia quando as pessoas me insultavam. Ao contrário de Tae eu me sentia menosprezada com os comentários maldosos, e indefesa quando eram proferidos à mim.
A única coisa que Tae e eu realmente amávamos naquela escola era quando tinha aula de artes, contudo o interesse de Tae por essa matéria era totalmente diferente da minha, que amava rabiscar e saber sobre tudo que envolvia arte. O interesse era professora substituta de Arte, Go Hyunyi. Não só o motivo dele mas de todos os garotos da escola prestarem atenção na professora. E nem digo que é pelo conteúdo da matéria se é que me entende.
Safados.
Agora Tae tinha terminado o ensino médio e só estava apenas a espera de uma aprovação em algumas das duas universidades de música que está em busca de uma bolsa. Lembro quando eu o ajudei nos estudos, ele fica chateado a cada informação que entrava pelos seus tímpanos e não permanecia nos seus neurônios.
"Pra quê estudar se vamos morrer?"
Me questionou ele enquanto estudávamos e eu ri incrédula com a pergunta inusitada dele.
"Para sermos bem sucedidos no futuro enquanto não chega essa natureza trágica da gente."
O respondi simplista.
— Ah, ok. Então no seu primeiro dia sem a escola, você resolveu me perturbar. – Disse brincalhona e ditei "sem escola" com o mesmo tom alegre que ele falou.
— Eu sei que você me ama. – Taehyung colocou seu braço em volta dos meus ombros e me acompanhou até a minha casa.
— Bom dia crianças! – Disse minha vó que estava sentada na mesa da cozinha com a avó de Taehyung, Sra. Kim Chungyu, e percebo que ele não veio sozinho.
— Bom dia, harabeoni. – Eu e Tae respondemos em uníssono enquanto fazíamos uma breve referência.
Kim Chungyu sorria ao ver a gente dizer "avó" ao mesmo tempo, mostrando as rugas perto dos olhos.
Minha avó - a biológica, me olhava de soslaio, e me recordei do dia que chamei a Sra. Kim Chungyu de harabeoni pela primeira vez. O ciúmes exalava na minha avó e eu criança não entendia direito, mas acabou que eu me acostumei a chamá-la assim, e eu não me arrependia. Sra. Kim Chungyu era como minha segunda avó e minha avó, sra. Choi Eun-Hee sabia muito bem disso; que o meu coração cabia as duas e que ela já tinha o lugar V.I.P. nele.
Coloquei a cesta de ovos em cima da mesa e fui na pia lavar minhas mãos. Enquanto eu levanta a manga da minha blusa para não molhá-la, Tae se encostou na pia e com o corpo em direção a mesa atrás de mim onde estava nossas avós, virou seu rosto para me sondar e eu o olhei quando terminei de lavar minhas mãos.
Ele usava uma blusa xadrez azul escuro com preto e uma blusa branca em baixo, uma bermuda jeans desbotada e seus tênis gastos. Seu cabelo estava um pouco bagunçado, um bagunçado bonito.
Ele sorria. Sorria tanto me olhando que eu indagava se motivo era só as férias.
Depois de enxugar minhas mãos com o pano de prato o olhei, com os braços cruzados sobre minha blusa branca de algodão.
— Certo, o que iremos fazer nesse dia sem escola?
— Eu tava pensando em fazer um piquenique! – Tae me respondeu.
— Ótima idéia. Eu já tava com tédio só de pensar em não estudar nessas férias.
— Que nerd. – Tae me olhou com reprovação.
— Diz o garoto que conhece tudo sobre os deuses.
— Isso não é ser nerd, é ser interessado em arte e religião. – Se defende e eu vou no armário a procura de algo para comer quando senti minha barriga roncar.
— Arte ou Srta. Go? – o sussurrei para que nossas vós não me escutasse com sorriso travesso e ele me olhou com uma expressão de choque com o que eu tinha acabado de falar.
— Eu já disse que não gosto dela! Não desse jeito que você pensa.
— Tá bom. Vou fingir que acredito. – coloquei um biscoito na boca e segurei o pote de biscoitos junto ao meu corpo.
Taehyung revirou os olhos e pegou um biscoito no pote.
— Eu gosto de você! – o biscoito que mastigava desceu para o lugar errado da minha garganta e foi daí que eu engasguei. Tae bateu de leve minhas costas e só assim que minhas tosses cessaram. Olhei para Tae surpresa.
— Está tudo bem, querida? – Avó de Tae me pergunta e eu assenti dizendo que estava tudo bem, bebendo o copo d'água que a Sra. Kim me ofereceu.
— O que você está falando, Taehyung? – Murmurei para o mesmo e ele sorriu com os lábios juntos de volta.
— Eu gosto de te ver toda melecada de tinta e do seu bico quando ver que não gostou da pintura que fez com tanto esforço. Eu gosto de ver isso em você nas aulas de artes.
Por motivo das notas baixas na matéria de Arte, ela era separada das outras matérias, - na verdade era tratada mais como uma oficina do que matéria escolar -, então se você quisesse ter aula de arte, era só se inscrever, não importava que grau que você estava na escola. No entanto, a maioria não gostava de arte naquele colégio. Muitos participavam por um motivo: Ganhar pontos.
Quando você participa dessas aulas e/ou até mesmo tem sua presença, você ganha ponto em todas as matérias, assim ajudando nas notas. E esse era o motivo de Tae sempre está nelas a princípio. Eu sempre ia para ganhar pontos - mas é claro - e para treinar minhas pinturas. Eu amava desenhar, era uns dos meus hobies.
Confesso que me arrependo de ter chamado Tae para a aula de artes. Depois que ele viu a Professora Go Hyunyi que ficou no lugar do Professor Jeong Gongsik, ele nunca mais faltava as aulas de artes. Essas histórias de romances platônicos de alunos com professores são estranhos, eu sei que no fim das contas não é um final feliz.
— Que justificação mais esfarrapada essa, hein, Kim Taehyung?
Saí da cozinha e fui para sala de estar levando o pote de biscoitos comigo.
— Não é esfarrapada, é a verdade.
— Então quer dizer que, além de ir para as aulas para ganhar pontos, você ia me ver? – sentei no sofá e liguei a TV. Tae me acompanhou meus passos, sentado ao meu lado no sofá.
Não que fosse totalmente anormal um amigo ir em uma aula porque o melhor amigo iria, muitos fazem isso, entretanto eu sabia que aquilo não era verdade, pelo menos eu concluía que não.
— Sim! – disse Tae olhando para mim enquanto eu passava os canais.
Bufei balançando a cabeça.
— Argh! Acredita se quiser. – Tae olhou para a TV, emburrado.
— Ya¹, não precisa ficar assim... Quando vamos fazer o piquenique, hã? Agora de tarde? – mudei de assunto.
— Não, agora de manhã.
— Não, de tarde é melhor. Porque de manhã eu tenho coisas pra fazer. – ouvi Tae falar, ainda com os olhos pregado na TV de tubo e os dedos segurando o controle, ainda em busca de um canal bom.
— Que coisas? Me aturar? Porque eu e minha avó iremos passar o dia aqui.
— Te aturar, conversar com você, ler meus livros, assistir tv e ajudar minha avó. – respondi Tae e depois me acomodei no sofá após colocar um canal de variedades.
— Minha avó está aqui, ela pode muito bem ajudar sra. Choi.
— Não estou afim agora Tae, calma. O dia passa rápido. Já Já são quatro horas. – falei desviando meu olhar da TV para a cara de Tae que fazia bico insatisfeito, e eu apenas ri da sua cara fofa.
☆ ☆ ☆
Taehyung colocava algumas frutas na cesta enquanto eu procurava uma toalha de mesa para levarmos.
— Achei! – disse a mim mesma tirando a pano de mesa do guarda-roupa da minha avó.
Saí do quarto dela e fui ao encontro de Tae na cozinha que colocava as frutas nas cestas.
— Tudo pronto? – Questionei Tae.
— Sim!
— Então vamos.
— Vão para onde? – Perguntou a harabeoni.
— Vamos fazer um piquenique perto do campo de tulipas amarelas.
— Voltem antes das sete. – Alertou minha vó.
— Ok, Sra. Choi. – Tae respondeu, com a palma da mão na testa como se fosse soldado. Todos na sala riram.
Haviam poucas nuvens e os raios de sol estavam se tornando leves naquele fim de tarde. Tae carregava a cesta e eu andava olhando para ele de soslaio de instante em instante.
— Por que está me olhando tanto, Eunji? – Ele me perguntou curioso.
— Quando chegarmos eu te conto.
Tae assentiu.
Andávamos na estrada de terra que mudava para o asfalto e indicando que o campo de tulipas amarelas não estava tão longe dali. Nos lados da estrada havia colheitas de frutos e legumes, e mais ao longe gados e outros animais, toda aquela extensão eram da minha família.
Havíamos chegado ao campo e eu colocava a toalha sobre a grama verde. Coloquei a cesta em cima do tecido fino e comecei a tirar algumas comidas. Tae me ajudava.
Comemos e falamos de coisas aleatórias. Naquele momento eu estava deitada na grama com Tae ao meu lado. Víamos as poucas nuvens laranjadas no céu, - tendo aquela tonalidade por conta do pôr do sol - passarem e Tae virou-se para mim e eu me senti inquieta sentindo seu olhar sobre mim. Um sentimento esquisito percorreu meu estômago.
— Você não me disse o porquê estava me olhando tanto no caminho.
— Hã... Eu...
A verdade é que eu estava triste desde o último dia de aula. Eu e Taehyung desde novos que estudávamos na mesma escola, só não na mesma sala pois Tae era mais velho que eu um ano.
Taehyung se pré-inscreveu em duas universidades, uma era aqui em Daegu e a outra em Seul. Eu também me candidatei em outra escola por conta do bullying pois ainda não sai do ensino médio, mas essa era em Daegu que era perto da universidade daqui que Taehyung se pré-inscreveu.
De repente acordar e não vê-lo pois estaria em Seul com seus pais em uma universidade boa - pois a de Seul não tem comparação com a de Daegu - não se passava na minha cabeça. Tae estudou tanto que seria egoísmo meu o pedir para ficar aqui em Daegu.
Vivíamos juntos em tudo que eu não cogitava estarmos separados.
— Estou pensando se você for aprovado na universidade de Seul...
— Ah... Eunji... – Tae me sondava e ele já sabia o que se passava na minha cabeça, como se ele pudesse ler minha mente.
— Ji? – Taehyung me chamou e eu que estava de cabeça baixa olhando meus dedos que cutucavam minhas cutículas, olhei para os olhos dele.
— Eu vou te visitar quando puder, ou melhor, todos os fins de semana, como meus pais vêem visitar eu e meus avós.
Eu assenti, mas ainda estava triste.
— Desculpa pelo meu egoísmo, eu quero que você seja bem sucedido, ficar aqui na fazenda perto de mim, dependendo dos seus pais, não vai ajudar muito.
Olhei para o sol se pondo e quase não o vendo, pois o mesmo estava quase sumindo no horizonte. Atrás de mim as estrelas brilhantes tomavam o céu de pouco a pouco e aquela divisão incrível pintava o céu acima de nós.
— Será só por um ano, já que você vai concorrer a uma universidade de lá próximo ano, certo? – Ele me perguntou.
— Certo... – confirmei tirando tufos de grama com os dedos.
Ouvi Tae remexer na cesta depois de alguns segundos mas não tive coragem de encarar-lo.
— Ji?
— Oi... – disse ainda olhando para o pôr do sol.
— Olha pra cá.
Eu virava meu rosto vagarosamente e quando ia ter a visão competa de sua face algo gelado teve contato com meu nariz e minhas bochechas. Meus olhos estavam fechados por impulso e quando os abri vi Tae rindo da minha cara segurando um pote de sorvete que tinha tirado da pequena caixa térmica na cesta.
Limpei meu rosto e com os resíduos de sorvete nos meus dedos sujei o rosto de Tae. Ele fechou os olhos e lentamente os abriu enquanto eu ria absurdamente de sua cara melecada do sorvete.
Ele pegou mais sorvete e vinha na minha direção porém me levantei rápido e corri para longe dele.
— Não fuja de mim, Choi Eun Ji!
Eu corria dele rindo descontrolada até senti seus braços longos agarrarem minha cintura. Ainda atrás de mim ele passava o sorvete cegamente na minha face.
Tae me soltou e eu fiquei frente a frente à dele, e meus olhos arregalaram.
— Tae, o sorvete vai derreter! – Disse vendo o pote na grama.
Corri até o sorvete deixando Tae para trás.
Peguei o sorvete e coloquei na caixa térmica, o mesmo tava derretendo. Me virei e o olhei, o Tae estava deitado na grama encarando o céu estrelado novamente. Eu me aproximei dele e sentei ao seu lado, e ele olhou para mim e estendeu a mão para o meu rosto, limpando minha face dos vestígios de sorvete napolitano com suas mãos, os comendo em seguida. Eu retornei a olhar para o céu. Dei uma risada sem humor e minhas bochechas ficaram ruborizadas.
Me deitei sobre a grama novamente e ele me encarou e eu o fitei também.
— Eu nunca vou te deixar, Ji.
Eu sorri, sorri de forma espontânea e ele também com seu sorriso peculiar e único.
— Você é tão fofa sorrindo. – Apertou minhas bochechas.
— Tae, para, isso dói! – disse entre risos.
☆ ☆ ☆
Carregava a cesta com as duas mãos em frente ao meu corpo. Tae tinha o braço repousado em meus ombros, estava com sua blusa de manga longa xadrez em cima do meu vestido branco. Estávamos andando na estrada de terra novamente, voltando para minha casa.
— Eu nem acredito que vou estudar música. – Soltou Tae, ele parecia não acreditar realmente em suas palavras.
— Eu nem sabia que você tinha interesse nisso, pensei que iria fazer fotografia.
— Seria uma boa, mas eu aprendi a tocar saxofone com meu pai e daí tive interesse.
— Ah... Você nunca tocou sax... Esse instrumento para mim. – Disse com tom de voz chateado.
— Ah, é que meu pai sempre leva quando vai para Seul.
— Então nesse sábado você toca pra mim?
O olho com meus olhos de cachorro abondonado que acabou de cair do caminhão de mudança.
Ele riu e voltou a olhar para estrada comprida.
— Eu toco. – Ele suspirou. — Mas... Você sabe que esse não é meu sonho... – disse ele com um tom sério.
— É... Eu sei... Mas...
— Mas? – ele questionou e eu pensei nas palavras certas.
— Porque não fala para seu pai que você quer ser fazendeiro?
— Eu já falei, mas ele me persuadiu dizendo que não é o melhor para mim, dizendo que eu poderia ser mais que isso.
Chegando em casa, adentramos e nossas avós vêem que chegamos e andam rápido até nós.
— Queridos, vocês não sabem o que aconteceu. – Disse minha vó.
— O quê, Sra. Choi? – Tae questionou.
— Vocês dois foram aprovados nos testes! – respondeu a Sra. Kim.
Taehyung sorria não acreditando, eu estava apenas intacta no mesmo lugar, assimilando o que a harabeoni tinha acabado de falar.
— Querida, você foi aprovado em uma das melhores escolas de Daegu. – Minha vó me abraçava, feliz.
— E você, querido, na universidade de Seul! – Avó de Tae chorava enquanto dizia.
— Quê? – Tae Questionou aturdido.
✯✯✯
Olá, amores, tudo bom?
Era para eu ter atualizado ontem, mas vocês viram meus surtos no mural, wattpad quis zoar com a minha cara.
Enfim, espero que vocês tenham gostado!
Me desculpem qualquer erro. Sempre faço revisão mas pode ocorrer de aparecer alguns errinhos ortográficos, caso vocês vejam, não hesitem em me avisar.
E por favor, vão dar uma olhadinha nas histórias que tem nesse perfil, sei que vocês vão amar!
Até o próximo capítulo, stars!
Korean Squad is the revolution!
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