Como prometi. Assim que acordei liguei para o advogado e o convidei para jantar conosco ainda hoje.

Saio cedo levando Lucas comigo. É hora de apresentá-lo ao gerente do hotel e seus funcionários.

Assim que estacioamos, somos cercados por reportes. Ainda bem que os seguranças agiram rápido e em minutos nos colocaram para dentro do hotel.
Entro no escritório com Lucas que a todo instante permanece calado.

- E ai filho, o que está achando?

-É show Luke! Pode deixar que não irei te desapontar, esse será apenas o primeiro de muitos hotéis que nossa família terá.

- Calma rapaz, uma coisa por vez, primeiro melhore esse aqui.

Eu comprei esse hotel há um ano e até hoje não tive tempo para me envolver de verdade. Certamente era coisa do destino ele pertencer a Lucas.

- Você está certo. Obrigado Luke! -me abraça.

Lhe apresentei ao pessoal e depois de poucas palavras o deixei em reunião com o gerente, os chefes de cozinha e segurança, mandei também entregar a ele as chaves de um carro que mantinha lá e deixei dois seguranças com ele.

Estrela, foi para a emissora com Nikolas  e Flávia, mandou mensagem dizendo que foi conhecer o Rio de Janeiro, com dois seguranças. Bianca preferiu dormir mais um pouco.

Depois do hotel, passei rapidamente na emissora e agora estou indo para casa almoçar com minha Vida, hoje ninguém mais me tira de casa.

Quando cheguei encontrei Bianca na varanda admirando a vista. Do meu canto eu fiz o mesmo. Fiquei admirando minha linda e apaixonante mulher. Parecendo sentir minha presença, ela se virou com seu encantador sorriso no rosto. Em três passos estávamos colados e depois de colocar seus cabelos atrás da orelha a beijei longamente me esquecendo do mundo lá fora. Ainda parece um sonho tê-la em meus braços e peço a Deus que eu nunca acorde.

Depois de quase perdermos o folego, me abaixo para falar com meu filho. Não vejo a hora dela ficar com um barrigão enorme. Apenas quando me levanto que perguntamos um ao outro como tudo está e juntos vamos para a sala de jantar almoçar.

Durante o almoço, reparo que ela está comendo pouco.

- Está sem fome Vida?

- Um pouco, acordei tarde e tomei café não faz muito tempo.

- É realmente isso? -pergunto sem esconder minha preocupação.

- Não. Vou testemunhar contra Flávio e nunca te contei o que ele realmente fez comigo, não quero que se surpreenda ao me ouvir, ou que tenha...

- Eu sei o que ele fez mesmo antes de achar aqueles vídeos.

- Mas você disse que não assistiu todos.

- Não precisei Vida.

- Se não aguentou ver, é melhor que no dia da audiência você não vá.

- Não vi, porque se não eu certamente o mataria. Estarei ao seu lado, nada do que viveu me afastará de você ou diminuirá meu amor por você. Saiba que estou muito orgulhoso por sua decisão. A única coisa que quero é que no dia da audiência já estejamos casados. -Ela sorri fraco para mim.

- Será que realmente haverá audiência?

-Creio que sim, e ele será um homem de sorte se tiver e for consenado. - Sim, porque se ele não for preso eu o mato. Então para nosso bem, espero que ele seja, resolvo mudar de assunto.

- Animada para o nosso casamento meu amor? -Ela visivelmente relaxa.

- Muito amor! É tanta coisa boa acontecendo que tenho até medo.

- Não tenha, você merece.

Em meio ao papo, ela acabou comendo melhor e após o almoço fomos passear pela propriedade e pela casa, realmente a casa e imensa. Acho até que exagerei um pouco. Depois fomos deitar, mas não sem antes ela ligar para Flávia e ouvir que está tudo bem.

Ficamos deitados conversando e nem sei quem dormiu primeiro, mas acordamos com Lucas batendo na porta para nos avisar que o advogado havia chegado, depois de um banho rápido descemos para jantar e depois conversarmos.

O jantar foi carregado de ansiedade e tão logo acabamos nos sentamos na sala para conversarmos e a pedido de Bianca, nossos filhos também estão presente.

Bianca e direta e logo fala:

-Doutor, eu fui estrupada pelo senador Flávio Ventura durante quatorze anos e agora quero testemunhar contra ele.

- Sim, quando ficou livre dele? -acompanho tudo calado.

- Há oito anos.

- Isso não será tão fácil, não dá simplesmente para acusá-lo sem provas e se passou um bom tempo. Entenda que sei que ele deve pagar mas...

- Tenho provas. -Ela me olha e eu a envolvo pela cintura de lado e ela continua - tenho vídeos e dois filhos dele, ele também não permitiu que meu nome fosse posto na certidão de nascimento deles. -eu já tinha falado sobre essas provas com o advogado, mas deixei ela decidir se iria usar ou não. Por isso tinha pedido ao advogado para esperar ela os pronunciar.

- Sim, Luke me pois a par sobre seus filhos, e ainda essa semana resolvermos isso, te aconselho a primeiro registrá-los e depois o denunciaremos.

- Temos mesmo que esperar?

- Eu aconselho que sim, se entrarmos com a denúncia certamente irá atrasar o registro, mais farei o que vocês quiserem. Saiba que com esses vídeos a causa e ganha.

Eu que até agora apenas ouvi, resolvo falar:
-Nos casaremos em seis dias e sairemos em lua de mel quando Flavio, estiver na cadeia e nossos filhos seguros. -Ela deita a cabeça em meu ombro e pergunta ao advigado:

- Quanto tempo para o reconhecimento da matermidade?

- Poderemos fazer o exame amanhã mesmo.

- Então será feito amanhã. -respondo.

Acompanho o advogado até a porta e quando volto todos ainda estão na sala.

- Pronto mãe. Luke chegou, pode falar. -e Flavinha quem diz.

- Vou realmente testemunhar contra o pai de vocês e quero saber como se sentem com isso?

- Por mim ele podia morrer. -Lucas responde

- Eu não me importo. Ainda lembro dos seus gritos à noite mãe. Mesmo ele tentando por anos me convencer que eram pesadelos,  no fundo sempre soube que não eram. Ele infelizmente é meu pai, mas espero que ele pague por tudo que fez a senhora. - explica Flavinha.

- E o que ele pretendia fazer com você também mana? -Fudeu!

- Quê? -Bianca se exalta.

- Vida. Encontramos gravações de Flavio observando Flavinha no banho e também na cama.

- Por que não me contaram? - sua voz sai trêmula.

- Pra que mãe? O importante é que estamos longe dele e Luke e eu só queríamos poupá-las de mais um problema. - Lucas explica antes de mim

- Não sou criança e vocês tinham que ter me contado. -Flavinha se revolta.

- Calma maninha, eles só queriam protegê-las. - Estrela tenta ajudar.

Bianca olha diretamente para mim e fala:
- São meus filhos e você não tinha o direito de esconder qualquer coisa que fosse.

- Me esculpe! -peço.

- Desculpa resolve tudo? -ela não esconde seu desagrado.

- Não, porém não me arrependo, pode ficar com raiva, mas não me arrependo.

Sem nada dizer, ela sobe as escadas e eu vou atrás. Assim que entramos no quarto ela chora.

- Eu fugi e deixei minha filha com ele. Se ele tivesse feito algo com ela a culpa seria minha.

- Foi por saber que se culparia que nada dissemos. Você não tem culpa. O único culpado e aquele doente.

- Como eu não pensei que ele poderia fazer isso? Que tipo de mãe eu sou?

- A melhor. Você sofreu calada quatorze anos por seus filhos.

- Eu não tinha que ter partido.

- Tinha sim. Ou então estaria morta e eles e eu sem você.

- Eu odeio aquele verme miserável.

- Eu também, mas logo ele estará atrás das grades. - a puxo pra meus braços enquanto ela chora.

A noite foi longa, demorei muito a fazê-la entender que o único culpado era Flávio e depois dela passar metade da noite no quarto de Flávia, ela teve um sono agitado e as vezes até chorava. meu peito doía e minha única vontade e matar Flávio.

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Lucas

Depois que nossos pais subiram, Flavinha me chamou de traidor e subiu também. Eu estava me sentindo um lixo quando senti seu corpo junto ao meu em um abraço tranqüilizador, toda a minha perturbação se acalmou quando ela gentilmente alisou meus cabelos e pousou a cabeça em meu ombro falando que tudo ia ficar bem.

Ficamos assim por um bom tempo até que Estrela começou a distribuir beijinhos em meu rosto bem perto dos meus lábios. Não sou de ferro. A apertei com mais força encostando meu corpo ao dela, a segurei pelos cabelos e dei o melhor beijo da minha vida.

Passamos horas nos beijando sem nada dizer e somente quando ouvimos um barulho de porta se fechando e que notamos que já era madrugada. Então a acompanhei até a porta de seu quarto e lá nos despedimos com mais beijos.

No meu quarto agora penso... Nunca imaginaria que uma noite tão difícil acabaria tão bem. Tenho vontade de sair cantando e dizendo que a amo.

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