Dominnus

  Dália e Allis chegaram na sala onde acontecia a aula Dominnus, onde, basicamente, as aprendizes demonstravam seus poderes e testavam seus limites. Por exemplo, se uma das bruxas tinham o poder de telecinese, a tarefa dela era levantar objetos excessivamente pesados.

  Amara, ao vê-las adentrando a sala, fechou a cara e caminhou até elas soltando fogo pelas ventas.

— Aonde vocês estavam?! - Exclamou ficando vermelha de raiva. - Sabem que atrasos nos geram punições! - Alterou o tom de voz atraindo a atenção das demais aprendizes para a situação.

Acalme-se, Amara! - Dália disse e imediatamente Amara se acalmou. Allis sorriu para a amiga, mas a mesma não retribuiu. Ela não conseguia sentir-se feliz por controlar os sentimentos alheios. Cabisbaixa, andou até seu lugar e permaneceu até ser chamada para a apresentação.

  Allis suspirou pesarosa, não gostava de ver a amiga triste por algo que ela não escolheu ter, ela não tinha culpa de poder controlar o que a outra pessoa sentia, contudo, Dália sentia-se a pior pessoa por fazer isso.

  Allis sentou-se no seu lugar acompanhada de uma Amara extremamente calma, que sentou-se a seu lado. Era definitivamente a coisa mais estranha que ela já vira.

  Amara por possuir o poder da Fúria, raramente se mostrava calma ou alegre demais. Ela era misteriosa, explosiva e tinha um arsenal de comentários sarcásticos prontos para ser atirados pra todos os lados.

— Ei. - Sentiu alguém cutucar seu ombro. Virou-se de encontro a pessoa que a chamava. - Oi. - Elise sorriu gentilmente. - Só teremos essa aula hoje. A Anciã Montreux pediu para avisar. - Comunicou.

— Ok. Obrigada. - Respondeu e voltou seu corpo para frente. Jezebel fora chamada e para fazer sua demonstração ela precisava de uma auxiliar. Convidou então Elise, que aceitou prontamente.

  Jez, como era chamada pelas amigas, parou defronte a gentil Elise e tirou uma mecha de seus cabelos do rosto, colocando-a atrás da orelha.

— Não desvie seus olhos dos meus. - Jez aconselhou e a amiga assim o fez. Logo, os olhos da bruxa tornaram-se vermelho como o sangue. A cor vibrante estava mexendo com seus sentidos, deixando-a hipnotizada e totalmente entregue a dona daquele olhar feroz.

— Você me ama? - Jez perguntou usando seu tom de voz sedutor. Elise totalmente em transe respondeu que sim. — Verdade? - Jez rodeou a amiga e parou atrás dela, aproximando-se de seu ouvido e sussurando:

— Preciso que prove seu amor por mim. Enforque-se com suas próprias mãos.

  As demais bruxas da sala não entendeu de imediato o que estava acontecendo. Apenas se entreolharam aflitas quando perceberam o que Elise estava prestes a fazer.

  Elise levou suas mãos até seu próprio pescoço e começou a apertá-lo, aumentando a força gradativamente. Jez, ainda com os olhos vermelhos, desatou a rir da situação, enquanto a amiga esbugalhava os olhos a medida que perdia o ar.

  As aprendizes ficaram tensas e começaram um burburinho. Allis percebendo que ninguém tomaria iniciativa, levantou-se e tentou impedir Elise puxando seus braços e chamando seu nome para acorda-la.

— Jez, pare! Você vai mata-la! - Allis gritou, mas Jezebel não conseguia voltar ao normal por mais que tentasse interiormente. Sem outra alternativa, Allis aproximou-se de Jez e tocou suas têmporas enviando uma carga de energia elétrica suficiente para fazê-la gritar de dor.

  As demais meninas também gritaram por estarem assustadas. Não havia nenhuma Anciã naquele momento para ajudá-las a resolver aquela situação terrível.

  Jez caiu de joelhos ainda gritando, mas seus olhos voltaram ao normal. Elise, livre do transe, também caiu no chão, arfando. Dália aproximou-se da amiga e a abraçou.

— Perdão.. - Jez arfou quando percebeu os olhares amedontrados que as outras lançavam a ela. — Eu perdi o controle. 

— Está tudo bem. - Allis disse ajudando-a se levantar. Jez correu em direção a Elise e ambas se abraçaram.

— Me perdoa, Lise. Eu nunca te machucaria. - Jez afirmou com a voz embargada.

— Eu sei. - Elise sorriu em meio a lágrimas. — Eu te perdoo. - Elas se abraçaram novamente. Antes que alguém dissesse alguma coisa, a porta fora aberta e uma das Anciãs adentrara a sala. Ao perceber as expressões espantadas e chorosas das aprendizes, franziu o cenho e perguntou o que havia acontecido.

— Não foi nada, senhora Montreux. - Amara se prontificou a responder, pois ela odiava as punições que as mais velhas aplicavam a elas. Montreux não sentiu firmeza nas palavras da aluna, mas tinha uma tarefa mais importante a ser tratada naquele momento.

— Bom, mais tarde resolvemos isso. - Dispensou com um aceno e coçou a garganta, pronta para repassar o comunicado. — Enfim, senhoritas, como vocês bem sabem, estamos sendo ameaçadas pelos contrabandistas da Villa Fleury. Portanto, de acordo com a decisão das Anciãs, fica extremamente proibido o acesso ao bosque, em qualquer horário específico.

— Mas é aonde acontece nossos rituais! - Amara, liberta do efeito calmante de Dália, exclamou exaltada.

— Sabemos disso e lamentamos muitíssimo, senhorita Amara. Contudo, a segurança é a nossa prioridade no momento. E enquanto a ameaça persistir, nós continuaremos usando a segurança reforçada como solução.

— Absurdo! - Amara persistiu em discutir com a Anciã. — Nós somos bruxas, temos poderes. Eles são apenas mongóis empunhando armas.

— Escute bem, aprendiz, suas palavras, por mais afiadas que sejam, continuará sendo palavras perante nossa decisão. Não adianta discutir, apenas siga as regras. - Sentenciou de forma dura e encarou cada uma das alunas presentes naquela sala. — Estamos entendidas?

— Sim, senhora Montreux! - Todas, com exceção de Amara, responderam. Montreux aproximou-se dela e repetiu a pergunta.

— Estamos entendidas? - Cabisbaixa, Amara respondeu:

— Sim, senhora. - E afastou-se envergonhada.

— Bem, ainda não é tudo. Com todo esse falatório esqueci-me do principal. - Espalmou a mão na testa e retirou-se da sala às pressas. - Segundos depois, podiam ouvir a voz dela desculpando-se com alguém.

Quando entrou na sala, estava acompanhada de uma moça de lindos olhos verdes, cabelos acobreados e usava um vestido na cor vinho, o qual chamara bastante atenção nas aprendizes por ser feito em tecido antigo e raro. 

— Esta é a senhorita Amane. - Montreux a apresentou com um sorriso amigável.

— Olá. - Amane cumprimentou as demais com um aceno tímido. As demais sorriram e retribuíram o cumprimento.

— Bem, deixarei vocês tomarem conta da aluna nova. Mostrem a ela o Instituto e, bem, você pode fazer a aula ainda se quiser, Amane.

— Ótima ideia! - Dália aproximou-se da novata e a conduziu até o meio do cômodo explicando-a como funcionava. A Anciã voltou a seus afazeres e as meninas sentaram-se para verem a apresentação da nova aprendiz.

  Amane fechou os olhos e depois de passar dez minutos, as aprendizes começaram a ficar aflitas. Antes de começar uma nova confusão, Amane abriu os olhos e parecia procurar algo na sala.

— O que aconteceu? - Allis perguntou não entendendo qual poder fora demonstrado. Contudo, um miado surgiu de dentro da lixeira. As meninas aproximaram-se do objeto amedrontadas, mas assim que viram o bichano de pelo cinza, ficaram encantadas por ele.

— Como você fez isso? - Elise questionou incrédula e impressionada.

Eu sou dominadora dos sonhos e posso trazer ao mundo tudo o que eu desejo puramente, sem intenção de ferir.

Gif da sedutora Jezebel.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top