Capítulo Quinze: Verdade ou Desafio?
NOTAS DA AUTORA
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Quando de fato chegaram à sala comunal da Lufa-Lufa, Sollaria se viu em uma ampla sala circular de teto baixo e paredes amarelas com várias prateleiras de madeira contendo livros, quadros e vasos de plantas.
As mesas e cadeiras estavam afastadas a fim de dar espaço para que os alunos pudessem dançar, transitar ou simplesmente ficar em pé. Uma vitrola havia sido colocada a um canto, e uma música da década passada ecoava por todo o salão.
Cedric a conduziu até uma mesa de doces e bebidas e, no caminho, cumprimentou diversas pessoas.
Alguns rapazes davam uma segunda olhada em Sollaria, o que estava deixando-a constrangida - ela não era muito acostumada com a atenção masculina.
Enquanto Cedric cumprimentava os colegas que vinham ao encontro deles, Sollaria constatou, muito sem graça, que talvez estivesse muito arrumada para a festa.
Nas poucas festas que frequentara na Sonserina, todos se produziam o máximo que conseguiam - fosse para intimidar ou para impressionar.
Na Lufa-Lufa, no entanto, as pessoas pareciam não dar muita importância para aquilo, porque Sollaria notara garotos e garotas usando blusas largas sobre suas calças jeans rasgadas, ou até mesmo calças de moletom.
- Talvez eu esteja arrumada demais, não acha? - O rosto de Sollaria estava tão vermelho quanto um tomate.
Cedric deu um sorrisinho amigável.
- Hum... Talvez. Não achei que fosse se arrumar tanto. - O tom dele era de alguém que pedia desculpas. - Mas você está muito bonita.
Sollaria deixou escapar um suspiro enquanto Cedric servia alguma bebida para ela.
- Nem todos os sonserinos chegaram. Mas observe que gostamos de nos arrumar... Não sei por quê não imaginei que isso fosse um costume nosso.
Cedric abriu a boca para dizer alguma coisa, mas interrompeu-se ao ouvir a música que tocava.
- Ah, eu adoro essa música. - E puxou Sollaria para o meio da pista de dança, obrigando-a a dançar com ele.
Aquilo era divertido - não ter preocupações. Agir como se fosse uma adolescente normal, apenas mais uma aluna de Hogwarts.
Ali com Cedric, no meio da pista de danças, com seu copo cheio do que ela descobriu se tratar de Whisky de Fogo, ela não se sentia como Sollaria Potter, a Garota Perdida, ou Sollaria Potter, a Menina-Que-Ressuscitou.
Ela se sentia como Sollaria Potter, uma garota como todas as outras.
Uma garota cujas únicas preocupações deveriam ser passar nos exames de fim de ano, garantir pontos para a Sonserina e ganhar as partidas de Quadribol.
Alguns copos de Whisky de Fogo e várias músicas depois, Sollaria lembrou-se dos três sonserinos que também planejavam ir à festa... seus amigos.
Ela correu os olhos pela sala e encontrou Pansy Parkinson conversando com Roselyn Greenbriar em um dos sofás. Era a primeira vez que Sollaria via a colega de quarto com uma expressão não abatida no rosto desde que haviam voltado a Hogwarts.
Avistou Blaise conversando com Theo Nott perto da mesa de bebidas - Sollaria observou que ele havia rejeitado o cigarro que uma garota mais velha passava oferecendo ("Graças a Merlin", pensou Sollaria), o que ela achou muito sensato da parte dele.
Diferentemente de Draco, Theo já havia adquirido a consciência de que não precisava fazer nada para agradar ninguém, muito menos os idiotas mais velhos.
Theo encontrou seu olhar naquele momento e fez um aceno com a cabeça, o qual Sollaria respondeu com um leve erguer de seu copo.
Ela voltou a olhar ao redor. Se Theo estava com Blaise, então Draco devia estar por ali em algum lugar.
Estranho. Ela não havia visto o melhor amigo em nenhum momento desde que chegara.
Ora, ele deve estar por aí. Vamos acabar nos encontrando eventualmente, não?
- Vou pegar mais bebidas para nós - gritou ela para o lufano, tentando se fazer ouvida.
Cedric acenou afirmativamente com a cabeça e pôs-se a conversar com um rapaz mais velho enquanto ela se afastava.
- Está aproveitando a festa? - Uma voz sussurrou em seu ouvido, fazendo com que os pelos de sua nuca arrepiassem.
Ao se virar, deu de cara com Draco, que segurava um copo de bebida em uma das mãos e um cigarro na outra.
- Achei que você não tivesse gostado dessa coisa. - Ela cruzou os braços diante do peito, indicando com o olhar o cigarro que ele tinha entre os dedos.
Ele o levou à boca.
- Não é sobre gostar ou não. E é só por uma noite. Por esta noite. Os caras me ofereceram. Eu não poderia negar, poderia?
Sollaria fechou a cara.
Ele estendeu-lhe o cigarro.
- Quer experimentar?
Draco encarou-a.
Ela não mentiria para si mesma; estava curiosa. Queria saber qual era a sensação de se sentir no controle sobre si mesma, a sensação de fazer parte de algo. Gostaria de saber como era segurar aquilo entre os dedos e como era poder se sentir mais experiente por fazer coisas inapropriadas para a sua idade.
No entanto, ela tinha princípios, e não cederia muito à rebeldia adolescente.
Ela balançou a cabeça.
- Acho que não. - Sua voz saiu seca.
Draco bufou e revirou os olhos enquanto largava o cigarro sobre a mesa ao perceber o olhar dela.
- Tudo bem, tudo bem. - Ele ergueu as mãos em sinal de rendição. - Não vou mais fazer isso. Para falar a verdade, eu só queria saber qual era a sensação. - Bem, ela não poderia culpá-lo por isso. Ela também era uma pessoa curiosa. Ele se apoiou na mesa. - Que se foda o que eles pensam de mim. Eu não estou nem aí. Nunca mais colocarei essa porcaria entre os meus lábios. Eu não sigo ordens de ninguém.
Sollaria ergueu uma das sobrancelhas, brincando com o líquido em seu copo.
- Tudo bem, eu sigo as suas.
- Bom garoto - ronronou ela, dando um gole em sua bebida logo em seguida.
Draco olhava para ela com uma expressão um pouco abobada, mas Sollaria não percebera por estar procurando Cedric no meio da multidão de alunos que agora invadia a pista.
- Eu deveria ir atrás de Cedric, eu fiquei de levar uma bebida para ele.
Ela passou por um grupo de alunos que jogavam bolinhas dentro de copos de plástico e por alguns casais que se beijavam, parecendo não estar muito conscientes do que acontecia ao redor.
Havia algumas pessoas gritando para um garoto virar um copo de Whisky de Fogo de uma vez, o que Sollaria acreditava não ser uma boa ideia.
- Ah, aí está você. Estava te procurando - comentou Sollaria quando finalmente encontrou Cedric, que conversava com alguns amigos sextanistas (os quais logo trataram de fingir que não os ouviam conversar).
Ela lhe entregou o copo de Whisky de Fogo e ficou parada ao lado dele, esperando que ele decidisse o que fariam em seguida.
Um garoto (que se apresentou como Mason Rivers) passou por eles e pediu permissão para tirar uma foto. Cedric passou o braço ao redor da cintura de Sollaria e ela pôs a mão no peito dele, ambos deram um sorriso para a câmera e depois que o flash estourou, separaram-se para ver a revelação da fotografia.
Rivers deu aos dois uma cópia da foto e saiu com a original em mãos, dizendo que penduraria no mural da Sala Comunal junto com as outras que havia tirado àquela noite.
Cedric esfregou as mãos animadamente e perguntou:
- O que acha de uma partida de Verdade ou Desafio?
Sollaria olhou ao redor, para os vários alunos que bebiam, fumavam, dançavam, riam ou apenas conversavam, e então fitou os próprios pés, um pouco indecisa.
Quem participaria daquela brincadeira? O que será que poderiam obrigá-la a dizer ou fazer? Será que haveria algum risco? E se caçoassem dela ou a chamassem de careta na frente de todos se negasse?
Os amigos de Diggory pareciam ter desistido de fingir não ouvi-los, porque a olhavam com expectativa, esperando por uma resposta.
Não sabia se era uma boa ideia, mas não queria ser estraga-prazeres, não perto de Cedric e dos amigos dele.
Ah, droga. Ela estava fazendo exatamente o completo oposto do que sempre dizia a Draco sobre não ligar para o que os outros pensavam (mais tarde, ela decidiria por a culpa na bebida pela decisão idiota que tomou). Antes que pudesse responder "não, obrigada", viu-se dizendo:
- Tudo bem.
Um rapaz cujo nome ela não fazia ideia deu um high five nela e Cedric a puxou para um canto, onde alguns garotos e garotas que ela não conhecia se agrupavam ao redor de uma garrafa.
Ela se virou para seu único amigo entre aquelas pessoas desconhecidas e murmurou:
- O que acontece se eu não aceitar responder ou fazer o desafio?
Ele deu de ombros.
- Simples... Se você não responde a pergunta, é obrigada a cumprir um desafio. Se escolher um desafio e não cumprir, significa que você amarelou e vai ser obrigada a responder alguma pergunta muito íntima na frente de todos. Não tem muito para onde correr.
O jogo começou depois que as regras foram explicadas.
A garrafa foi girada.
O jogo havia começado.
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