QUINZE
Conrad sentia que suas emoções estavam bagunçadas iguais a seu apartamento. Ele não conseguia entender o que estava acontecendo e desde que Dexter havia decidido que iria ficar mais tempo que o planejado com o irmão, sua irritação estava à flor da pele.
O apartamento grande e de decoração completamente masculina, estava completamente bagunçado, cheio de caixas esparramadas para tudo quanto é lado. Enquanto Conrad estava no quarto de monitoramento, Dexter desencaixotava suas coisas, fazendo mais bagunça do que seria realmente necessário.
Conrad observava as imagens na tela com o semblante franzido, não havia sinal de Alex em nenhum dos lugares. Mas ele não estava preocupado com o pequeno sumiço dela, com a festa dos Mitchell hoje à noite, era normal que ela quisesse um tempo para se preparar para o evento, desde o dia que ele apareceu de surpresa na empresa, eles não voltaram a se encontrar, isso tinha quase uma semana.
Seu íntimo ansiava por um novo encontro, mas ele se mantinha irredutível na missão de não a ver pelo menos até descobrir o que estava acontecendo com ele, cada vez que Alex enviava uma mensagem ou pensava nela, era como se todos os seus pensamentos nublassem e a racionalidade sumisse.
Saindo do quarto, Conrad revirou os olhos ao ver o irmão jogado no sofá com as caixas ao redor dele. Ainda havia muito a ser feito e o ruivo grandão em vez de está organizando as coisas, estava trocando mensagens que o faziam ficar com um sorriso idiota nos lábios.
— Achei que iria arrumar essa bagunça e não ficar estirado no sofá.
— Estou arrumando. – respondeu o ruivo. — Coloquei as cervejas na geladeira.
Conrad revirou os olhos e caminhou para a cozinha, voltando com duas cervejas geladas, estendeu uma para Dexter e se jogou no sofá espaçoso e de tecido escuro.
— Já pensou o que fazer a respeito de Tyler?
— Ainda não. – bebeu um gole de sua cerveja. — Ele pode ser útil, como também pode me atrapalhar.
— Deveria só se livrar dos dois o mais rápido possível.
— Eu sei. – bufou soltando o ar pelo nariz.
— Então, porque não faz isso?
— Tem alguma coisa nela que me deixa curioso. – ele respondeu, não mentindo para o irmão. Alex o deixava curioso e, ao mesmo tempo, frustrado.
— Ou talvez tenha se apaixonado. – sugeriu Dex.
— Não seja idiota. – rosnou ele, soltando uma risada nervosa. A possibilidade de nutrir sentimentos pela garota nunca havia se passado por sua cabeça. — Amar alguém só nos deixa fraco, vulnerável e fáceis de sermos manipulados.
— Você tem o mesmo discurso do vovô. – Dexter disse.
— E você o emocional da mamãe. – rebateu piscando um olho para o irmão.
— Não sou eu que está com pena de eliminar o alvo. – alfinetou.
— Por que eu te deixei ficar aqui mesmo? – perguntou se arrependendo de ter o irmão por perto. Dexter conseguia ser mais irritante do que Ettore e Keid juntos.
— Por que eu sou seu único irmão?
— Com certeza não foi por isso. – bebeu mais um pouco de sua cerveja. Após terminar a cerveja Conrad começou a desencaixotar as coisas que ainda faltavam, já que se esperasse por Dexter as caixas nunca sairiam do lugar, o ruivo se mantinha grudado ao telefone boa parte do dia e o sorriso idiota não havia sumido de seus lábios ainda. O celular tocou e o ruivo saiu de perto para atender, voltando vinte minutos depois, deixando o irmão curioso em relação ao que estava acontecendo.
— Tudo bem! – exclamou ele fazendo Dex o olhar arqueando uma sobrancelha. — Quem é ela?
— Não tem ninguém. – respondeu.
— E você costuma mentir melhor. – rebateu. — Desembucha logo, quem é ela? – dando-se por vencido, Dexter se jogou novamente no sofá fazendo Conrad sentar na mesinha entre os dois sofás e encarar o irmão.
— Não vá surtar, ok? – Dexter pediu, antes de contar ao irmão quem era.
— Você tá louco? Você vai terminar isso hoje! Não vou deixar que atrapalhe o meu serviço. – Dexter bufou levantando brutalmente.
— Eu não estou atrapalhando nada, você não completou o serviço por que está apaixonado por Alex e não tem coragem de assumir. – a veia na testa de Dexter estava saltando. — Meu relacionamento com Anelise não é o que vai atrapalhar.
— Eu não...
— Não tente negar. – esbravejou. — Você está apaixonado por ela.
Aquela afirmação de Dexter sobre como ele se sentia em relação a Alex foi como um soco no estômago. O pegou desprevenido e o deixou sem reação. Ele podia negar o quanto quisesse, mas sabia lá no fundo de seu íntimo, que sentia algo pela loira, só não sabia o que era.
— Não vou discutir isso com você. – levantou-se rápido, saindo do apartamento.A porta foi fechada com força, fazendo com que o barulho da madeira sendo batida ecoasse pelo corredor longo.
O mês de maio estava quase no final e Conrad agradeceu por isso quando colocou os pés fora do prédio onde agora morava. O casaco que vestia não aquecia muito e se a temperatura estivesse baixa seria obrigado a voltar para o apartamento e encarar Dexter com suas verdades.
Não que realmente fossem verdade, mas o ar presunçoso que Dexter usou para jogar as coisas em sua cara fez com que quisesse socar o irmão.
Entrando em seu carro, dirigiu com pressa pelas ruas, sua cabeça latejava de dor e ele sentia seu rosto queimar de raiva, o volante de seu jaguar era apertado com tanta força que podia ver os nós de seus dedos ficarem brancos. O ar passava rápido por seus pulmões, fazendo com que ele sentisse um pouco de dificuldade para respirar, mas mesmo assim não se acalmou, ele sentia seu coração bater em um ritmo frenético no peito e dirigia como se não visse o caminho à sua frente. Estava em automático, os olhos verdes presos na estrada, a mandíbula travada e a mente longe, viajando de volta sempre para as palavras do irmão.
Você está apaixonado por ela. Você está apaixonado por ela.
Aquilo não podia ser verdade, ele se recusava a sentir algo tão frívolo como aquilo, e ele repudiava ainda mais o sentimento se ele fosse por alguém que ele teria que eliminar. Ele não estava apaixonado por Alex, era impossível que ele sentisse algo por ela.
Ela apenas o intrigava, era isso. Ele afirmou.
Repetiria a afirmação quantas vezes fossem possíveis até que sua cabeça entendesse aquilo. Não importava quão bonita e atraente ela fosse, ele concluiria o trabalho, e mostraria que o irmão estava errado. Alex nunca foi algo a mais para ele, e nunca seria. Ela era um trabalho, e deveria ser eliminada, e ele faria isso o mais rápido possível, estava ficando de saco cheio de todos dizendo o que ele sentia, o que ele tinha que fazer. Ele não aceitaria mais que duvidassem da capacidade dele de terminar o serviço.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top