Capítulo Doze: O Torneio Tribruxo
NOTAS DA AUTORA
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Uma chuva forte caía lá fora quando desembarcaram na estação de Hogsmeade. Por sorte, umas cem carruagens sem cavalos já esperavam por eles à saída da estação.
- Ainda bem que não somos primeiranistas - murmurou Harry.
Os primeiranistas tradicionalmente atravessavam o Lago Negro em barquinhos até chegarem ao castelo.
- É, ainda bem - concordaram os outros três enquanto subiam em uma das carruagens.
A Seleção dos novos alunos demorou um pouco devido ao mau tempo, mas, enquanto isso, Sollaria e os outros sonserinos ao redor aguardavam, alguns em silêncio, outros, conversando sem parar.
Pansy Parkinson, que estava sentada em frente à Sollaria, tinha a cabeça apoiada nas mãos e o olhar baixo.
Sollaria tocou a perna de Draco, confirmando o que ele dissera no trem. Pansy realmente não parecia muito bem.
Daphne, a melhor amiga de Pansy, estava sentada ao lado da garota, embora não desse muita atenção a ela. Estava ocupada conversando com Astória, a irmã mais nova.
Alguns minutos se passaram; nem Draco nem Sollaria disseram nada - ambos estavam famintos demais para tentarem falar sobre qualquer coisa.
- Ah, anda logo - murmurou o loiro, inclinando-se dramaticamente sobre Sollaria. - Acho que eu seria capaz de comer um hipogrifo.
As palavras mal tinham saído de sua boca e as portas do Salão Principal se abriram e fez-se silêncio. A professora Minerva McGonagall encabeçava uma longa fila de alunos do primeiro ano até o centro do salão.
- Pobrezinhos - comentou Sollaria.
Todos estavam tremendo de frio e encharcados devido ao temporal; parecia até mesmo que haviam feito a travessia a nado!
A professora McGonagall agora colocava um banquinho de três pernas diante dos novos alunos e, em cima, um chapéu de bruxo, extremamente velho, sujo e remendado que Sollaria reconheceu como o Chapéu Selete.
Por um instante, fez-se silêncio. Em seguida um rasgo junto à aba se escancarou como uma boca, e o chapéu começou a cantar:
Há mil anos ou pouco mais,
Eu era recém-feito,
Viviam quatro bruxos de fama,
Cujos nomes todos ainda conhecem:
O valente Gryffindor das charnecas,
A bela Ravenclaw das ravinas,
A gentil Hufflepuff das planícies,
O astuto Slytherin dos brejais.
Compartiam um desejo, um sonho,
Uma esperança, um plano ousado
De, juntos, educar jovens bruxos,
Assim começou a Escola de Hogwarts.
Cada um desses quatro fundadores
Formou sua própria casa, pois cada um
Valorizava virtude diferente
Nos jovens que pretendiam formar.
Para Gryffindor os valentes eram
Prezados acima de todo o resto;
Para Ravenclaw os mais inteligentes
Seriam sempre os superiores;
Para Hufflepuff, os aplicados eram
Os merecedores de admissão;
E Slytherin, mais sedento de poder,
Amava aqueles de grande ambição.
Enquanto vivos eles separaram
Do conjunto os seus favoritos
Mas como selecionar os melhores,
Quando um dia tivessem partido?
Foi Gryffindor que encontrou a solução
Tirando-me da própria cabeça
Depois me dotaram de cérebro
Para que por eles eu pudesse escolher!
Coloque-me entre suas orelhas,
Até hoje ainda não me enganei.
Darei uma olhada em sua cabeça
E direi qual a casa do seu coração!
Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal quando o Chapéu Seletor terminou.
- Não foi essa a música que ele cantou quando fui selecionada. - Sollaria ouviu Astória dizer para Daphne.
Ginny, que estava do outro lado da amiga, concordou.
- Cada ano ele canta uma diferente - explicou Daphne pacientemente.
- Deve ser uma vida bem chata, não é, a de um chapéu? Vai ver ele passa o ano compondo a nova canção - fantasiou Astória.
A professora McGonagall agora desenrolava um grande pergaminho, ainda mais longo do que o que ela havia desenrolado na época da Seleção de Sollaria.
- Quando eu chamar seu nome, ponha o Chapéu e se sente no banquinho - explicou ela aos alunos do primeiro ano. - Quando o chapéu anunciar sua casa, vá se sentar à mesa correspondente. - Ela viu o olhar aterrorizado nos rostos de algumas crianças e disse: - Não se preocupem, vocês saberão qual é. Eles vão aplaudir.
- Ackerley, Stuart!
Um menino se adiantou, tremendo visivelmente da cabeça aos pés, apanhou o chapéu, colocou-o e se sentou no banquinho.
- Corvinal! - anunciou o chapéu quase imediatamente.
Stuart Ackerley tirou o chapéu e correu para uma cadeira à mesa de Corvinal, na qual todos o aplaudiam.
- Baddock, Malcolm!
- Sonserina!
Sollaria aplaudiu animada o novo integrante da Casa, mas seu sorriso sumiu ao ver Fred e George vaiando o garotinho quando ele se sentou à mesa da Sonserina.
- Idiotas - disse Daphne, revirando os olhos.
- Tenho que concordar - sussurrou Sollaria no ouvido de Draco, que deu uma risada.
Ela não percebeu o olhar surpreso de Daphne, que ouviu o comentário da colega de quarto.
- Baudelaire, Eleanor.
Algum tempo depois, o Chapéu bradou:
- Lufa-Lufa!
- Cauldwell, Owen.
- Lufa-Lufa!
A Seleção prosseguiu lentamente em virtude da quantidade de alunos e dos empata-Chapéu que surgiam vez ou outra.
Desde Malcolm Baddock, apenas três outros alunos foram selecionados para a Sonserina, e eles já estavam na letra "F".
"Fawcett, Anastásia" foi a primeira desde então a ser selecionada para a Casa, embora "Fane, Erik" logo tivesse se juntado a ela.
- Affe, anda logo - gemeu Ginny, deitando dramaticamente a cabeça sobre a mesa.
- Ora, senhorita Weasley - disse uma voz atrás dela. A garota ergueu a cabeça imediatamente ao reconhecer aquela voz como pertencente ao Barão Sangrento, o fantasma da Sonserina -, a Seleção é muito mais importante do que a comida.
Ao fundo, "Hall, Gwendolyn" juntava-se à mesa da Grifinória.
- Claro que é, se a pessoa já está morta - retrucou Pansy, levantando a cabeça apenas naquele momento.
O estômago da garota deu um alto ronco e ela gemeu, impaciente.
- Espero que os selecionados para a Sonserina este ano estejam à altura do Time - disse o fantasma, aplaudindo, quando "Lowen, Jill" reuniu-se à mesa deles.
Os próximos selecionados para a Sonserina foram "Misery, Eustace", "Orwell, Nina", "Pevensie, Georgina", "Grant Pritchard", "Pullman, Caroline", "Riverdale, James" e "van Aard, Meredith", mas talvez Sollaria tivesse deixado de prestar atenção em algum momento, pois, quando foi ver, "Winston, Katherine" estava se juntando a eles à mesa da Sonserina.
O último aluno a ser selecionado foi "Wynwood, Jeremy" (Corvinal), e então finalmente encerrou-se a Seleção. Depois que o garoto se sentou à mesa da Corvinal, a professora McGonagall recolheu o Chapéu e o banquinho e se retirou.
O professor Dumbledore se levantava agora, sorrindo para os estudantes de braços abertos - um gesto de boas-vindas.
- Só tenho duas palavras para lhes dizer - começou ele, sua voz grave ecoando pelo salão. - Bom apetite!
Travessas de comidas surgiam diante dos olhos dos alunos, que exclamavam de alegria.
- Graças a Deus, eu estava morrendo de fome - comentou Draco com Sollaria enquanto cortava um pedaço de frango e enfiava com tudo na boca, esquecendo-se momentaneamente de quem era e do que estava fazendo.
A chuva ainda batucava com força nas janelas altas e escuras. Mais uma trovoada sacudiu as vidraças e o céu tempestuoso relampejou, iluminando os pratos de ouro quando os restos do primeiro prato desapareceram e foram substituídos instantaneamente por sobremesas.
- Torta de caramelo, Pansy! - exclamou Daphne para a amiga, mas a garota não parecia muito a fim de comer. - Pudim de groselhas, olha! Bolo de chocolate recheado!
Quando a maior parte dos alunos já haviam parado de comer, Albus Dumbledore tornou a se levantar. O burburinho das conversas que enchiam o salão cessou quase imediatamente, de modo que somente se ouviam o uivo do vento e o batuque da chuva.
- Então! - exclamou Dumbledore, sorrindo para todos. - Agora que já comemos, preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos.
"O senhor Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôsberrantes, Frisbees-dentados e Bumerangues-de- repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do senhor Filch, se alguém quiser lê-la."
Os cantos da boca de Dumbledore tremeram ligeiramente.
Ele continuou:
- Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.
"Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as Casas."
- Quê? - exclamou Ginny, colocando imediatamente a mão sobre o ombro da melhor amiga.
Ela olhou para Sollaria para ver se a irmã compartilhava de seu choque, mas a mais velha não dissera nada - imaginava que isso aconteceria já que sediariam o Torneio Tribruxo.
Dumbledore continuou:
- Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...
Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.
Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores.
Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore. Mais um relâmpago cruzou o teto.
Daphne prendeu a respiração.
O relâmpago revelou nitidamente as feições do homem e seu rosto era diferente de qualquer outro que Sollaria já vira. Parecia ter sido talhado em madeira exposta ao tempo, por alguém que tinha uma vaguíssima ideia do aspecto que um rosto humano deveria ter, e não fora muito habilidoso com o formão. Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. A boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. Mas eram os seus olhos que o tornavam assustador.
Um deles era miúdo, escuro e penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e azul- elétrico vivo. O olho azul se movia continuamente, sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal - depois virava de trás para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea.
Sollaria reconheceu aquele como sendo Olho-Tonto Moody, o famoso auror de quem seu pai tanto falava. Ela jamais havia visto seu rosto, mas só de ouvir as descrições dadas pelo pai, Bill e Percy, sabia que aquele com certeza era ele.
Quem mais teria um olho daqueles?
Moody chegou-se a Dumbledore. Estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou, murmurando palavras que ela não pôde ouvir. Parecia estar fazendo perguntas a Moody, que abanava negativamente a cabeça, sem sorrir, e respondia em voz baixa.
Dumbledore assentiu com a cabeça e indicou ao homem o lugar vazio à sua direita.
Moody se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o. Tirou então uma faquinha do bolso, espetou a salsicha e começou a comer. Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.
- Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas - disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. - Professor Moody.
Era normal os novos membros do corpo docente serem recebidos com aplausos, mas nem os colegas nem os estudantes bateram palmas, exceto Dumbledore e Hagrid. Os dois juntaram as mãos e bateram palmas, mas o som ecoou tristemente no silêncio e eles bem depressa pararam.
Todos pareciam demasiado hipnotizados pela aparência grotesca de Moody para ter qualquer reação exceto encarar o homem.
- Moody? - murmurou Ginny para Sollaria, inclinando-se sobre a mesa. - Olho-Tonto Moody? O que papai foi ajudar hoje de manhã?
- Ele mesmo - respondeu Sollaria.
- O que aconteceu com ele? - questionou Astória. - Que aconteceu com a cara dele?
- Não sei - replicou a irmã mais velha em resposta.
- Provavelmente o estrago na cara dele foi causado por algum bruxo das Trevas - murmurou Ginny, sem perceber o que havia feito.
Ela estava rodeada por filhos de (supostos) ex-Comensais, então um silêncio embaraçoso seguiu-se à fala dela.
Moody parecia totalmente indiferente à recepção quase fria que tivera. Ignorando a jarra de suco de abóbora à sua frente, o homem tornou a enfiar a mão no interior da capa, puxou um frasco de bolso e bebeu um longo gole.
Dumbledore pigarreou outra vez.
- Como eu ia dizendo - recomeçou ele, sorrindo para o mar de alunos à sua frente, todos ainda mirando Olho-Tonto Moody, paralisados -, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.
- O senhor está BRINCANDO! - exclamou em voz alta Fred Weasley.
A tensão que invadira o salão desde a chegada de Moody repentinamente se desfez.
Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.
- Não estou brincando, senhor Weasley - disse ele -, embora, agora que o senhor mencionou, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaun que entram num bar...
A professora McGonagall pigarreou alto.
- Hum... mas talvez não seja hora... não... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Torneio Tribruxo... bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente.
"O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria - Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades - até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido."
- Uau, que fato estimulante! - comentou Astória.
- Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio - continuou Dumbledore -, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal.
"Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões."
Em cada mesa, havia pessoas olhando encantadas para Dumbledore ou então cochichando ardentemente com os vizinhos. Mas, então, o diretor recomeçou a falar, e o salão se aquietou.
- Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts - disse ele -, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto - Dumbledore elevou ligeiramente a voz, pois várias pessoas haviam protestado indignadas ao ouvir suas palavras - é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.
"As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!"
Dumbledore tornou a se sentar e virou-se para falar com Olho-Tonto Moody. Ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando quando os alunos se levantaram para sair como um enxame em direção às portas de entrada do Salão Principal.
Sollaria colocou a mão no braço do amigo enquanto desciam as escadas para as masmorras e disse:
- Sabe, uma coisa que eu não faria era participar desse Torneio. Talvez seja legal de assistir, mas eu não arriscaria a vida em um negócio desses, nem por toda a glória no mundo.
- E pelo dinheiro? - indagou Draco, dando um bocejo.
Ela nem precisou pensar ao responder.
- Nem por todo o dinheiro no mundo. Mas, mesmo assim, eu não preciso me preocupar com isso, não é?
Draco não conseguiu esconder a expressão confusa enquanto olhava para Sollaria como se ela tivesse duas cabeças saindo do pescoço.
Ela revirou os olhos e empurrou-o de leve para o lado.
- Achei que aquela sua proposta ainda estava de pé. E você é bem rico.
Draco fingiu ficar ofendido.
- Ah, então você é uma interesseira, Potter?
Os dois ficaram em silêncio por um momento antes de darem boas risadas.
Sollaria estava brincando, é claro. Jamais se casaria com alguém por conta de condições financeiras - até porque ela não dava a mínima para aquilo, e ela própria era rica.
Enquanto Draco dizia a senha diante da parede de pedra ("Tradição"), Sollaria olhou para o amigo pelo canto do olho, pensando que talvez casar-se com ele não fosse uma ideia tão ruim - embora não fosse admitir aquilo para ele nem com uma varinha no pescoço.
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