|Prólogo
Brasília - Distrito Federal
Um ano antes...
Estou sentado na cadeira, atrás da minha mesa com os olhos vidrados no computador, mas fui despertado da minha concentração quando vejo algo sendo jogado de qualquer jeito na mesa fazendo com que o baque me assusta-se por um breve instante, entretanto, não deixei transparecer.
— Agente Barone, hoje você fica com este caso — disse o delegado Xavier, eu levantei o olhar em sua direção vendo sua expressão carrancuda me fitar.
Filho da puta!
— Sim, senhor — falei forçadamente tentando esconder minha raiva o encarando.
— Espero que me traga resultados — disse Xavier e me deu as costas sem ao menos fazer questão de ouvir minha resposta.
— Sim, senhor — repetir tentando não fazer um careta e o vi entrar em sua sala.
Porra! Esse novo delegado está me saindo pior do que eu pensava, o filho da mãe parece me odiar desde o seu primeiro dia nesta delegacia. Pego o dossiê e abro passando os olhos nos parágrafos em seguida, lendo atentamente cada palavra.
O caso, é de um roubo em uma instituição parlamentar de um senado, o cara que está sendo apontado na investigação, é o senador Luís, ele é possivelmente corrupto, arrega-lo os olhos quando os mesmos se predem no último parágrafo, caralho! A quantia roubada é 30 bilhões de reais, meus olhos quase se sobressaíram me fazendo ficar incrédulo.
Joguei o dossiê na mesa e me recostei chocado na cadeira, apoio o cotovelo no braço da cadeira e levo uma mão na boca, meu semblante é de preocupação, é muito dinheiro que está em jogo.
Se tem uma coisa que aprendi nos meus anos trabalhando como policial federal é que, quanto maior a quantia de dinheiro em jogo, maior é o problema e mais perigoso é o indivíduo ou os indivíduos, por que pode ter muita gente por trás, muito gente poderosa.
Caralho! é muito dinheiro.
— Bernardo, olha só estes inquéritos, depois me ajuda a dar uma organizada? — disse Alex agente da TI colocando o seu notebook em cima da minha mesa e virando-o em minha direção a tela.
Olhei para ele sem conseguir disfarçar minha cara de chocado, ele me fitou por alguns segundos e fez cara de confuso.
— O que houve cara, tá com uma cara de quem chupou limão azedo — como sempre com suas piadinhas.
Reviro os olhos e puxou o ar para meus pulmões.
— Alex, depois fazemos isso, olha só este caso que o delegado acabou de jogar na minha mesa? — mostrei a pasta a ele que pegou da minha mão na mesma hora curioso.
Ele abriu a pasta e olhou o dossiê, assoviou em sinal de surpresa e levantou o olhar para mim.
— Cara, esse delegado acaba de te jogar uma bomba, investigar senador? — disse-me indignado.
—Não é o nosso trabalho? — questiono dando um sorrisinho amarelo.
— É, mas adianta? A gente prende e a justiça solta — disse indignado, isso é a mais pura verdade!
— A caneta meu amigo, a caneta que os soltam, mas vou ter que entrar nessa investigação, se não o delegado vai surtar.
— Tem toda razão, bom, do que precisa?
Como sempre Alex se mostra ser um cara que sempre está disposto a ajudar, eu nem preciso pedir.
— Olha, eu vou conseguir a localização de onde ele está e te passo para que você possa acompanhar tudo em tempo real.
— Sim senhor — bateu continência sorrindo e eu retribuir entrando na brincadeira.
Alex é meu amigo desde a faculdade, trabalhamos nesta delegacia de Brasília a mais ou menos 4 anos, já passamos e vimos muitas coisas juntos. Exemplo, casos e mais casos serem dados como encerrados por que delegados e policiais não faziam questão de apurar e nem de ir afundo nas investigações.
Simplesmente desistiram e jogaram para debaixo do pano, por assim dizer. Isso para mim é inaceitável. É por essas e outras que muitos corruptos que, iludem e roubam o povo estão soltos por aí esbanjando o dinheiro que as pessoas pagam os impostos com tanto suor e dificuldade.
Não é possível que o juiz vai deixar passar ileso esta ação deste tal senador, porra! É muita grana, e pelo que entendi no seu dossiê, vejo que ele paga muitas empreiteiras justamente com os 30 bilhões de reais, e o pior é que com certeza o restante ainda sobra para ele fazer o que quiser. Sem dúvidas eu vou mandar emitir o mandato de prisão dele e vai ser agora.
Levanto-me da minha cadeira e sigo em direção a sala da minha colega de trabalho mais animada do setor, Megan, ela que cuida especificamente deste departamento.
Assim que chego na porta da sua sala, a vejo no computador digitando alguma coisa, dou um pingarreio e ela levanta o olhar em minha direção abrindo um sorriso simpático em seguida.
— Fala Barone — diz gentilmente.
— Megan, preciso de três viaturas e um mandato de precisão contra o senador Luís Pereira — digo ainda encostado na porta chamando sua atenção.
— Pode deixa comigo, dei-me só um minutinho — diz de um jeito engraçado e eu sorrir, ela sempre me faz sorrir.
— Certo, estou aguardando! — digo e saiu seguindo para a minha mesa.
Sua aparência é negra e seus cabelos são cacheados, linda demais, porém casada. Ela que trás alegria para esta delegacia, trabalha comigo e Alex a dois anos. Obviamente eu também nunca tive nenhum relacionamento com ela por que eu também sou casado, o nome dela é Diana, a morena mais linda que eu já pude conhecer.
Somos casados a 3 anos, dentro deste período tentamos ter um filho, mas nunca conseguimos.
Assim que eu chego na minha mesa, sento e pego o dossiê, encontro o número dele e digito no computador o mesmo em um dos nossos aplicativos de rastreamento, para minha sorte o processo foi rápido, o número do Senador foi grampeado neste exato momento. Mando para o e-mail de Alex para que ele consiga acompanhar em tempo real.
— Alex, já pedi o mandato para Megan, logo estarei indo até a casa do senador, quero você atento — digo me aproximando da sua mesa.
— Pode deixar amigo, vamos pegá-lo — diz notando minha preocupação e eu assenti.
Cinco minutos depois, Megan me deu o pedido de prisão temporária e avisou que as três viaturas estão me aguardando no estacionamento da delegacia. Alex desta vez não vai me acompanhar, pois ele precisa ficar de olho na localização do cara, se ele fugir a operação morre.
Fui até minha mesa e peguei na gaveta uma escuta, pus no meu ouvido e me retirei da delegacia indo de encontro com as viaturas.
Caminho neste momento com passos largos até o estacionamento, olho para o relógio em meu pulso, e vejo que já são 16:00 da tarde, ainda temos muito tempo para pegá-lo. Assim que chego, cumprimento todos os meus colegas de trabalho com um aperto de mão e entro em uma das viaturas.
Sigo dirigindo o carro com os dois atrás, coloquei a rota que está constando no dossiê de Luís. Seguimos calmamente pela BR 124, até que de repente, um caminhão surge, ele está em alta velocidade demonstrando que está fugindo, certamente das nossas viaturas.
— 06, tá na escuta? — a voz de um dos agentes surge na escuta.
— Positivo 206 — respondo acelerando o carro.
— Identificação de um caminhão suspeito, abordagem autorizada.
— Copiado, precisamos de um bloqueio.
— Copiado 06, estamos avançando.
Enquanto o condutor do caminhão ainda está cantando pneu, eu e meus agentes estamos atrás, uma perseguição que pelo rumo que está tomando não vai acabar nada bem, principalmente para ele.
Consigo finalmente passa do caminhão, agora minha viatura segue na frente em alta velocidade, mas quando estou pronto para fazer a volta e barrar a passagem dele, o cara consegue jogar o caminhão para o outro lado da pista e como consequência, a minha viatura ficou no meio do caminho quase se chocando com um outro carro que vem na direção oposta.
— Filho da mãe — digo com raiva e consigo voltar a ficar atrás do caminhão suspeito.
Meu sangue já está fervendo, ele só pode estar achando que nós somos palhaços, sem mais um pingo de paciência eu avanço um pouco mais a viatura e fico lado a lado com caminhão, mas de repente o vidro do carro do lado oposto explode fazendo com que os vidros se espalhem em cima de mim, eu rapidamente protejo meu rosto com mão e com a outra continuo dirigindo para não perder o controle.
— Ah seu filho da puta — falo com ódio e olho para o desgraçado que dá um sorrisinho vitorioso me encarando da janela.
— Está tudo bem contigo agente Barone? —Ouço a voz de um dos agentes na escuta novamente.
— Está Frank, onde vocês estão? Cadê o cacete do bloqueio? — digo nervoso desviando a viatura dos carros.
— Estamos na sua frente — Diz Frank dentro a viatura logo a frente.
O caminhão suspeito deu uma freada brusca e para no mesmo instante.
— Isso porra! — digo vitorioso é dou um soco no volante sorrindo.
Desço da minha viatura e logo vejo minha equipe em posição de mira na direção do caminhão, meu colega de trabalho, Frank desce do carro dele com nosso pastor alemão, Eros. Ele é treinado por nós para farejar drogas, também nas funções de busca em acidentes ou sentinela, soltar de helicóptero.
— Desce do caminhão com a mão na cabeça — digo apontando arma na direção do meliante.
— Calma doutor — diz ironicamente descendo com as mãos atrás da cabeça.
Faço sinal para Frank que logo solta Eros da corrente e ele vem para perto de mim, faço carinho nele e fico em posição de comando.
— Eros, vai — dou comando de voz e ele começa a farejar o cara, depois vai até o caminhão.
Ele segui até o caminhão e quando chega até a parte traseira começa a latir. Olho para o pessoal da equipe sigo até lá, o condutor do veículo está já sendo algemado. Ele vai sendo conduzido até a viatura, mas antes que um dos agentes o coloque dentro da mesma, ele me olha e logo vejo seus lábio pronunciar silenciosamente " você vai morrer ."
Fingo que não vi e comecei a fazer a abordagem do veículo, dentro há muitas caixas, abro e logo vejo Eros farejar um e começar a latir, quando abro vejo que tem muitas drogas misturadas com pacotes de mercadorias de alimentos.
— Achamos drogas — digo fazendo sinal de positivo para a equipe que logo vem fazer a apreensão.
(...)
As horas se passaram, eu e a equipe já havia chegado na delegacia com as drogas e com o meliante, Alex e os meus outros agentes ainda estão fazendo a monitoração do senador possivelmente corrupto.
Eles estão me convencendo a ir embora para descansar um pouco, pois eu estou na delegacia a 48 horas trabalhando, nunca reclamei disso pois sou muito focado, principalmente se o caso for complexo.
— Barone, fica tranquilo que estamos em alerta, qualquer monitoração estranha te avisamos, pode ir para casa ficar com sua esposa — diz Frank amigável tocando em meu ombro.
— Beleza, até mais galera, qualquer coisa, só me acionar.
— Fica de boa cara, pode deixar que faremos isso, vai lá amigão — diz Alex gentilmente e eu sorri para ele.
Acenei para todos e me retirei, sigo para fora da delegacia, me aproximo do meu carro no estacionamento e entro, mas logo sinto meu celular vibrar no bolso da calça, olho na tela e vejo o nome " Diana" .
— Oi meu amor, já estou indo para casa...— digo assim que atendo sorrindo.
— Olá Agente Barone — diz uma voz grossa de um homem e meu sorriso morre na mesma hora.
Sinto meu coração acelerar e um nó se formar em minha garganta.
— Quem é você? O que está fazendo com o celular da minha esposa? Onde ela está? — digo já nervoso e com a voz alterada.
— São tantas perguntas, mas eu vou responder apenas uma.
—ONDE ELA ESTÁ? — esbravejo sentindo meu coração querer parar e minhas mãos tremerem.
— Esta aqui, comigo..
— Se você tocar em um fio de cabelo dela...— ele me interrompe..
— Não vai ter nada, e outra, se acionar sua equipe ela vai morrer.
— Por favor..não a machuque...
— Venha para casa que você vai encontra-la — diz e desliga.
— FILHA DA PUTA — grito chorando e acelerando o carro.
Sigo com o carros em 300 km/h , em segundos eu chego na porta da minha casa e logo acionei o botão que tem na chave do carro que é para a abertura da garagem.
Entro cantando pneu e pego minha arma de dentro do carro, entro em posição de mira pela casa e quando entro na sala vejo Diana sentada no sofá amarrada e com um pedaço de fita isolante em sua boca evitando que fale ou grite.
Faço menção em ir até ela, mas dois caras entram no cômodo armados. Merda!
— Ora, ora, olha só quem chegou — diz um dos caras usando uma balaclava para evitar que eu veja seu rosto.
Um aponta a arma para Diana que ainda chora copiosamente enquanto o outro aponta a arma para mim.
— Quem são vocês? O que querem de mim? — levanto minhas mãos devagar e olho para o amor da minha vida engolindo seco.
Meu Deus, preciso fazer alguma coisa.
— Joga a arma para cá — faço o que eles dizem com o ódio me consumindo.
Chuto a arma que agora está no chão para sua direção e o outro a pega.
— Responda minha pergunta — rosno com ódio.
— Simple, sua cabeça..— diz com ironia e o outro rir.
— Se querem minha cabeça, por que caralho não deixam minha esposa ir embora, deixa ela de fora — peço com uma falsa calma.
Ele ia me responder mas de repente meu celular começou a tocar..
— Atende — manda ainda apontando a arma para mim.
Tiro o mesmo do bolso com as mãos trêmulas e olhando cada momento dos bandidos.
— Alô..
— Bernardo, o senador fugiu, seu celular está sendo localizado neste momento dentro de um de hotel em São Paulo.
— Okay CH.
É Alex, ele fica em silêncio por alguns segundos, certamente notando que estou em apuros.
— O que está acontecendo? Por que está falando em código?
Não respondi, apenas desligo e vejo Diana ainda sentada chorando.
— Avisou aos seus agentes?
— Não..eu...
Não consigo formular as palavras, ele atira em minha coxa me fazendo cair de dor, levanto meu olhar e me arrependo, vejo ele cruelmente mirar na cabeça de Diana que ainda chora desesperada.
— NÃO — grito desesperado tentando levantar, mas ouço um disparo.
Choro desesperado vendo meu amor cair no sofá deitada com os olhos abertos.
— DIANA — grito e recebo e chute no rosto.
Mas de repente ouço mais um tiro e tudo se apaga...
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beijos! ❤️
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