Capítulo Vinte e Dois: Peter Pettigrew


NOTAS DA AUTORA

↯ Por favor, não se esqueça de deixar seu voto e seu comentário! 🌺

↯ Eu gostaria de adiantar que este capítulo terá cenas retiradas dos livros, especialmente porque são muito importantes para o plot. Por isso, peço perdão, já que sempre tento não fazer algo "copia e cola". Saliento que é importante ler mesmo assim, porque eu fiz várias alterações. Boa leitura!

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Lampejos branco-azulados irromperam das duas varinhas; por um instante, Perebas parou no ar, o corpinho cinzento revirando-se alucinadamente - Rony berrou - o rato caiu e bateu no chão. Seguiu-se novo lampejo ofuscante e então...

Foi como se tivessem usado um vira-tempo e estivessem assistindo a todas as ações feitas, mas em ordem contrária. Surgiu uma cabeça no chão; brotaram membros; um momento depois havia um homem onde antes estivera Perebas, apertando e torcendo as mãos. Bichento bufava e rosnava na cama; os pelos das costas eriçados.

Era um homem muito baixo, quase do tamanho de Sollaria e Hermione. Seus cabelos finos e descoloridos estavam mal cuidados e o topo da cabeça era careca. Tinha o aspecto flácido de um homem gorducho que perdera muito peso em pouco tempo. A pele estava enrugada, quase como a pelagem do Perebas, e havia um ar ratinheiro em volta do seu nariz fino e dos olhos muito miúdos e lacrimosos. Ele olhou para os presentes, um a um, respirando raso e depressa. Sollaria viu seus olhos correrem para a porta e voltarem.

Ao ver aquele homem parado diante de si, a verdade atingiu Sollaria como uma pancada.

Tudo o que ela acreditava ser verdade não passava de uma grande mentira. Até mesmo a tragédia que matara seus pais...

Ela olhou para Harry, tentando ver a reação dele, mas ele apenas observava Peter Pettigrew com um misto de nojo, espanto e ódio.

- Ora, ora, olá, Peter - saudou-o Lupin educadamente, como se fosse frequente ratos virarem velhos colegas de escola à sua volta. - Há quanto tempo!

- S... Sirius R... Remus. - Até a voz de Pettigrew lembrava um guincho. Novamente seus olhos correram para a porta. - Meus amigos... meus velhos amigos...

A varinha de Black se ergueu, mas Lupin agarrou-o pelo pulso, lançandolhe um olhar de censura, depois tornou a se virar para Pettigrew, com a voz leve e displicente.

- Estávamos tendo uma conversinha, Peter, sobre os acontecimentos da noite em que Lily e James morreram. Você talvez tenha perdido os detalhes enquanto guinchava na cama...

- Remus - ofegou Pettigrew -, você não acredita nele, acredita...? Ele tentou me matar, Remus...

- Foi o que ouvimos dizer - respondeu Lupin, mais friamente. - Eu gostaria de esclarecer algumas coisas com você, Peter, se você quiser ter...

- Ele veio tentar me matar outra vez! - guinchou Pettigrew de repente, apontando para Black, usando o dedo médio ao invés do indicador. - Ele matou Lily e James e agora vai me matar também... Você tem que me ajudar, Remus...

O rosto de Black parecia mais caveiroso que nunca ao fixar os olhos fundos em Pettigrew.

- Ninguém vai tentar matá-lo até resolvermos umas coisas - disse Lupin.

- Resolvermos umas coisas? - guinchou Pettigrew, mais uma vez olhando desesperado para os lados, registrando as janelas pregadas e, mais uma vez, a única porta. - Eu sabia que ele viria atrás de mim! Sabia que ele voltaria para me pegar! Estou esperando isso há doze anos!

- Você sabia que Sirius ia fugir de Azkaban? - perguntou Lupin, com a testa franzida. - Sabendo que ninguém jamais fez isso antes?

- Ele tem poderes das Trevas com os quais a gente só consegue sonhar! - gritou Pettigrew com voz aguda. - De que outro jeito fugiria de lá? Suponho que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tenha lhe ensinado alguns truques!

Black começou a rir, uma risada horrível, sem alegria, que encheu o quarto todo.

- Voldemort me ensinou alguns truques?

Pettigrew se encolheu como se Black tivesse brandido um chicote contra ele.

- Que foi, se apavorou de ouvir o nome do seu velho mestre? - perguntou Black.

- Não o culpo, Peter. O pessoal dele não anda muito satisfeito com você, não é mesmo?

- Não sei o que você quer dizer com isso, Sirius... - murmurou Pettigrew, respirando mais rapidamente que nunca. Todo o seu rosto brilhava de suor agora.

- Você não andou se escondendo de mim esses doze anos. Andou se escondendo dos seguidores de Voldemort. Eu soube de umas coisas em Azkaban, Peter... Todos pensam que você está morto ou já o teriam chamado a prestar contas... Ouvi-os gritar todo o tipo de coisa durante o sono. Parece que acham que o traidor os traiu também. Voldemort foi à casa dos Potter confiando em uma informação sua... e Voldemort perdeu o poder lá. E nem todos os seguidores dele foram parar em Azkaban, não é mesmo? Ainda há muitos por aí, esperando a hora, fingindo que reconheceram seus erros... Se chegarem a saber que você continua vivo, Peter...

- Não sei... do que está falando... - respondeu Pettigrew, mais esganiçado que nunca. Ele enxugou o rosto na manga e ergueu os olhos para Lupin. - Você não acredita nessa... nessa loucura, Remus...

- Devo admitir, Peter, que acho difícil compreender por que um homem inocente iria querer passar doze anos sob a forma de um rato.

- Inocente, mas apavorado! - guinchou Pettigrew. - Se os seguidores de Voldemort estivessem atrás de mim, seria porque mandei um dos seus melhores homens para Azkaban, o espião, Sirius Black!

O rosto de Black se contorceu.

- Como é que você se atreve? - rosnou ele, parecendo de repente o cachorro do tamanho de um urso que ele fora há pouco. - Eu, espião do Voldemort? Quando foi que andei espreitando gente mais forte e mais poderosa do que eu? Agora você, Peter, jamais vou entender por que não reparei desde o começo que você era o espião; você sempre gostou de amigos grandalhões que o protegessem, não é mesmo? Você costumava nos acompanhar... a mim e ao Remus... e ao James...

Pettigrew tornou a enxugar o rosto; estava quase ofegando, sem ar.

- Eu, espião... você deve ter perdido o juízo... nunca... não sei como pode dizer uma...

- Lily e James só fizeram de você o Fiel do Segredo porque eu sugeri - sibilou Black, tão venenosamente que Pettigrew deu um passo atrás. - Achei que era o plano perfeito... um blefe... Voldemort com certeza viria atrás de mim, jamais sonharia que os dois usariam um sujeito fraco e sem talento como você... Deve ter sido a hora mais sublime de sua vida infeliz quando você contou a Voldemort que podia lhe entregar os Potter.

Pettigrew resmungava, perturbado, seus olhos ainda percorrendo as janelas e a porta.

- Professor Lupin - disse Hermione timidamente. - Posso... posso dizer uma coisa?

- Claro, Hermione - disse Lupin cortesmente.

- Bem... Perebas... quero dizer, esse... esse homem... ele dormiu no quarto de Harry durante três anos. Se está trabalhando para Você-Sabe-Quem, como é que ele nunca tentou fazer mal a Harry antes?

Quando Hermione fez seu questionamento, apenas uma coisa passou pela mente de Sollaria, o que a deixou muito enjoada de repente. O tanto de vezes que ela e Ginny haviam se trocado na frente de Perebas... Os segredos que ouvira...

- Taí! - exclamou Pettigrew com voz esganiçada, apontando para Hermione a mão mutilada. - Muito obrigado! Está vendo, Remus? Nunca toquei em um fio de cabelo de Harry! Por que iria fazer isso?

- Vou lhe dizer o porquê - falou Black. - Porque você nunca fez nada, nem a ninguém nem para ninguém, sem saber o que poderia ganhar com isso. Voldemort está foragido há doze anos, dizem que está semimorto. Você não ia matar bem debaixo do nariz de Albus Dumbledore, por causa de um bruxo moribundo que perdeu todo o poder, ia? Não, você ia querer ter certeza de que ele era o valentão do colégio antes de voltar para o lado dele, não ia? Por qual outra razão você procurou uma família de bruxos para o acolher? Para ficar de ouvido atento às novidades, não é mesmo, Peter? Caso o seu velho protetor recuperasse a antiga força e fosse seguro se juntar a ele...

Pettigrew abriu a boca e tornou a fechá-la várias vezes. Parecia ter perdido a capacidade de falar.

- Hum... Black... Sirius? - indagou Sollaria, sem jeito, quando uma dúvida surgiu em sua mente.

Sirius Black voltou seu olhar na direção de Sollaria, seus olhos acizentados analisando-a como se ousasse encará-la pela primeira vez.

- Se não se importar que eu pergunte, como... como foi que você fugiu de Azkaban, se não usou Artes das Trevas?

- Muito obrigado - exclamou Pettigrew, acenando freneticamente com a cabeça na direção da garota. - Exatamente! Precisamente o que eu...

- Cale a boca - mandou Sollaria friamente. - A conversa ainda não chegou à escória.

Black franziu ligeiramente a testa para Sollaria, pensativo.

- Não sei como foi que fugi - disse lentamente. - Acho que a única razão por que nunca perdi o juízo é porque sabia que era inocente. Isto não era um pensamento feliz, então os dementadores não podiam sugá-lo de mim... mas serviu para me manter lúcido e consciente de quem eu era... me ajudou a conservar meus poderes... e quando tudo se tornava... excessivo... eu conseguia me transformar na cela... virar cachorro. Os dementadores não conseguem enxergar, sabe... - Ele engoliu em seco. - Aproximam-se das pessoas se alimentando de suas emoções... Eles percebiam que os meus sentimentos eram menos... menos humanos, menos complexos quando eu era cachorro... mas achavam, é claro, que eu estava perdendo o juízo como todos os prisioneiros de lá, por isso não se incomodavam. Mas eu fiquei fraco, muito fraco, e não tinha esperança de afastá-los sem uma varinha...

"Mas, então, vi Peter naquela foto... e compreendi que ele estava em Hogwarts com você e Harry... perfeitamente colocado para agir, se lhe chegasse a menor notícia de que o partido das Trevas estava reunindo forças novamente..."

Pettigrew sacudia a cabeça, murmurando em silêncio, mas todo o tempo seus olhos se fixavam em Black como se estivesse hipnotizado.

- ... pronto para atacar no momento em que se certificasse de que contava com aliados... e para entregar os últimos Potter. Se lhes entregasse Sollaria e Harry, quem se atreveria a dizer que traíra Lorde Voldemort? Peter seria recebido de volta com todas as honras...

"Então, entendem, eu tinha que fazer alguma coisa. Era o único que sabia que ele continuava vivo..."

- Era como se alguém tivesse acendido uma fogueira na minha cabeça, e os dementadores não pudessem destruí-la... Não era um pensamento feliz... era uma obsessão... mas isso me deu forças, clareou minha mente. Então, uma noite quando abriram a porta para me trazer comida, eu passei por eles em forma de cachorro... Para eles é tão mais difícil perceberem emoções animais que ficaram confusos... eu estava magro, muito magro... o bastante para passar entre as grades... ainda como cachorro nadei até a costa... viajei para o norte e entrei escondido nos terrenos de Hogwarts, como cachorro. Desde então vivi na floresta, exceto nas horas em que saía para assistir ao quadribol, é claro. Vocês voam tão bem quanto o pai de vocês...

Black se virou para Sollaria e depois para Harry.

- Acreditem em mim - disse, rouco. - Acreditem em mim, Harry, Sollaria. Nunca traí James e Lily. Teria preferido morrer a traí-los.

Ao olhar para o irmão, Sollaria percebeu que foi naquele momento que ele enfim acreditou em Sirius Black e Lupin. Mas ela já sabia que eles falavam a verdade muito antes disso, quando provaram que Perebas na verdade era Peter Pettigrew.

O garoto fez um aceno afirmativo com a cabeça, parecendo incapaz de falar qualquer coisa.

- Não!

Pettigrew caíra de joelhos como se o aceno de Harry fosse a sua sentença de morte. Arrastou-se de joelhos, humilhou-se, as mãos juntas diante do peito como se rezasse.

- Sirius... sou eu... Peter... seu amigo... você não...

Black deu um chute no ar e Pettigrew se encolheu.

- Já tem sujeira suficiente nas minhas vestes sem você tocar nelas! - exclamou Black.

- Remus! - esganiçou-se Pettigrew, virando-se para Lupin, implorando com as mãos e os joelhos no chão. - Você não acredita nisso... Sirius não teria lhe contado se eles tivessem mudado os planos?

- Não, se pensasse que eu era o espião, Peter. Presumo que foi por isso que você não me contou, Sirius? - perguntou ele, pouco interessado, por cima da cabeça de Pettigrew.

- Me perdoe, Remus - disse Black.

- Tudo bem, Padfoot, meu velho amigo - respondeu Lupin, que agora enrolava as mangas das vestes. - E você me perdoa por acreditar que você fosse o espião?

- Claro. - E a sombra de um sorriso perpassou o rosto ossudo de Black. Ele, também, começou a enrolar as mangas. - Vamos matá-lo juntos?

- Acho que sim - concordou Lupin sombriamente.

Sollaria deixou o queixo cair, horrorizada. Quando os dois levantaram as varinhas, ela gritou:

- NÃO! Não façam isso.

Mas eles a ignoraram.

- Vocês não me matariam... não vão me matar! - exclamou Pettigrew. E correu para Rony. - Rony... eu não fui um bom amigo... um bom bichinho? Você não vai deixá-los me matarem, Rony, vai... você está do meu lado, não está?

Mas Rony olhava Pettigrew com absoluto nojo.

- Eu deixei você dormir na minha cama! - exclamou ele. De repente, seu rosto ficou esverdeado. - Merlin, você nos viu sem roupa infinitas vezes... Viu Sollaria e Ginny sem roupas...

Ainda de joelhos, Pettigrew se virou e cambaleou para a frente, agarrando a bainha das vestes de Hermione.

- Garota meiga... garota inteligente... você... você não vai deixar que eles... Me ajude.

Hermione puxou as vestes para longe das mãos de Pettigrew e recuou contra a parede, horrorizada.

Pettigrew continuou ajoelhado, tremendo descontroladamente, e foi virando lentamente a cabeça para Harry.

- Harry... Harry... você é igualzinho ao seu pai... igualzinho... E Sollaria - ele olhou para ela -, você é a cara de Lily...

- COMO É QUE VOCÊ SE ATREVE A FALAR COM ELES? - rugiu Black. - COMO TEM CORAGEM DE SEQUER OLHAR PARA ELES? COMO TEM CORAGEM DE FALAR DE JAMES E LILY NA FRENTE DELES?

- Harry - sussurrou Pettigrew, arrastando-se em direção ao garoto, com as mãos estendidas. - Harry, James não iria querer que eles me matassem... James teria compreendido, Harry... Teria tido piedade...

Black e Lupin avançaram ao mesmo tempo, agarraram Pettigrew pelos ombros e o atiraram de costas no chão. O homem ficou ali, contorcendo-se de terror, olhando fixamente para os dois.

- Você vendeu Lily e James a Voldemort - disse Black, que também tremia. - Você nega isso?

Pettigrew prorrompeu em lágrimas. A cena era terrível, ele parecia um bebezão careca, encolhendo-se.

- Sirius, Sirius, o que é que eu podia ter feito? O Lorde das Trevas... você não faz ideia... ele tem armas que você não imagina... tive medo, Sirius, eu nunca fui corajoso como você, Remus e James. Eu nunca desejei que isso acontecesse... Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado me forçou...

- NÃO MINTA! - berrou Black. - VOCÊ ANDOU PASSANDO INFORMAÇÕES PARA ELE DURANTE UM ANO ANTES DE LILY E JAMES MORREREM! VOCÊ ERA ESPIÃO DELE!

- Ele estava assumindo o poder em toda parte! - exclamou Pettigrew. - Que é que eu tinha a ganhar recusando o que me pedia?

- Que é que você tinha a ganhar lutando contra o bruxo mais maligno que já existiu? - perguntou Black, com uma terrível expressão de fúria no rosto. - Apenas vidas inocentes, Peter!

- Você não entende! - choramingou Pettigrew. - Ele teria me matado, Sirius!

- ENTÃO VOCÊ DEVIA TER MORRIDO! - rugiu Black. - MORRER EM VEZ DE TRAIR SEUS AMIGOS, COMO TERÍAMOS FEITO POR VOCÊ!

Black e Lupin estavam ombro a ombro, as varinhas erguidas.

- Você devia ter percebido - disse Lupin com a voz controlada -, que se Voldemort não o matasse, nós o mataríamos. Adeus, Peter.

Hermione cobriu o rosto com as mãos e se virou para a parede.

- NÃO! - berraram Sollaria e Harry juntos.

O garoto se adiantou, colocando-se entre Pettigrew e as varinhas.

- Vocês não podem matá-lo - disse afobado.

- Simplesmente não podem - concordou Sollaria, negando veementemente com a cabeça.

Black e Lupin fizeram cara de espanto.

- Harry, Sollaria, esse verme é a razão por que vocês não têm pais - rosnou Black. - Esse covardão teria olhado vocês morrerem, sem levantar um dedo. Vocês ouviram o que ele disse. Dava mais valor à pele nojenta do que a toda sua família.

- Eu sei - ofegou Harry. - Vamos levar Peter até o castelo. Vamos entregar ele aos dementadores. Ele pode ir para Azkaban... mas não o matem.

- Harry! - exclamou Pettigrew, e atirou os braços em torno dos joelhos de Harry. - Você... obrigado... é mais do que eu mereço... obrigado...

- Tire as mãos de cima de mim - vociferou Harry, empurrando as mãos de Pettigrew, enojado. - Não estamos fazendo isso por você. Estamos fazendo isso porque acho que meu pai não ia querer que os melhores amigos dele virassem assassinos... por sua causa.

Ninguém se mexeu nem fez qualquer ruído exceto Pettigrew, cuja respiração saía em arquejos, e ele levava as mãos ao peito. Black e Lupin se entreolharam. Então, com um único movimento, baixaram as varinhas.

- Harry, Sollaria... Vocês são as únicas pessoas que têm o direito de decidir - disse Black. - Mas pensem... pensem no que ele fez...

- Ele pode ir para Azkaban - repetiu Harry. - Se alguém merece aquele lugar é ele...

Sollaria engoliu em seco e emitiu um ruído baixo em sinal de concordância.

Pettigrew continuava a arquejar às costas do garoto.

- Muito bem - disse Lupin. - Saia da frente, então.

Harry hesitou.

- Vou amarrá-lo - disse Lupin. - Só isso, juro.

Harry saiu do caminho. Cordas finas saíram da varinha de Lupin, desta vez, e no momento seguinte Pettigrew estava se revirando no chão, amarrado e amordaçado. Por fim, faíscas violetas saíram da ponta da varinha e se fixaram às cordas.

- Com esse feitiço, ele não poderá se transformar - explicou o professor.

Sollaria olhou a figura lastimável no chão e mordeu os lábios.

- É, isso me parece apropriado... Mas não o suficiente. Stupore!

Peter ficou imediatamente em silêncio, tendo sido estuporado. Seus gemidos agoniantes cessaram, e então Sollaria olhou para o professor, esperando o próximo passo.

- Certo - disse Lupin, parecendo tentar raciocinar. - Rony, não sei consertar ossos tão bem quanto Madame Pomfrey, por isso acho melhor só imobilizar sua perna até o entregarmos na ala hospitalar.

Ele foi até Rony, se abaixou, tocou a perna dele com a varinha e murmurou:

- Férula! - Ataduras se enrolaram à perna de Rony e a prenderam firmemente a uma tala. Depois, o professor ajudou o garoto a se levantar; Rony, desajeitado, apoiou no chão o peso da perna e não fez careta.

- Está melhor. Obrigado.

- E o professor Snape? - perguntou Hermione com a voz fraquinha, contemplando o professor encostado à parede.

- Ele não tem nenhum problema sério - disse Lupin se curvando para Snape e tomando seu pulso. - Vocês só se entusiasmaram um pouquinho demais. Continua desacordado. Hum... talvez seja melhor não o reanimarmos até estar a salvo no castelo. Podemos levá-lo assim...

- Espere! - exclamou Sollaria de repente, lembrando-se de uma informação muito importante no momento em que Hermione mencionou o professor. - Professor Lupin, o senhor... O senhor não tomou a sua poção.

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