Capítulo Catorze: O Clube de Duelos




NOTAS DA AUTORA

↯ Por favor, não se esqueça de deixar seu voto e seu comentário! 🌻

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- Vão reabrir o Clube de Duelos - disse Theo Nott naquela mesma noite após o jantar, quando ele, Zabini, Sollaria e Draco chegaram ao Salão Comunal discutindo o que deveriam estudar em Defesa Contra as Artes das Trevas a partir daquele momento. Tinham visto uma aglomeração de alunos ao redor do quadro de avisos e, como Theo era o mais alto, foi o escolhido para ir verificar. - A primeira reunião será amanhã às oito da noite! Merlin, isso é depois do nosso toque de recolher...

Quarta-feira era dia de aula particular com o professor Snape. Estaria exausta, ela tinha certeza daquilo. Perguntava-se se daria conta de ter o treino de Quadribol durante o início da manhã, as aulas ao longo do dia, a aula de Legilimência e depois o Clube de Duelos tudo no mesmo dia sem ter uma crise nervosa.

- Talvez seja porque os alunos mais velhos também vão participar - replicou Blaise com uma sobrancelha erguida. - O toque de recolher deles não é às dez?

Antes que um dos três pudesse responder, no entanto, Pansy e Daphne aproximaram-se, os olhos brilhando de empolgação.

- Clube de Duelos! Vocês vão por seus nomes na lista?

A Potter não se deu o trabalho de responder. Sentou-se no sofá de couro mais próximo e descansou a cabeça no estofado, reflexiva enquanto os ouvia tagarelar.

Sollaria pensou seriamente em não se inscrever para o Clube de Duelos, mas, por outro lado, duvidava que fossem ensinar coisas verdadeiramente avançadas se eles eram alunos do segundo ano. Não iria exigir tanto deles, ela esperava. Provavelmente ensinariam apenas feitiços de defesa e ataque primário, mas sabia que aquilo era melhor do que nada, embora Albus Dumbledore tivesse lhe ensinado muito mais. Além disso, sabia que jamais havia participado de um duelo de verdade, e seria interessante treinar daquela forma.

- Não sei, não... - Ouviu a voz de Daphne ecoando próxima de onde estava sentada. Gostaria muitíssimo que a garota fosse embora, pois ela ainda aborrecia Sollaria um bocado. - Não é algo muito apropriado para boas garotas puro-sangue.

- O que, aprender a se defender? - Sollaria deixou escapar, o tom de voz entediado.

Draco, Blaise, Theo e as duas garotas olharam para ela imediatamente.

A Greengrass fechou a cara.

- Vamos logo com isso - disse Pansy com um revirar de olhos. - Eu vou me inscrever. E vocês?

Ela olhou para cada um dos garotos, que responderam afirmativamente. Para a surpresa de Sollaria, Pansy olhou para ela também, esperando por uma resposta.

- É claro que sim - replicou Sollaria com repentina determinação.

Na manhã seguinte, após uma aula muito chata de História da Magia (nem mesmo Sollaria sabia como conseguia se manter acordada na aula, pensava que talvez fosse o medo de cair no sono), enquanto ela e os outros sonserinos rumavam para a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, Cedric Diggory, sem intenção, causara uma discussão entre ela e Draco com um simples "E aí, Potter".

- Como assim "E aí, Potter"? Desde quando vocês são amigos? - inquiriu o garoto, andando irritado atrás dela.

- Ciúmes, Draco? - perguntou Pansy irritantemente.

Ele não se dignou a responder.

- Não somos amigos, tá legal? Os lufanos treinam quase na mesma hora que a gente. O Campo é grande o suficiente para nós todos. Ele apenas foi muito educado.

Sollaria não entendia por que Draco parecia tão aborrecido. Aquele tipo de comportamento a deixava muito incomodada. Não gostava de ser posta contra a parede sobre coisas que ela não fizera. Em casa, isso dificilmente acontecia - a maior parte das brigas acontecia entre ela e Rony; os outros irmãos a tratavam como uma espécie de "protegida" deles, e raramente arranjavam alguma intriga com ela.

- Eu vi o seu sorrisinho, Potter - insistiu Draco. Sorrisinho? Ela havia sorrido? - É com ele que você se encontra toda segunda e quarta, não é? Você está namorando o panaca do Diggory!

Sollaria virou de repente para o amigo, pensando que não havia como alguém fazer uma constatação mais absurda. Então, caiu na risada.

- Primeiro, ele não é panaca. Segundo... - ela soltou um suspiro, tentando recuperar o fôlego -, Draco, eu tenho doze anos. Não estou namorando ninguém, muito menos um garoto três anos mais velho, pensa bem no que você está falando!

Mas ele não pareceu levar nada daquilo em consideração, e continuou resmungando o caminho todo até a sala de Lockhart.

- Faça-nos o favor, Malfoy. Nem Crabbe e Goyle são tão panacas assim - murmurou Theo com um revirar de olhos.

- É, cara - concordou Blaise. - Se toca. Se ela falou que não tem nada com o Diggory, engula o seu ciúme sem fundamento e para de falar.

Sollaria deu um sorrisinho sacana de quem havia vencido a discussão, e decidiu, ao entrar na sala, não se sentar com Draco. Pretendia se juntar à Hermione, mas ela já havia feito dupla com outra pessoa. Então, sentou-se ao lado de Neville Longbottom, um garoto loiro e baixinho de rosto redondo muito gentil da Grifinória.

- E aí, Neville. Como você está? - Ela lhe ofereceu um sorriso.

- B-Bem, obrigado. - E voltou a olhar para frente, embora agora a perna esquerda dele parecesse agitada. Como se tivesse se lembrado de manter a conversa, perguntou: - E você?

Era uma pergunta muito simples. Ninguém se importava de verdade se a pessoa estava bem ou não. Era apenas uma pergunta para manter conversa. Não precisava ser sincera, não precisava dar satisfação. Era só dizer "Sim", e ele daria um sorrisinho educado e depois os dois ficariam em silêncio. Era só dizer "sim"...

Mas era difícil mentir. A cada vez que alguém lhe perguntava aquilo, tornava-se difícil dizer que sim, estava tudo bem, apesar dos problemas constantes que apareciam na vida dela e na do irmão desde que ingressaram em Hogwarts.

Ela piscou duas vezes e olhou para as mãos postas sobre a mesa ao respondê-lo.

- Muito bem, obrigada.

- Vai entrar no Clube de Duelos?

Ela balançou a cabeça afirmativamente.

- Eu inscrevi meu nome, mas... Eu estou muito nervoso! Acho que vou passar vergonha. - Ele abaixou a cabeça e diminuiu tanto o volume da voz, que Sollaria teve de se inclinar em direção a ele para ouvi-lo. - Eu sou uma vergonha de bruxo. Todos dizem que eu sou uma aberração, e... E eu acho que eles estão certos quanto a isso.

Sollaria imediatamente sentiu pena de Neville, que era uma pessoa muito amigável e doce, porém insegura e atrapalhada.

- Neville... Olha, é normal ficar nervoso, ok? Eu também estou. - Certo. Não era bem uma verdade, mas ele não precisava saber disso. - E nunca mais diga que é uma vergonha de bruxo ou uma aberração. Neville, as pessoas vão falar, isso é um fato. Mas você não deve se deixar levar pelo que elas dizem! Precisa confiar em si mesmo... Senão, quem vai?

Ele suspirou.

- Pra você é fácil falar. É a Sollaria Potter. As pessoas têm medo de você desde aquela história da janela no ano passado, e você é inteligente demais. Fora o fato de você ser... - Ele corou. -...de você ser a Herdeira de Slytherin, não é? As pessoas te respeitam.

- Por que têm medo de mim. - Ela fez uma careta. - Como se fosse melhor ser temido do que ser amado! Me chamavam de aberração até uns dias atrás, você sabia disso?

O grifinório abaixou a cabeça.

- Mas eu não posso me dar ao luxo de deixar isso me definir - continuou. - O jeito é treinar mais, estudar mais, ler mais... Para me tornar melhor do que eles.

Neville fungou.

- Isso é algo muito sonserino da sua parte, eu acho.

Ela deixou a cabeça pender para o lado.

- Talvez. E talvez você devesse levar em consideração. Senão, todos continuarão a fazer chacota de você.

Naquele momento, o professor Lockhart entrou pela porta, muitíssimo atrasado. Ele carregava um livro debaixo do braço, mas era apenas mais um de seus próprios livros. Nada sobre Defesa Contra as Artes das Trevas.

Sollaria já havia lido ficções melhores do que a autobiografia de Lockhart, o que a fazia ter certeza de que tudo não passava de uma grande farsa. Afinal, que tipo de professor era aquele?

- Bom dia, turma! Hoje, nós iremos ler o capítulo um do meu último livro publicado, e... - A partir daquele momento, Sollaria já não prestava mais atenção ao que o professor dizia: preferiu abrir o último livro que estava lendo debaixo da mesa.

Lockhart nem havia notado que uma de suas melhores alunas ficara a aula toda com o pescoço abaixado - estava ocupado demais falando de si mesmo para perceber.

______

Naquela noite, após uma aula bem sucedida de Legilimência com o professor Snape - ela finalmente tivera êxito em sua tentativa de entrar na mente dele sem manter contato visual -, Sollaria correu para o Salão Principal para que pudesse participar do tal Clube de Duelos.

As longas mesas de jantar tinham desaparecido e surgira um palco dourado encostado a uma parede, cuja iluminação era produzida por milhares de velas que flutuavam no alto. O teto parecia um veludo negro, e a maior parte da escola parecia estar reunida sob ele, as varinhas na mão e as expressões animadas.

Procurou a cabeça alaranjada de Rony, sendo bem sucedida ao encontrá-lo próximo ao palco. Com um pouco de dificuldade, cortou caminho em meio aos alunos e chegou até eles.

- Quem será que vai ser o professor? - Ouviu Hermione dizer enquanto se reunia a eles, enquanto os outros ao redor tagarelavam sem parar - Alguém me disse que Flitwick foi campeão de duelos quando era moço, talvez seja ele.

- Desde que não seja Lockhart, acho que ficaremos bem - falou Sollaria por cima do ombro da garota, fazendo com que ela virasse para olhar. - Achei que poderíamos assistir à demonstração juntos.

- Essa não... - Harry gemeu. Gilderoy Lockhart vinha entrando no palco, resplandecente em suas vestes ameixa-escuras, acompanhado por ninguém mais do que o professor Snape, em sua roupa preta habitual.

Lockhart acenou um braço pedindo silêncio e disse em voz alta:

- Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Excelente!

"O Professor Dumbledore me deu permissão para começar um pequeno Clube de Duelos, para treiná-los, caso um dia precisem se defender, como eu próprio já precisei fazer em inúmeras ocasiões. Quem quiser conhecer os detalhes, leia os livros que publiquei."

Harry, Sollaria e Rony trocaram olhares de quem duvidava, ao passo que Hermione sorria sonhadora para o professor.

"Deixem-me apresentar a vocês o meu assistente, professor Snape", disse Lockhart, dando um largo sorriso. "Ele me conta que sabe alguma coisa de duelos e desportivamente concordou em me ajudar a fazer uma breve demonstração antes de começarmos. Agora, não quero que nenhum de vocês se preocupe, continuarão a ter o seu professor de Poções mesmo depois de eu o derrotar, não precisam ter medo!"

- Não seria bom se os dois acabassem um com o outro? - cochichou Rony para Sollaria e Harry, que sorriram.

O lábio superior de Snape crispou-se.

Lockhart e Snape se viraram um para o outro e se cumprimentaram com uma reverência; pelo menos, Lockhart cumprimentou com muitos meneios, enquanto Snape curvou a cabeça, irritado. Em seguida, os dois ergueram as varinhas como se empunhassem espadas.

Eles iriam encenar um duelo, Sollaria notou. Dumbledore já a havia preparado para aquele tipo de situação, então ela sabia muito bem o que viria a seguir. A única diferença era que ela jamais havia participado de um duelo de verdade, sem que o oponente não estivesse tentando ensiná-la. Um pouco de treino realista viria a calhar.

- Como vocês veem, estamos segurando nossas varinhas na posição de combate normalmente adotada - disse Lockhart aos alunos em silêncio. - Quando contarmos três, lançaremos os primeiros feitiços. Nenhum de nós está pretendendo matar, é claro.

- Eu não teria certeza disso - murmurou Harry, observando Snape arreganhar os dentes.

- Um... dois... três...

Os dois ergueram as varinhas acima da cabeça e as apontaram para o oponente; Snape exclamou:

- Expelliarmus! - Viram um lampejo vermelho ofuscante e Lockhart foi lançado para o alto: voou para os fundos do palco, colidiu com a parede, foi escorregando e acabou estatelado no chão.

Draco e outros alunos da Sonserina deram vivas. Sollaria aplaudiu educadamente o diretor de sua Casa. Hermione dançava nas pontas dos dedos para ver melhor.

- Vocês acham que ele está bem? - guinchou tampando a boca com a mão.

- Quem se importa? - responderam Harry e Rony juntos.

Lockhart foi-se levantando tonto. Seu chapéu caíra e os cabelos ondulados estavam em pé.

- Muito bem! - disse, cambaleando de volta ao palco. - Isto foi um Feitiço de Desarmamento, como viram, perdi minha varinha, ah, muito obrigado, senhorita Brown... sim, foi uma excelente demonstração, professor Snape, mas se não se importa que eu diga, ficou muito óbvio o que o senhor ia fazer. - Sollaria e os meninos trocaram mais um olhar. - Se eu tivesse querido detê-lo teria sido muito fácil, mas achei mais instrutivo deixá-los ver...

Snape tinha uma expressão assassina no rosto. Lockhart possivelmente notou, porque acrescentou:

- Chega de demonstrações! Vou me reunir a vocês agora e separá-los aos pares. Professor Snape, se o senhor quiser me ajudar...

Os dois caminharam entre os alunos, formando os pares. Lockhart juntou Neville com um lufano nascido-trouxa chamado Justin Finch-Fletchley, mas Snape chegou até Harry e Rony primeiro.

- Acho que está na hora de separar a equipe dos sonhos - caçoou. - Weasley, você luta com Finnigan. Potter...

Harry virou-se automaticamente para Sollaria, que se pôs ao lado do irmão.

- Acho que não - disse Snape, sorrindo estranhamente. - Senhor Malfoy, venha cá. Vamos ver o que o senhor faz com o famoso Potter. E a senhorita, pode fazer par com a senhorita Parkinson. Granger, você vai com a senhorita Bulstrode.

Draco se aproximou com arrogância, sorrindo. Atrás dele, veio Pansy, com sua habitual expressão de tédio no rosto.

- De frente para os seus parceiros! - mandou Lockhart, de volta ao tablado. - E façam uma reverência!

Harry e Draco mal inclinaram as cabeças, e não tiraram os olhos um do outro. Pansy revirou os olhos e cruzou os braços quando Sollaria inclinou o corpo para frente.

- Preparar as varinhas! - gritou Lockhart. - Quando eu contar três, lancem seus feitiços para desarmar os oponentes, apenas para desarmá-los, não queremos acidentes, um... dois... três...

- Expelliarmus! - exclamou Pansy.

- Protego! - Sollaria fora mais rápida, criando uma barreira de proteção ao redor de si mesma. O feitiço ricocheteou, fazendo com que a varinha de Pansy voasse da mão dela.

Enquanto a garota ia buscar a varinha, Sollaria ficou parada observando Harry e Draco se acabarem, o Feitiço para Desarmar há muito deixado de lado.

Naquele momento, Harry apontou a varinha direto para Draco e gritou:

- Rictusempra!

Um jorro de luz prateada atingiu Draco no estômago e ele se dobrou, com dificuldade de respirar.

- Eu disse desarmar apenas! - gritou Lockhart assustado por cima das cabeças dos combatentes, quando Draco caiu de joelhos; Harry o golpeara com o Feitiço das Cócegas, e ele mal conseguia se mexer de tanto rir.

Harry recuou; tomando fôlego, Draco apontou a varinha para os joelhos de Harry, e disse engasgado: "Tarantallegra!", e no segundo seguinte as pernas de Harry começaram a sacudir descontroladas numa espécie de marcha rápida.

- Parem! Parem! - berrou Lockhart, mas Snape assumiu o controle.

- Finite Incantatem! - gritou ele; os pés de Harry pararam de dançar. Draco parou de rir e eles puderam erguer a cabeça.

Uma névoa de fumaça verde pairava sobre a cena. Neville e Justin estavam caídos no chão, ofegantes; Rony estava segurando um Seamus Finnigan branco feito papel, pedindo desculpas pelo que sua varinha quebrada pudesse ter feito; mas Hermione e Millicent Bullstrode ainda lutavam enquanto as varinhas das duas jaziam esquecidas no chão. Sollaria deu um salto à frente e fez Millicent soltar Hermione. Foi difícil: a garota era muito maior do que a Potter.

- Ai, ai, ai! - exclamou Lockhart, passando por entre os duelistas, para ver o resultado das lutas. - Levante, MacMillan... Cuidado, senhorita Fawcett... Aperte com força, vai parar de sangrar em um segundo, Boot...

"Acho que é melhor ensinar aos senhores como se bloqueia feitiços hostis", disse Lockhart, parando no meio do salão. Ele olhou para Snape, cujos olhos negros brilhavam, e desviou rápido o seu olhar.

"Vamos arranjar um par voluntário, Longbottom e Finch-Fletchley, que tal vocês..."

- Uma má ideia, professor Lockhart - disse Snape, deslizando até ele como um enorme morcego malévolo. - Longbottom causa devastação até com o feitiço mais simples. Vamos ter que mandar o que sobrar de Finch-Fletchley para a ala hospitalar em uma caixa de fósforos. - O rosto redondo e rosado de Neville ficou ainda mais rosado. - Que tal Malfoy e Potter? - sugeriu Snape com um sorriso enviesado.

- Ótima ideia! - disse Lockhart, fazendo um gesto para Harry e Draco irem para o meio do salão, enquanto os demais alunos se afastavam para lhes dar espaço.

- Agora, Harry - disse Lockhart. - Quando Draco apontar a varinha para você, você faz isto.

Ele ergueu a própria varinha, tentou um complicado floreio e deixou-a cair. Snape abriu um sorriso quando Lockhart a apanhou depressa, dizendo:

- Epa, minha varinha está um tanto excitada demais...

Snape aproximou-se de Draco, curvou-se e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O garoto riu também. Harry ergueu os olhos, parecendo nervoso, para Lockhart e disse:

- Professor, podia me mostrar outra vez como se bloqueia?

- Com medo, Potter? - murmurou Draco, falando baixo.

- Até parece! - respondeu Harry pelo canto da boca. Lockhart deu uma palmada bem-humorada no ombro de Harry.

- Faça exatamente como fiz, Harry!

- O quê, deixar cair a varinha? - Sollaria deixou escapar uma risadinha, a qual ela logo transformou em um acesso de tosse.

Lockhart parecia não estar mais escutando.

- Três... dois... um... agora! - gritou ele.

Draco ergueu a varinha depressa e berrou:

- Serpensortia!

A ponta de sua varinha explodiu. Sollaria, Harry e todos os outros no Salão observaram, perplexos, uma comprida cobra preta se materializar, cair pesadamente no chão entre os dois e se erguer, pronta para atacar. Os alunos gritaram recuando rapidamente, abrindo espaço. Rony, Hermione e Sollaria foram os únicos que se mantiveram perto do palco, os três tentando chamar a atenção de Harry, que parecia paralisado enquanto olhava fixamente para a cobra.

A garota não imagina qual poderia ser a motivação de Draco ao conjurar uma serpente no meio de um duelo. O que ele queria provar? Será que ele estava tentando descobrir se...?

Ela interrompeu os próprios pensamentos - aquilo era um absurdo!

Sollaria buscou o olhar de Malfoy, que parecia realmente satisfeito.

Malfoy, o que você está fazendo?

- Não se mexa, Potter - disse Snape tranquilamente, parecendo estar com visível prazer de ver Harry parado imóvel, cara a cara com a cobra irritada. - Vou dar um fim nela...

- Permita-me! - gritou Lockhart. E brandiu a varinha para a cobra, ao que se ouviu um grande baque; a cobra, em lugar de desaparecer, voou três metros no ar e tornou a cair no chão com um estrondo. Enraivecida, sibilando furiosamente, ela deslizou direto para Justin Finch-Fletchley e se levantou de novo, as presas expostas, armada para o bote.

Ela tentou chamar Harry mais uma vez, a fim de que ele se afastasse do palco. Se o bicho fosse para cima dele...

Mas o que aconteceu em seguida foi muito mais preocupante do que qualquer outro possível cenário, e Sollaria não tinha certeza de como poderiam sair daquela situação.

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