TRÊS

Localizada no Wicker Park, a D'short é a fachada perfeita para o clube, uma boate altamente requisitada frequentada apenas pela mais alta elite. Conrad estacionou o jaguar e caminhou a passos rápidos para dentro do local. Cumprimentou algumas pessoas com apenas um meneio de cabeça e foi em direção ao subsolo, onde o clube funcionava. O ruivo tatuado o recepcionou com um meio abraço e tapinha nas costas, ele gostava do homem, mas seu irmão conseguia ser bastante intrometido quando queria.

— Então, a vadia já caiu no seu papo? – perguntou se referindo a Alex.

— Ela se fez de difícil, mas no final foi mais fácil que tirar doce de criança. – mostrou ao irmão o cartão com o número dela. O ruivo riu, levando o companheiro para a mesa ao fundo do salão, onde dois homens – quase idênticos – os esperavam.

Os gêmeos Vassiliev, eram seus amigos desde que seu pai os trouxe para o clube. Eram apenas garotos tentando sobreviver da forma que podiam, mas com o tempo e o treinamento dado por Alessandro Rizzo, os dois garotos se tornaram assassinos profissionais, frios e calculistas, deixando a pouca empatia que conseguiam sentir apenas para a família que os abrigou. Os homens se levantaram para recebê-lo.

— Ettore. Keid. – Conrad os cumprimentou.

— Fiquei sabendo que anda brincando com a presa. – Keid disse. Conrad lança seu pior olhar ao irmão antes de responder o homem.

— Alguma diversão sempre é bem-vinda! – respondeu carrancudo.

— E quando pretende se livrar dela? – Foi vez de Ettore perguntar.

— Ele quer foder com a vadia primeiro.

— Vai perder a língua se continuar se metendo em assuntos que não são de seu interesse, Dexter. – Conrad ralhou entre os dentes para o irmão e as gargalhas explodiram na mesa. — E pare de chamá-la desse jeito. É deselegante! – Dexter revirou os olhos e se calou fazendo um lembrete mental para não chamar a mulher de nenhum nome ofensivo na frente do irmão.

Conrad se sentia em casa, cresceu ali, sempre soube o que sua família fazia. Seguir os passos do pai foi algo que ele sempre quis e quando alcançou idade suficiente para entrar no clube, não pensou duas vezes antes de reivindicar seu lugar. Se serviu um copo de Whisky Royal Salute 62, e engatou em assuntos relacionados ao clube com os companheiros, Dexter estava indignado com o trabalho que estava quase sendo designado a ele, ele era um assassino e não estava a fim de fazer qualquer outra coisa que não fosse eliminar a vida de alguém.

Ettore e Keid estavam em um trabalho em Londres, coisa demorada de ser feita, mas que seria concluído com êxito, assim que voltassem para à terra da rainha. Eles eram os únicos no clube a trabalhar sempre em dupla e Conrad não entendia o porquê. Não ter ninguém lhe dizendo o que fazer e como fazer, era o que ele sempre apreciou em trabalhar só. Não se importava de receber companhia algumas vezes para algum trabalho mais complexo, mas tirando isso ele era um lobo solitário, não gostava de depender das pessoas e nem de pedir favor a elas.

A atenção de seus pensamentos foi toda desviada quando o tilintar de saltos altos ecoaram pelo salão do clube, ele não precisava se virar para ver a bela mulher que se juntaria a eles. Amirah. Cabelos escuros até o meio das costas, pele negra, sorriso sempre sarcástico e um olhar frio e enigmático que fazia jus a mulher.

Ela era o último membro de elite do clube, inicialmente, não entendeu o porquê de seu pai querer a mulher no clube, mas quando a viu no campo de treinamento pela primeira vez, ele compreendeu. Ela era letal e isso era uma coisa que Conrad admirava em um bom assassino. Um a um, os homens se levantaram para cumprimentar a mulher, ela sorria dissimuladamente para eles, enquanto soltava piadinhas sobre cada um deles. Conrad se pôs de pé e avaliou a mulher dos pés à cabeça antes de pôr fim abraçá-la.

— Soube que está brincando com a presa. – ela soltou, assim que desfez o abraço.

— Não é nada demais. Apenas uma breve diversão. – o sorriso no rosto da mulher se ampliou e ela o abraçou novamente.

— Senti sua falta! – sussurrou apenas para ele.

— Eu também, princesa!

Com o passar do tempo, Conrad e Amirah desenvolveram uma relação estranha e que ninguém entendia. Ele era um lobo solitário que não gostava de companhia, mas sempre que Amirah estava perto, ele se tornava falante e distribuía sorrisos e brincadeiras entre os outros.

Ela era como um apoio emocional para ele. E ele a protegia com uma irmã. Confidentes e melhores amigos.

Juntando-se a eles, Amirah se sentou ao lado de Conrad, encheu um copo com o líquido âmbar e fez com que os homens a colocasse a par de tudo o que estava acontecendo. Após ficar por dentro de todas as missões, ela relatou a eles sobre a sua, estava a quase um ano infiltrada no IRA, e agradecia que enfim tivesse concluído o trabalho, sua missão era coletar informações e eliminar o líder. Seu contratante não estava feliz com as decisões tomadas pelo grupo para conseguir seus objetivos. Ele tinha objetivos e Roman não estava em seus planos.

— E foi fácil se infiltrar? – Keid perguntou, apesar de não demonstrar, ele tinha uma ponta de preocupação com a mulher.

— Não precisei estar realmente dentro do grupo, dinheiro e informantes na cabeça da serpente fizeram o trabalho para que eu não precisasse estragar as minhas unhas. Informações colhidas com sucesso e Roman com um tiro no meio da testa. – disse encenando uma arma com a mão e em seguida um disparo, soltando um "pow" com os lábios.

Um sorriso orgulhoso brincou nos lábios de Conrad e apenas ela notou. Ela gostava de surpreender ele e mostrar que ela não era mais aquela menina de dezesseis anos que chegou ao clube. Ela havia se tornado uma mulher muito mais letal do que quando Alessandro a salvou em uma missão de extração na Colômbia.

O celular de Conrad vibrou em seu bolso, ele o pegou olhando a mensagem que havia recebido. Se despediu dos companheiros com um aperto de mão e beijou a testa de Amirah, ele estava orgulhoso dela e deixaria que ela soubesse disso. Saindo da D'short dirigiu seu jaguar na velocidade permitida até o prédio onde estava morando.

Estacionando em frente ao prédio em que residia, Conrad acionou o alarme do jaguar e caminhou apressado para dentro da estrutura de tijolos vermelhos e portas duplas de vidro e madeira. Cumprimentou o zelador com um leve aceno de cabeça e em seguida chamou o elevador, a espera o deixava ansioso e inquieto. As portas metálicas se abriram e ele caminhou para dentro da caixa de metal apertando o botão de seu andar. Pulou para fora do elevador assim que as portas duplas se abriram e caminhou apressado pelo corredor em direção a seu apartamento.

Destrancando a porta, afrouxou o nó da gravata e acendeu as luzes, tirou o blazer, o deixando sobre a poltrona da sala e caminhou para o quarto de vigilância, ele queria saber o que Alex andava fazendo enquanto esteve ausente.

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