|Capítulo 20
Ainda com o carro parado dentro do museu, eu pude ter por um instante toda a visão do que esta acontecendo em nossa volta. As pessoas que estão dentro local, olham para o carro que estamos assustadas, os funcionários estão bem preocupados, porém, eles se mantém no mesmo lugar. Como já é tarde da noite, certamente esses funcionários só são pessoas que estão tomando conta do local, são apenas três, e duas usam farda de segurança.
Contra partida, obviamente que eles não iriam estar diferentes, pois não é todo dia que uma viatura da polícia federal invade esse museu, tarde da noite.
Em sequência, também vi que tudo está completamente destruídos. Mas,
A grande questão no momento não é essa, mas sim, o fato do nosso colega de departamento o Frank, não estar respondendo mais na escuta. Tenho certeza que ele acabou de levar um tiro, por que o mesmo deu um grito de dor e logo em seguida, ficou mudo, já faz um tempo que ele não dá sinal de vida.
— Gente, vocês acham que mataram o Frank? — Alex diz preocupado, agora olhando para o banco de trás, onde eu e Dora estamos sentados.
Imediatamente, olho para ela, com o semblante apreensivo. Por mais que eu estivesse morrendo de ciúmes dele eu não consigo evitar o medo de ter acontecido algo de mal com ele. Afinal o Frank é um colega de trabalho, nós nos conhecemos a mais de dois anos.
— Eu não sei, mas espero que não! — Dora diz também preocupada.
— Era só o que faltava, já não basta aquele miserável do senador ter tido a chance de sumir, agora vamos ter que processar o fato do nosso colega de trabalho estar em um estado grave — eu digo visivelmente frustrado.
Me remexo um pouco no banco, para poder achar uma posição melhor para me manter sentado, pois eu estou com muita dor ainda.
— Megan, você tá na escuta? — Alex diz, sem deixar de nos olhar.
Dora passa as mãos pelo rosto, para poder enxugar o suor que escorre no mesmo. Megan se mantém calada por um tempo, até até ouvimos algumas vozes.
— Pessoal! O..O Frank foi baleado! — Megan diz gaguejando.
Pelo que conheço-a, sei que há algo de errado, pois a Megan nunca teve essa atitude em qualquer outra situação, até mesmo mais grave que essa, o que soou como um alerta. O problema é que pela cara de Dora, com certeza ela já esta com um pé atrás. Eu não sei
se Alex está pensando nisso também, eu só sei que, se ela já tinha alguma desconfiança da Megan antes, agora com certeza ela vai usar esse fato para continuar tendo.
Toda essa implicância de Dora com a Megan, era por sentir ciúmes de mim, agora sei que ela não vai deixar passa esse detalhe. Isadora é muito astuta, ela descobriu o e-mail que Alex havia me enviado referente ao inquérito do participante do meu atentado, e havia me seguido mais cedo, para saber o que eu iria fazer naquele armazém.
Isadora não deixa passar uma ponta solta, isso é um dos seus pontos fortes. Eu preciso usar esse ponto, para saber se a Megan não tem nada haver com essa nova fuga do senador Luís. Ela é uma amiga, mas ela acaba de ser uma suspeita, pois sabemos até então que há um polícia ajudando aquele infeliz.
Na verdade, pensando bem, todos os polícias nesse momento são suspeitos, pois como Alex havia dito, o miserável foi ajudado, as algemas dele não foi arrombadas, e pela análise de Alex, a mesma foi aberta por chaves.
— Eu..eu também fui baleada! — Megan diz nervosa.
— Puta merda! E o senador? — Alex diz bravo, porém tenta manter o seu alto controle.
— Ele fugiu, mas já acionei o pessoal da DP, como Bernardo está? — ela pergunta apreensiva, e Isadora revira os olhos.
Ah Dora, eu sabia que você morre de ciúmes de mim! Se não estivéssemos em uma situação tão complicada, iria agarra-la agora mesmo.
— Estou bem Megan, vá cuidar do seu ferimento e quando estiver melhor, eu quero para ontem buscas e relatórios de cada passo daquele infeliz, descubra o que puder e emita um outro mandato— eu digo tentando me acalmar.
— Okay Bernardo, pode deixar! — ela diz calmamente — ah, melhoras!
— Obrigada, Megan! Melhoras para você também! — digo sinceramente, e Dora me olha de canto de olho.
— Tá, agora chega! Vamos logo para o hospital! — Dora diz sem paciência, e eu sorrir discretamente, vendo que ela está super incomodada com o que falei a Megan.
Alex, por sua vez, como um bom cara divertido, olha para a minha parceira e lança-lhe um sorriso largo, como se ele estivesse gostado da reação dela.
— É impressão minha, ou a Isa está com ciúmes do meu amigão? — diz de forma interrogativa.
Imediatamente, Isadora olha para ele com uma cara engraçada, porém está um pouco brava. Isso a deixa muito sexy!
— O que? Eu com ciúmes dele? Não! — Isadora diz apressadamente, um pouco sem jeito e nervosa.
Mas, ao ouvir suas palavras, eu sinto um certo incomodo. Entretanto, não sei por que senti esse incomodo, será que eu realmente quero que ela sinta ciúmes de mim?
— Não? — digo a olhando, um pouco sério agora.
— Me erra, Bernardo! Eu não sinto nem um pouco de ciúmes de você — ela diz disfarçando.
— Quer saber? Eu também não sinto nem um pouco de ciúmes de você — digo só para provoca-la.
— É óbvio, por que você sente da Megan...
— Eu não...droga! — digo me concertando no banco, mas sinto uma certa dor.
—Dios mio! Como vocês são fofos! — Alex diz rindo, e eu e a fora bufamos emburrados ao mesmo tempo.
— Para de falar besteira Alex, toca esse carro para o hospital — digo sem paciência.
— Tá, mas espera só um pouquinho, vou falar com os seguranças ali com cara de mau! — Alex diz ainda rindo.
Alex sai da viatura, e se aproxima dos seguranças do museu, ele mostra o seu distintivo e os homens fazem uma cara mais aliviada por saberem que nos somos da polícia, pois o carro que estamos é de paisana, é uma viatura disfarçada de carro normal.
Enquanto Alex ainda fala com esses seguranças, eu e Dora nos mantémos sentados no banco de trás da viatura. Ela me olha de lado, por um instante, mas logo pega a caixa de primeiros socorros e começa a limpar as suas mãos com soro fisiológico, através de um pano, e depois joga álcool 70 na mão, tudo para esterelizar as mesmas.
Em sequência, Dora vira para minha direção, ficando um pouco mais na ponta do banco.
— Preciso jogar isso no seu ferimento, se não vai infeccionar — diz sem jeito, e eu a olho fitando-a.
Puxo o ar para os meus pulmões, e me recosto um pouco mais, para poder facilitar o trabalho dela.
— Vai arder, mas sei que é preciso! — digo assentindo, e ela joga uma boa quantidade do álcool 70 em cima da região do meu ferimento.
Quando o líquido caí sobre o mesmo, fazendo contato, sinto uma dor e uma falta de ar do cacete. Então, sinto os meus músculos se enrijecerem.
— AH! CARALHO! — grito de dor, pois isso arde demais.
É como se estivesse jogando fogo no local, mas além disso, começo a sentir uma penicação forte, me causando um forte encomodo. Com isso, começo a me debater, e a me conhecer com uma careta, pois a dor é forte.
— Ei..Bernardo! Calma! — Isadora segura a minha mão, tentando me acalmar — eu sei que arde, e que dói, mas isso vai ajudar a não infeccionar, você vai ficar bem, se acalma!
— Eu sei! Mas..dói!— digo tentando respirar, porém com essa dificuldade, e como se o ar não conseguisse chegar lá.
— Psiu, ei..olha para mim — ela diz com o tem de voz tão doce, que por um momento senti um certo alívio — eu estou aqui com você, puxa o ar devagar e solta gradativamente, consegue fazer isso?
— Humrum! — digo balançando a cabeça ainda com uma careta, e logo começo a fazer o que ela mandou.
Puxo o ar mais uma vez, e solto de forma gradativa, faço isso umas duas vezes.
— Isso, de novo! — Dora me encoraja, e é incrível como já começo a me sentir bem melhor.
Quando finalmente consigo me sentir mais aliviado e mais calmo, olho para ela de relance, e a vejo pega uma gase e um esparadrapo.
— Isso vai ajudar a conter o sangue, até você chegar no hospital — Dora diz com um semblante calmo.
É incrível como ela consegue fazer tudo naturalmente. Na verdade, acho que esse seu jeito natural é o que me chamou atenção. Ela é tão linda, sei que mesmo natural, ela é uma mulher forte e decidida, é geniosa, porém sei muito bem como doma-la.
Porra! Agora acabo de perceber que Dora nasceu para me tirar o juízo, só de vê-la cuidando de mim, sinto uma vontade louca de agarra-la e beija-la, sentindo seu cheiro e seu corpo bem grudado ao meu.
— Dora...— digo a encarando firme.
Percebo que a intensidade dos meus olhos está a afetando, pois noto que as suas bochechas estão ruborizadas, e para piorar a situação, vejo que isso a torna ainda mais linda.
— O que foi? — ela diz ao engolir seco, e desvia seus lindos olhos verdes dos meus para o meu curativo no abdômen. Ela colocou umas gazes com esparadrapo para tapar o local.
— Sei que sou um cara rude com você, mas..obrigada por ter tirado essa bala de dentro de mim. Se não fizesse isso, com certeza eu já estaria morto — eu finalmente agradeço com sinceridade, e a ouço da um sorriso nasal.
Em sequência, Dora me olha com os olhos brilhando, e com um sorriso de lábios fechados.
— Não precisa me agradecer, eu fiz mais do que minha obrigação, você salvou minha vida, aquele tiro era para mim — Dora diz me olhando bem no fundo dos olhos, e eu sinto estranhamente meu coração palpitar um pouco.
— É..imagina! — digo com o coração batendo descompassado, e puxo o ar mais um vez para os meus pulmões.
De repente, uma vontade e um desejo louco de beijar a boca de Isadora me invade. Com isso, eu aproximo o meu rosto do dela, ao que me parece, Dora também quer esse beijo, pois a mesma também se aproxima um pouco mais de mim. Agora, os nossos lábios estão muito próximos, assim que eu roço os meus lábios no dela, ouço a porta do carro ser aberta.
— Opa, voltei! — Alex, diz sentando-se no banco do motorista.
Isadora se afasta rapidamente, e logo começa a se ajeitar no banco. Ela está sem jeito, e olha para janela para ao menos tentar disfarçar essa tensão sexual que paira sobre nós.
— Porra Alex! — resmungo bravo, por ele ser um belo de um empata beijo.
Alex olha para trás com uma cara de quem não entendeu absolutamente nada.
— Que foi gente? — ele diz ainda sem entender, mas logo faz uma cara de sacana — Ah, já entendi, safadinhos! — Alex diz sorrindo.
Droga, Alex adora me irritar, e agora que ele já sabe que Isadora me atrai fortemente, vai ficar zombando da minha cara, com suas piadinhas.
— Quer calar essa boca e ir logo para o hospital? Antes que eu desista! — eu remungo mais uma vez.
— Okay florzinha, vamos lá! — ele diz só para me irritar, e Isadora começa a rir.
Alex põe o carro em movimento, e sai do museu, quando o mesmo já está na rua, indo na direção da pista, eu vejo Dora olhar para nós dois.
— Eu posso por uma música? — Alex diz.
— Ah não Alex, não inventa coisa! — eu remungo e faço uma careta, mas Alex me olha pelo espelho e faz uma careta também, mas logo sorrir.
— Acho incrível, como vocês dois se amam! — ela diz rindo e eu reviro os olhos.
Mas, em sequência eu dou um sorriso, pois Alex consegue me desarmar por completo, com seu jeito engraçado de ser.
— A nossa relação é de amor e ódio Dora, eu já estou acostumado a ser maltratado! — Alex diz brincando.
— Relação é o cacete Alex, você tá me estranhando, porra? — eu digo com uma expressão dura, mas logo dou um sorriso.
Esse cara é abusado, mas é como um irmão para mim, ele quem sempre me apoiou em todos os momentos difíceis da minha vida, sempre esteve ai meu lado nos momentos bons e ruins. Alex sem dúvidas, é um cara do bem, que tem um coração gigante. Por ele ser bem mais velho que eu, as vezes ele me trata como um filho, ou irmão caçula, pois eu tenho 35 anos e ele tem 39, está quase no auge dos seus quarentão, apesar de não parecer, pois eu devo admitir, que ele é um cara bonito.
— Deixa de ser bobo, nossa relação não é mais segredo para ninguém Bernardo! — Alex diz fazendo uma cara dramática, e logo rir.
— Palhaço, você fica ai procurando graça, sendo que o nosso preso tá por ai solto — digo tentando ficar sério agora.
Ele ainda conduz o carro, rumo ao hospital, estamos já na pista, onde não há muitos carros por causa do horário que já é. Olho para o relógio perto do som do carro e vejo que ja são 00:20.
— Oh, merda! Nem me lembre disso! — Alex diz agora um pouco sério, sem desviar sua atenção da pista.
(...)
Assim que nós chegamos no hospital Brasília, Alex estacionou a viatura no estacionamento e logo ele e Isadora me ajudaram a chegar até a porta principal. Isso por que eu não quis que eles chamassem as enfermeiras.
Assim que passamos da porta, alguns enfermeiros vem na nossa direção, e logo me colocam deitado em uma maca, em seguida, ouço Isadora falar para me acompanhar, só que ela não deixa. Não me preocupo muito com a questão de documentos de entrada, pois eu sei que Alex vai cuidar de tudo isso.
Em sequência, eu vejo que entrei em uma sala de triagem, um médico vem me avalia e ver que preciso passar por um exame, e por um procedimento para poder fechar a ferida. Mesmo eu odiando estar novamente no hospital, pois o mesmo me faz ter péssimas e tristes lembranças, eu tenho plena ciência que é necessário estar aqui.
Afinal, eu tomei um tiro!
(...)
Horas depois....
Já deitado na cama de um quarto do hospital, vejo que havia apagado na hora que passei pelo procedimento, após o raio-x. Acho que a medicação foi extremamente forte.
Abro meus olhos, e vejo que Dora já está sentada no sofá, usando o not de Alex, e o mesmo esta ao lado dela, os dois estão conversando alguma coisa, só que não pude escutar direito, pois onde eles estão é em uma outra sala dentro do quarto.
O mesmo é grande, há meu leito, um frigobar, uma televisão na frente da minha cama, e um armário grande ao lado. Em sequência, vejo que há uma porta do lado esquerdo e percebo que pode ser o banheiro.
— Ele acordou! — Alex diz com o seu semblante mais calmo, porém se bem conheço ele, noto que o mesmo não está tão calmo, ele é transparente e não sabe esconder o que sente.
Há algo de errado!
— Bernardo, como se sente? — Dora diz se aproximando, ao lado de Alex.
Eles ficam ao lado do meu leito, um do lado do outro.
— Estou bem melhor! Mas, por que vocês dois estão com essas caras? O que aconteceu? — eu digo um pouco preocupado, e tento me sentar, mas fico um pouco de dificuldade, então me mantenho deitado.
Os dois se entre-olham e cruzam os braços.
— Alex, tem certeza que devemos falar isso? É que, isso pode ser algo vago, pode não ser nada demais — Dora diz receosa e preocupada.
— Do que vocês estão falando? — eu digo ainda confuso, olhando para os dois.
— Bom..é que estávamos agora a pouco no quarto onde o Frank deu entrada — Alex diz, coçando a sua barba.
— Tá, mas e ai? Como ele está? — eu digo preocupado.
— Bom, Frank escapou de uma fria, ele quase morreu, mas está agora sob enfeito de medicamentos, e o médico não nos deixou ficar para evitar que ele acorde. Afinal ele passou por um procedimento no ombro e perto do peito — Alex explica, e senta na beira do meu leito.
— Verdade, mas, uma coisa nos chamou atenção — Dora diz receosa — quando ele ouviu a nossa voz, foi despertando, e mesmo de olhos fechados, ouvimos ele dizer baixinho Megan!
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Oi amores, e ai? O que acharam desse capítulo? Beijos no ❤️✨
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Se quiserem ficar por dentro de tudo sobre os personagens minha rede social é : Clara Romances ❤️✨
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