29 - Cristina Stevens

— Certo, então a Patrícia vem para a minha casa daqui há cinco minutos? 

— Sim, Cristina.

Edith tinha acabado de chegar, olhava com um pouco de desconforto minha irmã escutar nossa conversa. Mas eu sabia que Isabel estava mais interessada no desenho animado. Dolores nos convocou para uma "reunião" e insistiu que o melhor lugar era minha casa. Edith chegou no carro da mãe trazendo sacos de pipoca e refrigerante que Isabel fazia o favor de comer enquanto assistia filmes da Disney.

— Eu convenci ela de que estávamos vindo assistir um filme, não planejar um assassinato. 

— Nós não vamos planejar um assassinato.

— A Dolores disse que íamos.

Antes de conseguir contestar a afirmação ridícula da Edith, Dolores entrou acompanhada de uma Patrícia meio desconfiada. 

— Seja bem vinda, Patrícia —  não sabia bem o que dizer.

— Poupe suas apresentações. A Patrícia está do nosso lado. — Dolores se sentou ao meu lado no sofá e acenou para que Patrícia se aproximasse mais.

— Bem vinda ao clube anti-Charlotte. - Edith disse, tentando talvez quebrar o clima pesado. 

— A Patrícia me ligou e disse que estava do nosso lado, contra a Charlie... Por tudo que ela sofreu.

— A Edith me contou. — Aceno para que Patrícia se sente. — Por que chamou todas nós aqui, Dolores?

Estudo o rosto dela, eu não achava que Patrícia ou Edith tivessem realmente vindo planejar um assassinato, mas Dolores era bem capaz disso. 

— Conversei com a Charlie depois da aula de educação física e ela ameaçou todas nós.

— TODAS NÓS?

— Eu, você e a Edith. 

— Suponho que ela já tenha feito o suficiente comigo — Patrícia diz.

— O que faremos? — Edith pergunta.

— Acham que devíamos esperar pra ver o que ela faz?

— Dolores...Você perdeu seu celular com as fotos da festa, e a Patrícia foi ameaçada de morte e não tem provas para acusar ela de nada. O que podemos fazer?

— Charlie me disse claramente que a primeira da lista era você, Cristina.  

- Se ela fez o que fez comigo sem motivos, imagine o que fará com vocês depois de ter ameaçado. - Patrícia completa.

Já era bem ruim ter que lidar com Charlie, um nariz quebrado e uma amiga com tendências assassinas. Mas tudo pareceu pior com a ideia de uma possível traficante psicopata querendo fazer alguma coisa comigo. 

— O que você sugere que façamos, Dolores? — Todas olhamos pra ela, já que tinha tomado o papel de líder para si. 

— Eu sugiro que nós quatro devemos acabar com a Charlie antes que ela acabe com a gente. Não sei o que ela vai fazer, mas não quero esperar para ver.

— Concordo — Patrícia diz, como se fosse a fiel escudeira de Dolores.

— Você não estava falando sério quando... — A voz de Edith treme, lembro da conversa que tivemos pouco antes de Dolores e Patrícia chegarem.

— É exatamente o que eu ia sugerir. - Dolores olha para Patrícia e sorri com satisfação, enquanto eu e Edith nos entreolhamos confusas e assustadas.

— Charlie tem que morrer — Patrícia diz. 

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