Capítulo 09

Erik On

Tentava entender os meus pensamentos e frustava-me ainda mais em seguida.
Seguro aquele papel em minhas mãos e questiono-me do que se trataria isto.
A remetente da carta era possivelmente uma garota que perdera a mãe. Posso sentir sua emoção em cada pedaço... Cada extremamente emanava algum tipo de emoção.

— Quem será você? — pergunto-me.

Lembro-me de uma garota, Emma, mas seria impossível.
Olho em direção de uma janela aberta; quem lançou esta carta poderia estar ali.
Pensava se deveria devolver, mas hesitante decido que não era a melhor opção.
Se havia a jogado fora, não a queria mais.
Dobro-a e guardo em meu bolso retornando até minha casa depois de me certificar que realmente não havia ninguém.
A mesma rotina desgastante de sempre esperava-me.

—Seja bem vindo, meu senhor. —um criado diz e eu aceno.

Às vezes é insuportável viver aqui e mostro-me um completo tolo ao responder de forma grosseira alguns em minha volta.
Sem paciência decido não jantar e logo subo até o meu quarto.
Deixo a carta encontrada em uma gaveta, ela não poderá ficar aqui, pois pode ser encontrada por outrem; algo que não teria tanto problema, pois apenas estava curioso pela mesma.
Depois de horas resolvendo as finanças da empresa resolvo dormir, algo que ultimamente começara a ser difícil e assustador.
E como um relâmpago, ao fechar os meus olhos e cair em sono profundo o mesmo pesadelo de outrora invade-me.
Eu estava lá... Em um lugar sujo e imundo quando criança; era quase impossível enxergar um palmo em minha frente. Eu estava com medo.
Havia uma menina ao meu lado, mas não consigo ver o seu rosto.
Estava completamente apavorada. Seguro suas mãos tentando tranquilizá-la e a mesma sorri.

— Quem é você? — penso no sonho. — Por que não diz o seu nome?

Uma mulher se aproximara de nós e junto a ela estava um homem; tudo indicara que era seu companheiro.

— Acha que estes dois vão servir? — ela pergunta após terminar de conversar ao telefone.

— Acredito que sim! — ele diz.

E então ela se aproxima ainda mais e quando iria tocar na garota, eu acordo.
Minha respiração está ofegante e há suor marcado em meu colchão.
Tento me acalmar antes e em seguida desço para beber um pouco de água.
As pessoas já estavam dormindo e restara apenas alguns empregados.

— Não consegue dormir senhor? — Maria pergunta.

Maria fora como uma mãe para mim quando o meu pai foi internado, lutando por sua vida; mas ele se foi e seu assassino ainda está a solta.
Acredito que ela é uma das únicas pessoas que realmente trato com gentileza.

— Estou com insônia! — suspiro e aproximo uma de minhas mãos no balcão da cozinha. — Você sabe que não precisa me chamar de senhor. — sorrio.

— Então beba um pouco de água, menino.  — colocou o copo sobre o balcão.

— Obrigado! — sorrio e ela passa a mão em meu cabelo antes de ir.

Meus pensamentos dispersos por esta imensidão continuam até que o meu irmão entra pela porta com duas mulheres.
Com deboche ele e as duas se aproximam.

— Meu irmão não consegue dormir, que pena! — gargalha.  — Estas são Frida e Stacy. — apresenta-me. — Uma delas pode lhe dar uma boa noite de sono. — olha maliciosamente.

Stacy aproxima-se de mim e segura o meu braço; em seguida afasto-a.

— Eu dispenso! Espero que vocês não façam tanto barulho com as suas "brincadeiras", nossa mãe está dormindo e também quero dormir. — repreendo.

Ele me olha furiosamente e sai.
E esta foi mais uma noite a qual não consigo dormir.

Emma On

Ao amanhecer logo abro as janelas e respiro o ar da manhã que alegra-me todos os dias.
Retornarei a empresa e darei o meu melhor.
Sei que muitos não se agradaram com minha presença naquele lugar, mas não o faço apenas por mim... Mas também por minha mãe que esperava que eu tivesse um futuro melhor.
O aniversário de Anna se aproximava e queria fazer-lhe uma surpresa, pois quando cheguei ela fora a primeira pessoa a me estender a mão; devia isto a ela.
Confiante e determinada a fazer tudo diferente caminho em direção a empresa.
Ao chegar pude notar vários olhares acusadores, pois apesar de livre ainda era vista como uma mulher calculista que tentou matar o próprio chefe.
Sento-me em minha mesa que era próxima a entrada da sala do senhor Carter.
Não havia tido tanta experiência, pois o meu primeiro dia de trabalho havia sido um desastre.
Logo sou chamada em sua sala.

—Leve essa documentação até a Sol, preciso que ela reveja o currículo de algumas pessoas. —ele diz sem olhar em meus olhos.

— Teremos mais algum colega de trabalho? — pergunto e o mesmo me ignora.

Hesitante pergunto.

— Como está se sentindo hoje?

—Bem, obrigado! Agora vá. — faz um gesto para que eu me apresse.

A oscilação em seu humor é constante, mas fiz logo o que me pediu, porém antes que saísse completamente de sua sala posso sentir os seus olhos me encarando de relance.
Encontro-me com Sol e a entrego a documentação.

— Parece tão confiante! -sorri em deboche. — Venha tomar um café comigo para comemorarmos a sua saída da prisão.

Ela não fora muito gentil comigo antes, mas talvez quisesse se redimir... Então aceito a sua sugestão.
Em seguida estamos perto de uma cafeteria ao lado da empresa; e ela pega o seu café expresso e um para mim também.

—Aqui está!

Antes que eu pudesse ter quaisquer reação ela joga o café em minha blusa que era branca manchando-a completamente.

— Por que você fez isso? — grito.

— Por que você não é bem vinda aqui; será que ainda não percebeu ou é tonta a tal ponto? — gargalha e as pessoas que estavam em volta começam a fazer o mesmo.

Envergonhada tento cobrir minha roupa, mas não era o suficiente. Todos ainda continuavam a rir incessantemente.
Olho pelo arredor buscando um lugar o qual pudesse sair daquele lugar o qual me humilhavam, mas não encontrei.
Neste momento, sai um menino loiro de óculos do meio das pessoas que gargalhavam.
Ao aproximar-se pude observar quem era.

— Miguel? — lembro-me do rapaz da área da computação.

Ele se aproxima e retira a sua jaqueta colocando-a em mim cobrindo as manchas amarronzadas do café.
As pessoas que riam, pararam e observaram a cena.

—Obrigada! — digo sem jeito.

— Não precisa agradecer! — pausa. — Você fica bem vestida assim. — sorri.

Há muito tempo que eu não havia o visto novamente, mas na primeira oportunidade que teve ajudou-me e sou grata a isto.
Ele direciona o seu olhar até Sol e diz:

— Satisfeita? — diz em um tom irônico enquanto range os dentes.

Miguel segura a minha mão e tira-me daquele lugar.

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Se estiverem gostando deixe a opinião de vocês. Isso é motivante.
Até a próxima.

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