Vocês viram a cara dela? — disse rindo.

Não conseguia tirar da cabeça a imagem do pavor no rosto da garota.

Nos sentamos em nossos lugares hábituais, no fundo da sala.

— Acho que Daniel pegou muito pesado com ela.

— Qual o problema, Mary? Você mesma disse que a Dolores era uma idiota.

— Ela é, mas no fundo tem um bom coração.

— Cale a boca.

Eu e Kay não conseguíamos segurar a risada.

— Qual a necessidade de fazer todo aquele escandalo, se você nem vai ficar com Daniel por muito tempo? — Mary insistiu.

— Qual o seu problema? — Helena perguntou agressiva.

— Por favor meninas, não briguem, isso cansa — disse, tentando evitar que Helena surtasse em mais uma demonstração de sua devoção por mim.

— E você Kay? Quando vai dar um fora na garota esquisita?

— O quê?

— O ser irritante que fica o tempo todo olhando pra você.

Nós rimos.

— Não sei, mas acho que vou ter uma oportunidade boa.

— Você era mesmo amiga dela?

— Nós conseguíamos ser amigas da Dolores antes de conhecer você — disse Helena.

— O importante é que eu salvei todas vocês, e agora estão comigo. Aliás, estão livres a tarde?

— Sim — disseram em uníssono.

São tão obedientes a mim.

— Kay — chamei em particular.

— Estou planejando algo épico para largar Daniel.

— Você quer minha ajuda?

— Sim, mas antes quero que der um jeito naquela garota nos olhando. Ela me dá medo.

— A Cristina? Ela não faria mal a uma mosca.

— Por favor, Kay.

— Está bem.

Dolores não entrou na sala. Talvez tivesse ido se matar no banheiro.

Adolescentes são idiotas.