Capítulo Vinte e Três: Sirius Black
NOTAS DA AUTORA
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O rosto do professor empalideceu, compreendendo o que Sollaria queria dizer.
A garota ergueu a própria varinha para o peito dele, a mão tremendo.
- Me desculpe, professor, mas o senhor vai me agradecer depois. - Ele fechou os olhos, esperando pelo feitiço. - Stupore!
Todos observaram em silêncio quando Remus Lupin foi atirado para o outro lado do quarto, batendo contra a parede e caindo ao lado de Snape.
Sollaria conjurou correntes ao redor dos pulsos e pernas do professor, esperando que aquilo servisse de alguma coisa caso algo pior acontecesse.
- Vou levá-lo. Não é seguro mantê-lo aqui com o professor Snape. - Sollaria olhou para Sirius. - Black... Sirius... Por favor...
Sirius conjurou uma padiola e ajudou-a a colocar o professor ali.
Ela foi até Rony e passou a mão carinhosamente pelo braço do irmão.
- Acho que deveríamos levá-lo em uma padiola também, não acha?
Ele fechou a cara.
- Eu não estou doente. Estou bem.
Ela ergueu uma das sobrancelhas.
- Eu sei que está. Mas está ferido, e precisamos voltar imediatamente para o castelo se quisermos libertar Sirius.
Rony abriu a boca para contestar, mas, sob o olhar determinado de Sollaria, ele a fechou e apenas a obedeceu.
Com um último olhar na direção do professor Snape, Sollaria desceu as escadas com os outros, não sem antes recolher o Mapa do Maroto e a Capa da Invisibilidade de seu pai.
Assim, Sirius foi levando Peter Pettigrew, amordaçado e enfeitiçado em um leito flutuante; Sollaria levava o padrinho, e Hermione e Harry, Rony. Bichento vinha atrás, seu rabo de escovinha balançando de um lado para o outro.
Quando passaram pelo túnel e chegaram aos terrenos de Hogwarts novamente, Bichento imobilizou o Salgueiro Lutador apertando um nó na raiz e então todos se afastaram dali o mais rápido possível.
Quando estavam perto dos jardins, Sollaria virou-se para Hermione e disse:
- Certo, acho que você deveria levar Rony para a Ala Hospitalar. Depois, vá atrás de Dumbledore!
Hermione saiu com Rony flutuando atrás dela na padiola, e então ela se dirigiu a Sirius.
- Transforme-se em um cão e siga Hermione. Sejam discretos, ok?
- Mas e Pettigrew? - interveio Harry, olhando com raiva para o homem desacordado.
Sollaria lançou um sorrisinho irônico na direção do irmão.
- Você vai levá-lo à Ala Hospitalar, muito, muito discretamente.
- O quê? - exclamou Sirius.
- Shiu, Sirius. Transforme-se em um cão e vá logo. Se chegarmos todos juntos de uma vez, vamos atrair muita atenção.
Assim que ele se transformou em um cão, Sollaria reparou que era o mesmíssimo cachorro negro de grande porte presente em suas lembranças de quando era bebê.
Sollaria deixou escapar uma risadinha.
Durante todo aquele tempo, não era um cão de estimação... Era Sirius Black!
- Do que você está rindo? - questionou Harry.
Ela se virou para o irmão novamente, voltando à realidade.
- Ah, sim. Harry, não o deixe sozinho em momento algum. Se por acaso ele acordar, estupore-o de novo.
Ela se virou para o padrinho, que estava desacordado na própria padiola flutuante.
- Você vai nos encontrar, não é? - indagou o irmão.
- Vou, é claro que vou - murmurou Sollaria. - Eu preciso ir logo. Vou pegar um atalho. Nos vemos daqui a pouco.
Harry acompanhou o traidor desacordado não muito alegre com a função a qual foi designado, e constantemente dava leves empurrões na padiola para que ela flutuasse mais rápido.
Quando finalmente chegou à Ala Hospitalar, Rony já estava deitado (desacordado) em um leito e Madame Pomfrey enfaixava a perna dele. Dumbledore e o Ministro da Magia encontravam-se parados diante da cama do garoto, aguardando algo.
Sirius ainda estava na forma de um cachorro, deitado aos pés de Hermione, que estava sentada perto da janela.
- Pelas barbas de Merlin, o que está acontecendo? - indagou o ministro, em choque, quando Sollaria e Harry apareceram acompanhados do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas e um homem que deveria estar morto desacordados em padiolas flutuantes.
Sollaria ignorou a pergunta do ministro a princípio.
- Professor, o professor Lupin não tomou a Poção dele esta noite - disse a garota, olhando significativamente para o diretor, que entendeu e virou-se para a enfermeira.
- Madame Pomfrey, se puder... - pediu o bruxo, acenando lentamente a cabeça na direção de Lupin.
Eficiente, a enfermeira conduziu a padiola do professor para fora da enfermaria o mais rápido que pôde.
- O que está acontecendo? - repetiu o ministro.
Sollaria encarou Hermione e Harry, como se pudessem decidir algo apenas com o olhar.
Com um suspiro, Sollaria deu um passo adiante e disse, apontando para o corpo inerte de Pettigrew:
- Este, ministro, é Peter Pettigrew.
O ministro franziu o cenho, deixando uma risada incrédula escapar.
- Impossível. Pettigrew está...
- Morto, eu sei. Eu também achava, até ter várias provas que dizem o contrário. A última prova que eu tive está bem a sua frente, ministro. Peter Pettigrew, em carne e osso. Ele é um animago, também chamado de Wormtail, ou Perebas, nosso rato de estimação. Não sabíamos que estávamos abrigando um Comensal da Morte disfarçado dentro de casa, até que eu tive conhecimento dos fatos durante este ano letivo, e a prova final, hoje.
Tanto ele quanto Dumbledore se aproximaram do leito de Pettigrew. Sollaria observou que o diretor não dissera uma única palavra, mantendo-se impassível.
- Impossível! - sussurrou Fudge. - Tudo o que encontraram dele foi...
- Um dedo, mas olha só a mão dele - completou ela, erguendo o braço direito flácido de Peter para que o ministro visse que faltava um dedo. - Ele forjou a própria morte, mas não sem antes explodir uma rua inteira. Transformou-se em rato e vem vivendo assim pelos últimos doze anos.
- Eu não...
- Quer uma prova maior? - interrompeu ela. Puxou a manga esquerda dele e deixou exposta a feia Marca Negra, que fez com que Fudge recuasse.
E então vocês mandaram prender um homem inocente, sem julgamento nenhum e sem provas de que ele havia feito aquilo, foi o que Sollaria quis acrescentar, mas, ao invés disso, disse:
- Sirius Black apenas estava no lugar errado, na hora errada. Aquele ataque aos trouxas... Não foi culpa dele. Peter Pettigrew deveria ingerir Veritasserum e admitir seus feitos mais uma vez diante do senhor, Ministro.
Dumbledore ofereceu uma cadeira para o ministro, que se sentou imediatamente.
- É muita coisa para a minha cabeça... - murmurou o ministro, parecendo estar falando mais para si do que para os outros. - Depois de todos esses anos, um homem inocente preso em uma cela de segurança máxima em Azkaban? Todas as notícias nos jornais... o que vou fazer?
Sollaria aproximou-se devagar do homem e sorriu, os olhos brilhando de malícia.
- Você terá de desmenti-los, ministro, afinal, são apenas boatos. Deverão pagar uma multa absurda para Sirius Black por toda a calúnia feita a sua pessoa, restituir seus direitos, sua varinha, dar a ele liberdade, autorização para o uso de todos os seus cofres de Gringotes, e deverão anunciar em rede nacional sobre o pequeno engano que cometeram ao jogar um inocente na cadeia por doze anos sem julgamento.
- Sim, e deveriam também retirar de Pettigrew sua Ordem de Merlin, Primeira Classe, jogar ele em Azkaban, na cela mais isolada e guardada que tiver com proteção contra transformação, e contar ao mundo todo a verdade - continuou Harry, sem conseguir se conter. Sollaria lançou-lhe um olhar repreendedor, de quem não gosta de ser interrompido.
O ministro engoliu em seco.
- M-Mas Sirius Black está foragido!
Sollaria deu uma risadinha.
- O senhor se enganou de novo, ministro! Sirius Black está nesta sala agora mesmo. Sirius, pode aparecer.
O cachorrão negro transformou-se em homem.
Cornelius Fudge soltou um berro.
- Não há necessidade disso, ministro. Sirius é inocente, como todas as provas apontam. - Ela indicou Peter Pettigrew dramaticamente. - E, por isso, senhor, acho que é melhor se apressar para resolver esse problemão.
Sirius passou o braço pelo ombro de Sollaria, parecendo despreocupado.
- É, e eu exijo também um check-up no St. Mungus por todo o absurdo que eu passei em Azkaban e um pedido de perdão seu na frente de toda a imprensa - disse Sirius. Sollaria deu a ele um olhar repreendedor. - Que é? Eu estou no direito de fazer exigências. Pode chamar a Skeeter, se quiser. Ela adoraria uma bomba dessas.
Dumbledore deu um passo à frente, as mãos atrás das costas.
- Eu sugiro, Cornelius, que levemos Sirius e Pettigrew para a minha sala. Lá, podemos submeter o verdadeiro criminoso à Poção da Verdade, assim como Sirius Black, apenas por protocolo. Depois, precisamos resolver algumas questões... burocráticas. Assim que acabarmos, podemos convidar dois dementadores para que levem Pettigrew embora e você, Sirius, poderá ir imediatamente ao Hospital St. Mungus, eu mesmo o acompanharei.
Ainda muito atordoado, o ministro se levantou de sua cadeira e acompanhou Dumbledore porta afora, a padiola de Pettigrew seguindo-os, assim como Sirius em sua forma animaga.
Sollaria jogou-se na cadeira em que o ministro estava sentado pouco tempo antes e deixou algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto.
- Inacreditável, não acham? - sussurrou ela, sentindo-se muito perdida de repente, ainda que contente por tudo ter dado certo até ali. - Eu só espero que tudo dê certo para Sirius. Ele merece depois de toda a injustiça que sofreu.
Harry, que estava muito quieto ao lado de Hermione, apenas declarou:
- A justiça será feita, Sollaria... Pettigrew vai pagar por tudo que fez.
Rony, ainda meio pálido em virtude da dor, apenas balbuciou:
- E aquele monstro era o meu rato!
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Meia hora depois, Madame Pomfrey voltou à enfermaria e deu mais uma olhada em Rony, que ainda estava desacordado por conta da intensa dor. Em seguida, fez um rápido exame em Harry, Hermione e Sollaria, mas eles estavam fisicamente bem.
Os três foram liberados para voltarem para suas respectivas salas comunais. Sollaria estava exausta, fisica e mentalmente. Precisava de um banho e de descanso, mas estava nervosa demais com o veredicto sobre Sirius para ser capaz de dormir.
A sala comunal estava cheia de alunos que conversavam em altas vozes, ouvindo a música que tocava na Rádio Radiofônica Bruxa, afinal, apesar de ainda ser dia de semana, os exames haviam chegado ao fim. Estavam livres das aulas e dos professores.
Sollaria conseguiu passar despercebida pelos colegas de Casa e seguiu direto para seu dormitório. Depois de tomar um banho e colocar um pijama, procurou nas gavetas mais daquelas balinhas que Draco lhe dera na véspera da partida contra a Grifinória.
Enfiando duas de uma vez na boca, Sollaria adormeceu quase que de imediato, seus últimos pensamentos sendo a respeito de Sirius Black e seu padrinho, que provavelmente estava passando por maus bocados naquela noite de lua cheia.
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