C A P Í T U L O 9
Freya está demorando. Porque tanta demora? Pode ter acontecido algo,se aquele infeliz encostou um dedo nela,eu... Ouço o barulho e sinto o cheiro de Freya entrando pelos portões,fico aliviado por ela ter chego mas logo preocupado quando vejo o estado de seu irmão.
- Mas que porra... - Digo,em um piscar de olhos estou do seu lado. - O que aconteceu? Você...- digo olhando com raiva para o desconhecido.
- Não, ele não fez nada. Pelo contrário, eu fui emboscada pelos homens de Orochi e Curse me ajudou a dete-los. Ele precisa de ajuda médica Apolo. - Reviro os olhos,o cara mal chegou e já precisa de ajuda médica? Bem,tanto faz. Freya quer que eu o ajude então não tenho escolha. Mordo com força meu pulso direito e vejo o sangue jorrar da ferida. Estendo pra ele. - Beba. - digo desgostoso. Ele me olha sem acreditar e sei que vai recusar. - Meu sangue vai te curar,ande logo. - ele faz uma careta mas bebe um pouco do sangue. Logo já podemos ver suas feridas cicatrizar,Freya me encara surpresa. Dou de ombros - Você nunca precisou disso então... - ela assente e pergunta se Curse está bem,a resposta é positiva obviamente. Estou curioso para saber sobre o que conversaram mas não quero pressionar Freya a nada,então vou esperar que ela mesma venha me contar.
Quando Freya saiu,Finigan estava me enchendo o saco mostrando todas as possibilidades desse encontro entre os dois darem errado. Pensou até que Freya poderia fugir para ficar com alguém como ela. Não considerei realmente essa possibilidade, é claro. Acredito que Freya nunca me deixaria,ainda mais sem se despedir apropriadamente.
- Apolo,podemos conversar? - Faço que sim e a levo para uma sala longe dos ouvidos dos meus irmãos fofoqueiros. Assim que ficamos sozinhas,sabia pela face dela que eu não gostaria nada do que ela iria me dizer.
- Curse é igual a mim,como você já sabe. E ele é meu irmão, ainda não confio totalmente nele mas ele não parece ser uma pessoa ruim,ele está sem lugar pra ir porque escolheu vir me conhecer. Ele não poderia ficar... - Penso por um momento nisso,não gosto da ideia de um estranho agraciado na minha corte,nem sei quais são seus dons,pode ser muito perigoso mas por outro lado,se ele ficasse Freya talvez não pensaria em ir embora com ele,porque ele estaria aqui. Maldito Finigan! Pondo essas idéias absurdas na minha cabeça. - Sei o que está pensando mas te garanto que a graça dele não vai ser uma ameaça a ninguém.
- Você sabe qual é? Diga-me e ficarei mais tranquilo.
- Eu não posso,ele pediu pra mim não contar. - Bufo com essa confissão.
- Como poderei confiar nele se nem sei do que é capaz? Diga-me e ele poderá ficar aqui o quanto desejar. Se esse dom não é uma ameça porque ele não quer que conte? - Ela parece pensar por um tempo. - Está vendo? Alguma coisa não está certa. Não podemos confiar nele.
- Não estou pedindo que confie,apenas dê uma chance,por favor Apolo. Eu ficarei responsável por ele. - Dá pra notar que ela se preocupa com ele,o que me deixa... Bem,não é um sentimento bom mas tenho que lembrar que é a única família que ela tem,não posso tirar isso dela. Ela merece tentar conhece-lo. Só espero que eu não me arrependa dessa decisão.
- Tudo bem,ele pode ficar mas não pode ficar se escondendo pra sempre,uma hora eu vou querer saber o que ele faz e eu espero que você esteja pronta para me dizer. - Ela assente e me abraça,me fazendo sorrir. Droga,o amor nos deixa tão idiotas. Cheiro seus cabelos e a puxo para um beijo mas somos interrompidos por um certo alguém.
- Só vim dizer que agradeço por me ajudar. - Olho com raiva para ele,não poderia fazer isso depois?! - Ele fica com cara de confuso ao ver minha face mas logo suas feições mudam para puro entendimento.
- Foi mal. Vim avisar que já estou indo também. - Freya deixa meus braços e vai até ele,não gosto nada disso.
- Na verdade,você pode ficar se quiser. Sei que você não tem mais para onde ir. - Ele a encara.
- Não quero incomodar,irmã. - Então porque incomoda? Penso irritado.
- Não tem problema,vou te mostrar seu quarto. Vamos. - ele pega nas mãos dela e os dois saem juntos. Acho que já me arrependi da minha decisão. Deixo isso de lado e vou resolver uns assuntos do conselho pendentes. Ares e Eros já estão lá,Finigan e Caladia também mas onde está Heitor?
- Onde está Heitor?
- Saiu hoje de manhã bem cedo,não falou pra onde ia mas disse que não poderia comparecer hoje. - Diz Caladia. Estranho,Heitor não é de faltar ao conselho. É algo de muita importância,certeza. Me preocupo com isso depois. Discutimos algumas questões importantes e logo o assunto que eu já estava esperando surgiu.
- Fiquei sabendo que o irmão da sua protegida apareceu. O que acha disso,Apolo?
- Acho que você deveria cuidar da sua própria vida,esse assunto não é o que eu vim discutir aqui hoje.
- Achei o cara bem sinistro,só pra constar. - diz Eros. - Acha que ele é como a Freya?
- Se ele tiver o mesmo dom que ela,com certeza deveríamos considera-lo uma grande ameaça. - diz Caladia.
- Não,ele não é como ela nisso. Ela me disse que o dom dele não é perigoso mas não quis me dizer o que é.
- Isso é suspeito. Se não é perigoso porque não contar? Pode estar escondendo algo. - diz Ares. - Me dê um tempo com ele e consigo faze-lo falar. - diz estalando os dedos com um sorriso no rosto. Reviro os olhos.
- Não, ele é irmão de Freya. Não vamos machuca-lo a não ser que seja necessário. Iremos saber qual o dom dele,acho que ele também não confia em nós para revelar.
- Bem,eu gosto muito da minha cunhada,então espero que ele não me dê motivos para mata-lo. - Diz Ares.
- Também espero,irmão. - Assim que termino de falar Heitor entra na sala tido ensanguentado com armadura suja de terra,seus pés deixavam uma trilha de sangue pelo chão escuro,todos corremos para perto dele,mordo meu pulso e o estendo mas ele recusa. Idiota teimoso.
- Beba Heitor. - Ordeno com a voz fria. - ele empurra meu pulso estendido e me olha com raiva e tristeza no olhar. Ele estava destruído,notei. Não só pela batalha mas por algo mais.
- Me deixe Apolo,não preciso de suas ordens agora. - Diz mancando para dentro do cômodo.
- O que houve? Por Zeus! Aonde você foi? - diz Eros preocupado. - Heitor não responde apenas continua andando mancando,foi para sua cadeira de costume e pegou alguma coisa debaixo do banco nas mãos que eu não consegui distinguir o que era,uma jóia talvez?
- Chega com essa merda,Heitor. Beba logo meu sangue,você está péssimo. Deixe de ser orgulhoso e aceite ajuda uma vez na vida.
- Por favor,Apolo não venha me falar de orgulho agora,você tem mais do que todos juntos nessa sala. Eu tive um dia de merda hoje e a única coisa que eu quero agora é ir pra casa e bater em alguma coisa. Então cale a boca e.... - Ele não conseguiu terminar pois estava ocupado demais com as lágrimas que desciam por seu rosto. Estava agora de cabeça baixa e apertando forte o objeto desconhecido nas mãos. - Deixe-me em paz. - diz com a voz calma. - Nenhum de nós conseguiu dizer nada quanto a isso, em toda minha existência, nunca havia visto Heitor chorar. Nunca havia o visto abaixar a cabeça para nada. Nunca havia o visto assim e deu muita vontade de nunca ter visto. Ele anda devagar,ainda mancando para fora do salão de novo e todos ainda estávamos chocados com a cena. Eros passa aos mãos pelos cabelos, nervoso e usa sua velocidade para seguir Heitor.
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