Capítulo 07
Era inacreditável o quanto o dinheiro encoberta os verdadeiros culpados e incriminam os inocentes; pude sentir isso na pele quando fui injustiçada ao ser levada presa mesmo jurando inocência.
O delegado encaminhou-me até uma cela tão pequena que mal podia mexer-me naquele cubículo de lugar.
— O senhor não pode fazer isso! — pausa. — Eu já lhe disse que sou inocente. — digo correndo até às grades que se fecham.
O policial, com olhar irônico, simplismente se vira na direção oposta. Deixou-me sozinha em meio aos presos, alguns perigosos e outros nem tanto.
A maioria encarava-me com olhos maliciosos e outros sentiam pena.
Sento-me em minha cama feita apenas de lençóis. O policial havia confiscado meus pertences, então apenas me restara... Minha mente, meus pensamentos e às vezes minhas inseguranças.
— O que você fez? — uma mulher tatuada me pergunta.
— Nada! Eu não fiz nada.
Ela começa a gargalhar e debochar. Não adiantaria o que eu fizesse ou falasse, não havia o porquê acreditar em mim.
Em um despertar de lembranças vem Anna em minha mente, eu não lhe dissera aonde estava indo e nem o que havia acontecido.
— Policial! — grito.
Um carcereiro, vendo minha agitação e inquietude, logo veio até mim.
Sua feição não é boa e seus gestos rígidos alertam de seu mau humor.
— Eu preciso falar uma ligação. — digo.
Ele olha em seu arredor e com uma total intolerância diz:
— Não!
Tento por vezes persuadi-lo para que me permitisse fazer o que queria, mas o mesmo se nega todas as vezes.
Desanimada, deito-me e viro-me em direção a parede fechando os meus olhos tentando esquecer ou apenas fingir que isto não está acontecendo; que apenas é um sonho ruim e que logo eu iria acordar deste pesadelo, mas o mesmo não se fez.
Semanas se passam e eu estava tão desperançosa que apenas aceitei minha situação.
Anna estaria preocupada,mas não havia nada que eu pudera fazer.
A comida está sendo servida, uma mistura de arroz e batata, unicamente isso. E novamente não quis comer.
Encolhida em um canto permaneci.
— Emma? — uma voz familiar chama pelo meu nome e eu entro em um transe. — Emma? Sou eu.
Ergo minha cabeça e esfrego os meus olhos que já estavam cansados. Minha visão que estava um pouco turva logo vai voltando ao normal.
— Jackson? — sorrio.
Eu não o conhecia tanto, mas somente o fato de estar vendo um rosto familiar novamente depois de duas semanas é reconfortante.
— Eu vim assim que soube que você estava presa. — aproxima-se da grade.
— É bom vê-lo.
— Eu acredito que você não tenha feito nada; eu ainda vou te tirar daqui. Prometo-te.
Fico mais tranquila sabendo que enfim alguém acredita em mim.
Ficamos um pouco conversando; ele me contara como estava Marie e o meu antigo bairro; até que uma ligação inesperada nos interrompe.
Jackson se afasta, mas consigo escutar um pouco.
— Você fez um ótimo trabalho descobrindo onde ela estava, grilo. — ele diz. — O chefe vai ficar muito feliz com sua atitude. Agora preciso desligar. — assim o fez.
Quando retorna, o questiono com quem ele estava conversando, mas ele desvia do assunto relutante.
Em seguida vai embora e novamente estou sozinha.
Insetos começam a entrar na minha cela e apavoro-me ao me lembrar daquela noite escura quando criança. Em um ambiente escuro, sujo e cheio de insetos.
Erik On
Sinto minha cabeça um pouco pesada, mas minha recuperação está sendo ótima, tanto que já recebo alta do hospital, todavia, pergunto-me incessantemente o que havia acontecido comigo; não me disseram nada até então... Talvez se preocupassem com minha saúde ou sanidade ,algo que duvido.
— Fico feliz que já tenha se recuperado meu filho. — passa as mãos em meus cabelos.
— Quando você vai me dizer o que realmente aconteceu? — seguro suas mãos impedindo que continue.
Tranquilamente se senta em uma cadeira e cruza as pernas começando a falar.
— Sua suposta secretaria pessoal, Back, colocou veneno em sua água — diz em pausas.
Não me lembrara de seu nome de início e não entendia o que ela ganharia ao me envenenar.
Não a conheço e seu rosto não me vem em mente.
— Mas não se preocupe, ela está presa na delegacia do centro e dali não sairá mais se depender de mim. — vangloriá-se.
Uma dor de cabeça começa surgir e eu franzo as sobrancelhas para que amenize.
— Meu querido irmão está de pé! Viva! — aplaude em deboche.
Thomas e eu nos dávamos bem quando crianças, mas desde então ele me culpa pela morte de nosso pai... Se eu pudesse ter evitado que ele fosse me procurar naquela noite quando criança, ainda estaria vivo.
Não me lembro do que aconteceu direito, mas sei que resultou na morte de nosso pai; e Thomas não me atura por isso e nem me perdoa, além de não aceitar que eu esteja na liderança da empresa do pai.
Tentei por vezes me aproximar dele, mas sempre me afastava. Por fim decidi não insistir.
Então o ignoro.
Estávamos indo para casa, mas acabo por preferir ir sozinho, passo na empresa para pegar as papeladas que eu não havia pego antes naquela noite.
— Senhor Carter? — uma menina corre em minha direção
Ela parece aflita então paro para escutá-la. Seu rosto não é estranho e penso já tê-la visto aqui na empresa.
— Senhor! Minha amiga trabalha na sua empresa; esteve poucas vezes lá, mas ela desapareceu há duas semanas e eu não a encontro de jeito algum. — seus olhos se enchem de lágrimas.
— Acalme-se! Qual é o nome de sua amiga?
— Emma... Emma Back.
Ao ouvir este nome meu corpo é tomado completamente de raiva e desprezo. Fito os seus olhos.
— É melhor você parar de procurá-la. Onde está não vai sair mais. — sigo o meu caminho.
Já dentro do carro paro em um farol e reflito.
Eu queria saber o que levaria esta Emma a tentar me matar... Alguém deveria estar a pagando para fazer isso. E eu tinha que tirar essa informação dela a qualquer custo.
Queria saber quem é o meu traidor.
Decido ir até a delegacia.
— Como posso lhe ajudar? — o policial diz.
— Sou Erik Carter! Gostaria de falar com a senhorita Back.
O policial me olha de uma maneira estranha.
— O senhor não foi a pessoa que foi envenenado por ela? Por que quer vê-la?
— Não pergunte! Apenas deixe-me vê-la. — insisto e assim o faz.
Quando aproximo-me de sua cela, aranhas e besouros a cercavam; ela tremia e chorava incessantemente.
— Abre isso agora! — ordeno.
— Não tenho permissão para isso. — ele diz. — Se quiser falar com ela terá que ser assim.
Uma revolta enorme surge em meu coração. Então viro-me ao policial e seguro em seu uniforme ameaçando batê-lo.
— Você sabe quem eu sou? Se me conhece sabe que eu posso acabar com sua carreira, pois possuo uma das empresas mais fortes e influentes de Londres. — encaro-o.
— O senhor é o líder da Dreams and Travels? A famosa sonhos e viagens? — ele diz assustado e eu confirmo.
Temeroso, o policial imediatamente abre a cela e adentro-a.
Afasto os insetos de perto dela e levanto o seu rosto, então pude notar de quem se tratava, a mesma garota que derramara café em mim aquele dia. Ela quer me matar?
— Calma! Vai ficar tudo bem. — digo.
Ergo o seu corpo e tiro-a daquela cela imunda, porém não me esqueço que ela tentou me matar. Então não desvio os olhos dela, pois não sabia o que a mesma era capaz de fazer.
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Espero que esteja gostando da estória.❤️
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